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Crimes contra a Ordem Tributária Chagas de São Francisco, Lisboa, em 14 de Setembro de 1642)
Doutrina
Doutrina
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07/08/2019
2. Quanto à decadência, para dissentir do acórdão do Tribunal de origem seria necessário revolver tanto Rel. Min. Edson Fachin, após reconhecer a repercussão geral da matéria, assentou a
a legislação infraconstitucional quanto o quadro fático-probatório, providências inviáveis em recurso constitucionalidade do art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001, que permitiu o
extraordinário (Súmula 279/STF). 3. O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 601.314, fornecimento de informações sobre movimentações financeiras diretamente ao Fisco, sem
Rel. Min. Edson Fachin, após reconhecer a repercussão geral da matéria, assentou a autorização judicial. 2. Da mesma forma, esta Corte entende ser possível a utilização de
constitucionalidade do art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001, que permitiu o dados obtidos pela Secretaria da Receita Federal para fins de instrução
fornecimento de informações sobre movimentações financeiras diretamente ao Fisco, penal. Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (STF: RE 1041285 AgR-
sem autorização judicial. 4. Esta Corte entende ser possível a utilização de dados obtidos AgRg/ SP, Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, ACÓRDÃO
pela Secretaria da Receita Federal para fins de instrução penal. Precedentes. 5. Agravo ELETRÔNICO DJe-258 DIVULG 13-11-2017 PUBLIC 14-11-2017)
interno a que se nega provimento. (RE 1043002 AgR / SP , Min. ROBERTO BARROSO, Primeira
Turma, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-288 DIVULG 13-12-2017 PUBLIC 14-12-2017)
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Inércia Ilícito
(inadimplência) Administrativo
Pagamento
Sanções
Tributárias Execução
Forçada
Fato Gerador da
Obrigação Tributária Inércia (inadimplência)
CRIME
DISCUSSÃO
ACR - APELAÇÃO CRIMINAL - Processo: 1999.61.81.001830-2
(TRF 3ª REGIÃO – 1ª SEÇÃO - DJF3 DATA:27/05/2008)
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Lei 4502/64
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Planejamento Fraude
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Art.116 CTN
...
ELUSÃO FISCAL
ELUSÃO FISCAL
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TEMA
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I Imóvel Dinheiro ($$$) Cap. Social = Imóvel + Dinheiro
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Ç Histórico e Legislação
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Distrato
A Dinheiro ($$$)
“Não ocorrência” do fato gerador
B Imóvel
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ANTECEDENTES
Contrabando ou descaminho
Código Criminal do Império: criminalização do contrabando e do
descaminho (crimes contra o tesouro público).
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou
em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
Código Penal de 1890: criminalização do contrabando e do
saída ou pelo consumo de mercadoria:
descaminho (crimes contra a fazenda pública).
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
...
Código Penal de 1940: contrabando e descaminho (crimes contra
a administração pública) / sonegação resolvida como delito de
falsidade ideológica.
Lei 4357/64
Lei 4729/65
Pena: Detenção, de seis meses a dois anos, e multa de duas a cinco vêzes o
valor do tributo.
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Modificação Sistemática
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária Lei 4729/65 Crimes formais
suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição
social e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas:
Lei 8137/90 Crimes Materiais
TEMA
1) Aduaneiros (Art. 334 CP)
2) Sonegação Fiscal (Lei Art. 1º e 2º L. 8137/90 e Art. 337-A CP)
Crimes Tributários: Constitucionalidade
3) Apropriação Indébita (Art. 168-A CP e 2º II L. 8137/90)
4) Crimes Funcionais (Art. 3º Lei 8137/90 e Art. 318 CP)
DISCUSSÃO CONTROVERTIDO
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APELAÇÃO CRIMINAL - Processo: 200061810061145 UF: SP Origem: TRF-2 Classe: ACR - APELAÇÃO CRIMINAL - 5603 Processo:
(TRF 3ª REGIÃO – 5ª TURMA - 13/05/2003) 2003.50.01.006779-3 UF : RJ Orgão Julgador: PRIMEIRA TURMA
ESPECIALIZADA Fonte DJU - Data::04/03/2009
- O dispositivo legal que serviu de suporte à denúncia é constitucional,
pois visa a proteger a Previdência Social, direito reconhecido pelo art. EMENTA: (...) III - Não há inconstitucionalidade no dispositivo legal em
6º da Lei Maior. Ademais, atende aos princípios norteadores da comento, que não preconiza a prisão por dívida, mas a prisão-pena em
Seguridade Social expressos nos arts. 194 e 195 da CF. A ação penal decorrência da prática de fato considerado pelo legislador como ilícito
não objetiva a cobrança do débito. O art. 95, "d", da Lei nº penal, dada a relevância do bem jurídico tutelado. A Constituição da
8.212/91 tem por fim a defesa da ordem econômico-tributária e, República de 1988 de modo algum veda a previsão de crime patrimonial ou
especialmente, a garantia do regular funcionamento do sistema tributário, como quer fazer prevalecer a tese defensiva. (...) Relator
securitário público. Se o legislador tipificou a conduta de omissão Desembargador Federal ABEL GOMES Decisão A Turma, por unanimidade, deu
de recolhimento da importância arrecadada dos segurados ao parcial provimento ao recurso da defesa e negou provimento ao recurso do
INSS, não há prisão civil por dívida. Se a conduta é penalmente Ministério Público Federal
relevante, a prisão, conseqüentemente, é penal. ...”
Princípio da Insignificância
TEMA
Doutrina
STF - HC 82324 / SP – (STF – 1ª Turma - DJ 22-11-2002)
Apelação. Art. 16 da Lei 6.368/76. (...) A circunstância de ser pequena a Art. 2º (Crimes Formais)
quantidade de entorpecente não descaracteriza o crime definido no artigo 16 da
Lei de Tóxicos. O crime de uso de entorpecente é de perigo abstrato. Não é
possível o acolhimento do princípio da insignificância. Recurso desprovido.
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Paradigma do
Descaminho
CONTRADIÇÃO
DIREITO PENAL
Turíbulo, rico comerciante, pretendendo sonegar tributo estadual (ICMS), majorou despesas
e praticou outros atos que o fizeram incidir nas sanções do art. 1º, IV da lei 4.729/65, sendo
INSIGNIFICÂNCIA CONDUTA
por isto denunciado.
A Defesa suscitou a tese de a conduta de seu defendido ter sido irrelevante para o Direito
Penal, invocando em seu abono, entre outras, a seguinte decisão do E. STJ, nestes termos:
1000 É aplicável ao caso o princípio da insignificância, visto que o valor furtado (R$ 13,00) é
????? BEM JURÍDICO
1000 ínfimo, justificando o trancamento da ação penal intentada. Precedente citado, HC 11.542-
... DF, DJ 10/04/2000”. (HC 27.218-MA, - 5ª Turma, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em
10000 10/06/2003).
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O M.P., por sua vez, embora reconhecendo modesta a majoração, afirmou ser inviável a aplicação de tal LEI 10522/2002
princípio, ante o entendimento de não estar prevista no C.P. brasileiro, chamando à colação, entre outros, o
julgado do E. STJ, nestes termos:
Lei 10522/2002
inscrição, relativamente:
JURISPRUDÊNCIA VACILANTE
(...)
reais).
CONTINUAÇÃO
modificações nos critérios para aplicação do princípio da insignificância caput, da Lei nº 10.522/2002 se refere ao ajuizamento da ação de execução ou
arquivamento sem baixa na distribuição, não ocorrendo, pois, a extinção do crédito, daí
na hipótese de prática de crime de descaminho suscitaram nesta Corte
não se poder invocar tal dispositivo normativo para regular o valor do débito caracterizador
novas reflexões sobre o critério até aqui utilizado. Neste sentido, observou o
de matéria penalmente irrelevante. In casu, o valor do tributo incidente sobre as
eminente Ministro Félix Fischer: “... acredito que esse entendimento há de ser
mercadorias apreendidas é superior ao patamar estabelecido no dispositivo legal
revisto, devendo ser alterado tal critério, pois, como já vinha ressalvando, o que determina a extinção dos créditos fiscais (art. 18, § 1º, da Lei nº
valor limite para a execução carece de sentido mesmo em matéria 10.522/2002), logo, não se trata de hipótese de desinteresse penal específico. 3.
extra-penal” (HC 41700/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, O valor referência utilizado pela fazenda pública, quanto aos débitos inscritos em Dívida
julgado em 17.05.2005, DJ 20.06.2005 p. 321). (...) (STJ: AgRg no AgRg no Ativa da União, é, pois, cem reais, conforme o artigo 18, §1o, da Lei 10.522/2002,
REsp 981393 / RS, DJe 09.06.2008) e corresponde ao valor máximo que o erário está disposto a abrir mão, por meio do
cancelamento. O mencionado arquivamento não implica em renúncia fiscal, mas, tão-
somente, denota a política quanto à prioridade para efeito de cobrança imediata, conferida
aos montantes mais elevados. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
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Por ausência de justa causa, a Turma deferiu habeas corpus para determinar o
trancamento de ação penal instaurada contra acusado pela suposta prática do
crime de descaminho (CP, art. 334), em decorrência do fato de haver iludido
impostos devidos pela importação de mercadorias, os quais totalizariam o
montante de R$ 5.118,60 (cinco mil cento e dezoito reais e sessenta centavos). No
caso, o TRF da 4ª Região, por reputar a conduta do paciente materialmente típica, negara aplicação ao
princípio da insignificância ao fundamento de que deveria ser mantido o parâmetro de R$ 2.500,00 (dois
STF E SUA VINCULAÇÃO DE INSTÂNCIAS mil e quinhentos reais) para ajuizamento de execuções fiscais (Lei 10.522/2002) e não o novo limite de
R$ 10.000,00 (dez mil reais) instituído pela Lei 11.033/2004. Inicialmente, salientou-se o caráter
vinculado do requerimento do Procurador da Fazenda para fins de arquivamento de execuções fiscais e a
inexistência, no acórdão impugnado, de qualquer menção a possível continuidade delitiva ou acúmulo de
débitos que conduzisse à superação do valor mínimo previsto na Lei 10.522/2002, com a redação dada
pela Lei 11.033/2004 (...) Entendeu-se não ser admissível que uma conduta fosse
irrelevante no âmbito administrativo e não o fosse para o Direito Penal, que só
deve atuar quando extremamente necessário para a tutela do bem jurídico
protegido, quando falharem os outros meios de proteção e não forem suficientes as tutelas
estabelecidas nos demais ramos do Direito. HC 92438/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 19.8.2008. (HC-
92438)
Por ausência de justa causa, a Turma, em votação majoritária, proveu recurso ordinário em habeas
corpus para trancar ação penal instaurada contra acusado pela suposta prática do crime de descaminho
(CP, art. 334, § 1º, d), em decorrência do fato de ter ingressado em território nacional trazendo Descaminho e princípio da insignificância
mercadorias de origem estrangeira, sem a documentação comprobatória de regularidade fiscal,
alcançando os impostos devidos o montante de R$ 2.528,24 (dois mil quinhentos e vinte e oito
reais e vinte e quatro centavos). No caso, o STJ, enfatizando a reiteração da conduta típica, rejeitara a A 1ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus em que se pleiteava a aplicação do
aplicação do princípio da insignificância por considerar que já teria sido instaurado, anteriormente,
princípio da insignificância — em favor de denunciado pela suposta prática do crime
procedimento contra o mesmo paciente por fato semelhante, porém arquivado. Asseverou-se que o
art. 20 da Lei 10.522/2002 determina o arquivamento das execuções fiscais, sem cancelamento da de descaminho —, haja vista o tributo totalizar valor inferior a R$ 10.000,00. Aludiu-
distribuição, quando os débitos inscritos como dívida ativa da União forem iguais ou inferiores a R$
se à Lei 10.522/2002. Nesse tocante, ressaltou-se que não se poderia confundir a
10.000,00 (dez mil reais) — valor este resultante da modificação pela Lei 11.033/2004. Salientou-se que a
jurisprudência do STF é firme no sentido da incidência do princípio da insignificância quando a quantia sonegada não
possibilidade de o Procurador da Fazenda Nacional requerer o sobrestamento de
ultrapassar o valor estabelecido no mencionado dispositivo, o que implicaria falta de justa causa para ação penal pelo execução fiscal, na origem, com a persecução criminal. Salientou-se que a ação penal,
crime de descaminho. Ademais, aduziu-se que a existência de procedimento criminal — arquivado — por fatos similares não se
inclusive, seria pública e, ainda, a cargo do órgão ministerial. Vencidos os Ministros
mostraria suficiente para afastar o aludido princípio, tendo em vista o caráter objetivo da regra estabelecida por esta Corte para o
efeito de se reconhecer o delito de bagatela. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Carlos Britto que desproviam o recurso Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, que concediam a ordem.
por considerar a repetição da prática delituosa, ressaltando que o paciente já fora beneficiado antes pelo instituto da
HC 100986/PR, rel. Min. Marco Aurélio, 31.5.2011. (HC-100986)
insignificância pelo mesmo crime. Alguns precedentes citados: HC 96374/PR (DJE de 23.4.2009); HC 96309/RS (DJE de
24.4.2009); RE 514531/RS (DJE de 6.3.2009). RHC 96545/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 16.6.2009. (RHC-96545)
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D.O.U.: 26.03.2012*
(*) Republicada no DOU de 29.03.2012 por ter saído com incorreção no original.
Dispõe sobre a inscrição de débitos na Dívida Ativa da União e o ajuizamento de execuções fiscais pela Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional.
O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso da atribuição que lhe confere o parágrafo único, inciso II, do art. 87 da Constituição da
PORTARIA MF 75/2012: ESTUDO DO IPEA A EMBASAR NOVO PATAMAR
República Federativa do Brasil e tendo em vista o disposto no art. 5º do Decreto-Lei nº 1.569, de 8 de agosto de 1977; no parágrafo único do art. 65 da
Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989; no § 1º do art. 18 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; no art. 68 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de
1996; e no art. 54 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, resolve:
Art. 1º Determinar:
I - a não inscrição na Dívida Ativa da União de débito de um mesmo devedor com a Fazenda Nacional de valor consolidado igual ou inferior a R$
1.000,00 (mil reais); e
II - o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00
(vinte mil reais).
§ 1º Os limites estabelecidos no caput não se aplicam quando se tratar de débitos decorrentes de aplicação de multa criminal.
§ 2º Entende-se por valor consolidado o resultante da atualização do respectivo débito originário, somado aos encargos e acréscimos legais ou
contratuais, vencidos até a data da apuração.
“ [...] Esclareça-se, por fim, que é inaplicável para estabelecimento da insignificância penal, por falta de base
legal, o valor de R$ 20.000,00, recentemente previsto no artigo 1º, II, da recente Portaria nº 75 do Ministério da
Fazenda, de 22/3/2012, publicada em 26/3/2012, que dispõe sobre a inscrição de débitos na Dívida Ativa e o AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. DESCAMINHO. PRINCÍPIO DA
ajuizamento de execuções fiscais pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Por esse dispositivo a Fazenda INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES. LEI N. 10.522/02.
Nacional ficou desonerada de ajuizar executivos fiscais se a dívida for igual ou inferior a R$ 20.000,00, mas se trata de VALOR ELIDIDO SUPERIOR A R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS). PORTARIA N.
norma de estatura inferior à da lei, desconhecendo-se na Lei nº 10.522/02 algum dispositivo que autorizasse o agente do 75/2012, DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. DESCABIMENTO. AGRAVO
Ministério da Fazenda a "manejar" valores para fins de persecução das dívidas. [...]” (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL REGIMENTAL IMPROVIDO.
DA 3ª REGIÃO - APELAÇÃO CRIMINAL Nº 0010369-33.2006.4.03.6108/SP - 2006.61.08.010369-0/SP RELATOR : I - A Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, apreciando a questão da aplicação do
Desembargador Federal JOHONSOM DI SALVO - D.E. Publicado em 14/8/2012) princípio da insignificância ao crime de descaminho, no julgamento do Recurso Especial
Representativo de Controvérsia n. 1.112.748/TO, sedimentou o entendimento segundo o qual
somente é cabível o reconhecimento do delito de bagatela aos débitos tributários que não
ultrapassem o teto de R$ 10.000,00 (dez mil reais), em conformidade com o art. 20 da Lei n.
10.522/2002.
