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Teoria do Direito empresarial

A empresa é um elemento essencial do sistema constitutivo.

- Art.170 CF – a atividade econômica será desenvolvida pelo sistema privado.


A CF diz que somente uma atividade será exercida pelo Estado, a produção de
energia nuclear. Ou seja, se não é a energia nuclear, toda outra atividade
produtiva será desenvolvida pelo setor privado.

- O setor privado se constitui através da empresa, então pode-se dizer que a


empresa é o centro propulsor da produção de riqueza no Br. Isso porque nosso
sistema é capitalista.

- Está no art.170 que a produção de riqueza valoriza a propriedade (é aquilo


que o cidadão tem/usufrui/goza).

- No inciso seguinte, diz que essa propriedade tem uma função social a ser
cumprida.

- A empresa cumpre uma função social: a geração de riqueza. Através da


utilização dos fatores de produção e um deles é o emprego, a mão de obra.

- Para termos acesso a riqueza, precisamos de uma empresa, podendo esta


ser, pública ou privada.

- Essa riqueza é o elemento chave do capitalismo, porque induz a CF à


dignidade da cidadania. A constituição diz que somos cidadãos quando temos
dignidade, e aqui a dignidade econômica é inibida através do trabalho, então se
não tiver a empresa para produção de riqueza, não tem como ser digno.

 Direito Empresarial, também conhecido como: da Empresa, Comercial,


dos Negócios, Mercantil.
 Do comércio à empresa, o Direito Comercial modificou-se em
decorrência da necessidade de acompanhar as rápidas transformações
econômicas, das arcaicas corporações de oficio às atuais multinacionais
e empresas digitais.

- Evolução desse conceito e dessa necessidade da organização da


produção de riqueza dos grupos sociais:

 Origem (da necessidade dessa organização):

O direito, via de regra, vem depois de uma necessidade social. A sociedade


identifica um desequilíbrio ou a necessidade de estabelecer limites e o direito
vem para estabelecer essas normas solicitadas pela sociedade. Então, em
razão dessa necessidade de regular a produção de riqueza, surge o direito
empresarial ou comercial.

- Mas, não foi sempre assim, foi a partir do momento em que as sociedades se
tornam mais complexas e quanto em sociedade primitiva, era estabelecido a
produção de bens suficientes para o auto - consumo.

- Mas, em dado momento essa produção interna deixou de ser autossuficiente,


e nessa perspectiva surge o conceito de escambo, da troca. Os grupos sociais
trocavam entre si, via de regra, o que era excedente, ou seja, o que não
precisavam mais devido a autossuficiência deles.

- Só que essa troca, em determinado momento, identificou-se que essa troca


não tinha a mesma equivalência. Por vezes, o esforço social para produzir um
bem era muito maior que o outro que pretendia ser trocado e houve
desiquilíbrio.

- Esse desiquilíbrio fez surgir a necessidade de um elemento que banalizasse o


valor dessa troca: a moeda!! (elemento facilitador do escambo)

- Essa troca de bens, surge a partir da complexidade do mercado, dos grupos


sociais em especial com os fenícios, estes criam essas transações entre
grupos sociais de forma bem distinta

- Mais tarde, na idade média, surge os mercadores e as corporações, em


especial, as de ofício:

 Sistemas de organização:

Sistema Primitivo:

- Sistema de trocas/patriarcal.

- É colocado nas normas daquele período, em especial, nas romanas e Corpus


juris civilis.

- Estabelece padrões para troca entre os grupos sociais.

- Vai até a idade média.

Sistema Subjetivo:

- Ocorre na idade média

- Nesta, em razão do crescimento populacional e das demandas cada vez mais


distintas dos grupos sociais. Acabam se separando e constituindo regramentos
em separado, não há mais uma igualdade, e essa fragmentação de normas e
formas de fazer a troca, trazem a necessidade que o sistema se comunique
(não tinham comunicação, porque tinham demandas diferentes).

- Então, as corporações de ofício acabam constituindo as normas de regulação,


e se estabelece que essa atividade está vinculada, necessariamente, a aquele
que exerce atividade de troca, e esta, se chama comércio vinculado a uma
organização social, que eram as corporações.

- A partir disso, surge um grupo de pessoas na sociedade que determinam o


regramento, o qual poderia se fazer as atividades comerciais. Se não estivesse
dentro desse grupo, não poderia exercer aquela atividade e nem ser
identificado como um agente da atividade. Então, na verdade, isso estava
vinculado a pessoa e a pessoa vinculada ao grupo das corporações.

- Criou-se uma casta, um grupo que acaba dominando essa atividade


produtiva.
- Se chama sistema subjetivo, porque depende da anuência de fazer parte do
grupo social. Não importava se a pessoa sabia fazer um sapato, mas se não
fosse do grupo dos sapateiros, não tinha a proteção que aquele grupo de
sapateiros estabeleceu para sua atividade.

- Então, existia diversos regramentos para atividades de forma distinta, mas


que só podia apoiar aqueles que estivessem inclusos nesses grupos sociais,
independente se exerciam ou não aquela atividade, ou seja, mesmo que
exercesse, se não fizesse parte de um grupo específico social, não era
considerado comerciante.

Sistema Objetivo:

- Aqui, em especial na frança e na Itália, passa-se a ter uma nova visão, ou


seja, não é preciso estar dentro do grupo social.

- A revolução francesa trás essa cultura, tenta formar um sistema igualitário,


bastava que a pessoa exercesse um ato de comércio, por isso é chamado de
sistema objetivo.

- Basta exercer a atividade de comércio para ser comerciante.

- França, 1673, primeiro Código Comercial moderno, o Código de Savary, da


ordenação de Colbert, fixa a figura do comerciante de forma objetiva, sendo
todo aquele que pratica atos pertinentes à matéria comercial.

- Brasil, Código Comercial de 1850. Regulamento 737, de 25 de novembro de


1850 (que ainda hoje tem artigos em vigência) definindo no artigo 19 o que era
considerado atos de comércio.

Art. 19. Considera-se mercancia (comércio):


§1o - A compra e venda ou troca de efeitos móveis ou para os vender por
grosso ou a retalho, na mesma espécie ou manufaturados, ou para alugar o
seu uso;

§2o - As operações de câmbio, banco e corretagem;

§3o - As empresas de fábricas, de comissões, de depósitos, de expedição,


consignação e transporte de mercadorias, de espetáculos públicos;

§4o - Os seguros, fretamentos, risco e quaisquer contratos relativos ao


comércio marítimo;

§5o - A armação e expedição de navios

- Quem exercesse esses atos era identificado como comerciante.

Sistema Subjetivo Moderno:

- Surge na Itália em 1941. Quem cria esse conceito é asquini e identifica que
não se fala mais em comércio e nem em ato de comércio, mas começasse a
falar em EMPRESA.

- Não se discute mais direito comercial, passa a se discutir direito empresarial.


- A Teoria da Empresa prevê̂ de forma ampla as atividades econômicas, na
medida em que a empresa engloba o comércio, mas também outros atributos,
não só a troca de bens e serviços.

- Esse sistema subjetivo moderno é o adotado.

- O código civil de 2002 introduz um capítulo especifico do direito empresarial,


até 2002 tinha-se normas esparsas e o código de 1850 que falava de comércio
mercantilizo, enquanto que na prática outros países não se falava mais na
prática, mas em empresa.

 Empresa:

O direito empresarial surge no Brasil em especial a partir da abertura dos


portos em 1808. Até 1808 não era permitido ao cidadão brasileiro exercer
atividade de comércio com nenhuma outra nação.

- Hoje, a empresa possui uma função social, ou seja, o direito empresarial vem
atender um interesse difuso e coletivo de vários setores da sociedade, não são
todos os indivíduos que possuem um trabalho, o nosso sistema é capitalista, a
pessoa não precisa necessariamente ser empregado/colaborador de uma
empresa para exercer a atividade, pode exercer fora, sendo a própria empresa
(empresário).

- A organização dos fatores de produção vai ditar o maior ou menor sucesso da


atividade. A empresa aloca esses recursos, depois organiza e produz. Essa é a
função da empresa, é muito mais que um simples ato de comércio
(basicamente, se refere ao processo de troca), ao falar de empresa, se pensa
maior do que só troca.

- Portanto, a atividade da empresa vai organizar os elementos de produção,


aloca-se mão de obra, recursos e capital, para trazer um resultado, dentro do
sistema capitalista esse resultado é o lucro! Por isso, não se fala mais em
direito comercial, mas empresarial.

 Para se criar uma empresa precisa:


Ser constituída formalmente – REGISTRO;
Ter um nome comercial.

Aula 2 – Conceitos e Autonomia

Direito Empresarial: ramo do direito que estuda as relações privadas que


envolvem a empresa e o empresário.

Relações Privadas: não quer dizer que por serem privadas que as empresas
não firmem relações com o Estado, mas, sempre serão ditadas conforme as
normas do direito privado (direito empresarial).

Características:

- Cosmopolita: age dentro das cidades, não é um direito especifico do BR ou


CWB, mas todas as organizações sociais tem esse tipo de regulação (de
d.empresarial), ou seja, em todo lugar encontram-se essas relações jurídicas
tratadas de forma aplicada e reguladas pelo Estado.
- Fragmentado: por tratar de diversos assuntos, empresa, empresário, atributos
da empresa e empresário, em especial, a propriedade industrial e a marca.