EMENTA: PENAL. PROCESSO PENAL. DESCAMINHO. ART. 334 DO CÓDIGO PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. VALOR DOS
II - A Portaria n. 75, de 22 de março de 2012, do Ministério da Fazenda, não conduz à
TRIBUTOS ELIDIDOS. PIS/COFINS. MULTA E CORREÇÃO MONETÁRIA. NÃO INCLUSÃO. 1. Firmou-se na jurisprudência a aplicação do
princípio da insignificância ao crime de descaminho, nos termos do entendimento do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual é
conclusão diversa. Se a execução fiscal pode prosseguir por valor inferior a R$ 20.000,00
inadmissível que a conduta seja irrelevante para a Administração Fazendária e não o seja para o Direito Penal. 2. O parâmetro utilizado (vinte mil reais), consoante a disciplina legal, então tal montante não pode ser considerado
para a aferição da tipicidade material da conduta, no valor de R$ 10.000,00, tinha por base o art. 20 da Lei n° 10.522/2002 e a insignificante.
Portaria nº 49 do Ministério da Fazenda, de 1º/04/2004, e foi modificado pela Portaria nº 75 do Ministério da Fazenda, de 26/03/2012, III - In casu, o valor do tributo elidido é superior ao patamar fixado por esta Corte Superior.
que alterou para R$ 20.000,00 o valor para arquivamento das execuções fiscais, patamar que deve ser observado para os fins
IV - Agravo regimental improvido. (STJ: AgRg no HABEAS CORPUS Nº 216.368 – RS,
penais, nos termos da referida orientação jurisprudencial. 3. O montante dos impostos suprimidos deve considerar o Imposto de
Importação e o IPI, sem o cômputo do PIS e COFINS. Entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 4. A aferição do valor tributário
5ª Turma)
elidido, para fins de insignificância, não inclui encargos adicionados sobre aquele valor, como multas e atualização monetária.
Precedentes. (TRF4 5000128-43.2011.404.7002, Sétima Turma, Relator p/ Acórdão José Paulo Baltazar Junior, D.E. 10/07/2013)
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PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO. VALOR SONEGADO INFERIOR AO FIXADO NO ART. 20 DA
Princípio da insignificância: alteração de valores por portaria e execução fiscal
LEI 10.522/2002, ATUALIZADO PELAS PORTARIAS 75/2012 E 130/2012 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA.
A 2ª Turma, em julgamento conjunto, deferiu “habeas corpus” para restabelecer as sentenças de primeiro grau que, RETROATIVIDADE DA NORMA MAIS BENÉFICA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE.
com fundamento no CPP (“Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o PRECEDENTES. ORDEM CONCEDIDA. I - Nos termos da jurisprudência deste Tribunal, o princípio da
juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: ... III - que o fato narrado evidentemente não insignificância deve ser aplicado ao delito de descaminho quando o valor sonegado for inferior ao estabelecido
no art. 20 da Lei 10.522/2002, atualizado pelas Portarias 75/2012 e 130/2012 do Ministério da Fazenda, que, por se
constitui crime”), reconheceram a incidência do princípio da insignificância e absolveram sumariamente os
tratar de normas mais benéficas ao réu, devem ser imediatamente aplicadas, consoante o disposto no art. 5º, XL,
pacientes. Na espécie, os pacientes foram denunciados como incursos nas penas do art. 334, § 1º, d, c/c o § 2º,
da Carta Magna. II – Ordem concedida para restabelecer a sentença de primeiro grau, que reconheceu a incidência do
ambos do CP (contrabando ou descaminho). A Turma observou que o art. 20 da Lei 10.522/2002 determinava o
princípio da insignificância e absolveu sumariamente o ora paciente com fundamento no art. 397, III, do Código de
arquivamento das execuções fiscais, sem cancelamento da distribuição, quando os débitos inscritos como Processo Penal. (HC 122213 / PR, Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe-113 DIVULG 11-06-2014
dívidas ativas da União fossem iguais ou inferiores a R$ 10.000,00. Destacou que, no curso dos processos, PUBLIC 12-06-2014)
advieram as Portarias 75/2012 e 130/2012, do Ministério da Fazenda, que atualizaram os valores para R$
20.000,00. Asseverou que, por se tratar de normas mais benéficas aos réus, deveriam ser imediatamente aplicadas,
Habeas corpus. Processual Penal. Descaminho (CP, art. 334, § 1º, alínea d). Trancamento da ação penal. Pretensão à
nos termos do art. 5º, XL, da CF. Aduziu que, nesses julgados, além de o valor correspondente ao não recolhimento
aplicação do princípio da insignificância. Contumácia na conduta. Não cabimento. Ausência de constrangimento ilegal.
dos tributos ser inferior àquele estabelecido pelo Ministério da Fazenda, a aplicação do princípio da bagatela seria
Ordem denegada. 1. Não obstante a expressividade financeira do tributo em tese sonegado delituosamente pelo
possível porque não haveria reiteração criminosa ou introdução, no País, de produto que pudesse causar dano à paciente seja inferior ao patamar estipulado pelo art. 20 da Lei nº 10.522/02 - atualizado pelas Portarias nºs 75 e
saúde. Os Ministros Teori Zavascki e Cármen Lúcia concederam a ordem com ponderações. O Ministro Teori 130/12 do Ministério da Fazenda -, entendo não ser possível acatar a tese de irrelevância material da conduta
Zavascki salientou o fato de portaria haver autorizado e dobrado o valor da dispensa de execução. A Ministra praticada, tendo em vista que as informações presentes nos autos dão conta de que o ora paciente seria um
Cármen Lúcia observou que “habeas corpus” não seria instrumento hábil a apurar valores. HC 120620/RS e HC infrator contumaz na modalidade delituosa, ainda que, formalmente, não se possa reconhecer, na espécie, a
existência da reincidência. 2. Ordem denegada. (HC 121383 / PR, Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe-122
121322/PR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.2.2014. (HC-120620)
DIVULG 23-06-2014 PUBLIC 24-06-2014)
STJ CAMINHANDO PARA SEGUIR O STF STF: APLICAÇÃO RETROATIVA (INSIGNIFICÂNCIA NA DATA DO FATO OU DA
SENTENÇA)?
[...] Saliente-se, por oportuno, que a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, na sessão
PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO. VALOR SONEGADO
eletrônica iniciada em 22/11/2017 e finalizada em 28/11/2017, decidiu afetar os Recursos Especiais n.
1.709.029/MG e 1.688.878/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, a fim de propor a revisão da tese INFERIOR AO FIXADO NO ART. 20 DA LEI 10.522/2002, ATUALIZADO PELAS
firmada no Tema 157/STJ (REsp 1.112.748/TO), nos termos do art. 927, § 4º, do CPC e art. 256-S do PORTARIAS 75/2012 E 130/2012 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. PRINCÍPIO
RISTJ, com a seguinte questão submetida a julgamento: "Discute-se a revisão da tese fixada no REsp
DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICAÇÃO. PRECEDENTES. ORDEM CONCEDIDA. I -
n. 1.112.748/TO (representativo de controvérsia) - Tema 157, a fim de adequá-la ao entendimento
Nos termos da jurisprudência deste Tribunal, o princípio da insignificância deve ser
externado pela Suprema Corte, no sentido de considerar o parâmetro estabelecido nas Portarias
n. 75 e 130/MF (vinte mil reais) para aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários aplicado ao delito de descaminho quando o valor sonegado for inferior ao estabelecido no
federais e de descaminho". II - Contudo, imperioso destacar, não ser essa a questão envolvida no art. 20 da Lei 10.522/2002, com as atualizações feitas pelas Portarias 75 e 130, ambas do
presente recurso. Na hipótese dos autos, verifica-se que o valor de tributo suprimido é inferior ao até
Ministério da Fazenda. Precedentes. II – Mesmo que o suposto delito tenha sido
então admitido por esta Corte Superior. Afastou-se o princípio da insignificância, não pelo valor do tributo
praticado antes das referidas Portarias, conforme assenta a doutrina e
sonegado, repita-se, mas sim por verificar a habitualidade delitiva da ora agravante. III - Não é possível
a aplicação do princípio da insignificância ao crime de descaminho quando houver informações acerca jurisprudência, norma posterior mais benéfica retroage em favor do acusado. III –
da existência de outros procedimentos administrativos fiscais, indicando elevado grau de Ordem concedida para trancar a ação penal. (HC 139393 / PR, Min. RICARDO
reprovabilidade do comportamento do acusado e maior potencial de lesividade ao bem jurídico tutelado.
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe-089 DIVULG 28-04-2017 PUBLIC 02-05-
Precedentes. [...](AgRg no REsp 1694698 / RS, Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe
2017)
18/12/2017)
PATAMAR DA EXECUÇÃO FISCAL FEDERAL E TRIBUTOS DE ESTADOS/MUNICÍPIOS VALOR A SER CONSIDERADO PARA FINS DE BAGATELA
DIREITO PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CASO DE CRIMES RELACIONADOS A [...] 1. Definindo o parâmetro de quantia irrisória para fins de aplicação do princípio da
TRIBUTOS QUE NÃO SEJAM DA COMPETÊNCIA DA UNIÃO. insignificância em sede de descaminho, a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, no
julgamento do Recurso Especial Representativo de Controvérsia nº 1.112.748/TO, pacificou o
É inaplicável o patamar estabelecido no art. 20 da Lei 10.522/2002, no valor de R$ 10 mil, para se entendimento no sentido de que o valor do tributo elidido a ser objetivamente considerado é aquele
afastar a tipicidade material, com base no princípio da insignificância, de delitos concernentes a de R$ 10.000,00 (dez mil reais) previsto no artigo 20 da Lei nº 10.522/02, parâmetro que vem sendo
tributos que não sejam da competência da União. De fato, o STJ, por ocasião do julgamento do REsp utilizado para fins de aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a ordem tributária
1.112.748-TO, Terceira Seção, DJe 13/10/2009, submetido à sistemática do art. 543-C do CPC, em geral. 2. A consideração, na esfera criminal, dos juros e da multa em acréscimo ao valor
consolidou o entendimento de que deve ser aplicado o princípio da insignificância aos crimes referentes a do tributo sonegado, para além de extrapolar o âmbito do tipo penal implicaria em punição
débitos tributários que não excedam R$ 10 mil, tendo em vista o disposto no art. 20 da Lei 10.522/2002. em cascata, ou seja, na aplicação da reprimenda penal sobre a punição administrativa
Contudo, para a aplicação desse entendimento aos delitos tributários concernentes a tributos que não anteriormente aplicada, o que não se confunde com a admitida dupla punição pelo mesmo fato
sejam da competência da União, seria necessária a existência de lei do ente federativo competente, em esferas diversas, dada a autonomia entre elas. 3. O valor a ser considerado para fins de
porque a arrecadação da Fazenda Nacional não se equipara à dos demais entes federativos. Ademais, aplicação do princípio da insignificância é aquele fixado no momento da consumação do
um dos requisitos indispensáveis à aplicação do princípio da insignificância é a inexpressividade da lesão crime, vale dizer, da constituição definitiva do crédito tributário, e não aquele posteriormente
jurídica provocada, que pode se alterar de acordo com o sujeito passivo, situação que reforça a alcançado com a inclusão de juros e multa por ocasião da inscrição desse crédito na dívida
impossibilidade de se aplicar o referido entendimento de forma indiscriminada à sonegação dos tributos ativa. 4. Recurso improvido. (STJ: REsp 1306425 / RS, Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
de competência dos diversos entes federativos. Precedente citado: HC 180.993-SP, Quinta Turma, DJe MOURA, SEXTA TURMA, DJe 01/07/2014)
14
07/08/2019
DISCUSSÃO
EMENTA: PENAL. PROCESSO PENAL. DESCAMINHO. ART.
334 DO CÓDIGO PENAL. REITERAÇÃO DELITIVA. PRINCÍPIO
DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. Havendo elementos
A reiteração criminosa pode ser utilizada com vistas indicativos de reiteração delitiva na prática do descaminho,
DECISÃO: O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em desfavor de Gessi da Motta Xavier, dando-a como
incursa na sanção do artigo 334 do Estatuto Repressivo, por ter em 11.08.2004, introduzido no País mercadorias de
procedência estrangeira (com destinação comercial) avaliadas em R$ 1.278,99 elidindo totalmente o pagamento dos
impostos devidos pela regular importação (II e IPI) estimados pela Receita Federal em R$ 639,50 (fls. 05-6). O MM.
AI-QO 559904 / RS (STF - Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - 1ª turma - DJ 26-08-
Juiz a quo, aplicando o princípio da insignificância, rejeitou a denúncia, com apoio no artigo 43, inc. I, do CPP (fls.
2005 ) 34-6). Irresignado, o Parquet interpôs o presente recurso. Nas razões (fls. 39-42) aduz ser inaplicável o aludido
EMENTA: (...) Descaminho considerado como "crime de bagatela": aplicação do "princípio preceito pois "deve ser visto com a necessária cautela, não podendo ser erigido em escudo imunizante à conduta
da insignificância". Para a incidência do princípio da insignificância só se consideram ilícita praticada pelo denunciado eis que a pratica de forma habitual". (...) Com efeito o presente recurso
aspectos objetivos, referentes à infração praticada, assim a mínima ofensividade da versa exclusivamente sobre a aplicação do princípio da insignificância. É cediço
conduta do agente; a ausência de periculosidade social da ação; o reduzido grau de que o referido preceito destipificante tem larga utilização para afastar do direito
reprovabilidade do comportamento; a inexpressividade da lesão jurídica causada (HC 84.412, 2ª penal, fatos que não produzam relevante lesão a determinado bem jurídico. Assim,
T., Celso de Mello, DJ 19.11.04). A caracterização da infração penal como insignificante não exclui-se a tipicidade das condutas consideradas inexpressivas diante do ínfimo dano causado. Tal benefício,
abarca considerações de ordem subjetiva: ou o ato apontado como delituoso é insignificante, ou aliás, pode ser utilizado, independente - conforme decidiu o Supremo
não é. E sendo, torna-se atípico, impondo-se o trancamento da ação penal por falta de justa Tribunal Federal nos HCs nºs 77003 e 84.412 - dos aspectos subjetivos
causa (HC 77.003, 2ª T., Marco Aurélio, RTJ 178/310). IV. Concessão de habeas corpus de
(habitualidade criminosa) relacionados à propensão delitiva por parte do
ofício, para restabelecer a rejeição da denúncia.
agente. ... (TRF4, RSE 2007.71.18.001319-0, Oitava Turma, Relator Élcio Pinheiro de Castro, D.E.
16/09/2008)
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PACELLI ...
Mudança de orientação jurisprudencial, que, no caso de crimes societários,
entendia ser apta a denúncia que não individualizasse as condutas de cada
indiciado, bastando a indicação de que os acusados fossem de algum modo
responsáveis pela condução da sociedade comercial sob a qual foram
Denúncia Geral Denúncia Genérica
supostamente praticados os delitos. Precedentes: HC no 86.294-SP, 2a Turma, por
maioria, de minha relatoria, DJ de 03.02.2006; ...
HC 88600 / SP - (STF - 1ª Turma - DJ 09-03-2007) RHC 24515 / DF (STJ – 6ª TURMA - DJe 16/03/2009)
PROCESSO PENAL – HABEAS CORPUS – CRIME TRIBUTÁRIO – ATRIBUIÇÃO DO DELITO AOS MEMBROS
DA DIRETORIA, POR MERA PRESUNÇÃO - AUSÊNCIA DE VÍNCULO ENTRE UM DETERMINADO ATO E O
EMENTA: PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. FALTA DE JUSTA CAUSA.
RESULTADO CRIMINOSO. DENÚNCIA GENÉRICA E CONSAGRADORA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA –
CRIMES SOCIETÁRIOS. SONEGAÇÃO FISCAL. ART. 1º, I E II, DA LEI 8.137/90. ART. 151
RECURSO PROVIDO PARA DECLARAR A INÉPCIA FORMAL DA DENÚNCIA E A CONSEQUENTE NULIDADE
DA LEI 6.404/76. RETIRADA DE DIRETOR ADMINISTRATIVO DE SOCIEDADE ANÔNIMA.
DOS ATOS POSTERIORES. De nada adiantam os princípios constitucionais e processuais
CONTRATO DE ADIANTAMENTO PARA EXPORTAÇÃO FUTURA. REMESSA DE DINHEIRO
do contraditório, da ampla defesa, em suma, do devido processo legal na face
PARA O EXTERIOR. OPERAÇÃO REALIZADA APÓS A SAÍDA DO DIRETOR. ORDEM
CONCEDIDA. I - Falta justa causa para a ação penal quando o paciente demonstra não substantiva e processual, das próprias regras do estado democrático de direito, se
possuir, ao tempo da assinatura do contrato tido por irregular, poder de direção na permitido for à acusação oferecer denúncia genérica, vaga, se não se permitir a
empresa. II - Em que pese a possibilidade de oferecimento da denúncia sem a individualização da conduta de cada réu, em crimes plurissubjetivos. O simples fato de uma pessoa
discriminação precisa das individualizações de conduta, faz-se necessário pertencer à diretoria de uma empresa, só por só, não significa que ela deva ser
explicitar-se minimamente o nexo entre a conduta, o acusado e o resultado responsabilizada pelo crime ali praticado, sob pena de consagração da
ilícito. II - Ordem concedida.
responsabilidade objetiva repudiada pelo nosso direito penal. É possível atribuir aos
denunciados a prática de um mesmo ato (denúncia geral), porquanto todos dele participaram, mas não é possível
narrar vários atos sem dizer quem os praticou, atribuindo-os a todos, pois neste caso não se tem uma denúncia
geral, mas genérica. Recurso provido para declarar a inépcia da denúncia e a nulidade dos atos que lhe
sucederam.
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DISCUSSÃO
CRIMES SOCIETÁRIOS
Aplica-se o precedente mesmo se a conduta é
omissiva (Art. 168-A CP, Art. 2º II da Lei 8137/90)?
Lei 8137/90
Objeto Material
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Tema
TRIBUTOS ORÇAMENTO
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CONCLUSÃO
Tema
“A eventual modificação da alíquotas dos tributos que têm Lei penal no tempo e seus aspectos
caráter extrafiscal (I.I., I.E., IPI e IOF) ou mesmo a não
renovação de contribuições temporárias (C.P.M.F.) não induzem
à retroatividade benéfica descriminalizando a conduta.”
2003
Código Lei 4729/65 Lei 8137/90 2000
Crimes Crimes REFIS
Penal REFIS 2
1991 1995
1968
ABOLITIO CRIMINIS
ABOLITIO CRIMINIS
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18º Concurso para Procurador da República (2001) 18º Concurso para Procurador da República (2001)
98. X É CONDENADO POR FATO, CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO 98. X É CONDENADO POR FATO, CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO
QUE POSTERIORMENTE PERDE DETERMINADA NATUREZA, SUBSISTINDO, QUE POSTERIORMENTE PERDE DETERMINADA NATUREZA, SUBSISTINDO,
TODAVIA, POR NATUREZA DIVERSA. TODAVIA, POR NATUREZA DIVERSA.
b) ( ) a condenação sofrida não subsiste, preservado, todavia ao Ministério Público o b) ( ) a condenação sofrida não subsiste, preservado, todavia ao Ministério Público o
direito de persecução ante novo enquadramento; direito de persecução ante novo enquadramento;
d) ( ) em caso de abolitio criminis, o dever de indenizar, pelo cometimento do fato d) ( ) em caso de abolitio criminis, o dever de indenizar, pelo cometimento do fato
criminoso, perdura em seu caráter consequencial. criminoso, perdura em seu caráter consequencial.
OBSERVAÇÃO
LEI 8212/91 (Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras
providências)
d) deixar de recolher, na época própria, contribuição ou outra importância devida à Seguridade Social e
arrecadada dos segurados ou do público;
§ 1º No caso dos crimes caracterizados nas alíneas "d", "e" e "f" deste artigo, a pena será aquela
estabelecida no art. 5º da Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986, aplicando-se à espécie as disposições
constantes dos arts. 26, 27, 30, 31 e 33 do citado diploma legal.
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Lei 4729/65
Art. 2º. Extingue-se a punibilidade dos crimes previstos nesta lei quando o
agente promover o recolhimento do tributo devido, antes de ter início, na esfera
administrativa, ação fiscal própria.
No mesmo sentido:
Art. 14 da Lei 8137/90, Art. 34 da Lei 9249/95, Art. 15 da Lei 9964/2000 e Art. 9º
da Lei 10684/2003.
Lei 10684/2003
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos
arts. 1º e 2º da Lei nº 8137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em
que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no
CAUSA DE SUSPENSÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
regime de parcelamento.
A identificação do número de condutas praticadas punibilidade dos réus em face da prescrição pela pena aplicada
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DOUTRINA
IMPOSTO DE RENDA
ICMS
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
FATO
IMPONÍVEL
FATO TRIBUTAÇÃO
Venda de veiculo Venda de veiculo Venda de veiculo
IMPONÍVEL SOBRE
(1/04) (5/04) (30/04)
FALSA
NÃO PAGAR OU PAGAR A
DECLARAÇÃO
MENOR NO
DE
IMPORTAÇÃO
DESEMBARAÇO Vencimento do tributo
5/05
CRIME ÚNICO OU VÁRIOS CRIMES? ... CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. NOTA FISCAL "CALÇADA". ... CRIME
CONTINUADO. ÚMERO DE CRIMES. CONCURSO FORMAL. FUNÇÃO FAVORÁVEL AO
RÉU. OBRIGATORIEDADE.
... 2. Cuidando-se de ICMS, incidente em "operações relativas à circulação de
1ª CORRENTE – ANDREAS EISELE – PARA CADA FATO mercadorias" (artigo 2º, inciso I, da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de
1996), cada qual das reduções de tributo devido caracteriza o delito tipificado no artigo
IMPONÍVEL GERADOR DO DEVER DE PAGAR O TRIBUTO HÁ
1º, inciso I, da Lei 8.137/90. 3. Nada impede, em hipóteses tais, o reconhecimento do
UM CRIME. (STJ) concurso formal, se a conduta final, que dá lugar à supressão ou diminuição dos
tributos devidos, unifica as várias condutas-meio. 4. A caracterização de mais de um
concurso formal de crimes, na unidade do crime continuado, há de influir, favoravelmente ao
2ª CORRENTE – JOSÉ PAULO BALTAZAR – PARA CADA
réu, no quantum do aumento da continuação, porque certamente a sua extensão resta
COMPETÊNCIA HÁ UM CRIME, AINDA QUE HAJA VÁRIAS atenuada pelas unidades formais que a integram, sendo demasia ignorá-las e considerar
OPERAÇÕES. cada um dos crimes isoladamente, para, depois, somá-los e aplicar o grau máximo da
continuação. 5. Ordem concedida. (STJ: HC 34347 / RS, Rel. Min. Hamilton Carvalhido,
Sexta Turma, DJ 09.10.2006 p. 362)
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Tema
Crime continuado
e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e delitiva, mas sim reiteração delitiva, devendo ser aplicada a regra do
concurso material" (REsp 765.590/RS, Rel. Min. FELIX FISCHER, Quinta Turma, DJ
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos 29/5/06). [...] 4. Constatada a inexistência da identidade de condições de tempo,
lugar e modus operandi nas condutas delituosas, afasta-se a idéia de continuidade
como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só
delitiva para se acolher a tese da habitualidade ou profissionalismo na prática de
dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, crimes, circunstância que merece um tratamento penal mais rigoroso, tendo em vista
o maior grau de reprovabilidade. (...) 6. Recurso especial provido. (STJ: REsp
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 759991 / RS, 5ª TURMA, DJe 08/09/2008)
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que o Paciente praticou uma só conduta - utilização de notas fiscais frias - o disposto no art. 159, inciso I, da Carta da República. 3. Embora se perceba
resultado importou em dois delitos, atingindo duas ordens tributárias diferentes, a lesão aos entes municipal e estadual, destinatários de parte do produto da
estadual e a federal. 4. Como o Paciente, com a sua conduta, quis mais de um resultado, arrecadação, em face da repartição tributária, há crime único, revelando-se
há concurso formal e em havendo sentença definitiva em relação à sonegação do ICMS, presente a ofensa a ente federal e ensejando a competência da Justiça Federal.
aplicável a parte final do ART-82 do CPP-41, no sentido de que a unidade dos processos
4. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 3ª Vara da
só se dará ulteriormente, para efeito de soma ou unificação das penas. (TRF4, HABEAS
Subseção Judiciária de Uberlândia/MG, suscitado. (CC 43102 / MG, Ministro
CORPUS, 97.04.40045-4, Segunda Turma, Relator Jardim de Camargo, DJ
ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, DJ 02/03/2005 p. 184)
03/12/1997)
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Tema
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I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; Também foram denunciados dois servidores públicos, mas somente por uso
de documento falso. A Min. Relatora denegava a ordem de habeas corpus
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo entendendo prejudicada a discussão a respeito da prescrição da conduta
operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; imputada ao paciente. Mas a Turma, ao prosseguir o julgamento, por
maioria, concedeu a ordem nos termos do voto do Min. Nilson Naves,
declarando o estelionato absorvido pelo crime contra a ordem
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo prescrição da pretensão punitiva. Precedentes citados: HC 36.824-RR,
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio DJ 6/6/2005, e HC 40.762-PR, DJ 16/10/2006. HC 88.617-TO, Rel.
fraudulento: originária Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ-MG), Rel. para
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. acórdão Min. Nilson Naves, julgado em 17/6/2008.
prevista na Lei nº 8.137/90, art. 2º, IV. 2. Não se trata, pois, de obtenção de
vantagem ilícita, com induzimento ou manutenção de alguém em erro, CRIMES FUNCIONAIS
mediante artifício, ardil ou outro meio fraudulento, e sim de malversação
de recursos. 3. Ademais, deve o estelionato ser absorvido pelo desvio e/ou
apropriação, aquele previsto no Cód. Penal, este na Lei nº 8.137/90, tal e qual o
que ocorre quanto ao falso. Isso porque a lei nova substituiu a precedente, a que
sujeitava os responsáveis por infrações às penas previstas no art. 171 do Cód.
Penal; então, se uma substituiu a outra, prevalece a lei nova, e nela a figura penal
é autônoma, vale por completo e por si só. 4. Ordem concedida para se declarar o
estelionato absorvido pelo crime contra a ordem tributária, extinguindo-se,
conseqüentemente, a ação penal pela prescrição da pretensão
punitiva.
LEI 8137/90
LEI 8137/90
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou
n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição
social, ou cobrá-los parcialmente.
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em
razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;
Corrupção passiva
CÓDIGO PENAL
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo
ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
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sentido de que para configuração do cerceamento de defesa impenderia a demonstração de efetivo prejuízo sofrido com o
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
indeferimento da diligência.
fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4
RHC 108822/GO, rel. Min. Gilmar Mendes, 19.2.2013. (RHC-108822)
(quatro) anos, e multa.
Discussão
HC 83115 / SP (Relator(a): Min. GILMAR MENDES // Relator(a) p/ Acórdão: Min. CARLOS VELLOSO
HC-ED-ED 83115 / SP - SÃO PAULO (EMB.DECL.NOS EMB.DECL.NO HABEAS CORPUS)
julgamento: 04/05/2004 Órgão Julgador: Segunda Turma - DJ 18-03-2005)
Relator(a): Min. GILMAR MENDES - Julgamento: 12/12/2006 Órgão Julgador: Segunda Turma
EMENTA: Penal. Processual Penal. Habeas Corpus. Crime de uso de documento falso. Código Penal, art.
Publicação DJ 09-02-2007 PP-00053 EMENT VOL-02263-02 PP-00219
304 c/c art. 297, parágrafo único, e art. 92, I. Lei 8.137/90, art. 2º, I. I. - Inquérito STJ nº 300: ação
Parte(s) EMBTE.(S) : ROBERTO LUIZ RIBEIRO HADDAD / ADV.(A/S) : ANTONIO NABOR AREIAS
penal STJ nº 238/SP: uso de documento falso. Inquérito STJ nº 281: apuração de eventual
BULHÕES E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : JOÃO HENRIQUE CAMPOS FONSECA
enriquecimento ilícito no exercício do cargo. II. - O documento falso foi apresentado numa
EMBDO.(A/S) : CORTE ESPECIAL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
investigação que poderia resultar, em tese, em mais de um delito: o delito contra a ordem
tributária e possível ou possíveis delitos decorrentes de enriquecimento ilícito no exercício de
EMENTA: Embargos de declaração nos embargos de declaração em habeas corpus. 1. Diante do fato
cargo público. O pagamento do tributo não elide o crime de falso, por isso que, da investigação,
novo correspondente ao arquivamento do Inquérito no 281 (que tramitou perante o STJ) destinado a
em que o documento falso teria sido apresentado, poderia originar-se outro ou outros delitos,
apurar as repercussões criminais do suposto delito de enriquecimento ilícito, não é mais possível
decorrentes de enriquecimento ilícito, que o pagamento do tributo não elidiria. III. - Prematuro
reconhecer a plausibilidade da tese condutora do acórdão embargado. 2. A superveniência de falta
concluir, ademais, no julgamento do habeas corpus, que o crime de falso não pode ser tratado como crime
de justa causa para a apuração do crime de enriquecimento ilícito (Lei nº 8.429/1992, art.
autônomo. IV. - Exame de provas: impossibilidade no processo de habeas corpus. V. - H.C. indeferido.
9º) configura situação excepcional de constrangimento ilegal, que demanda, no caso
concreto, o trancamento da ação penal. 3. Possibilidade de reconhecimento de efeitos
infringentes a embargos de declaração. 4. Precedentes nos quais o STF admitiu a modificação de
julgados em sede de embargos declaratórios: Pet-AgR no 1.079-DF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
HC-ED 83115 / SP - (2ª Turma - Rel.: Min. CARLOS VELLOSO Julgamento: Pleno, unânime, DJ 26.04.1996; RHC-ED no 80.520-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, Segunda Turma, DJ
13/12/2005 - DJ 24-02-2006) 01.06.2001; e HC-ED no 79.446, Rel. Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, unânime, DJ 03.03.2000.
5. Embargos de declaração acolhidos no sentido de deferir a ordem de habeas corpus para
EMENTA: PROCESSUAL PENAL. PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. - trancar a ação penal instaurada em face do paciente (AP no 238 que tramita perante o STJ).
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(...) Nesse sentido, aduziu-se que, não obstante o falso servisse para, num primeiro momento,
(...) . Concluiu-se que, na espécie, a falsificação apurada teria
eximir os pacientes do pagamento de tributo devido pela pessoa jurídica de que eram sócios,
poderia a falsificação não se ter esgotado em tal fato penalmente relevante, haja ido além e, como tal, possuiria potencialidade lesiva mais
vista que o contrato regula situações jurídicas específicas da vida da sociedade e ampla, que transporia os limites do crime contra a ordem
não se predestina a permitir ao Fisco, por meio da desconsideração da
tributária. Ordem denegada, para que a autoridade policial, para
personalidade jurídica, executar os sócios. Assim, aduziu-se que a hipótese aventada
pela impetração não estaria incluída no caso clássico de crime contra a ordem tributária, além de crime contra a ordem tributária, cuja punibilidade está
com falso na contabilidade da empresa, preordenado a fraudar o Fisco, reduzindo ou
extinta, possa investigar outros eventuais ilícitos conseqüentes à
suprimindo o valor de tributo. Ademais, considerou-se possível a absorção do crime de
falsificação por delito contra a ordem tributária, se houver, naquele, finalidade e destino alteração contratual da empresa. Precedente citado: HC 84453/PB
específicos, voltados unicamente à prática de crime contra a ordem tributária. (DJU de
(DJU de 4.2.2005).
4.2.2005).
HC 91542/RJ, rel. Min. Cezar Peluso, 18.9.2007. (HC-91542) HC 91542/RJ, rel. Min. Cezar Peluso, 18.9.2007. (HC-91542)
Tema
DISCUSSÃO
Lei 8137/90
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o
disposto no art. 100 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
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IV – é pública e incondicionada a ação penal por crime de sonegação Ministério Público Federal, perante a Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro,
por sonegação fiscal e falsidade documental.
fiscal.
ADOLF, é sócio-gerente executivo e financeiro; BENITO, é sócio responsável pela produção;
VITORIA é sócia quotista da empresa “ESCONDENDO SE AVANÇA”, sediada no Rio de Janeiro, e
SADAN é o contador externo da mesma empresa, e nestas qualidades, seriam responsáveis pela
a) somente a I e a IV opções estão corretas.
sonegação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, nos seguintes períodos: ano-base
b) somente a II e a IV opções estão corretas.