- Presumivelmente oneroso: a priori ninguém cria uma empresa para não obter
lucro.

- Informal, célere: as coisas mudam e são incorporadas e não precisam


necessariamente de uma normatização do Estado.

- Elástico: acaba englobando dentro desses conceitos nossas necessidades.

Sistemas:

- Francês: era o antigo sistema, antes do código civil, que era baseado no ato
de comércio.

- Italiano: depois da segunda guerra, a Itália lançou o próprio código comercial,


baseado no conceito de empresa e não mais no ato de comércio. A partir
desse sistema tem-se uma visão mais ampla, além do ato do comércio em si.

Ramo do Direito:

- Público: tem como princípio a supremacia do interesse público.

 controle de preços, tributação, regulação da economia, fiscalização da


atividade, urbanismo, proteção ambiental

- Privado: autonomia da vontade entre as partes e a igualdade.

 Propriedade (atos de transferência), associação (constituição da


empresa), contratos, relações internacionais.

É uma atividade de direito privado, mas há normas de direito público que


incidem nas atividades empresariais.

 Autonomia: normas, institutos, princípios próprios.

Institutos Próprios: estabelecimento empresarial, sociedades anônimas,


falência, títulos de crédito, marcas e patentes, instituições financeiras, mercado
de valores mobiliários.

**Princípio da autonomia da vontade: as pessoas podem dispor sobre os


seus interesses, por meio de negociações com as outras pessoas envolvidas
com efeitos jurídicos vinculantes.
É o principio que rege as relações privadas, as pessoas só vão fazer negócio
se tiverem interesse, a priori, ninguém é obrigado a firmar contrato com outro
se assim não desejar.

**Princípio da igualdade: proibição de privilégios; atenuar a desigualdade


econômica. Ex: a criação de empresas de uma forma mais simples que elas
ingressem no mercado com um ônus de regulação menor. Quanto maior a
atividade, maior a estrutura que terá para dar conta das regulações do Estado,
desta forma, não seria correto uma empresa pequena ter que ter a mesma
estrutura de uma maior. O instrumento para diminui a desigualdade é o **
nacional, pode constituir a empresa, ainda que pequena, mas terá um beneficio
de ter uma menor necessidade burocrática de organização.

Outros Princípios: função social da empresa, preservação da empresa, livre-


iniciativa, livre-concorrência, boa-fé objetiva.

Externalidades relevantes negativas: custo econômico ou social.


Há situações que podem acontecer não pela vontade da empresa que acabam
onerando a atividade.

- Desenconomia: desencontro interno. Acontece quase sempre quando a


empresa cresce de uma forma desordenada que acaba onerando seu produto,
ao invés do crescimento trazer a diminuição do custo unitário, acaba
aumentando o custo de produção e a atividade deixa de ser econômica.

- Internalização das externalidades: Trazer para dentro o que está fora. Existem
custos das atividades empresariais que não estão dentro do custo de
produção, e esses custos (que são as externalidades), para uma sociedade ser
equilibrada precisam ser trazidos para dentro/internalizados.

O impacto ambiental da atividade econômica não está incluído no preço


unitário bruto ou no serviço, as externalidades ambientais passam por um
modelo não equilibrado e o impacto das externalidades é socializado e o lucro
da atividade é privatizado. A empresa produz um produto e lucra, este é
privado da empresa, mas se esta atividade impactar o meio ambiente ou um
grupo social, será pago por toda a sociedade, então é preciso criar uma forma
de trazer dentro do custo essas externalidades.

 Arthur Cecil Pigou (1928) – Ele que identificou a falha na economia,


devido a uma falha que aconteceu em Londres. Em dado momento, a
prefeitura de Londres identificou que um bairro estava com uma
demanda no serviço público de saúde muito alta, muitas pessoas
estavam indo ao hospital. A prefeitura chamou um economista para
tentar entender, a conclusão foi que naquele bairro tinha emissão de
fumaça com nevoeiro vindo da empresa, causando doenças respiratória
nas pessoas. Nessa perspectiva, Arthur estabeleceu uma politica
baseada no custo social, a qual diz que há uma falha no governo e que
este está sendo incorreto na administração dos problemas e a solução
era colocar um tributo que internalizaria essa atividade, através da
oneração do produto final.

 Ronald Coase (1960) – Dentro da perspectiva de Ronald, ele diz que é


uma falha de mercado e um conflito de ineficiência e custos de
transação, e na verdade é ineficiência porque o próprio sistema tem que
identificar que essa falha é prejudicial a sociedade, então a sociedade
deixaria de comprar o produto, ainda que o produto seja bom, a fábrica é
ruim para a sociedade.

Direito-custo: há regras trabalhistas, tributária, previdenciária, urbanístico,


ambiental e atividade empresarial como todo. O exercício da atividade tem um
custo no âmbito privado e social.

Direito-custo/empresarial: com relação a atividade do empresário, possui:


responsabilidade civil, responsabilidade contratual, propriedade industrial,
concorrência desleal, abuso do poder econômico, defesa consumidor,
recuperação de crédito.

FONTES, INTERPRETAÇÃO E PRINCÍPIOS

1)FONTES
1.1 Fontes materiais e formais:
Materiais: fenômenos socioeconômicos e políticos. Identificam as necessidades
sociais que implicam na regulação formal da relação empresarial.

Formais: normas jurídicas. Regulam as relações sociais/empresariais.

1.2 fontes primárias Direito Empresarial

  Leis empresariais

  Código Comercial

  Código Civil de 2002 (Direito de Empresa)

  Leis, tratados e regulamentos Comerciais (Regulamento no 737)

1.3 fontes secundárias Direito Empresarial

  Código Civil de 2002

  Usos e Costumes do Comércio

  Analogia, costumes e princípios gerais do direito

2)INTERPRETAÇÃO
2.1 interpretação literal, lógica e sistemática:
Literal: ou gramatical, exame de cada temo utilizado na norma, isolada ou
sintaticamente, de acordo com as regras do vernáculo. Escola da Exgese.

Lógica: uso de raciocínios lógicos (dedutivos ou indutivos) para a análise


metódica da norma em toda a sua extensão, desvendando seu sentido e
alcance.

Sistemática: análise no contexto do ordenamento jurídico de que é parte,


relacionando-a com todas as outras com o mesmo objeto, direta ou
indiretamente.

2.2 interpretação histórica e teleológica/sociológica

Histórica: contextualização com seus antecedentes históricos, verificando as


circunstâncias fáticas e jurídica que lhe antecederam, bem como o próprio
processo legislativo correspondente.

Teleológica/sociológica: observação da sua finalidade dentro do conceito


social. O sentido normativo requer a captação dos fins para os quais se
elaborou a norma. Finalidade social.
3)PRINCÍPIOS
3.1 Liberdade iniciativa:
Previsto na Constituição Federal art. 170. É essencial ao capitalismo.
Faculdade assegurada a cada pessoa de estabelecer-se empresarialmente,
obrigando a todos os demais empresários a não impedirem a execução desse
direito.
- imprescindibilidade da empresa privada
- lucro como motivação da atividade
- proteção jurídica do investimento
- importância da função social da empresa

3.2 Liberdade de concorrência

Previsto na Constituição Federal art. 170, IV. Implica a coibição de


determinadas práticas empresariais, incompatíveis com a prática capitalista.
São concorrência ilícita as que implicam risco ao regular funcionamento do livre
mercado e as que configuram concorrência desleal.

3.3 Função social da empresa

Previsto na Constituição Federal art. 5o, XXIII e 170, III. A propriedade dos
bens de produção deve cumprir a função social, no sentido de não se
concentrarem, apenas na titularidade dos empresários todos os interesses
juridicamente protegidos que os circundam. Proteção constitucional de
interesses metaindividuais potencialmente afetados pelo modo com que se
empregam os bens de produção.

3.4 Autonomia patrimonial da sociedade empresária

Técnica de segregação de riscos, prevista em lei, que motiva e atrai


investidores. A sociedade empresária, por ser pessoa jurídica, um sujeito de
direito diferente dos sócios que a compõem. A responsabilização pelas
obrigações sociais cabe à sociedade e não aos sócios. A responsabilidade
patrimonial dos sócios é restrita a específica previsão legal.

3.5 Majoritário das decisões sociais

De forma geral, se forma pela atribuição de poder deliberativo ao sócio


proporcionalmente às quotas ou ações votantes tituladas. As deliberações são
adotadas, em princípios, pela vontade ou entendimento do sócio (ou sócios)
que mais investiu na empresa e consequentemente, assumiu maior risco. A lei
fixa quórum de deliberação, definindo-o, em alguns casos, por critério diferente.

3.6 Vinculação dos contratantes ao contrato

Os empresários estão vinculados aos contatos que celebram entre eles em


grau maior do que os trabalhadores e consumidores. Teoria da imprevisão:
cláusula rebus sic stantibus. Os contratos empresariais devem ser revistos
somente em casos excepcionais.

3.7 Preservação da empresas

Proteção da atividade econômica, como objeto de direito cuja existência e


desenvolvimento interessam não somente ao empresário, ou aos sócios da
sociedade empresária, mas a um conjunto bem maior de sujeitos. Reconhece-
se que, em torno do funcionamento regular e desenvolvimento de cada
empresa, não gravitam apenas os interesses individuais dos empresários e
empreendedores, mas também os metaindividuais de trabalhadores,
consumidores e outras pessoas.

3.8 Subsidiariedade da responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais

A responsabilização social dos sócios é subsidiária, só se autoriza a execução


dos bens dos sócios, para o adimplemento de dívidas da sociedade, depois de
executados todos os bens do patrimônio social.

3.9 Autonomia da vontade

Liberdade jurídica de cada pessoa contratar, ou não, bem como de escolher


com quem contratar e de negociar as cláusulas do contrato. Limitada pelo
interesse público. Função social: Código Civil art. 421.

3.10 Liberdade de associação

Previsto na Constituição Federal art. 5o, XVII e XX. É irrestrita no momento da


constituição da sociedade empresária ou do ingresso na constituída, não
podendo ninguém ser obrigado a se tornar sócio de sociedade contratual
contra a vontade. Entretanto, ingressando na sociedade empresária, o sócio
não poderá dela se desligar senão nas hipóteses previstas em lei.

3.11 Proteção do contratante mais fraco

A assimetria nos contratos empresariais, que justifica a proteção do contratante


mais fraco, decorre da obrigação contratual de organizar sua empresa
seguindo orientações emanadas do outro contratante. O que marca a
assimetria não é a hipossuficiência ou a vulnerabilidade, mas sim a
dependência empresarial.

 Noções de empresa e empresário:

1) Empresa: ela é uma abstração, tem como ver o prédio onde ela opera,
mas não ela em si. É o local onde se exerce a atividade de produção
(mão de obra, capital, insumo e tecnologia).

- A empresa é o objeto do direito, significa o estudo das relações comerciais e


empresariais desenvolvidas dentro dela.

- A sociedade empresária é o sujeito, aloca o objeto dentro da sociedade


identificando suas características, seus elementos constitutivos, a forma de
exercer essa atividade.

- O sócio não é necessariamente empresário, pode apenas ter alocado


dinheiro, mas não exerce atividade na organização dos fatores de produção,
recebe uma contrapartida do dinheiro alocado na empresa, mas no dia a dia da
empresa, não faz parte.
- O objeto da empresa tem que ser lícito, determinado ou determinável, em
acordo com os bons costumes, ordem pública e moral.

- Pública (do Estado, por exemplo), privada (é a regra) – lembrando que o


Estado não tem a função de gerar riqueza, a função é do setor privado,
economia mista (administração para o estado e o capital investido pelo
privado).

-Pode ser constituída para o comercio ou indústria, para constituição de bens.

- Pode ser individual ou coletiva. Ou seja, um sócio ou + de 1

2) Empresário: pessoa que organiza os fatores de produção. Ele gerencia


e exerce a atividade empresarial com habitualidade.

- Pode ser pessoa física ou jurídica.

- CCi art. 966 a art.980.


Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.

- Capacidade civil: CC Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os


que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente
impedidos.

- Impedimentos:
Lei no 11.101/05, art. 181,I, condenação por crime falimentar – aquele que já
teve uma empresa e não conseguiu honrar com seus compromissos e houve
condenação, via de regra, essa circunstancia, decorre do dolo.

Lei no 8.112/90, art. 117, CF art. 54,95, 128, §5o, II, servidor público;
integrantes forças armadas; auxiliares do empresário (leiloeiro, despachante,
corretores, aduaneiros - quem trabalha com exportação/importação)

- Estrangeiros: há algumas restrições, mas cada vez menores, com relação a


jornal, rádio e televisão, com razão a comunicação e recursos minerais e
energia hidráulica.

- Exclui atividade cooperativa – porque tem uma legislação especifica que a


regula, rural – entende-se que essa atividade é realizada de uma forma mais
afastada dos negócios que estão, via de regra, vinculados a atividade urbana,
mas isso não quer dizer que não possa ter uma empresa rural, e para isso leva
ela a registro, então estará garantido que seguirá toda a legislação da atividade
empresária e intelectual.

- O registro da empresa, em nosso sistema hoje, não precisa necessariamente


levar registro na junta comercial para ser empresário, sendo assim, se torna
empresário de fato, para ser empresário de direito leva o registo na junta. O
que difere é que sendo de direito tem mais benefícios.
Entende-se no nosso sistema que o registro é um demonstrativo que a
empresa existe, não constitui o direito, ele não deixa de existir se não levar a
registro, portanto, é declaratório, salvo na atividade rural.
A partir do momento que leva a atividade rural a registro constitui-se direito a
finalidade de agir dentro da legislação empresarial.

 Sistemas caracterizadores:

- Francês/Brasil: exercício profissional de atividade econômica organizada para


a produção ou a circulação de bens ou serviços, independentemente de
qualquer registro para identificar alguma atividade como empresária.

- Espanhol: prática habitual do comércio, desde 1885 não é mais preciso a


matrícula no registro de comércio, basta prática habitual do comércio.

- Suíço: a maioria das atividades ainda são obrigadas a manter o registro, se a


atividade não obriga e você faz, é obrigado a seguir a legislação – nela possui
um rol de atividades que precisam do registro.

- Alemão: os que exercem atividade mercantil descritas no art. 1, II do Código


Comercial de 1897 devem obrigatoriamente efetuar o registro; todo o que
explora atividade empresarial, mesmo não inclusa no art. 1; o que exerce
atividade acessória como agricultor, pecuarista, silvicultor e se matricula no
registro de comercio.

 Requisitos:

- exercício de uma atividade


- capacidade civil para o exercício da atividade
- finalidade econômica: lucro
- organização da atividade
- profissionalidade e habitualidade do exercício da atividade – tal atividade é a
que exerce como finalidade econômica.
- finalidade de produção ou troca de bens ou serviços destinados ao mercado

 Espécies

No Brasil, podemos dizer que as empresas podem ser dos seguintes tipos:

1. Empresário Individual (EI);

2. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI);

3. Micro Empreendedor Individual (MEI);

4. Sociedade Limitada (LTDA);

5. Sociedade Anônima (SA).

- O que difere essas espécies é a responsabilidade patrimonial, quanto do


patrimônio pessoal vai incidir ou não em eventuais danos decorrentes da
atividade empresária (principalmente, trabalhista e tributário).

 Siglas:
MEI: é a designação para microempreendedor individual;
EI: Empresário individual;
ME: significa microempresa;
EPP: Empresa de Pequeno Porte;
EIRELI: Empresa Individual de Responsabilidade Limitada;
LTDA: é a sigla para limitada. São empresas que têm capital social
organizado por cotas, nesse caso, cada um dos sócios possui uma
quantidade registrada de acordo com seu investimento;
SA: Sociedade Anônima. É uma empresa que possui capital social que
pode ser aberto ou fechado, sendo composta por mais de 2 sócios.

 Empresário Individual

- Pessoa natural que se obriga através de seu próprio nome (não tem
determinação, uma firma), responde com seus bens pessoais, assume
responsabilidade ilimitada (CPC art. 591), incide pessoalmente em falência e
pode pleitear, se regular, sua recuperação judicial ou extrajudicial,

- Patrimônio pessoal da pessoa, ele é único, indivisível.

- Obrigatoriedade de registro, para eventualmente ter o direito de falência ou


recuperação, por exemplo.

CC art. 967: É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de


Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.

CC art. 968 – diz respeito de como fazer o registro.

 EIRELI: Lei n 12.441/2011

- A grande característica que diferencia da empresa individual é a


responsabilidade limitada ao capital social.

- O problema é o limite do capital social, a lei só aceita a EIRELI com capital


social igual ou superior a 100 salários mínimos (100 mil)

5 vantagens da Eireli:

Exercício da atividade empresarial por uma pessoa com responsabilidade


limitada, sem comprometer o patrimônio pessoal, ou seja: caso o negócio contraia
dívidas, apenas o patrimônio social da empresa será utilizado para quitá-las.

Redução da informalidade, com a regularização da situação do empresário


individual, que exercia a atividade à margem da lei.

O empresário tem a liberdade de escolher o modelo de tributação que melhor


adapte a sua atividade ao porte da empresa, podendo optar, pelo Simples Nacional.
Incentivo à inovação tecnológica e o PAT (Programa de Alimentação do
Trabalhador).

Não ter nenhum tipo de limite de faturamento.

 MEI:

- Lei Complementar no 128/2008


- Microempreendedor individual: faturamento bruto não superior a R$ 81.000,00
- optante do Simples Nacional
- exerça atividades previstas pela Resolução do Comitê Gestor do Simples
Nacional
- não possua mais de um estabelecimento
- não participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador
- possua até um empregado que receba exclusivamente um salário mínimo ou
o piso salarial da categoria profissional.
- desoneração fiscal
 2º Bimestre:

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

1 CONCEITO

CC Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens


organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária.

Estabelecimento empresarial:
- conjunto de bens tangíveis e intangíveis a permitir o desenvolvimento de
determinada atividade empresarial.
- conjunto de bens reunidos pelo empresário para a exploração de sua
atividade econômica.
- conjunto de bens corpóreos ou incorpóreos utilizados pelo empresário no
exercício de sua atividade profissional visando torna-la mais eficiente para a
obtenção de lucros.
- ao organizar o estabelecimento, o empresário agrega aos bens reunidos um
sobrevalor, um atributo: fundo de comercio, aviamento ou goodwill of a trade.

 NATUREZA JURÍDICA

Endemann: teoria da personalidade jurídica do estabelecimento.