2002/exercício fiscal 2003; ano-base 2003/exercício fiscal 2004 e ano-base 2004/exercício fiscal
c) somente a I opção está incorreta. 2005. (...)
d) nenhuma das opções anteriores.
2) Nulidade do processo por vício de iniciativa, pois o MPF instaurou inquérito sem que
houvesse representação fiscal para fins penais por parte da Receita.
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Lei 9249/95
MP 497/2010 DISCUSSÃO
Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem
tributária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e
aos crimes contra a Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, será
encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final, na esfera
administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente. PROMOVER O PAGAMENTO SIGNIFICA INICIAR OU
(Redação dada pela Medida Provisória nº 497, de 2010) QUITAR?
9.249/95, sendo desnecessário o pagamento integral Lei n.º 9.249/95, art. 34. 6. Na hipótese, o débito só foi quitado
após a confirmação da sentença pelo Tribunal de Justiça. 7. Habeas
do débito para tanto. II. Recurso provido para conceder a ordem,
corpus indeferido e cassada a liminar.
determinando o trancamento da ação penal movida contra os pacientes.
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TRF – 2ª REGIÃO
(...)
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CARACTERÍSTICAS DISCUSSÃO
Parcelamento de Pagamento
certos débitos O CITADO DISPOSITIVO INVOCA A MESMA
INTERPRETAÇÃO DADA PELO STF PARA O ART. 366 CPP
QUE TRATA DA SUSPENSÃO DO PROCESSO E DO PRAZO
Suspensão da DE PRESCRIÇÃO?
Pretensão Punitiva Extinção da
Punibilidade
Suspensão da
Prescrição
EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. REFIS. HOMOLOGAÇÃO PELO EMENTA: (...) 3. Nestas hipóteses, a solução está em se traçar um paralelo
COMITÊ GESTOR. SUSPENSÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO. INCIDÊNCIA DO ART. 15, entre a situação do réu antes e depois da lei nova, apurando-se quais
CAPUT E §1º, DA LEI Nº 9.964/00. NORMA PENAL MAIS BENÉFICA. INCONSTITUCIONALIDADE
seriam os resultados e conseqüências da aplicação da norma posterior,
INEXISTENTE. 1. Em matéria de direito intertemporal, a regra geral é para, a final, verificar qual a menos gravosa ao acusado. 4. Na espécie,
a da prevalência da lei do tempo do fato (tempus regit actum), não restam dúvidas de que é muito mais benéfico aos réus não sofrer os
salvo em se tratando de norma penal mais benigna, quando percalços de uma ação penal e, em cumprindo o acordado, ter extinta a
prevalece o princípio da retroatividade da lei (CF/88, art. 5º, XL punibilidade de seus atos, do que sujeitar-se a todo processo judicial a
e CP, art. 2º, parágrafo único). 2. Problema surge quando a norma posterior
fim de que não veja suspenso o prazo prescricional. 5. Não se pode dar ao art.
15 da lei do REFIS a mesma interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal quando do
favorece o réu em parte, prejudicando-o, todavia, em outra. É o que ocorre no caso em tela,
enfrentamento das inovações trazidas pela Lei nº 9.271/96, que alterou o artigo 366 do CPP. É
onde a Lei nº 9.964/00 estabelece a suspensão da pretensão punitiva do Estado, com suspensão
que, diferentemente do disposto no artigo 366 da Lei Penal Adjetiva, o artigo 15 da Lei do REFIS
da prescrição, para aqueles que forem incluídos no REFIS antes do recebimento da denúncia,
(conjugadas as previsões do caput, §§ 1º e 3º) tem o condão de gerar a extinção da
com a extinção da punibilidade ao final, quando quitado integralmente o débito. (TRF4, RSE
punibilidade do réu. Tal benesse não é, contudo, objeto do artigo 366 do CPP (Lei nº 9.271/96),
2001.71.00.030635-3, Turma Especial, Relator Fábio Bittencourt da Rosa, DJ
que apenas assegura ao estado a manutenção de seu jus puniendi. (...)
23/01/2002)
REFIS
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Art. 15. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts.
LEI No 10.684, DE 30 DE MAIO DE 2003.
1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e no art. 95 da Lei no 8.212, de 24 de julho de
1991, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver
incluída no Refis, desde que a inclusão no referido Programa tenha ocorrido antes do recebimento da Art. 1o Os débitos junto à Secretaria da Receita Federal ou à Procuradoria-
denúncia criminal.
Geral da Fazenda Nacional, com vencimento até 28 de fevereiro de 2003,
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão punitiva.
poderão ser parcelados em até cento e oitenta prestações mensais e
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se, também:
sucessivas.
I – a programas de recuperação fiscal instituídos pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, que adotem, no que couber,
normas estabelecidas nesta Lei; § 1o O disposto neste artigo aplica-se aos débitos constituídos ou não,
II – aos parcelamentos referidos nos arts. 12 e 13.
inscritos ou não como Dívida Ativa, mesmo em fase de execução fiscal já
§ 3o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, não
relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e
integralmente quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento.
contribuições sociais, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento
antes do recebimento da denúncia criminal.
SUPERREFIS
LEI 11941/2009
III – a inclusão da empresa relacionada com o agente no Programa de
Recuperação Fiscal – REFIS, de que trata a Lei nº 10.684/03, suspende a
Art. 1o Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas
pretensão punitiva do Estado e o curso da prescrição, pelo tempo
condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do
correspondente, referente aos crimes previstos nos arts. 1º e 2º da Lei
Brasil e os débitos para com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, inclusive o saldo
nº 8.137/90 e no art. 168 -A do Código Penal.
remanescente dos débitos consolidados no Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, de que trata a
Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial - PAES, de que trata a Lei no 10.684,
IV – extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no item III quando a
de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional - PAEX, de que trata a Medida Provisória no 303,
pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral de 29 de junho de 2006, no parcelamento previsto no art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e
dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive no parcelamento previsto no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, mesmo que tenham sido
acessórios, mesmo que isso ocorra depois do recebimento da denúncia. excluídos dos respectivos programas e parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do
aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI oriundos da
aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela
de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28
a) somente a III opção está correta.
de dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados.
b) somente a IV opção está correta.
c) somente a opção I está correta.
d) somente a III e a IV opções estão corretas.
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LEI 11.941/2009
LEI 11.941/2009
Discussão
Em voto-vista, o Min. Teori Zavascki acompanhou o Min. Ayres Britto, relator, para rejeitar os embargos e indeferir
o pleito de declaração de extinção da punibilidade. No que se refere à alegada prescrição da pretensão punitiva em
virtude de o embargante haver completado 70 anos de idade após o julgamento, aduziu que o termo ad quem do prazo
prescricional seria a data da sessão em que condenado o réu, e não a data do trânsito em julgado do acórdão condenatório. O
trânsito não seria ato constitutivo de condenação, mas apenas qualidade especial da sentença ou acórdão: sua imutabilidade.
Assim, seria somente requisito autorizador do início da execução, nos casos em que inadmissível execução provisória de
sentença condenatória — como na ação penal. Portanto, imposta a condenação no julgamento, estaria operada naquela data
a causa interruptiva da prescrição prevista no art. 117, IV, do CP. Qualquer fato superveniente a afetar esse prazo — como o
posterior aniversário do embargante — deveria ser considerado à luz do novo ciclo prescricional iniciado por força do art.
117, § 2º, do CP.
AP 516 ED/DF, rel. Min. Ayres Britto, 26.6.2013. (AP-516)
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No que se refere à suposta extinção da punibilidade pelo pagamento integral do tributo, o Min. Teori Zavascki reputou que a
regra inscrita no art. 9º, § 2º, da Lei 10.684/2003 — ao não estabelecer prazo para pagamento total do tributo devido — não
permitiria que essa quitação fosse feita após a condenação, inclusive. Entendeu que a norma cuidaria de extinção da pretensão
punitiva, e não executória. Assim, o pagamento autorizador da extinção da punibilidade seria aquele realizado até a data da
condenação. Esgotada essa fase jurisdicional, ter-se-ia o exercício da pretensão executória, em que despicienda a discussão. Por
BASES DA DISCUSSÃO NA AP 516:
sua vez, o Min. Gilmar Mendes proveu os embargos, nos termos do voto do Min. Dias Toffoli. Em seguida, ante o empate na votação,
deliberou-se, por maioria — tendo em vista questão de ordem suscitada pela defesa no sentido de que esse resultado deveria A POSSIBILIDADE DE QUE O PAGAMENTO NÃO SE LIMITE
privilegiar o réu —, suspender o julgamento, para aguardar-se o voto do Min. Celso de Mello. O Min. Luiz Fux, no ponto, salientou PELO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
que o julgamento ter-se-ia iniciado em sessões anteriores, de maneira que poderia continuar para colheita do voto de Ministro que
participara das demais assentadas. A Min. Rosa Weber destacou que, na AP 470/MG (DJe de 15.3.2013), as situações de empate que
naquela ocasião teriam acontecido decorreriam da composição do Pleno, incompleta por causa da aposentadoria de Ministros, o que
não seria o caso. O Min. Dias Toffoli sublinhou, ainda, a importância de a Corte fixar tese a respeito do tema, motivo pelo qual seria
relevante que todos os membros do STF votassem. Vencido o Min. Ricardo Lewandowski, que resolvia a questão de ordem para que
fosse aplicado o entendimento mais benéfico ao réu. Aduzia que o julgamento dos embargos integraria a ação penal, de modo que o
empate deveria favorecer o acusado, à luz da orientação firmada na AP 470/MG.
AP 516 ED/DF, rel. Min. Ayres Britto, 26.6.2013. (AP-516)
INTEIRO TEOR
“AÇÃO PENAL. Crime tributário. Tributo. Pagamento após o “Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa
recebimento da denúncia. Extinção da punibilidade. jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos
oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios” (artigo 9º, § 2º).
Decretação. HC concedido de ofício para tal efeito. Aplicação
O segundo deles reside na questão da igualdade: se o agente pode, a qualquer
retroativa do art. 9º da Lei federal nº 10.684/03, cc. art. 5º, XL, momento, parcelar o débito, suspendendo a punibilidade que, ao cabo do
da CF, e art. 61 do CPP. O pagamento do tributo, a qualquer parcelamento, será extinta, com maior razão a mesma extinção deve atingir aquele
que opta por, num só ato, pagar integralmente o débito. Tal qual ocorre
tempo, ainda que após o recebimento da denúncia, extingue a relativamente ao parcelamento, a nova disciplina dos efeitos jurídico-penais do
punibilidade do crime tributário.” (STF: HC nº 81.929/RJ pagamento, por ser mais benéfica, retroage atingindo todos os cidadãos que se
encontrem nesta situação, não importando, igualmente, o estágio processual
(Primeira Turma, Relator para o acórdão o Ministro Cezar
(art. 5º, XL, CF, art. 2º, CP)” (Heloísa Estellita, “Pagamento e Parcelamento nos
Peluso, DJ de 27/2/04) Crimes Tributários: a Nova Disciplina da Lei nº 10.684/03, in Boletim IBCCRIM, SP,
set. 2003, p. 2-3).
EMENTA Habeas corpus. Crime contra a ordem tributária. Aplicação do princípio da insignificância. Tese
não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça. Impossibilidade de conhecimento pela Suprema Corte.
Inadmissível supressão de instância. Precedentes. Não conhecimento do writ. Requerimento incidental
de extinção da punibilidade do paciente pelo pagamento integral do débito tributário constituído.
Possibilidade. Precedente. Ordem concedida de ofício. 1. Não tendo sido analisada pelo Superior
Tribunal de Justiça defesa fundada no princípio da insignificância, é inviável a análise originária desse
STF NÃO SE PRONUNCIOU QUE O PAGAMENTO POSSA pedido pela Suprema Corte, sob pena de supressão de instância, em afronta às normas constitucionais
SER FEITO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO, APENAS de competência. 2. Não se conhece do habeas corpus. 3. O pagamento integral de débito –
devidamente comprovado nos autos - empreendido pelo paciente em momento anterior ao
DEIXOU CLARO QUE, EM CERTOS CASOS, NÃO SE LIMITA trânsito em julgado da condenação que lhe foi imposta é causa de extinção de sua punibilidade,
PELO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA conforme opção político-criminal do legislador pátrio. Precedente. 4. Entendimento pessoal
externado por ocasião do julgamento, em 9/5/13, da AP nº 516/DF-ED pelo Tribunal Pleno, no
sentido de que a Lei nº 12.382/11, que regrou a extinção da punibilidade dos crimes tributários
nas situações de parcelamento do débito tributário, não afetou o disposto no § 2º do art. 9º da
Lei 10.684/03, o qual prevê a extinção da punibilidade em razão do pagamento do débito, a
qualquer tempo. 5. Ordem concedida de ofício para declarar extinta a punibilidade do paciente. (HC
116828 / SP, Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe-206 DIVULG 16-10-2013 PUBLIC 17-10-
2013)
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[...] A pretensão punitiva estatal e a prescrição penal ficam suspensas durante todo
o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente infrator estiver Sexta Turma
DIREITO PENAL. INOCORRÊNCIA DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO PAGAMENTO DO
adimplindo com o parcelamento de seus débitos oriundos de tributos e contribuições
DÉBITO PREVIDENCIÁRIO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO.
sociais junto à Fazenda Nacional. Com efeito, a norma em comento apenas tem
aplicabilidade enquanto ainda existente pretensão punitiva, ou seja, torna-se Nos crimes de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP), o pagamento do débito previdenciário
ineficaz - no que tange a suspensão da eficácia do título executivo judicial - o após o trânsito em julgado da sentença condenatória não acarreta a extinção da punibilidade. O art. 9º da Lei
10.684/2003 dispõe que: “É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1º e 2º
pagamento ou parcelamento dos débitos quando já existente a pretensão
da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
executória de sentença penal já transitada em julgado. 2. No caso dos autos, o
1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes
acórdão que deu parcial provimento à apelação criminal defensiva transitou em estiver incluída no regime de parcelamento. § 1º A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da
julgado em 11/11/2008 (fl. 25) e a empresa administrada pelos recorrentes apenas pretensão punitiva. § 2º Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica
relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais,
aderiu ao regime de parcelamento em 15/10/2009, após, portanto, o trânsito em
inclusive acessórios”. O referido dispositivo trata da extinção da punibilidade pelo pagamento da dívida antes do
julgado, devendo prosseguir normalmente a execução da decisão condenatória. 3.
trânsito em julgado da condenação, uma vez que faz menção expressa à pretensão punitiva do Estado. Dessa forma,
Recurso ordinário em habeas corpus a que se nega provimento.(RHC 29576 / não há que se falar em extinção da punibilidade pelo pagamento quando se trata de pretensão executória, como na
ES, MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, Data do Julgamento hipótese em análise. Precedente do STJ: RHC 29.576-ES, Quinta Turma, DJe 26/2/2014. Precedente do STF: QO na
AP 613-TO, Plenário, DJe 4/6/2014. HC 302.059-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
19/11/2013 Data da Publicação/Fonte DJe 26/02/2014)
5/2/2015, DJe 11/2/2015 (Informativo 556).
LEI 9430/96
Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tributária
previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a
Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal), será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão
LEIS 12350/2010 e 12.382/2011 final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente.
(Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)
INSTITUIÇÃO DE REGRAS PERMANENTES DE § 1o Na hipótese de concessão de parcelamento do crédito tributário, a representação fiscal para
fins penais somente será encaminhada ao Ministério Público após a exclusão da pessoa física ou
PARCELAMENTO E PAGAMENTO COM EFEITOS PENAIS
jurídica do parcelamento. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).
§ 2o É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes previstos no caput, durante o
período em que a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes
estiver incluída no parcelamento, desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado antes
do recebimento da denúncia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).
P.A.F.
§ 3o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão
punitiva. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).
curso, desde que não recebida a denúncia pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011). 9430/96
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
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CONFLITO CTN X LEIS DE PARCELAMENTO: fundamento de que se foi concedido o parcelamento da dívida, significa que o
Estado-credor entendeu pela ausência de dolo ou fraude na conduta dos acusados.