Independência.

Bekker: patrimônio autônomo, separado do patrimônio de seu titular.

Valéry: Maison de commerce (conjunto de pessoas que se ocupam com a


direção da atividade empresarial) Fonds de commerce (conjunto de bens e
valores materiais ou imateriais que traduzem no patrimônio do
estabelecimento. Sujeito e objeto de direito.

Carrara: teoria do negócio jurídico. Envolve empresário, empregados e


credores.

Teorias Imaterialistas: bem imaterial distinto dos bens materiais que o


constituem.

Teorias Atomistas: unidade autônoma. Elementos do estabelecimento, muito


embora reunidos, são e continuam a ser bens singulares.

Teorias Universalistas: universalidade de fato ou de direito, na medida em que


seus vários elementos são reunidos mediante um objetivo econômico comum.
- não é sujeito de direito
- é um bem móvel
- integra o patrimônio da sociedade empresária - universalidade de fato (CC art.
90)

 CARACTERÍSTICAS

- não é o patrimônio da empresa. Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e


obrigações vinculados à empresa, dentre eles os que não servem para a
atividade fim da empresa. Enquanto o estabelecimento é composto pelos bens
que têm como finalidade o exercício da empresa.

- complexo de bens organizados para a atividade empresarial, por isso exige


que sejam especificamente organizados para a execução da atividade. Todo
esse agrupamento de coisas e direitos faz com que, em conjunto e de forma
organizada, se possa realizar a sua atividade.

 ELEMENTOS
 Corpóreos: têm existência física material (mercadorias, instalação,
estoque, máquina, dinheiro ...)
 Incorpóreos: não têm existência física (nome empresarial, marca,
desenhos industriais...)

 TRANSFERÊNCIA

- Cessão da universalidade de bens: trespasse.


Venda do estabelecimento: altera-se o titular que passa a ser o comprador.

Venda da sociedade empresária: não altera o titular. Cessão de cotas, ações.


Não altera o patrimônio da sociedade empresaria.

- publicidade como requisito


CC Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou
arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros
depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na
imprensa oficial

- Assume totalidade dos débitos:


CC Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos
débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano,
a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da
data do vencimento.

- não concorrência
CC Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos
subseqüentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a
proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.

- sub rogação
CC Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-
rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do
estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros
rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da

transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a


responsabilidade do alienante.

Solvente: sem restrição.

Insolvente: notificação dos credores com prazo de 30 dias para divergirem. CC


Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu
passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de
todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito,
em trinta dias a partir de sua notificação.

 DÉBITOS
 Contabilizados:

CC Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos


débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano,
a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da
data do vencimento.

- possibilidade/necessidade de cláusula contratual de alienação específica de


responsabilidade para determinar a extensão da obrigação e eventual direito de
regresso.
- Usual é a assunção pelo comprador de todas as dívidas. Salvo débitos
trabalhistas e tributários em razão de determinação legal específica.

 Tributários:

CTN Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de
outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial,
industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou
outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos,
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:

I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou


atividade;

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou


iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.

§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação


judicial:

I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade
controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou
afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus
sócios;

III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial


com o objetivo de fraudar a sucessão tributária

§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial


ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição
do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação,
somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais
ou de créditos que preferem ao tributário.

 Trabalhistas:

CLT art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa


não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista


nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as
contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa
sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a


sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

 PONTO EMPRESARIAL
 Noção de ponto:

local onde se encontra o estabelecimento empresarial. Importância para o


sucesso da empresa/proteção jurídica. Espaço físico onde o empresário se
estabelece e exerce a sua empresa. Ponto empresarial, nada mais é do que a
valorização atribuída a um determinado imóvel, que poderá ser alugado ou
não, ocupado pelo empresário ou sociedade empresária, decorrente da
atividade empresarial nele exercida.

 Transferência do ponto:

Lei no 8.245/91- Locação


Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou
parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. § 1o
Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em
manifestar formalmente a sua oposição.
§ 2o Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das
hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias para manifestar
formalmente a sua oposição.

CC Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-


rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do
estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros
rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência,
se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do
alienante.
 Contrato de locação: reflexos

- Lei no 8.245/91 – Locações/Ação Renovatória


Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá
direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo
determinado;

II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos


dos contratos escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo
mínimo e ininterrupto de três anos.

§ 1o O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários


ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a
renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.

§ 2o Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as


atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o
fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou
pela sociedade.

§ 3o Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio


sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no
mesmo ramo.

§ 4o O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por


indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas,
desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo.

§ 5o Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no


interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à
data da finalização do prazo do contrato em vigor.

- possibilidade de renovação compulsória da locação - perdas e danos nos


casos de não renovação legal.

LL Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:


I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que
importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal
natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo
de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital
o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.

§ 1o Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do


mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de
comércio, com as instalações e pertences.

§ 2o Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá


recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo.
§ 3o O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e
dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e
desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de
proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três
meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras
determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar.

 NOME EMPRESARIAL

Conceito: aquele utilizado pelo empresário, seja ele pessoa física ou jurídica,
para apresentar-se ao mercado individualizando sua atividade das demais
empresas.
CC Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação
adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção
da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.

- Insígnia: representação gráfica emblemática ou nominativa

Sistemas:

- Veracidade/Autenticidade: Brasil, nome civil do empresário/sócio


- Liberdade Plena: Inglaterra e Estados Unidos, qualquer nome pode ser
adotado
- Eclético/Misto: Alemanha e Suiça, nome civil, em caso de sucessão causa
mortis ou inter vivos pode ser utilizado pelo novo adquirente.

 Firma e denominação:

Empresário Individual: Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por
seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais
precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.

Firma: o nome empresarial se formará pela utilização dos nomes pessoais dos
empreendedores, completos ou abreviados.

Denominação: nome empresarial identifica a atividade, o objeto da empresa.

Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada


operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar,
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e
companhia" ou sua abreviatura.

Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas


obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes,
figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo.

Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas


pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que
pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.

§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido


nela figurar o nome de um ou mais sócios.
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e
ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a
denominação da sociedade.

Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo


vocábulo "cooperativa".

Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto


social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por
extenso ou abreviadamente.
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista,
ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.

Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma,


adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão
"comandita por ações".

Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firmaou


denominação.

Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não
pode ser conservado na firma social.

 Características:

- veracidade/autenticidade
- novidade/anterioridade
- identificação do tipo social
- exclusividade
- proteção à moral
- não é permitido o uso de siglas ou de órgãos públicos - inalienabilidade

Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já


inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos,
deverá acrescentar designação que o distinga.

Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo
único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o
contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a
qualificação de sucessor.

 Os limites da proteção jurídica:

- Constituição Federal, art. 5o, XXIX


- registro perante a Junta Comercial (proteção estadual)
- Lei 8.934/94 Lei do Registro Público de Empresas Mercantis - Lei 9.279/96
Lei de Propriedade Industrial
- INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial
- internacional Convenção Internacional de Paris 1883
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas
jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso
exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.

Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território


nacional, se registrado na forma da lei especial.

Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a


inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato.

Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de


qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi
adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu.

MEI – firma, CC art. 968, caput, inc I e § 5º


EIRELI – firma ou denominação, CC artt. 980-A, § 1o
Individual – firma individual, CC art. 968, caput, inc I e art. 1.156 LTDA – firma
social ou denominação; CC art. 1.158
S/A – denominação; CC art. 1.160 e art. 3o Lei 6.404/76
Nome Coletivo – firma social; CC art.1.157 e art. 1.039
Comandita Simples – firma social; CC art. 1.157 e art. 1.45
Comandita por Ações – firma social ou denominação; CC art. 1.090
Cooperativa – denominação; CC art. 1.155 parágrafo único e art. 1.159 Conta
de Participação – nem firma, nem denominação; CC art. 1.162

 OBRIGAÇÕES

a) registrar-se na Junta Comercial antes do início da exploração da atividade


empresarial;

b) manter escrituração regular de seus negócios;

- sistema francês: livro e escrituração determinados em lei (nosso sistema) –


para fins de controle e o resultado da atividade, para quem está devendo ou
não, inclusive é válido como prova e tributária e fiscal, o Estado vai em cima
para saber qual a dívida perante a ele.

AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ESTÃO DISPENSADAS DE


ESCRITURA.

- sistema suíço: livro e escrituração a escolha do empresário


- sistema alemão: livro determinado, sem determinação de escrituração

c) levantar demonstrações contábeis periódicas.


Finalidade: controle da atividade

Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de


Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade

 REGISTRO DE EMPRESAS MERCANTIS E ATIVIDADES AFINS


Código Comercial de 1850: Foi instituído Tribunais do Comércio, que exerciam
dupla função jurisdicional e registral.

Mais tarde surge a Junta Comercial, que era alocada dentro do departamento
do Tribunal do Comércio.

1875: extinção dos Tribunais do Comércio, atribuição jurisdicional passa para


os Juízos Estaduais; administrativas permanecem com as Juntas Comerciais
(na época eram 7- Rio de Janeiro, Belém, São Paulo, fortaleza, Recife,
Salvador e Porto Alegre + 14 Inspetorias organizadas em 1876).

Lei no 8.934/94 e Decreto no 1.800/96: uma Junta Comercial para cada


unidade federativa.

Art. 1º O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins,


subordinado às normas gerais prescritas nesta lei, será exercido em todo o
território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com as
seguintes finalidades:

I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos


jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei;
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País
e manter atualizadas as informações pertinentes;

III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu
cancelamento.

Art. 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na
capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva.

CC Art. 998. Nos trinta dias subsequentes à sua constituição, a sociedade


deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas do local de sua sede.

§ 1o O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento autenticado do


contrato, e, se algum sócio nele houver sido representado por procurador, o da
respectiva procuração, bem como, se for o caso, da prova de autorização da
autoridade competente.

§ 2o Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente, será a


inscrição tomada por termo no livro de registro próprio, e obedecerá a número
de ordem contínua para todas as sociedades inscritas.

 ÓRGÃOS COMPONENTES DO SISTEMA NACIONAL DE REGISTRO


DO COMÉRCIO: DREI E JUNTAS COMERCIAIS

DREI: Departamento de Registro Empresarial e Integração (sucessor do


Departamento Nacional do Registro do Comércio/DNRC/ Decreto no
8.001/2013)

- Toda normatização é vinculada ao DREI, as juntas são o braço executivo,


elas praticam tudo o que o DREI manda fazer.

- Caso a junta registre diferente do DREI, vai para a justiça federal.


Norma = justiça federal.
Execução da norma = justiça federal

-órgão federal vinculado ao Departamento das Micro e Pequenas Empresas do


Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

- atribuição de normatização, disciplina, supervisão e controle dos registros


empresarias.

Lei no 8.934/94
Art. 4o O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), criado
pelos arts. 17, II, e 20 da Lei no 4.048, de 29 de dezembro de 1961, órgão
integrante do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, tem por
finalidade:
I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da
execução dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins;
II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais
do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e
demais normas relacionadas com o registro de empresas mercantis, baixando
instruções para esse fim;
IV - prestar orientação às Juntas Comerciais, com vistas à solução de
consultas e à observância das normas legais e regulamentares do Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
V - exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, representando para os
devidos fins às autoridades administrativas contra abusos e infrações das
respectivas normas, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao
cumprimento dessas normas;
VI - estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de firmas
mercantis individuais e sociedades mercantis de qualquer natureza;
VII promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a suprir
ou corrigir as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
VIII - prestar colaboração técnica e financeira às juntas comerciais para a
melhoria dos serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis
e Atividades Afins;
IX - organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas mercantis
em funcionamento no País, com a cooperação das juntas comerciais;
X - instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos
pelo Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, inclusive os
pedidos de autorização para nacionalização ou instalação de filial, agência,
sucursal ou estabelecimento no País, por sociedade estrangeira, sem prejuízo
da competência de outros órgãos federais;
XI - promover e efetuar estudos, reuniões e publicações sobre assuntos
pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.

Juntas Comerciais: função executiva

 Atribuições das Juntas Comerciais:

a) atos registrários
Matrícula: e cancelamento referem-se a alguns profissionais cuja atividade é
por tradição sujeita ao controle das Juntas Comerciais como leiloeiros,
tradutores públicos, interpretes comerciais, trapicheiros e administradores de
armazéns-gerais.

Arquivamento: São os atos levados a registro obrigatório pela empresa como


os de constituição, alteração, dissolução e extinção das sociedades
empresárias. Ainda, arquivamento da firma individual (pessoa física), consórcio
e grupos de sociedades, autorizações de empresas estrangeiras e declarações
de microempresas. Atas de assembleias gerais de sociedades anônimas.

- fica um histórico na junta do andamento do estabelecimento

- São facultativos de arquivamento as procurações ad negotia (outorgado para


efeito de gerência administrativa - diz-se de mandato extrajudicial)

Autenticação: relaciona-se com os instrumentos de escrituração (livros


contábeis, fichas, balanços e outras demonstrações financeiras, etc.)

- quando precisa provar que aquele documento reflete a uma atividade


empresarial.

Lei no 8.934/94:

Art. 32. O registro compreende:


I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e
intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns- gerais;

II - O arquivamento:
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de
firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas;
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei no
6.404, de 15 de dezembro de 1976;
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a
funcionar no Brasil;
d) das declarações de microempresa;
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que
possam interessar ao empresário e às empresas mercantis; III - a autenticação
dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos
agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria.

Art. 33. A proteção ao nome empresarial (depende do registro perante a Junta


Comercial e em algumas circunstâncias a data passa a ser importante) decorre
automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e
de sociedades, ou de suas alterações.

b) expedição de carteira de exercício profissional


c) assentamento de usos e práticas dos comerciantes
d) habilitação e nomeação de tradutores públicos e interpretes.

 Composição da Junta Comercial – Paraná

Vinculada a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico.


DECRETO N 12.033

Art. 3° À Junta Comercial do Paraná compete:


I. executar serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins, que compreende:

1. Matrícula e seu Cancelamento:

dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e


administradores de armazéns gerais;

2. Arquivamento:

- dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de


firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas;
- dos atos relativos a consórcios e grupo de sociedade de que trata a Lei n°
6.404, de 15 de dezembro de 1976;
- dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a
funcionar no Brasil;
- das declarações de microempresa;
- de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que
possam interessar ao empresário e às empresas mercantis;

- autenticar os instrumentos de escrituração das empresas mercantis


registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria;

II. elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas


legais pertinentes;
III. processar a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais;
IV. elaborar o respectivo Regimento Interno e suas alterações, bem como
as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento
das normas legais, regulamentares e regimentais;
V. expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente
inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
VI. assentar os usos e as práticas mercantis;
VII. realizar outras atividades pertinentes ou implícitas nas suas finalidades.

Art. 9° O Conselho de Administração, órgão colegiado de deliberação e


orientação superior, encarregado de formular a política de ação da JUCEPAR,
de acompanhar a sua execução e de avaliar o desempenho no cumprimento de
seus objetivos institucionais, é constituído de 17 (dezessete) membros, a
saber:

I. o Secretário de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do


Mercosul – SEIM, como Presidente;
II. o Presidente da JUCEPAR, como Secretário Executivo;

III. o Presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP) ou seu


representante formalmente constituído;
IV. o Presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais
do Estado do Paraná (FACIAP) ou seu representante formalmente
constituído;
V. o Presidente da Federação das Associações das Micro e Pequenas
Empresas e Empreendedores Individuais do Estado do Paraná
(FAMPEPAR) ou seu representante formalmente constituído;
VI. o Presidente da Federação do Comércio do Estado do Paraná
(FECOMÉRCIO) ou seu representante formalmente constituído;
VII. o Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)
ou seu representante formalmente constituído;
VIII. o Presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros
do Estado do Paraná e Santa Catarina (FEPASC) ou seu representante
formalmente constituído; IX - o Presidente da Federação das Empresas
de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (FETRANSPAR) ou seu
substituto legal;
IX. o Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
ou seu representante formalmente constituído;
X. o Presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do
Paraná (OCEPAR) ou seu representante formalmente constituído;
XI. o Presidente do Conselho Regional de Administração (CRA/PR), ou seu
representante formalmente constituído;
XII. o Presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC/PR) ou seu
representante formalmente constituído;
XIII. o Presidente do Conselho Regional de Economia (CORECON/PR), ou
seu representante formalmente constituído;
XIV. o Presidente da Secional do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB/PR) ou seu representante formalmente constituído;
XV. 01 (um) representante do Colégio de Vogais da Junta Comercial do
Paraná, eleito em reunião plenária, com mandato de dois anos,
permitida uma recondução.
XVI. 01 (um) representante dos funcionários da JUCEPAR, com mandato de
dois anos, permitida uma recondução.

§ 1° O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, 01 (uma) vez


por trimestre, e extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu
Presidente ou solicitação de 1/3 (um terço) de seus membros.
§ 2° O desempenho da função de membro do Conselho Superior não é
remunerado, sendo considerado como relevante serviço prestado ao Estado.
§ 3° O Conselho de Administração funcionará com a presença mínima de 10
(dez) membros, e suas deliberações serão tomadas, por maioria simples de
votos presentes, cabendo ao Presidente do Conselho, além do voto comum, o
de qualidade.
§ 4° O Secretário Geral, o Vice-Presidente, o Procurador Regional e o
Subprocurador da JUCEPAR poderão participar das reuniões do conselho de
Administração com direito a voz, porém, sem direito a voto.

Art. 10. Ao Conselho de Administração cabe:

I. aprovar previamente:
1. planos e programas de trabalho, bem como orçamento de
despesas e investimentos e suas alterações significativas;
2. intenções de contratação de empréstimos e outras operações que
resultem em endividamento;
3. atos de organização que introduzam alterações de substância no
modelo organizacional formal da JUCEPAR;
4. tarifas e tabelas relativas a serviços, produtos e operações de
interesse público;
5. programas e campanhas de divulgação e publicidade;
6. atos de desapropriação e de alienação;
7. balanços e demonstrativos de prestação de contas e aplicação de
recursos orçamentários e extra-orçamentários;
8. quadro de pessoal da Autarquia;
II. promover o controle contábil e de legitimidade por meio de jornadas de
auditorias, de periodicidade e incidência variáveis, sobre os atos
administrativos relacionados a despesas, receita, patrimônio, pessoal e
material.

Parágrafo único. A auditoria, sempre que possível, terá sentido preventivo e


será conduzida por meio de auditores independentes, devidamente habilitados,
correndo as despesas por conta da JUCEPAR.