AFASTAMENTO DO DOLO
II. Incabível a aplicação de norma subsidiária em detrimento da lei específica reguladora da espécie,
na qual se prevê a possibilidade de parcelamento do débito tributário, sem qualquer menção à
existência ou não de dolo na conduta do acusado. III. "Se o artigo 15, da Lei n.º 9.964/2000 determina
a suspensão da pretensão punitiva estatal referente a determinados crimes, dentre os quais encontra-
se a apropriação indébita previdenciária, 'durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com
o agente dos aludidos crimes estiver incluída no Refis, desde que a inclusão do referido Programa
tenha ocorrido antes do recebimento da denúncia criminal', inequivocadamente, não está afastada
a hipótese de consumação do delito em casos como esse." IV. Incabível a hipótese de ofensa aos
arts. 154 e 155, § 1º, do CTN. V. Recurso desprovido.
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07/08/2019
DISCUSSÃO
São tributáveis, "ex vi" do art. 118, do Código Tributário Min. Relator acentuou que a conduta descrita, se penalmente punível, não há, pela falta de
especificidade, de ser punida como crime contra a ordem tributária. Admitindo-se tenha a
Nacional, as operações ou atividades ilícitas ou imorais, posto a
paciente tido em seu poder as quantias recebidas, não tinha ela o dever jurídico de
definição legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros, bem como da
declará-las às autoridades fazendárias. A admissão implicaria auto-
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. - Não constitui "bis in idem" a acusação e, também, o contra-senso de ter por sanado o caráter ilícito do
instauração de ação penal para ambos os crimes, posto caracterizados fato uma vez recolhido o tributo. Se houve ou há crime, não se trata de
peculato e sonegação fiscal, reduzindo-se, porém, a pena para o algum dos definidos na Lei n. 8.137/1990. O caso não é de suprimir ou
segundo crime à vista das circunstâncias judiciais. - Recurso conhecido e reduzir tributo, isso porque não havia tributo exigível; se houvesse a exigência,
provido.(STJ: REsp 182563/RJ, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, Quinta Turma, DJ estar-se-ia tributando o ilícito e isso, evidentemente, não é admissível. Com essas
23.11.1998 p. 198) considerações, a Turma concedeu a ordem para trancar a ação penal. HC 55.217-RR, Rel.
Min. Nilson Naves, julgado em 20/6/2006.
É possível a incidência de tributação sobre valores arrecadados em virtude de atividade ilícita, consoante
EMENTA: Sonegação fiscal de lucro advindo de atividade criminosa: o art. 118 do CTN (“Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II
"non olet". Drogas: tráfico de drogas, envolvendo sociedades
- dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos”). Com base nessa orientação, a 1ª Turma conheceu parcialmente de
comerciais organizadas, com lucros vultosos subtraídos à habeas corpus e, na parte conhecida, por maioria, denegou a ordem. Na espécie, o paciente fora
contabilização regular das empresas e subtraídos à declaração de condenado pelo crime previsto no art. 1º, I, da Lei 8.137/1990 (“Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária
suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir informação, ou
rendimentos: caracterização, em tese, de crime de sonegação prestar declaração falsa às autoridades fazendárias”) e sustentava a atipicidade de sua conduta, porque inexistiria
fiscal, a acarretar a competência da Justiça Federal e atrair pela obrigação tributária derivada da contravenção penal do jogo do bicho (Decreto-Lei 6.259/44, art. 58). O Min.
Dias Toffoli, relator, assinalou que a definição legal do fato gerador deveria ser interpretada com abstração da validade jurídica da
conexão, o tráfico de entorpecentes: irrelevância da origem ilícita, atividade efetivamente praticada, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Ressaltou que a possibilidade de
tributação da renda obtida em razão de conduta ilícita consubstanciar-se-ia no princípio do non olet. Assim, concluiu que o réu
mesmo quando criminal, da renda subtraída à tributação. A praticara sonegação fiscal, porquanto não declarara suas receitas, mesmo que resultantes de ato contravencional. O Min. Luiz Fux
exoneração tributária dos resultados econômicos de fato aludiu ao caráter sui generis da teoria geral do direito tributário. Acrescentou que seria contraditório o não-pagamento do imposto
proveniente de ato ilegal, pois haveria locupletamento da própria torpeza em detrimento do interesse público da satisfação das
criminoso - antes de ser corolário do princípio da moralidade - necessidades coletivas, a qual se daria por meio da exação tributária. Vencido o Min. Marco Aurélio, que concedia a ordem por
entender que recolhimento de tributo pressuporia atividade legítima. Precedente citado: HC 77530/RS (DJU de 18.9.98). HC
constitui violação do princípio de isonomia fiscal, de manifesta 94240/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 23.8.2011. (HC-94240)
inspiração ética.
39
07/08/2019
DISCUSSÃO
Habeas corpus. Penal e processual penal. Crime de estelionato. Impossibilidade de aplicação analógica do
art. 34 da Lei nº 9.249/95 e da Súmula nº 554 do STF. 1. Inviável a pretendida aplicação analógica
do art. 34 da Lei 9.249/95, obstada pelos princípios da legalidade e da especialidade, sendo certo
que a analogia pressupõe uma lacuna involuntária. 2. A Súmula nº 554 do Supremo Tribunal Federal não se
É possível à falta de previsão legal aplicar a causa de
aplica ao crime de estelionato na sua forma fundamental: "Tratando-se de crime de estelionato, previsto no art. 171,
extinção da punibilidade pelo pagamento ao 'caput', não tem aplicação a Súmula 554-STF" (HC nº 72.944/SP, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ 8/3/96). A
orientação contida na Súmula nº 554 é restrita ao estelionato na modalidade de emissão de cheques sem suficiente
descaminho da Lei 9249/95 ou de outros programas de
provisão de fundo, prevista no art. 171, § 2°, inc. VI, do Código Penal (Informativo n° 53 do STF). 3. A reparação do
parcelamento? dano antes da denúncia é tão-somente uma causa de redução da pena, nos termos do art. 16 do Código Penal, e não
uma causa de excludente de culpabilidade. 4. Não cabe acolher a prescrição da pena de multa considerando que
mesmo no estelionato privilegiado (art. 171, § 1º, do CP) possível é a aplicação de pena de detenção em substituição à
de reclusão ou a diminuição de um a dois terços (art. 155, § 2º, do CP). Entendendo o Juiz de aplicar a pena de multa,
então, poderá no mesmo ato conhecer a prescrição. 5. Habeas corpus denegado. Ordem concedida de ofício para que
o Juízo aprecie a impetração com base no art. 171, § 1º, do Código Penal.
II - A Lei nº 9.249/95 é taxativa ao estabelecer no caput do art. 34 “... 3. Inaplicável crime de descaminho, o tratamento dados aos crimes
a extinção da punibilidade do agente que promover o pagamento contra a ordem tributária, consoante a letra do artigo 34, da Lei 9249/95
que restringe expressamente sua incidência aos crimes previstos nas Leis
do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do
8137/90 e 4729/64. 4. Ordem parcialmente conhecida e, no ponto,
recebimento da denúncia. apenas em relação aos crimes definidos
denegada.”
na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e na Lei nº 4.729, de
14 de julho de 1965, não podendo, por isso mesmo, ser aplicada
ao delito de descaminho previsto no art. 334 do Código Penal.
Recurso desprovido.
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07/08/2019
HC 85942 / SP (STF – 1ª TURMA - Relator(a): Min. LUIZ FUX - DJe-146 DIVULG 29-07-2011 PUBLIC 01-08-2011)
DESCAMINHO. PAGAMENTO. TRIBUTO. ANTERIORIDADE. OFERECIMENTO. DENÚNCIA. Parte(s) PACTE.(S) : FÁBIO BUSSAB SALIBA - IMPTE.(S) : SÉRGIO ROSENTHAL E OUTRO(A/S) -
As pacientes são acusadas de descaminho em razão de suposta compra de roupas íntimas pelos Correios. A res foi avaliada em COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
oito mil e cinqüenta e seis dólares americanos e teria sido comprada por uma amiga numa das tradicionais queimas de estoque
Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. DESCAMINHO (ART. 334, § 1º, ALÍNEAS “C” E “D”, DO CÓDIGO PENAL).
das lojas da cidade norte-americana de Miami. Sendo a impetração do presente writ anterior à aceitação da proposta de
PAGAMENTO DO TRIBUTO. CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE. ABRANGÊNCIA PELA LEI Nº 9.249/95. NORMA
suspensão condicional do processo, não se configura um óbice à analise do mérito pela Sexta Turma. Para o deslinde PENAL FAVORÁVEL AO RÉU. APLICAÇÃO RETROATIVA. CRIME DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. 1. Os tipos de
descaminho previstos no art. 334, § 1º, alíneas “c” e “d”, do Código Penal têm redação definida pela Lei nº 4.729/65. 2.
da questão jurídica apresentada no presente remédio heróico, é imprescindível o
A revogação do art. 2º da Lei nº 4.729/65 pela Lei nº 8.383/91 é irrelevante para o deslinde da controvérsia, porquanto,
cotejo analítico de dois tipos penais: sonegação fiscal e descaminho. A Min. Relatora na parte em que definidas as figuras delitivas do art. 334, § 1º, do Código Penal, a Lei nº 4.729/65 continua em pleno
vigor. 3. Deveras, a Lei nº 9.249/95, ao dispor que o pagamento dos tributos antes do recebimento da denúncia
entendeu que, no caso, pode-se colher de empréstimo o espírito normativo da Lei n.
extingue a punibilidade dos crimes previstos na Lei nº 4.729/65, acabou por abranger os tipos penais descritos
10.684/2003, pois dispõe de idêntica raiz exegética. Tal diploma deixou suficientemente clara a no art. 334, § 1º, do Código Penal, dentre eles aquelas figuras imputadas ao paciente – alíneas “c” e “d” do § 1º.
existência de outros tipos penais de cariz tributário além daqueles presentes na Lei n. 8.137/1990, destacando pontualmente
4. A Lei nº 9.249/95 se aplica aos crimes descritos na Lei nº 4.729/65 e, a fortiori, ao descaminho previsto no art. 334, §
1º, alíneas “c” e “d”, do Código Penal, figura típica cuja redação é definida, justamente, pela Lei nº 4.729/65. 5. Com
no CP os crimes previdenciários, prevendo-se também hipótese de extinção de punibilidade em razão do prévio pagamento do
efeito, in casu, quando do pagamento efetuado a causa de extinção da punibilidade prevista no art. 2º da Lei nº
débito. Assim, pode-se concluir que o crime de descaminho é intrinsecamente tributário, ou seja,
4.729/65 não estava em vigor, por ter sido revogada pela Lei nº 6.910/80, sendo certo que, com o advento da Lei nº
tutela-se o direito que o Estado tem de instituir e cobrar impostos e contribuições. (...) verificou-se 9.249/95, a hipótese extintiva da punibilidade foi novamente positivada. 6. A norma penal mais favorável aplica-
empate na votação. Prevalecendo a decisão mais favorável às rés, a Turma conheceu do pedido de habeas corpus e se retroativamente, na forma do art. 5º, inciso XL, da Constituição Federal. 7. O crime de descaminho, mercê de
tutelar o erário público e a atividade arrecadatória do Estado, tem nítida natureza tributária. 8. O caso sub judice
concedeu a ordem. HC 48.805-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/6/2007.
enseja a mera aplicação da legislação em vigor e das regras de direito intertemporal, por isso que dispensável
incursionar na seara da analogia in bonam partem. 9. Ordem CONCEDIDA.
DISCUSSÃO
APLICABILIDADE DE DISPOSITIVOS COMO O ART. 9º DA LEI É possível a aplicação do Art. 9º da Lei 10684/2003 a crimes
10684/2003 (LEI 11941/2009) A CRIMES PATRIMONIAIS patrimoniais cometidos sem violência ou grave ameaça
COMETIDOS SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA (furto, apropriação indébita, receptação, ...) afastando o Art.
16 CP?
CONTROVERTIDO
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HC 93893 / SP (STJ – 6ª TURMA - Relator(a) Ministro NILSON NAVES - DJe RHC 21489 / RS (STJ – 6ª TURMA - Relator(a) Ministro NILSON NAVES
30/06/2008) DJe 24/03/2008)
Cheque/estelionato (Cód. Penal, art. 171, § 2º, VI). Dívida (pagamento). Ação
(não-prosseguimento). Punibilidade (extinção). Insignificância (caso). 1. A ação Ementa Estelionato (Cód. Penal, art. 171). Denúncia (defeito/impropriedade
penal não há de ir para a frente em caso que tal, mesmo que o pagamento do formal). Prejuízo (pagamento). Punibilidade (extinção). 1. É defeituosa a
cheque se tenha verificado após o recebimento da denúncia. 2. Ainda em caso tal, denúncia em que se não expõem, às claras, as diversas participações no
bem como em casos assemelhados, é lícito entender que se extingue a fato – estelionato. 2. Caso em que, quanto à formalidade, decidiu a Turma
punibilidade pelo pagamento da dívida (por exemplo, RHC-21.489). 3. Segundo unanimemente. 3. O pagamento da denominada vantagem ilícita antes
o Relator, lícito ainda é se invoque o princípio da insignificância diante da do recebimento da denúncia é causa de extinção da punibilidade.
reparação do dano, de modo que se exclua da tipicidade penal fatos Inteligência e aplicação analógica de textos como os dos arts. 34 da Lei
penalmente insignificantes. 4. Habeas corpus deferido – extinção da ação penal. nº 9.249/95 e 9º da Lei nº 10.684/03, bem como o da Súmula 554/STF. 4.
Caso em que, quanto à extinção da punibilidade, o Relator ficou
vencido. 5. Recurso ordinário provido em parte – imperfeição formal da
denúncia –, com extensão da ordem.
DISCUSSÃO
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Tema
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Lei 4729/65
Dolo Específico
RHC 11816 / MG (STJ – 6ª Turma - DJ 18.03.2002 p. 302) […] O elemento subjetivo do tipo para configuração do crime do art. 1º, inciso I, da
PENAL. HABEAS CORPUS. DENÚNCIA. ART. 41 DO CPP. DELITOS Lei 8.137/90 é o dolo genérico, ou seja, basta que o agente pretenda, mediante
SOCIETÁRIOS. EXAME DE PROVA. IMPROPRIEDADE DO WRIT. CRIME sua conduta fraudulenta, suprimir ou reduzir tributos dos cofres públicos. Não há
CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. LEI 8.137/90. PARCELAMENTO DO necessidade de configuração de qualquer especial fim de agir para que a conduta
DÉBITO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. seja considerada típica, antijurídica e culpável. […] (TRF4, ACR 5015180-
Em sede de crime contra a ordem tributária, ocorre a extinção da 62.2014.4.04.7200, OITAVA TURMA, Relator LEANDRO PAULSEN, juntado
punibilidade com a concessão do parcelamento da dívida pela Administração aos autos em 14/12/2017)
antes do recebimento da denúncia, nos termos do art. 14, da Lei nº 8.137,
de 1990, revigorado pelo art. 34, da Lei nº 9.249, de 1995. […] Ademais, para configuração do crime de sonegação fiscal, por se tratar de tipo
-Para a caracterização do crime em tela, é necessária a presença do múltiplo, basta a omissão de informações ou prestar declaração falsa à autoridade
dolo específico, ou seja, o ânimo de furtar-se ao cumprimento da fazendária, com decorrente redução de tributo, sem que haja a necessidade de se
obrigação tributária, inexistente na hipótese em que o contribuinte indagar se houve ou não a intenção especial do acusado em reduzir tributo. Ou
celebra com a Administração acordo de pagamento parcelado da seja, a conduta de omitir a informação ou de informar à autoridade fazendária
dívida, resultando atípica a conduta imputada. - Recurso ordinário dados imprecisos e inidôneos a fim de suprimir tributos, demonstra a intenção de
provido. Habeas-corpus concedido. sonegar. […] (TRF4, ACR 5035781-69.2012.4.04.7100, SÉTIMA TURMA,
Relatora SALISE MONTEIRO SANCHOTENE, juntado aos autos em
12/12/2017)
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Sonegação fiscal. Art. 1º, IV, da Lei 8.137/90. Perícia contábil. Desnecessidade. Elemento
subjetivo. Dolo eventual. ""A falta de inquérito policial ou de perícia contábil não impede o
oferecimento de denúncia por crime de sonegação fiscal, ou contra a ordem tributária, uma vez que
a peça acusatória pode sustentar-se em levantamento fiscal relativo à materialidade do crime e
indícios suficientes da sua autoria. Ademais, inclusive por não ser condição de procedibilidade, a
Tema
prova pericial, se necessária, pode ser produzida no curso da ação penal"".