Art. 16. As Turmas Deliberativas são órgãos de grau inferior e se constituem


de Vogais, excluídos o Presidente e o Vice-Presidente. Parágrafo único - As
Turmas Deliberativas reunir-se-ão ordinária e extraordinariamente nos prazos e
condições determinadas no Regimento Interno da Junta Comercial do Paraná.

Art. 17. Às Turmas Deliberativas, conforme o disposto nos arts. 21 e 41 da Lei
Federal n° 8.934/94, que têm por objetivo apreciar e julgar originariamente os
pedidos relativos à execução dos atos de registro, compete:

I - apreciar e julgar os pedidos de arquivamento: a) dos atos de constituição de


sociedades anônimas, bem como das atas de assembleias gerais e demais
atos relativos a essas sociedades, sujeitos ao Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins; b) dos atos referentes à transformação,
incorporação, fusão e cisão de sociedades; c) dos atos de constituição e
alterações de consórcios e de grupo de sociedades, conforme previsto na Lei
n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976;

II - apreciar e julgar os pedidos de reconsideração de seus despachos;

III - exercer as demais atribuições que lhe forem fixadas pelo Regimento
Interno.

Art. 27. Aos Escritórios Regionais compete:


I - a orientação das partes nos assuntos relacionados com o registro público de
empresas mercantis e atividades afins;
II - o recebimento o protocolo e a devolução de documentos;
III - o exame prévio dos documentos submetidos a arquivamento;
IV - o proferimento de decisões singulares;
V - o encaminhamento à sede, dos documentos sujeitos à decisão colegiada;
VI - a busca prévia de nome empresarial;
VII - a autenticação dos livros mercantis, bem como livros fiscais, quando
houver delegação;
VIII - a expedição de certidões;
IX - o desempenho de outras atividades correlatas

 Âmbito de atuação do DREI e da Junta Comercial

DREI – esfera federal, normativa e fiscalizadora


Junta Comercial: esfera estadual, órgão executivo do sistema
 Sistema de revisão de decisões no âmbito da Junta Comercial

Lei no 8.934/94
Art. 44. O processo revisional pertinente ao Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins dar-se-á mediante:
I - Pedido de Reconsideração;
II - Recurso ao Plenário;
III - Recurso ao Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo.

Art. 45. O Pedido de Reconsideração terá por objeto obter a revisão de


despachos singulares ou de Turmas que formulem exigências para o
deferimento do arquivamento e será apresentado no prazo para cumprimento
da exigência para apreciação pela autoridade recorrida em 3 (três) dias úteis
ou 5 (cinco) dias úteis, respectivamente.

Art. 46. Das decisões definitivas, singulares ou de turmas, cabe recurso ao


plenário, que deverá ser decidido no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar
da data do recebimento da peça recursal, ouvida a procuradoria, no prazo de
10 (dez) dias, quando a mesma não for a recorrente.

Art. 47. Das decisões do plenário cabe recurso ao Ministro de Estado da


Indústria, do Comércio e do Turismo, como última instância administrativa.
Parágrafo único. A capacidade decisória poderá ser delegada, no todo ou em
parte.

Art. 48. Os recursos serão indeferidos liminarmente pelo presidente da junta


quando assinados por procurador sem mandato ou, ainda, quando interpostos
fora do prazo ou antes da decisão definitiva, devendo ser, em qualquer caso,
anexados ao processo.

Art. 49. Os recursos de que trata esta lei não têm efeito suspensivo.

Art. 50. Todos os recursos previstos nesta lei deverão ser interpostos no prazo
de 10 (dez) dias úteis, cuja fluência começa na data da intimação da parte ou
da publicação do ato no órgão oficial de publicidade da junta comercial.

Art. 51. A procuradoria e as partes interessadas, quando for o caso, serão


intimadas para, no mesmo prazo de 10 (dez) dias, oferecerem contrarrazões.

Decreto n. 1800/96 – Regulamenta a Lei n. 8.934/94


Art. 64. O processo revisional pertinente ao Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins dar-se-á mediante:
I - pedido de reconsideração;
II - recurso ao Plenário;
III - recurso ao Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo.

 ESCRITURAÇÃO

- Função gerencial, documental e fiscal.


- Escrituração digital/certificação digital e selo cronológico digital.

 Requisitos dos registros:


 Intrínsecos: idioma português, sem intervalos, entrelinhas, borraduras,
rasuras, emendas, anotações à margem ou notas de rodapé. Moeda
nacional, individuação, clareza, ordem cronológica de dia mês e ano.
CC Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais
e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos
em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as
margens.

Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas,


que constem de livro próprio, regularmente autenticado.

- Essa é a forma que se anota a movimentação da empresa, a ideia da


escrituração é que sempre seja preenchido na ordem cronológica dos
acontecimentos, na medida que se tem a nota fiscal.

 Extrínsecos: Conferem segurança jurídica ao livro. São os termos de


abertura, termo de encerramento e autenticação da Junta Comercial.

CC Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir


um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva,
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a


critério dos interessados.
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se
refere o art. 970.

 Livros obrigatórios, obrigatórios especiais e facultativos

- Os livros obrigatórios, como o próprio nome infere, são exigidos por lei e sua
ausência trará sanções civis e criminais.

Microempresário e pequeno porte: obrigatório livro Caixa.

MEI: não precisa ter escrituração.

CC Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir


um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva,
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a


critério dos interessados.

§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se


refere o art. 970. (Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado
e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição
e aos efeitos daí decorrentes.)

Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário,
que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou
eletrônica.

Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado


para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o
caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro
Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o
empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não
obrigatórios.

 Registro Obrigatório:

-Diário, livro de registro dos atos ou operações da atividade empresarial e os


atos que modificam ou podem modificar o patrimônio do empresário. (exceção
microempresário e de pequeno porte);

Os outros são facultativos na medida da complexidade da atividade e se esta


requer registro. Ex: registro de funcionários

CC Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e


caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou
reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa.
§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam
o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam
numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que
utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro
individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita
verificação.

§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado


econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis
legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.

Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de


fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes
Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas
para aquele.

Art. 1.186. O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado de modo que
registre:
I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo
respectivo saldo, em forma de balancetes diários;

II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do


exercício.

Obrigatórios especiais: são obrigatórios apenas para aqueles empresários


queadotam determinado procedimento, e que deva proceder a escrituração.

- Registro de Duplicatas, que podem ser mercantis ou de prestação de


serviços. Escrituração obrigatória a todos que emitirem duplicata.
- Registro de Atas de Assembleia, em especial nas Sociedades Anônimas.
- Registro de Atas do Conselho Fiscal.
- Registro de Empregados.
- Registro de Balancetes Diários e Balanços dos estabelecimentos bancários.
- Registro de Atas de Administração
Facultativos: tem para o empresário uma função de controle de seus negócios
e de que a sua falta não importa nenhuma sanção. Exemplos: livro-caixa,
contas-correntes, obrigações a pagar, estoque ...

 Efeito probatório dos livros empresariais

- Importante ter registro para provar as relações comerciais com


terceiros. E é uma prova contra a quem pertence, pode ser exigida para
provar a má-fé ou má conduta do agente empresarial. Essa prova pode
ser afastada se comprovado o dolo ou má-fé de alguém que trabalhou na
empresa, mas a priori não vale contra terceiro, portanto, vale entre
empresário e quem escriturou.

CC Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra


as pessoas a que pertencem, e, em seu favor (quando sem dolo ou má-fé),
quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem
confirmados por outros subsídios.

Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos
casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de
requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou
inexatidão dos lançamentos.

(Revogado pela Lei n o 13.105, de 2015) (Vigência)

Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova


testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por
escrito.

Código Processo Civil

Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para
o descobrimento da verdade.

Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe
à parte:
I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;
II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada
necessária;
III - praticar o ato que lhe for determinado.

Código Tributário Nacional:


Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais
ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação
destes de exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os
comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que
ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se
refiram.

Lei de Falência no 11101/2005


- só tem esse beneficio se possui escrituração, se não tiver o registro da
atividade que mostra os números de pedir falência, não terá o direito.

Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: ...

V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o


ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;

Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da


sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou

homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de


escrituração contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui
crime mais grave.

STF Súmula 439

- Aqui a súmula estabelece um limite no mundo do como deve ser.

Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros


comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.

- Os livros obrigatórios que estiverem revestidos das formalidades extrínsecas


e intrínsecas, e em plena harmonia uns com outros, fazem prova plena contra
os seus proprietários, sejam esses originários ou por sucessão; contra os
comerciantes com quem os proprietários, por si ou por seus antecessores,
houverem mantido transações e contra os não comerciantes, se os assentos
dos mesmos livros forem comprovados por documentos que por si sós não
possam constituir prova plena. Se, porém, o Código Civil exigir expressamente,
para determinado caso, a prova por documento público ou particular, os livros
comerciais não servirão de meio de prova já que essa terá que ser feita
exclusivamente por meio daqueles documentos.

- Os livros e fichas de escrituração mercantil somente provam a favor do


comerciante quando mantidos com observância das formalidades legais.

- Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam


também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes.

- O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de


escrituração quando necessária para resolver questões relativas à sucessão,
comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em
caso de falência. O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de
ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das
partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da
sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas,
para deles se extrair o que interessar à

questão. Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame,


perante o respectivo juiz.

- Recusada a apresentação dos livros, serão apreendidos judicialmente e, ter-


se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos
livros. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova documental
em contrário.

- Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante,


todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os
lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.

- Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. O exame de


livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes.

- em principio so tem que mostrar a escritura solicitada, o juiz só pode exigir


mais se tiver justa causa. Apesar de mostrar nele as verdades, não afasta a
possibilidade de mostrar a veracidade de fora da escritura, é o caso de alguém
forjar a escrituração.

 SIGILO:

CC Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade,


juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para
verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.

Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de
escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão,
comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em
caso de falência.

Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da


escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades
fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos
termos estritos das respectivas leis especiais.

Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar


em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis
concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência
no tocante aos atos neles consignados.

STF/Súmula 260: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado


as transações entre os litigantes.

 PREPOSTOS: CONTABILISTA, GERENTE ETC.

CC Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,


no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

- ou seja, sendo preposto, gerente, contabilista se praticar um ato dentro da


atividade empresarial dentro do que o contratante mandar fazer, o contratante
responde, mas se excede o mandato do chefe, está pessoa que será
responsabilizada.
CC Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se
substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente
pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas.

Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por
conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de
operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder
por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação.

Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao


preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos
casos em que haja prazo para reclamação.

Conceito: aquele que representa o titular, dirige um serviço, um negócio,


pratica um ato, por delegação da pessoa competente, que é o preponente.

- Preposto pode ser um auxiliar direto, um empregado, subordinado, pessoa


que recebe ordens de outra ou um profissional liberal responsável por uma
determinada atividade, ou seja, os colaboradores permanentes ou temporários
da empresa, com ou sem vínculo empregatício, aos quais são delegados pelo
empresário ou pela sociedade empresária, poderes de representação da
empresa perante terceiros.

- qualquer pessoa que esteja representando o empresário ou o


estabelecimento empresarial, e a principio essa preposição é documentada.

- Preponente é quem constitui o preposto (quem contrata alguém), em seu


nome, por sua conta e sob sua dependência, para ocupar-se dos negócios
relativos a suas atividades, ou seja, é a sociedade empresária ou o empresário,
podendo ainda ser identificado como o patrão, empregador ou titular do
negócio.

- Preposto exerce a preposição, que é o mandato remunerado, verbal ou


escrito, constituído pelo preponente para que outra pessoa, o preposto, em seu
nome, por sua conta e sob sua dependência efetue negócios concernentes às
suas atividades profissionais.

Exemplos de prepostos: o gerente, o vendedor, o contabilista da empresa, o


representante comercial, o caixa da loja.

Gerente: dependente interno


CC Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da
empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência.

- ele exerce uma função administrativa, não é contratado somente para


representação.

Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente
autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que
lhe foram outorgados.
Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os
poderes conferidos a dois ou mais gerentes.

Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a


terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro
Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da
pessoa que tratou com o gerente.

Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a


modificação ou revogação do mandato ser arquivada e averbada no
Registro Público de Empresas Mercantis (mas não é obrigatório, porém
vale em face de terceiro).

Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique
em seu próprio nome, mas à conta daquele.

Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do preponente, pelas


obrigações resultantes do exercício da sua função.

Contabilista e outros auxiliares:

CC Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por


qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se
houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por
aquele.

- salvo má-fé entendem que são verdadeiros o que está no registro

Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são


pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos
culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos
dolosos.

Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer


prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da
empresa, ainda que não autorizados por escrito.
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do
estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos
poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela
certidão ou cópia autêntica do seu teor.

Independentes

Corretores: aproxima e assessora negociações privadas (imóveis,


mercadorias, navios, seguros, valores mobiliários)

Lei no 6.530/78 - imóveis


Lei no 4.594/64 – seguros
Lei no 4.728/65 – valores mobiliários

Leiloeiros: venda por oferta pública, mediante pagamento de comissão.


Decreto no 21.981/32

Representante Comercial: pessoa física ou jurídica, sem relação de emprego,


não eventual, media a realização de negócios mercantis (propostas ou
pedidos), mediante pagamento de comissão.
Lei no 4.886/65
Código Civil art. 710/721

 PROPRIEDADE INDUSTRIAL:
Essencial para ter um sistema econômico honesto, baseado na boa-fé e na
lealdade, isso faz parte do capitalismo. Então, em especial os regimes
econômicos de proporção privada têm o acompanhamento da proteção da
propriedade industrial, pois ninguém quer que alguém se aproprie daquilo
que se investiu tempo, capacidade para desenvolver.

 Introdução:

A ideia é que a pessoa que inventava tinha o direito de usufruir do


beneficio advindo de seu esforço.

Statute of Monopolies, Inglaterra 1623


- inventor passa a ter condições de acesso a certas modalidades de monopólio
concedidas pela Coroa, ou seja, aquele que inventava tinha poder econômico
sob aquilo que foi inventado. Fator motivador de novas descobertas.

Constituição dos Estados Unidos de 1787


- Congresso tem atribuição de assegurar aos inventores por prazo determinado
o direito de exclusividade sobre a invenção. Lei específica em 1790.

França, 1791, constituição francesa.

Constituição Federal, art. 5º Trata a questão da propriedade industrial como


direito fundamental (meio ambiente não é).
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
do País.

Brasil:
- 1809, alvará real que reconhece o direito do inventor ao privilégio da
exclusividade, registrado perante a Real Junta do Comércio.
- 1839, lei sobre invenções atendendo previsão constitucional do ar. 179, n 26.
- 1875, primeira lei brasileira de proteção a marca.
- 1882, lei patentes.
- 1887 e 1904 leis marcas.
-1923, uniformização da proteção, criação da Diretoria Geral da Propriedade
Industrial.

Lei no 9.279/96 – proteção à propriedade industrial.

Lei no 8.934/94 – proteção ao nome empresarial.

Lei no 9.609/98 – proteção direito autoral.

- Essas leis surgiram após a CF, esta reduziu o monopólio da produção de


riqueza do estado, passando para o setor privado (empresas), e houve a
complementação do sistema com alguns atributos da empresa.

O que rege esta lógica é o Princípio da prioridade (Convenção da União de


Paris/CUP 1883 – apesar do brasil ser signatário foi internalizado em Decreto n
75.572/75 como direito interno.

- favorece aquele que primeiro tiver feito o registro em País signatário da CUP.
Anterioridade do depósito ou do pedido internamente, poderá ser superada
pela prioridade de pedido similar, que se tenha operacionalizado
internacionalmente, mas em data anterior.

Princípio da prioridade. (Acordo de Madri) 1989

- Se desenvolvo uma nova tecnologia tem que levar a registro em cada


país, e eventualmente passar por uma discussão se naquele país já
houver um registro anterior. Pode ter registrado no BR em 2015, mas em
2017 pode achar que devesse levar aos EUA, ao chegar lá, já tem um
registro de 2016 ou de 2012. No BR foi o primeiro, mas nos EUA não. Vale
a anterioridade dos EUA em face do BR? Surge diversas discussões que
acabam limitando o exercício daquela atividade, em razão disso agora
tem um processo que aceita o protocolo em um país com validade em
todos os países signatários da convenção de Paris. Portanto, ao fazer o
registro no BR valerá para todos os países vinculados a essa convenção,
então não precisaria ter a preocupação com a anterioridade.

- isso vem como um instituto para priorizar a produção econômica, ou


seja, aquele primeiro que desenvolveu terá o direito a atividade ou
produto

 Natureza jurídica: Patrimonial, direito real.

 Bens tutelados:
- invenção
- desenho industrial
- modelo de utilidade
- a marca

HÁ DUAS FORMAS DE PROTEÇÃO:

Patente: documento oficial expedido pelo Estado e que dá a propriedade


exclusiva e temporária a uma pessoa física (inventor/criador isolado) ou jurídica
(empresa) sobre o que tenha sido inventado ou aperfeiçoado.

- É um processo mais extenso e está vinculado a invenção e modelo de


atividade.

Registro: modalidade simplificada, se comparado à patente, possuindo,


contudo, os mesmos aspectos de temporalidade e exclusividade conferidos ao
seu titular.

- Vinculado ao desenho industrial ou marca.

Invenção e o modelo de utilidade: o direito de exploração, com


exclusividade, se estabelece através da concessão da respectiva patente,
instrumentalizada através da carta-patente, pelo Instituto Nacional da
Propriedade Industrial – INPI.

- Essencialmente invenção e modelo de utilidade aqui se fala em modelo de


coisas, produtos. Eventualmente pode inventar um novo produto ou aprimorar a
utilização daquilo que já existe, é igualmente protegido pelo sistema.
Desenho industrial e a marca: a estes dois o direito se estabelece com a
concessão do registro, documentado pelo certificado, também expedido pelo
INPI.

- Na mesma linha, desenho industrial e marcas, não se fala só em produto,


mas muitas vezes em algumas características. O desenho é quando cria um
novo produto ou desenvolve novas características de um produto, a ideia da
proteção é ter caráter de utilização que possa com aquilo reproduzir
comercialmente. A marca é aquilo que identifica a empresa, poder ser um sinal,
cor, nome, portanto também é reprodutivo.