- ""Inócua se apresenta a tentativa de afastar o dolo. Mesmo porque, se antes ignorava a Consumação
falsidade da documentação, com a divulgação dos atos declaratórios obrigava-se o acusado a
efetuar a devida compensação, o que não fez, caracterizando-se a má-fé, a deliberada e
consciente intenção de lesar o fisco. É caso típico de locupletação às custas do erário,
consistindo o dolo na utilização de fraude para o resultado ilícito. É o enriquecimento sem causa, em
prejuízo dos cofres públicos estaduais"".""Não se pode olvidar, por outro lado, que o preceito
básico do delito em exame, ao se referir a documento que o agente saiba ou deva saber falso,
está a demonstrar que basta à sua configuração tão somente o dolo eventual. (TJMG:
PROCESSO 1707488 MG 1.0000.00.170748-8/000(1), DES. JOSÉ ARTHUR, PUBLICAÇÃO
07/04/2000)
Tema
Os crimes do Art. 1º da Lei 8137/90 são materiais e
como tais somente se consumam quando verificado o
Tentativa
resultado supressão ou redução do tributo.
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1ª Corrente – (Maj.) BALTAZAR, EISELE e DELMANTO – PENAL. ESFERAS. INDEPENDÊNCIA. TRIBUTO. ISENÇÃO. REGRA NÃO ABSOLUTA. LEI Nº
8.137/90. MATERIALIDADE. OMISSÃO DE RECEITA BRUTA. EMISSÃO DE DOCUMENTOS
Admissível em tese Art. 2º I.
FISCAIS. AUTORIA. ENQUADRAMENTO. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS. PENA-BASE.
DIMINUIÇÃO. CONTINUIDADE. DIA-MULTA.
...
2ª Corrente – LOVATO - o Art. 2º recai sobre objetos
5. O que diferencia a incidência das hipóteses previstas no art. 1º da Lei
materiais específicos, não sendo a fórmula genérica da nº 8.137/90 da aplicação do art. 2º, inciso I, do mesmo diploma legal,
tentativa. é que no primeiro tipo há a exigência de supressão ou redução de
tributo ao passo que no segundo basta o intento de eximir-se do
adimplemento para o correto enquadramento. Precedentes do TRF-4ª
Região.
...
Tema
CONCLUSÃO
Tema
ASSIM OU OCORRE O RESULTADO SONEGAÇÃO E O
CRIME É O DO ART. 1º, OU NÃO SERÁ POSSÍVEL
QUALQUER REPRIMENDA PENAL PELA MERA Natureza do Processo Administrativo Fiscal:
TENTATIVA. Condição Objetiva de Punibilidade ou Elemento
Normativo do Tipo.
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EMENTA: I. Crime material contra a ordem tributária (L. 8137/90, art. 1º): CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
lançamento do tributo pendente de decisão definitiva do processo
administrativo: falta de justa causa para a ação penal, suspenso, porém, o curso da
CAPÍTULO II - Constituição de Crédito Tributário - SEÇÃO I - Lançamento
prescrição enquanto obstada a sua propositura pela falta do lançamento definitivo. 1. Embora não
condicionada a denúncia à representação da autoridade fiscal (ADInMC 1571), falta justa causa para a
ação penal pela prática do crime tipificado no art. 1º da L. 8137/90 - que é material ou de resultado -,
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o
enquanto não haja decisão definitiva do processo administrativo de lançamento, quer se
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
considere o lançamento definitivo uma condição objetiva de punibilidade
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
ou um elemento normativo de tipo. 2. Por outro lado, admitida por lei a obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
extinção da punibilidade do crime pela satisfação do tributo devido, montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso,
antes do recebimento da denúncia (L. 9249/95, art. 34), princípios e garantias propor a aplicação da penalidade cabível.
constitucionais eminentes não permitem que, pela antecipada propositura da ação penal, se subtraia do
cidadão os meios que a lei mesma lhe propicia para questionar, perante o Fisco, a exatidão do
lançamento provisório, ao qual se devesse submeter para fugir ao estigma e às agruras de toda sorte do Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e
processo criminal. 3. No entanto, enquanto dure, por iniciativa do contribuinte, o obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
processo administrativo suspende o curso da prescrição da ação penal
por crime contra a ordem tributária que dependa do lançamento
definitivo.
MODALIDADES DE LANÇAMENTO
A atividade tributária
é vinculada
A decisão administrativa Direito de pagar antes da denúncia
é
MPF questão prejudicial
heterogênea
Juízo sobre o crime é
do MP (Art. 129 I CF)
Devido Processo Legal Administrativo
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07/08/2019
Sentença de Falência
Art. 7º, §2º, letra “a” CP (Extrateritorialidade Condicionada)
Lançamento
Fato por
Gerador Homologação
Crédito
Tributário
O pagamento
não é indevido
STJ (1ª Turma) - RESP 666198 / PR - TRIBUTÁRIO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR
Obrigação Tributária
HOMOLOGAÇÃO, DECLARADOS E NÃO PAGOS PELO CONTRIBUINTE. NASCIMENTO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO.
Lançamento
1. Os tributos sujeitos ao lançamento por homologação constituem regra tributária na legislação
brasileira. Sua forma de apuração, em linhas gerais, se dá a partir da iniciativa do contribuinte que,
observando o prazo e forma de recolhimento legalmente previstos, calcula o montante por ele devido e Fato Gerador
efetua o pagamento, independentemente de ato prévio da autoridade administrativa, a quem a lei
outorga o poder-dever de fiscalizar a atuação do sujeito passivo, concedendo-lhe, para tanto, o prazo
de cinco anos para aferição da exatidão do pagamento. Exigibilidade
2. Conseqüentemente, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação o crédito
tributário nasce, por força de lei, com o fato gerador, e sua exigibilidade não se condiciona a
ato prévio levado a efeito pela autoridade fazendária.
3. Declarado o débito e efetivado o pagamento, ainda que a menor, não se afigura legítima a recusa,
ESTADO CONTRIBUINTE
pela autoridade fazendária, da expedição de CND antes da apuração prévia do montante a ser
recolhido. Isto porque, conforme dispõe a legislação tributária, o valor remanescente, não pago pelo
contribuinte, pode ser objeto de apuração mediante lançamento.
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07/08/2019
TRF – 4ª REGIÃO
SÚMULA 78
STF
49
07/08/2019
(...) 2. A finalidade da norma penal contida no art. 1º da Lei n. 8.137/90, é reprimir a conduta de quem
deixa de pagar o tributo devido por meio de informações ou declarações falsas, inserção de elementos
TRF – 2ª REGIÃO inexatos em livro ou documentação fiscal, falsificação de documentos relativos a operações tributárias e
utilização destes documentos, de modo a, pelo menos, adentrar o iter criminis do delito material do
qual se trata. Não se limita, ela, a apenas exigir o cumprimento da obrigação tributária econômica.
3. Somente a autoridade judiciária - especializada em matéria criminal - será
competente para definir a conduta típica; ilícita e culpável consistente nos crimes
contra a ordem tributária em todas as suas vertentes: material consumado; tentado ou
formal do art. 2º da Lei nº 8.137/90, não havendo, por isso, "usurpação" da
competência da Administração, prevista no art. 142 do CTN. (...) (TRF2, 1ª Turma
Especializada, HC 2004.02.01.012398-3/ES, Rel. Des. Fed. Abel Gomes, un, DJU 25.08.05).
(...) 4. Por mais que o lançamento traga a certeza sobre a existência do conteúdo da obrigação INEXISTÊNCIA DE TRANSCURSO DO LAPSO PRESCRICIONAL DEPURADOR DA PRETENSÃO
tributária, não é ele que busca a certeza sobre a existência do emprego de algum dos meios PUNITIVA ENTRE OS MARCOS INTERRUPTIVOS – PRELIMINAR REJEITADA – MÉRITO – CRIME
fraudulentos previstos nos incisos do art. 1º da Lei n. 8.137/90. 5. São características das TRIBUTÁRIO EM CONTINUIDADE DELITIVA – RÉUS QUE ESCRITURARAM TRANSAÇÕES
condições objetivas de punibilidade: situarem-se fora do crime e do dolo do agente. INEXISTENTES DE COMPRA DE COMBUSTÍVEL PARA CRÉDITO INDEVIDO DE ICMS,
Além disso, não devem guardar nenhuma relação - direta ou indireta - com a conduta RESULTANDO EM SUPRESSÃO DE TRIBUTO MEDIANTE FRAUDE À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA –
típica objetiva e subjetiva. O pronunciamento definitivo da Administração sobre o IMPOSSIBILIDADE DE ACOLHIMENTO DA PRETENSÃO ABSOLUTÓRIA – MATERIALIDADE E AUTORIA
conteúdo da obrigação tributária diz respeito a elementar do tipo penal e não pode ser COMPROVADAS NO CURSO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL – CONSISTENTE ARCABOUÇO PROBATÓRIO
equiparado à condição objetiva de punibilidade. Afinal, definir o conteúdo da prestação
DENOTANDO A FRAUDE EMPREGADA PARA A SUPRESSÃO DE TRIBUTO – ELEMENTO SUBJETIVO DO
devida - tributo - suprimido ou reduzido, por ter sido empregada a fraude, é adentrar o exame de
TIPO COMPROVADO – CONDENAÇÃO MANTIDA – DOSIMETRIA INALTERADA – O EXPRESSIVO VALOR
sua elementar típica. (...) 8. Não se reconhece no pronunciamento definitivo da
DO PREJUÍZO AOS COFRES PÚBLICOS, QUE SE ACERCOU À DEZENA DE MILHÕES DE REAIS,
Administração sobre o crédito tributário derivado de fraude no pagamento de tributos,
FUNDAMENTA O AUMENTO PREVISTO NO ART. 12, INCISO I, DA LEI Nº 8.137/90 – PRECEDENTE DO
nenhuma das condições previstas em lei para o exercício da ação penal, de que trata o
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – REGIME INTERMEDIÁRIO IMPOSITIVO FRENTE AO QUANTUM DE
art. 43, III, última parte do CPP. Precedentes do STJ. 9. Ordem denegada. (TRF2, 1ª Turma
PENA APLICADO – REJEITADA A PRELIMINAR, RECURSOS DESPROVIDOS, DETERMINANDO-SE A
Especializada, HC 2004.02.01.012398-3/ES, Rel. Des. Fed. Abel Gomes, un, DJU
25.08.05).
EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO APÓS O ESGOTAMENTO DOS RECURSOS ORDINÁRIOS NESTA
INSTÂNCIA. (TJSP; Apelação Criminal 0001307-17.2009.8.26.0311; Relator (a): Euvaldo Chaib; Órgão
Julgador: 4ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Junqueirópolis - Vara Única; Data do Julgamento:
30/07/2019; Data de Registro: 31/07/2019)
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MPSP/2019
HELOISA E. SALOMÃO
Lançamento
TEMA
Exigibilidade
PRESCRIÇÃO E CONSUMAÇÃO
Crime
Condição objetiva Elemento do tipo (normativo) Condição objetiva Elemento do tipo (normativo)
PAF
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07/08/2019
“No entanto, enquanto dure, por iniciativa do EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME TRIBUTÁRIO. PENDÊNCIA
contribuinte, o processo administrativo suspende DE PROCESSO ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE
o curso da prescrição da ação penal por crime CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
contra a ordem tributária que dependa do FALTA DE JUSTA CAUSA PARA A AÇÃO PENAL. A sonegação
lançamento definitivo.” (HC 81611/DF) fiscal, sendo crime material, somente se consuma com a
constituição definitiva do crédito tributário. Demonstrada, no caso, a
existência de processo administrativo tributário pendente de decisão
definitiva, não há justa a causa à ação penal. Ordem concedida.
2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (...)”. Responda, motivadamente, se se trata de crime de valor do tributo e acessórios antes do oferecimento da denúncia, obtendo para
mera conduta ou de crime material si a extinção da punibilidade. Pergunta-se: a extinção da punibilidade estende-
se aos dois partícipes? Justifique sua resposta.
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07/08/2019
TEMA
(IN)APLICABILIDADE DA ORIENTAÇÃO DO HC
81611/DF AO CRIME DO ART. 2º I DA LEI 8137/90
PLENÁRIO
Sonegação Fiscal e Esgotamento de Instância Administrativa
O Tribunal, por maioria, deu parcial provimento a recurso ordinário em habeas corpus, impetrado
em favor de acusada pela suposta prática dos crimes previstos no art. 2º, I, da Lei 8.137/90
(sonegação fiscal) e no art. 203 do CP (“Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado
APLICA-SE A ORIENTAÇÃO DO HC 81611/DF NOS pela legislação do trabalho”), para trancar o inquérito policial contra ela instaurado relativamente à
investigação do possível crime de sonegação fiscal, sem prejuízo do seu prosseguimento em
CRIMES FORMAIS? relação aos demais fatos. Aplicou-se o entendimento firmado pela Corte no sentido de que o
prévio exaurimento da via administrativa é condição objetiva de punibilidade, não havendo se
falar, antes dele, em consumação do crime material contra a Ordem Tributária, haja vista que,
somente após a decisão final do procedimento administrativo fiscal é que será considerado
lançado, definitivamente, o referido crédito. (...). Precedentes citados: HC 88994/SP (DJU de
19.12.2006); HC 88657 AgR/ES (DJU de 10.8.2006); HC 81611/DF (DJU de 13.5.2005).
RHC 90532/CE, rel. Min. Joaquim Barbosa, 1º.7.2008. (RHC-90532)
O Tribunal conheceu de embargos de declaração para, emprestando-lhes efeitos modificativos, negar provimento a 24/11/2008)
recurso ordinário em habeas corpus, de forma a permitir o prosseguimento de inquérito policial instaurado
contra a paciente, acusada pela suposta prática dos crimes previstos no art. 2º, I, da Lei 8.137/90 Crime contra a ordem tributária (sonegação fiscal). Esfera administrativa (Lei nº
(sonegação fiscal) e no art. 203 do CP (“Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do 9.430/96). Processo administrativo (inexistência). Recebimento da denúncia
trabalho”) — v. Informativo 513. Na espécie, o acórdão embargado dera parcial provimento ao recurso ordinário para (impossibilidade). 1. A propósito da natureza e do conteúdo da norma inscrita no art. 83
trancar o inquérito policial relativamente ao crime de sonegação fiscal, aplicando o entendimento firmado pela da Lei nº 9.430/96, o prevalente entendimento é o de que a condição ali existente é
Corte no sentido de que o prévio exaurimento da via administrativa é condição objetiva de punibilidade, não condição objetiva de punibilidade. 2. Na inexistência de processo administrativo no qual
havendo se falar, antes dele, em consumação do crime material contra a Ordem Tributária, haja vista que, somente
se discuta a exigibilidade de crédito tributário, não há falar em procedimento penal,
após a decisão final do procedimento administrativo fiscal é que será considerado lançado, definitivamente, o
menos ainda em recebimento de denúncia ofertada. 3. Ainda que possua natureza
referido crédito. Asseverou-se que tal orientação jurisprudencial seria inerente ao tipo penal descrito no art. 1º, I,
formal a prática atribuída ao paciente – aquela descrita no art. 2º, I, da Lei nº
da Lei 8.137/90, classificado como crime material, que se consuma quando as condutas nele descritas produzem
como resultado a efetiva supressão ou redução do tributo. Observou-se que o crime de sonegação fiscal, por sua 8.137/90 –, em casos que tais, de igual forma, o procedimento penal não
vez, é crime formal que independe da obtenção de vantagem ilícita em desfavor do Fisco, bastando a omissão de prescinde do prévio esgotamento da esfera administrativa, ou seja, também se
informações ou a prestação de declaração falsa, isto é, não demanda a efetiva percepção material do ardil faz necessária a constituição definitiva do crédito tributário. 4. Ordem de habeas
aplicado. Daí que, no caso, em razão de o procedimento investigatório ter por objetivo a apuração do possível crime do corpus concedida para serem subtraídos da denúncia os crimes contra a ordem tributária
art. 2º, I, da Lei 8.137/90, a decisão definitiva no processo administrativo seria desnecessária para a configuração da justa
(arts. 1º, I, e 2º, I, da Lei nº 8.137/90). Decisão por empate.
causa imprescindível à persecução penal. RHC 90532 ED/CE, rel. Min. Joaquim Barbosa, 23.9.2009. (RHC-90532)
53
07/08/2019
DISCUSSÃO
6ª TURMA - STJ
DISCUSSÃO
DIREITO PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ART. 2º, II, DA LEI N.