Invenção: não é definida na lei. Considerada pela doutrina como a criação


original do espírito humano, ampliação do domínio que o homem exerce sobre
a natureza.
art. 10: discrimina o que não considera como invenção (como as descobertas e
teorias científicas, os métodos matemáticos, as obras literárias, arquitetônicas,
científicas, artísticas ou qualquer criação estética e programas de computador,
as concepções puramente abstratas.

- é a criação de um produto no estado da arte.

Modelo de utilidade: aperfeiçoamento da invenção.


art. 9º: objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial,
que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte
em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.

- ou seja, aprimoramento de algo que já existia é um modelo de utilizade que


será objeto de proteção legal.

- aquilo que se agrega a um evento, não evidente a um técnico no assunto que


a teria como uma mera adição da invenção, mas como um avanço tecnológico,
capaz de ampliar as possibilidades de sua utilização (art. 76);
O aperfeiçoamento deve revelar um avanço tecnológico, que os técnicos da
área reputem engenhoso, se o aperfeiçoamento for destituído dessa
característica, sua natureza jurídica é a de mera “adição de invenção”. As
manifestações intelectuais excluídas do conceito de invenção também não se
compreendem no de modelo de utilidade.

- Desenho industrial (design)


Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um
objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um
produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração
externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.

- alteração na forma do objeto ou na sua estética que não altera ou amplia a


utilidade do objeto, mas o reveste de uma forma diferente, inusitada.

- Marca: definida como o sinal distintivo, suscetível de percepção visual que


identifica produtos ou serviços (art. 122/LPI).

- sinais sonoros, ainda que originais e exclusivos, não são suscetíveis de


registro como marca. Também não são marcas as características de cheiro,
gosto ou tato de que se revestem os produtos ou serviços.
Classificação:
a) marcas nominativas: composta somente por palavras;
b) marcas figurativas: compostas por desenhos ou logotipos;
c) marcas mistas: são apresentadas por palavras escritas com letras
revestidas de uma forma particular ou que estejam incluídas em logotipos;

Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se:


I - marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou
serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa;
II - marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um
produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas,
notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia
empregada; é aquela que distingue de outros.
III - marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços
provindos de membros de uma determinada entidade.

 Amplitude da tutela

- Protege a própria ideia inventiva.


- Marca notória: alto renome e notoriamente conhecidas.
- Degeneração de marca notória: consumidores passam a identificar o gênero
do produto pela marca de um fabricante. Ex: gilete, Bombril.

Essa proteção é baseada no sistema único de prioridade, o primeiro que


demonstra o interesse na proteção ou criação daquele produto ou
serviço.

Art. 41. A extensão da proteção conferida pela patente será determinada pelo
teor das reivindicações, interpretado com base no relatório descritivo e nos
desenhos.

Art. 42. A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu
consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar com
estes propósitos:
I - produto objeto de patente;

II - processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado.


§ 1o Ao titular da patente é assegurado ainda o direito de impedir que terceiros
contribuam para que outros pratiquem os atos referidos neste artigo.
§ 2o Ocorrerá violação de direito da patente de processo, a que se refere o
inciso II, quando o possuidor ou proprietário não comprovar, mediante
determinação judicial específica, que o seu produto foi obtido por processo de
fabricação diverso daquele protegido pela patente.

 A defesa da propriedade industrial

União de Paris, 1883 – princípios da propriedade industrial


Convenção de Paris, ar. 1o, n 2: a proteção da propriedade industrial tem por
objeto as patentes de invenção, os modelos de utilidade, os desenhos ou
modelos industriais, as marcas de fábrica ou de comércio, as marcas de
serviço, o nome comercial e as indicações de proveniência ou denominações
de origem, bem como a repressão da concorrência desleal.

Revisões: Bruxelas 1900, Washington 1911, Haia 1925, Londres 1934, Lisboa
1958 e Estocolmo 1967.
Lei no 9.279/96 – lei brasileira de proteção à propriedade industrial.

- órgão administrativo vinculado a um órgão federal que faz toda a proteção.


Essa proteção vem da convenção de Paris de 1883, revistas e incluídas pela lei
de 96.

INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial


Trata especificamente da proteção do registro do desenho industrial e das
patentes
Requisitos: novidade, originalidade, desimpedimento
Extinção: decurso do prazo de duração, caducidade, falta de pagamento da
retribuição devida ao INPI, renúncia do titular, inexistência de representante
legal no Brasil se o titular é domiciliado ou sediado no exterior. Art. 133

 Registro

O registro das patentes são improrrogáveis.

O registro de desenho industrial dura 10 anos a partir do depósito, admitidas 3


prorrogações sucessivas de 5 anos art. 108, ou seja, 25 anos, a partir disso o
uso é comum de toda sociedade. A mesma limitação se tem ao direito autoral,
os herdeiros recebem por 70 anos após a morte do autor e depois é de domínio
público, todos podem usufruir.

Registro da marca
Requisitos: precisa ter uma novidade relativa, não colidência com notoriamente
conhecida, desimpedimento – não pode ter uma proteção preexistente, ou seja,
se já há registro anterior não será possível fazer o registro da mesma marca.

 Patenteabilidade

Tem que levar ao instituto nacional o invento e descreve-lo e isso tem um sigilo
que perdura por 180 dias mediante depósito, mas isso tem que se tornar
público, pois se alguém criou aquilo, a pessoa tem que saber que alguém criou
aquilo tem que saber que outro pegou a ideia está levando a registro em nome
próprio e não no seu nome, com isso, eventualmente acaba perdendo domínio
do invento.

A partir do momento que se pede proteção do invento (é um processo lento)


outras pessoas podem tomar conhecimento daquilo que está criando e fazem
aquilo que está tentando se proteger mas não colocou no mercado ainda e ao
adquirir a proteção legal para colocar no mercado a outra pessoa já colocou.
Por isso, as vezes é preferível colocar coisa no mercado sem proteção e o
concorrente ficar quebrando a cabeça para descobrir como que faz para a roda
rodar, do que ter a proteção da roda, mas dizendo como ela roda.

 Requisitos:

a)  Novidade b) Atividade inventiva c) Industriabilidade d) Desimpedimento

 Fases do Pedido de Patente:

a) depósito
b) publicação – A partir desta as pessoas tomam conhecimento do produto.
c) exame – dos requisitos.
d) decisão

Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos


quando não compreendidos no estado da técnica

§ 1o O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao


público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita
ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior, ressalvado o
disposto nos arts. 12, 16 e 17. OU SEJA, AQUILO QUE JÁ EXISTIA
ANTERIORMENTE, O ESTADO DA TÉCNICA É A INOVAÇÃO, SE CRIA UM
NOVO OBJETO, AQUILO QUE NÃO EXISTIA NO MUNDO ANTES DO
INVENTO.

§ 2o Para fins de aferição da novidade, o conteúdo completo de pedido


depositado no Brasil, e ainda não publicado, será considerado estado da
técnica a partir da data de depósito, ou da prioridade reivindicada, desde que
venha a ser publicado, mesmo que subseqüentemente.

§ 3o O disposto no parágrafo anterior será aplicado ao pedido internacional de


patente depositado segundo tratado ou convenção em vigor no Brasil, desde
que haja processamento nacional.

Art. 8o É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade,


atividade inventiva e aplicação industrial.

Art. 18. Não são patenteáveis:


I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à
saúde públicas;
II- as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer
espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os
respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de
transformação do núcleo atômico;
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos
que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade
inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8o e que não sejam mera
descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são
organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem,
mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma
característica normalmente não alcançável pela espécie em condições
naturais.

Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de


modelo de utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos contados da data de depósito.
Parágrafo único. O prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a
patente de invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a
contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido
de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada
ou por motivo de força maior.

Art. 133. O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados
da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e
sucessivos.
§ 1o O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de
vigência do registro, instruído com o comprovante do pagamento da respectiva
retribuição.

§ 2o Se o pedido de prorrogação não tiver sido efetuado até o termo final da


vigência do registro, o titular poderá fazê-lo nos 6 (seis) meses subseqüentes,
mediante o pagamento de retribuição adicional.

§ 3o A prorrogação não será concedida se não atendido o disposto no art. 128.

Impedimentos:

- contrários à moral aos bons costumes e à segurança à ordem e à saúde


pública;
- substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos resultantes de
transformação do núcleo atômico, bem como a modificação de suas
propriedades e os processos respectivos;
- seres vivos, ou partes deles.

Extinção da proteção legal:

a) decurso do prazo de duração


b) caducidade
c) falta de pagamento da retribuição devida ao INPI
d) renúncia do titular
e) inexistência de representante legal no Brasil, se o titular é domiciliado ou
sediado no exterior.

 Resumo: a propriedade industrial tem patente e registro. Sendo que a


patente é produto, coisa. O registro é um conceito, uma ideia, que é o
desenho industrial ou marca.
- Existem limitações temporais, não é direito eterno e para isso tem
requisitos, como a prioridade – primeiro que demonstra interesse na
proteção será o titular, desde que prove que foi ele quem criou o
produto, desenho ou marca.
- Proteção via institutos internacionais, tratados firmados pelo BR e
internalizados, trazido pela constituição como direito fundamental no
art.5º; lei específica de propriedade industrial que rege a questão e
estabelece em especial requisitos e prazos, como a prorrogação da
patente por um limite, mas as marcas podem ser suas desde que
cumpridas requisitos formais para manutenção da propriedade.

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