8.137/1990. TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL.
O termo inicial do prazo prescricional do crime previsto no art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990 é a
data da entrega de declaração pelo próprio contribuinte, e não a inscrição do crédito tributário
em dívida ativa. Segundo a jurisprudência do tribunal (Súm. n. 436/STJ), “a entrega de declaração
QUAL O MOMENTO CONSUMATIVO DO ART. 2º
pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra
INCISO I? providência por parte do fisco”. A simples apresentação pelo contribuinte de declaração ou documento
equivalente nos termos da lei possui o condão de constituir o crédito tributário, independentemente de
qualquer outro tipo de procedimento a ser executado pelo Fisco. Assim, em razão de o crédito já estar
constituído, é da data da entrega da declaração que se conta o prazo prescricional do delito previsto no
art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990. HC 236.376-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
19/11/2012.
54
07/08/2019
DISCUSSÃO
Tema
Sujeito denunciado impetra HC alegando o não exaurimento
da via administrativa quando da denúncia. O Juízo informa
CONSEQUÊNCIAS DA ORIENTAÇÃO DO STF
que a denúncia fora recebida, contudo, o processo fora
(HC 81611/DF e SV 24)
suspenso diante da informação levada aos autos. Apenas
posteriormente, com o lançamento definitivo, o processo
prosseguiu. Tem razão o impetrante?
DISCUSSÃO
55
07/08/2019
HC 95443 / SC (STF – 2ª TURMA - Relator(a): Min. ELLEN GRACIE - DJe-030 DIVULG 18-02-2010 PUBLIC 19-02-
2010)
HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL ANTES DO
ENCERRAMENTO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO-FISCAL. POSSIBILIDADE QUANDO SE MOSTRAR
CRIME. ORDEM TRIBUTÁRIA. INQUÉRITO POLICIAL. PROCESSO IMPRESCINDÍVEL PARA VIABILIZAR A FISCALIZAÇÃO. ORDEM DENEGADA. 1. A questão posta no presente writ diz
respeito à possibilidade de instauração de inquérito policial para apuração de crime contra a ordem tributária, antes do
ADMINISTRATIVO FISCAL.
encerramento do procedimento administrativo-fiscal. 2. O tema relacionado à necessidade do prévio encerramento do
procedimento administrativo-fiscal para configuração dos crimes contra a ordem tributária, previstos no art. 1°, da Lei n°
Resulta do descumprimento de condição objetiva de punibilidade a 8.137/90, já foi objeto de aceso debate perante esta Corte, sendo o precedente mais conhecido o HC n° 81.611 (Min.
impossibilidade de instauração da ação penal por prática do crime de sonegação Sepúlveda Pertence, Pleno, julg. 10.12.2003). 3. A orientação que prevaleceu foi exatamente a de considerar a
fiscal (crime contra a ordem tributária) e, conseqüentemente, do próprio necessidade do exaurimento do processo administrativo-fiscal para a caracterização do crime contra a ordem
inquérito policial enquanto não houver decisão final sobre a exigência do crédito tributária (Lei n° 8.137/90, art. 1°). No mesmo sentido do precedente referido: HC 85.051/MG, rel. Min. Carlos Velloso, DJ
01.07.2005, HC 90.957/RJ, rel. Min. Celso de Mello, DJ 19.10.2007 e HC 84.423/RJ, rel. Min. Carlos Britto, DJ 24.09.2004.
tributário (lançamento definitivo do tributo), tal como determinado pelo art. 83
4. Entretanto, o caso concreto apresenta uma particularidade que afasta a aplicação dos precedentes
da Lei n. 9.430/1996. No caso, não houve sequer auto de infração, como
mencionados. 5. Diante da recusa da empresa em fornecer documentos indispensáveis à fiscalização da Fazenda
demonstrado por certidão, a comprovar inexistir ainda crédito exigível.
estadual, tornou-se necessária a instauração de inquérito policial para formalizar e instrumentalizar o pedido de
Precedentes citados do STF: ADI 1.571-1-DF, DJ 30/4/2004; do STJ: RHC 16.994- quebra do sigilo bancário, diligência imprescindível para a conclusão da fiscalização e, conseqüentemente, para a
RS, DJ 28/11/2005. HC 53.033-BA, Rel. Min. Paulo Medina, julgado em apuração de eventual débito tributário. 6. Deste modo, entendo possível a instauração de inquérito policial para
28/3/2006. apuração de crime contra a ordem tributária, antes do encerramento do processo administrativo-fiscal, quando for
imprescindível para viabilizar a fiscalização. 7. Ante o exposto, denego a ordem de habeas corpus.
DISCUSSÃO
Sexta Turma
Pode haver medida cautelar penal sem o fim do que, para haver uma medida preparatória de ação penal, necessário haver, pelo
menos em tese, uma infração penal, que na espécie, não ocorreu, pois não há
PAF? qualquer crédito tributário constituído contra os ora pacientes. Assim, a Turma, por
maioria, concedeu a ordem para que sejam devolvidos os documentos, arquivos
eletrônicos e bancários e outros apreendidos, uma vez que ilícita a busca e apreensão.
Precedentes citados: HC 32.743-SP, DJ 24/10/2005, e HC 31.205-RJ. RHC 16.414-SP, Rel.
originário Min. Hamilton Carvalhido, Rel. para acórdão Min. Nilson Naves, julgado em
12/9/2006.
DISCUSSÃO A Turma, tendo em conta a articulação de inconstitucionalidade de preceito normativo, deliberou afetar ao
Plenário julgamento de recurso extraordinário interposto pelo Ministério Público Federal contra acórdão do TRF
da 4ª Região que indeferira correição parcial, em matéria criminal, ao fundamento de inexistência de erro na condução de
processo pela 1ª instância. No caso, após o recebimento de representação fiscal para fins penais oriunda da
delegacia da Receita Federal, o parquet requisitara a instauração de inquérito e a oitiva dos responsáveis pela
empresa. Ocorre que a autoridade policial, considerando a existência de parcelamento de débito fiscal, encerrara
as investigações. Por conseguinte, o Juízo Federal Criminal de Novo Hamburgo/RS aplicara o disposto no § 1º do art.
Pode a autoridade policial se recusar a instaurar 9º da Lei 10.864/2003 (“Art. 9º. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1º e
2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver
inquérito policial requisitado pelo MP ao argumento de incluída no regime de parcelamento. § 1º A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão
punitiva.”), enquanto perdurasse a inclusão dos investigados no Programa de Parcelamento Especial - PAES, e
que o contribuinte aderiu ao parcelamento? determinara, ainda, o trancamento do inquérito policial. O recorrente sustenta, na espécie, que a magistrada
não poderia ter impedido a continuidade das investigações por ele requisitadas, na qualidade de
dominus litis, e que a adesão ao mencionado programa não obsta o prosseguimento do inquérito.
Ademais, assevera que a constitucionalidade do art. 9º da Lei 10.684/2003 está sendo questionada
na ADI 3002/DF e que o acórdão recorrido ofende o princípio da proporcionalidade. Requer, ao final, o
provimento do recurso para a retomada das investigações policiais.
RE 462790/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 6.11.2007. (RE-462790)
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07/08/2019
DISCUSSÃO 1. A consumação dos crimes previstos no art. 1.º da Lei n.º 8.137/1990, que são
considerados materiais ou de resultado, depende do lançamento definitivo do crédito
tributário. 2. Como consectário lógico, a ausência do lançamento do crédito
DISCUSSÃO
[...] I. Hipótese em que se pretende a suspensão do processo-
crime instaurado para apuração de eventual delito de sonegação
fiscal, diante do ingresso, na esfera cível, com Ação Anulatória de
Crédito Tributário. II. A suspensão do curso da ação penal, nesses
casos, é uma faculdade do Magistrado, que poderá sustar o curso
O AJUIZAMENTO DE AÇÃO CÍVEL PARA ANULAÇÃO
do procedimento criminal, quando entender que a questão é de
DO LANÇAMENTO TEM O CONDÃO DE IMPEDIR O difícil solução e dependa, somente, do deslinde cível para a sua
PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL? conclusão. III. Caso em que a discussão cível só alcança parte da
imputação penal. IV. A Ação Anulatória de Crédito Tributário
não pode ser considerada condição de procedibilidade para
o processo-crime. V. Recurso desprovido. (STJ, RHC
16704/GO, QUINTA TURMA, DJ 07.03.2005 p. 282)
[...] CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ART. 1.º, INCISO I, DA LEI N.º 8.137/90. [...] AÇÃO
PENAL. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. SOBRESTAMENTO DA AÇÃO PENAL.
AÇÃO PENAL. Crime tributário, ou crime contra a ordem
DESNECESSIDADE. CONDENAÇÃO LASTREADA EM PROVAS COLHIDAS NO PROCEDIMENTO
tributária. Art. 1º da Lei nº 8.137/90. Delito material. Tributo. ADMINISTRATIVO-FISCAL. INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS CÍVEL E PENAL. PRECEDENTES DESTA
segurança, a inscrição do suposto débito exigido. (STF, HC fática entre os julgados confrontados. Precedentes. 5. À míngua de argumentos novos e idôneos para infirmar os
fundamentos da decisão agravada, é de se mantê-la incólume. 6. Agravo regimental desprovido. (STJ, AgRg nos
81321/SP, CEZAR PELUSO, 1ªTURMA, DJ 15-02-2008)
EDcl no AREsp 136853 / PA, Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, Data do Julgamento 26/08/2014
Data da Publicação/Fonte DJe 02/09/2014)
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DISCUSSÃO
1. Conforme entendimento pacífico desta Corte Superior, nos crimes contra a ordem
tributária, precedida a denúncia de procedimento administrativo-fiscal no qual houve
oportunidade de defesa para a constituição definitiva do crédito tributário, a suspensão
da ação penal em razão do ajuizamento de ação anulatória do débito é facultativa, a teor
do art. 93 do Código de Processo Penal. Manifesta, portanto, a incidência do enunciado n.
83 da Súmula desta Corte. 2. Não há violação do art. 59 do Código Penal, uma vez que a PODE O RÉU SE UTILIZAR COMO PRELIMINAR DE
pena-base foi devidamente fundamentada. Na hipótese, a pena base foi aumentada em 4 DEFESA DA ACUSAÇÃO DE SONEGAÇÃO DA ALEGAÇÃO
(quatro) meses com fundamento no elevado prejuízo causado aos cofres públicos resultante DE DECADÊNCIA DO DIREITO DE LANÇAR QUANDO JÁ
dos tributos sonegados. 3. Agravo regimental improvido. (STJ, AgRg no AREsp 552151 / SP,
HÁ EXECUÇÃO FISCAL EM CURSO?
Ministro WALTER DE ALMEIDA GUILHERME (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP),
QUINTA TURMA Data do Julgamento 16/12/2014, Data da Publicação/Fonte DJe
19/12/2014)
[...] 2. Não compete ao juízo criminal a análise da decadência do crédito tributário, quando em DISCUSSÃO
curso execução fiscal relativa aos tributos considerados sonegados na denúncia. 3. Questões
relativas às modalidades de lançamento e suas peculiaridades não dizem respeito ao Direito
Penal. Deve o réu, pois, valer-se da via adequada para ver reconhecido o direito que alega ter,
mormente vigora o preceito constitucional da independência entre as instâncias cível,
administrativa e penal. [...] 6. A responsabilidade pelos atos fraudulentos praticados pela empresas dos acusados
em detrimento do recolhimento dos tributos foi sobejamente demonstrada nos autos, tendo as condutas se amoldado
perfeitamente ao delito inscrito no art. 1º, incisos, I e II da Lei nº 8.137/90, de modo que fica afastada a tese de
atipicidade. 7. O tipo penal do artigo 1º da Lei 8.137/90 tem no dolo genérico o seu elemento subjetivo, o qual prescinde PODE HAVER EXTRADIÇÃO QUANDO NÃO HÁ
de finalidade específica. Ou seja, desimportam os motivos pelos quais o réu foi levado à prática delitiva, sendo
PROVA DO LANÇAMENTO DEFINITIVO NO PAÍS
suficiente para a perfectibilização do tipo penal, que o agente queira deixar de pagar, ou reduzir, tributos,
consubstanciando o elemento subjetivo em uma ação ou omissão voltada a este propósito. 8. A não emissão de notas ESTRANGEIRO?
fiscais de saída das mercadorias com o fim de suprimir ilicitamente tributos mostra-se suficiente para configurar o
elemento subjetivo da figura penal. 9. Édito condenatório mantido. 10. O elevado prejuízo causado aos cofres públicos
resultante dos tributos sonegados, autoriza a valoração negativa da vetorial consequências delitivas na pena-base.
Precedentes. 10. A apreciação do pedido de concessão de assistência judiciária gratuita compete ao Juízo das
Execuções Criminais, o qual poderá afastar a condenação ao pagamento, havendo a comprovação de dificuldades
financeiras. 11. Recursos parcialmente providos. (TRF-4 - ACR: 4521820024047008 PR 0000452-
18.2002.404.7008, Relator: Revisor, Data de Julgamento: 03/06/2014, SÉTIMA TURMA, Data de
Publicação: D.E. 12/06/2014)
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Tema
QUESTÕES POSTERIORES À SV 24 E AO HC
81611/DF:
INSTAURAÇÃO DE IPL. BLINDAGEM PATRIMONIAL.
ESQUEMA DE EMPRESAS DE FACHADA (OPERAÇÃO
GRANDES LAGOS)
DISCUSSÃO
1- As questões suscitadas no recurso extraordinário encontram-se preclusas, haja vista que a
jurisprudência da Corte é assente no sentido de ser incabível recurso extraordinário contra acórdão do
Superior Tribunal de Justiça no qual se suscite questão resolvida na decisão de segundo grau. 2. Ainda
que assim não fosse, segundo o entendimento da Corte, a consumação do crime tipificado no art.
1º da Lei 8.137/1990 somente se verifica com a constituição do crédito fiscal, começando a correr,
a partir daí, a prescrição (HC 85.051/MG, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos
QUAL O TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO TENDO EM VISTA A
Velloso, DJ de 1º/7/05). Esse entendimento encontra-se cristalizado no enunciado Súmula Vinculante
ORIENTAÇÃO PRESENTE NA SV 24? A DATA DA SUPRESSÃO DE 24 da Corte. 3. É ilógico permitir que a prescrição seguisse seu curso normal no período de
TRIBUTOS (LESÃO AO BEM JURÍDICO) OU A DATA DA duração do processo administrativo necessário à consolidação do crédito tributário. Se assim
fosse, o recurso administrativo, por iniciativa do contribuinte, serviria mais como uma estratégia
CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO?
de defesa para alcançar a prescrição com o decurso do tempo do que a sua real finalidade, que é,
segundo o Ministro Sepúlveda Pertence, propiciar a qualquer cidadão questionar, perante o
Fisco, a exatidão do lançamento provisório de determinado tributo (HC 81.611/DF, Tribunal
Pleno, DJ de 13/5/05). 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
[ARE 1.031.806 AgR, rel. min. Dias Toffoli, 2ª T, j. 30-6-2017, DJE 177 de 14-8-2017.]
DISCUSSÃO
[...] A irresignação não prospera. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região assim se
pronunciou acerca da prescrição: A controvérsia reside, portanto, no termo inicial do
prazo prescricional nos delitos contra a ordem tributária: se a data da omissão das
informações de rendimentos perante a autoridade fazendária, ou se a data
da constituição definitiva do crédito tributário. Assim, a hipótese exige a definição do
termo a quo para a contagem do prazo prescricional em crimes tributários. Para os delitos
assim identificados, o prazo prescricional tem como termo a quo o momento em que
É POSSÍVEL A INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL SEM O
definitivamente constituído o crédito tributário, pois apenas aí se terá preenchida LANÇAMENTO DEFINITIVO?
condição objetiva de punibilidade, tendo início a contagem do prazo prescricional.
Confira-se nos julgados a seguir a seguir. [...] (STJ - AREsp: 376015 RJ
2013/0241215-6, Relator: Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/SP), Data de Publicação: DJ 02/03/2015)
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HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL ANTES DO
ENCERRAMENTO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO-FISCAL. POSSIBILIDADE QUANDO SE MOSTRAR
IMPRESCINDÍVEL PARA VIABILIZAR A FISCALIZAÇÃO. ORDEM DENEGADA. DISCUSSÃO
1. A questão posta no presente writ diz respeito à possibilidade de instauração de inquérito policial para apuração de crime
contra a ordem tributária, antes do encerramento do procedimento administrativo-fiscal. 2. O tema relacionado à necessidade
do prévio encerramento do procedimento administrativo-fiscal para configuração dos crimes contra a ordem tributária, previstos no
art. 1°, da Lei n° 8.137/90, já foi objeto de aceso debate perante esta Corte, sendo o precedente mais conhecido o HC n° 81.611 (Min.
Sepúlveda Pertence, Pleno, julg. 10.12.2003). 3. A orientação que prevaleceu foi exatamente a de considerar a
necessidade do exaurimento do processo administrativo-fiscal para a caracterização do crime
contra a ordem tributária (Lei n° 8.137/90, art. 1°). No mesmo sentido do precedente referido: HC 85.051/MG, rel.
Min. Carlos Velloso, DJ 01.07.2005, HC 90.957/RJ, rel. Min. Celso de Mello, DJ 19.10.2007 e HC 84.423/RJ, rel. Min. Carlos Britto,
DJ 24.09.2004. 4. Entretanto, o caso concreto apresenta uma particularidade que afasta a aplicação OBTIDA TUTELA CÍVEL PARA SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO
dos precedentes mencionados. 5. Diante da recusa da empresa em fornecer documentos CRÉDITO A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA TAMBÉM
indispensáveis à fiscalização da Fazenda estadual, tornou-se necessária a instauração de
FICA SUSPENSA?
inquérito policial para formalizar e instrumentalizar o pedido de quebra do sigilo bancário,
diligência imprescindível para a conclusão da fiscalização e, conseqüentemente, para a apuração
de eventual débito tributário. 6. Deste modo, entendo possível a instauração de inquérito policial para apuração de crime
contra a ordem tributária, antes do encerramento do processo administrativo-fiscal, quando for imprescindível para viabilizar a
fiscalização. 7. Ante o exposto, denego a ordem de habeas corpus. (Habeas Corpus n. 95.443/SC, Relatora Ministra
Ellen Gracie, 2ª Turma, unânime, julgado em 02/02/2010, publicado no DE em 19/02/2010)
ainda controvertida e depende de melhor apuração da autoridade policial e, FINANCEIRO E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, QUADRILHA, LAVAGEM DE DINHEIRO,
posteriormente – na hipótese de ser desvendada a autoria delitiva –, do exato SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA, FALSIDADE IDEOLÓGICA, TRÁFICO DE
INFLUÊNCIA. ARGÜIDA INÉPCIA DA DENÚNCIA. IMPROCEDÊNCIA.
enquadramento legal do fato pelo membro do Ministério Público, o que demonstra o quão
1. A extensa inicial acusatória, que conta com 163 laudas, aponta, essencialmente, para a
prematura é a pretendida discussão nesta sede mandamental. É de se ver, por fim, que
participação de liderança do ora Paciente em complexa organização criminosa, desenvolvida por
a possibilidade de membro de escritório de advocacia constar como indiciado ou
meio do seu escritório de advocacia, cuja finalidade precípua seria a de promover a chamada
denunciado pelo cometimento de crimes tributários é questão já apreciada por esta
"blindagem patrimonial" a diversos "clientes", o que se fazia por meio de empresas fictícias no
Corte, cujo modus operandi é conhecido como blindagem patrimonial direcionada exterior, abertas em nome de "laranjas", para ocultação, proteção e lavagem de dinheiro. [...]
à supressão ou elisão de tributos, em favor dos clientes responsáveis pela 3. É verdade que este Superior Tribunal de Justiça tem-se pronunciado no sentido de aderir à
obrigação tributária (v.g., HC n. 50.933⁄RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, 5ª T., DJ recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, reformulada a partir do julgamento
02⁄10⁄2006 e HC n. 116.565⁄MG, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T., DJe plenário do HC n.º 81.611/DF, relatado pelo ilustre Ministro Sepúlveda Pertence, para
17⁄10⁄2011). [...] (STJ, HC 254.840/SE, Relator: Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, considerar que não há justa causa para a persecução penal do crime de sonegação fiscal,
quando o suposto crédito tributário ainda pende de lançamento definitivo, sendo este condição
Data de Julgamento: 17/03/2015, T6 - SEXTA TURMA)
objetiva de punibilidade. [...]
60
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referidos precedentes. De fato, uma coisa é desconstituir o tipo penal quando saber o montante exato de tributos que deixaram de ser pagos em decorrência
há discussão administrativa acerca da própria existência do débito fiscal ou de tais subterfúgios para viabilizar futura cobrança é tarefa precípua da
do quantum devido; autoridade administrativo-fiscal. Dizer que os delitos tributários,
perpetrados nessas circunstâncias, não estão constituídos e que
outra bem diferente é a configuração, em tese que seja, de crime contra
dependem de a Administração buscar saber como, onde, quando e
ordem tributária em que é imputada ao agente a utilização de esquema
quanto foi usurpado dos cofres públicos para, só então, estar o Poder
fraudulento, como, por exemplo, a falsificação de documentos, utilização de
Judiciário autorizado a instaurar a persecução penal equivale, na prática,
empresas "fantasmas" ou de "laranjas" em operações espúrias, tudo com o
claro e primordial intento de lesar o Fisco. Nesses casos, evidentemente, não a erigir obstáculos para desbaratar esquemas engendrados com alta
haverá processo administrativo-tributário, pelo singelo motivo de que foram complexidade e requintes de malícia, permitindo a seus agentes,
utilizadas fraudes para suprimir ou reduzir o recolhimento de tributos, ficando a inclusive, agirem livremente no sentido de esvaziar todo tipo de
autoridade administrativa completamente alheia à ação delituosa e sem saber elemento indiciário que possa comprometê-los, mormente porque a
sequer que houve valores sonegados. autoridade administrativa não possui os mesmos instrumentos
coercitivos de que dispõe o Juiz Criminal. ... 8. Ordem denegada.
Contudo, o STF, por vezes, entende que a de constrangimento ilegal apta a ensejar o deferimento da ordem, ... 5. Não obstante o
reconhecimento de falta de justa causa para a apuração dos crimes
jurisprudência não pode ser rediscutida... tributários ... Não é possível declarar a peça acusatória como inepta porque os fatos criminosos estão
narrados, bem como as suas circunstâncias, assim como estão presentes a qualificação do acusado e a
classificação dos crimes, nos termos do art. 41 do CPP. 6. Ordem parcialmente concedida para
que a ação penal instaurada na origem seja trancada tão-somente com relação
aos delitos de sonegação fiscal (Lei nº 8.137/1990, art. 1º, inciso I e art. 2º, I)
que ainda estejam em discussão no âmbito administrativo-fiscal, sem prejuízo,
porém, de que a persecução penal persista com relação aos demais tipos
imputados ao paciente na denúncia.
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Em conclusão, a 1ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus em que acusado da suposta prática dos
crimes de formação de quadrilha armada, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e
falsidade ideológica pleiteava o trancamento da ação penal contra ele instaurada, ao argumento de inépcia
da denúncia e de ausência de justa causa para a persecução criminal, por se imputar ao paciente fato
atípico, dado que o suposto crédito tributário ainda penderia de lançamento definitivo — v. Informativos
582, 621 e 626. Frisou-se que tanto a suspensão de ação penal quanto o trancamento surgiriam com
excepcionalidade maior. Considerou-se que a denúncia não estaria a inviabilizar a defesa. Reputou-se, por outro
lado, que o caso versaria não a simples sonegação de tributos, mas a existência de organização, em
OPERAÇÃO GRANDES LAGOS: EMPRESAS DE diversos patamares, visando à prática de delitos, entre os quais os de sonegação fiscal, falsidade
ideológica, lavagem de dinheiro, ocultação de bens e capitais, corrupção ativa e passiva, com frustração
FACHADA de direitos trabalhistas. Concluiu-se não se poder reputar impróprio o curso da ação penal, não cabendo exigir o
término de possível processo administrativo fiscal. O Min. Ricardo Lewandowski, destacou que o caso não
comportaria aplicação da jurisprudência firmada pela Corte no julgamento do HC 81.611/DF (DJU de
13.5.2005), no sentido da falta de justa causa à ação penal instaurada para apurar delito de sonegação fiscal
quando ainda não exaurida a via administrativa, e, por conseguinte, não constituído, definitivamente, o crédito
tributário. Por fim, acrescentou que a análise da conduta do acusado constituiria matéria probatória a ser apreciada
pelo juiz natural da causa no curso da ação penal, de modo que não se cogitaria, de plano, afastar a imputação do
referido crime. Vencido o Min. Dias Toffoli, que concedia a ordem apenas para trancar, por ausência de justa causa,
a ação penal instaurada contra o paciente pelo crime previsto no art. 1º, II, da Lei 8.137/90. HC 96324/SP, rel.
Min. Marco Aurélio, 14.6.2011. (HC-96324)
"White colar crime” é expressão que designa pessoas de nível sócio-econômico verdadeiramente organizado. ... verifica-se uma agregação ... no sentido
superior, que, desviando-se de suas atividades normais, ingressam no mundo do de planejar o delito de forma tal que a conduta ostente, em si, um “ar
crime, causando graves lesões à coletividade. delicitude”, a fim de que em absoluto transpareça a ilegalidade. ... A
perspicácia do juiz é fator imperioso ...”
Trata-se de um "criminoso de luxo", que "não passa recibo", e, pois, em processo
em que esteja envolvido, enorme será a dificuldade do Ministério Público para
obter êxito na persecução criminal.” (Luciano Feldens, Tutela Penal de Interesses Difusos...)
Art.116. (...)
VALOR DOS TRIBUTOS RECUPERADOS
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Em conclusão, a 1ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus em que acusado da suposta prática dos
crimes de formação de quadrilha armada, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e
falsidade ideológica pleiteava o trancamento da ação penal contra ele instaurada, ao argumento de inépcia Tema
da denúncia e de ausência de justa causa para a persecução criminal, por se imputar ao paciente fato
atípico, dado que o suposto crédito tributário ainda penderia de lançamento definitivo — v. Informativos
582, 621 e 626. Frisou-se que tanto a suspensão de ação penal quanto o trancamento surgiriam com
excepcionalidade maior. Considerou-se que a denúncia não estaria a inviabilizar a defesa. Reputou-se, por outro Excludente de Culpabilidade: Inexigibilidade de
lado, que o caso versaria não a simples sonegação de tributos, mas a existência de organização, em
diversos patamares, visando à prática de delitos, entre os quais os de sonegação fiscal, falsidade conduta diversa
ideológica, lavagem de dinheiro, ocultação de bens e capitais, corrupção ativa e passiva, com frustração
de direitos trabalhistas. Concluiu-se não se poder reputar impróprio o curso da ação penal, não cabendo exigir o
término de possível processo administrativo fiscal. O Min. Ricardo Lewandowski, destacou que o caso não
comportaria aplicação da jurisprudência firmada pela Corte no julgamento do HC 81.611/DF (DJU de
13.5.2005), no sentido da falta de justa causa à ação penal instaurada para apurar delito de sonegação fiscal
quando ainda não exaurida a via administrativa, e, por conseguinte, não constituído, definitivamente, o crédito
tributário. Por fim, acrescentou que a análise da conduta do acusado constituiria matéria probatória a ser apreciada
pelo juiz natural da causa no curso da ação penal, de modo que não se cogitaria, de plano, afastar a imputação do
referido crime. Vencido o Min. Dias Toffoli, que concedia a ordem apenas para trancar, por ausência de justa causa,
a ação penal instaurada contra o paciente pelo crime previsto no art. 1º, II, da Lei 8.137/90. HC 96324/SP, rel.
Min. Marco Aurélio, 14.6.2011. (HC-96324)
EMENTA: PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ART. 1º, INC. I, DA EMENTA: PENAL. SONEGAÇÃO FISCAL. ARTIGO 1º, INCISO I, DA LEI 8.137/90.
LEI 8.137/90. MATERIALIDADE, AUTORIA E DOLO. CONDENAÇÃO MANTIDA. DOLO GENÉRICO COMPROVADO. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
1. Evidenciado nos autos que o réu suprimiu Imposto de Renda Pessoa AUSÊNCIA DE PROVAS. 1. O dolo do tipo previsto no art. 1º, inc. I da Lei nº 8.137/90
Física, omitindo informações à autoridade fiscal, a condenação às penas do é genérico, consistente na vontade livre e consciente de suprimir ou reduzir tributo
art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90 é medida que se impõe. 2. Para ser admitida por intermédio das condutas referidas no citado artigo, não se exigindo o dolo
específico de fraudar a Receita Federal. 2. Hipótese em que o delito se caracteriza
como exculpante, a alegação de dificuldades financeiras deve estar
como sonegação fiscal, e não como crime de mera omissão de recolhimento.
apoiada em prova definitiva, o que in casu não se verificou. 3.
Entretanto, mesmo que se tratasse desse último, somente configura exclusão
Ademais, ao contrário do que se dá em relação ao crime de apropriação
da culpabilidade a ocorrência de dificuldades financeiras muito graves, com
indébita previdenciária (CP, art. 168-A), não se admite o afastamento da real impossibilidade econômica de realizar o recolhimento do respectivo
culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa em razão das tributo, devidamente demonstrado o exaurimento de todos os meios
dificuldades financeiras no caso de crime de sonegação fiscal. (TRF4, necessários para efetivar essa obrigação, incluindo-se recursos do capital
ACR 2003.70.03.004053-2, Oitava Turma, Relator Élcio Pinheiro de Castro, particular, o que inocorreu na espécie. (TRF4, EINACR 2004.71.00.000648-6, Quarta
Seção, Relator Luiz Fernando Wowk Penteado, D.E. 16/01/2008)
D.E. 25/06/2008)
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Art. 299 CP
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária
ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
acessório, mediante as seguintes condutas: qualquer acessório, mediante as seguintes
condutas:
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos
inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura,
em documento ou livro exigido pela lei fiscal; duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir
tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as
reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório,
seguintes condutas:
mediante as seguintes condutas:
...
...
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou
documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar
serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a
documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; legislação.
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DISCUSSÃO
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DISCUSSÃO
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou
de contribuição social, descontado ou cobrado, na
qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria
recolher aos cofres públicos;
Posição Baltazar
A doutrina distingue o regime do IPI do previsto para o ICMS. Segundo Baltazar o IPI é cobrado por fora
O Tribunal negou provimento a agravo regimental interposto contra decisão do Min. Marco (valor destacado da operação). Ou seja, cobra-se, por repercussão, do contribuinte de fato. Logo o crime é o
Aurélio, que determinara o arquivamento de inquérito, do qual relator, em que apurada a do Art. 2º II.
suposta prática do delito de apropriação indébita previdenciária (CP, art. 168-A: “Deixar de
Em relação ao ICMS como o valor é cobrado por dentro, ou seja, a nota fiscal exprime apenas o preço da
repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma venda, não destacando o tributo repassado, o débito é do próprio empresário e o crime se desloca para o Art.
legal ou convencional:”). Salientando que a apropriação indébita previdenciária não 1º.
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Crimes praticados por funcionários I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que
tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou
públicos
parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou
contribuição social;
Art. 314 CP
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena -
= Art. 321 CP
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
CP
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Art. 8° Nos crimes definidos nos arts. 1° a 3° desta lei, a pena de multa será fixada
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1°,
entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e
2° e 4° a 7°:
suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Remissão: Art. 29 CP
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos
crimes descritos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a
Este Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que o não recolhimento de expressiva
autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
quantia de tributo, como no caso concreto (aproximadamente R$ 2.000.000,00, excluídos juros e multa),
atrai a incidência da causa de aumento prevista no art. 12, I, da Lei n. 8.137/1990, pois configura grave
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou
dano à coletividade, não sendo parâmetro a Portaria n. 320 de 2008 da PGFN. Precedentes. Súmula
83/STJ. [...] (STJ: AgRg no AREsp 1268981 / SP, Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de confissão espontânea
TURMA, DJe 30/05/2018) revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena
reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)
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