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2022
ANDRESSA SOARES- 201910229; ELEM CRISTINA SANTOS RODRIGUES-
20186929; JOÃO BATISTA G. F. PAROLARI- 20130602; LEYDE DAYANA
CAVALCANTE DE OLIVEIRA- 20191885; MARIA FERNANDA DE OLIVEIRA
BORGES- 20180804; PERLA ACEDO HERNANDES- 20186743.
Turma: 12371
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3
2 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO ................................................................................................... 4
3 MODALIDADES...................................................................................................................... 5
4 FASES DA LICITAÇÃO............................................................................................................. 6
5 CRITÉRIOS DE JULGAMENTO ................................................................................................ 7
6 DISPENSA POR BAIXO VALOR............................................................................................... 8
7 DISPENSA DE LICITAÇÃO POR EMERGÊNCIA ..................................................................... 10
8 NOVOS CASOS DE INEXIGIBILIDADE .................................................................................. 11
9 DISPENSA DE LICITAÇÃO FRACASSADA E DISPENSA DE LICITAÇÃO DESERTA .................. 14
10 ALIENAÇÃO DE BENS .......................................................................................................... 15
11 PREÇOS MANIFESTAMENTE INEXEQUÍVEIS ....................................................................... 18
12 DEFINIÇÃO DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO ............................................................................ 19
13 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 20
Referências ................................................................................................................................. 21
3
1 INTRODUÇÃO
Após quase 30 anos de vigência, a Lei 8.666/93 será revogada pela Lei 14.133/21.
O objetivo deste trabalho é apresentar as principais mudanças de um dispositivo para
o outro, contudo, cabe analisar, inicialmente, quais são os problemas da Lei 8.666/93
que a nova lei busca superar. Além disso, a dúvida precípua que surge é sobre a
necessidade da criação de uma nova lei para solucionar esses problemas, visto que
durante a vigência da antiga lei de licitações ocorreram mudanças setoriais para
auxiliar o procedimento licitatório, como exemplo temos a Lei 10.520/2002 que instituiu
a modalidade do Pregão, possibilitando a inversão das fases de habilitação e
julgamento, tornando o processo mais racional e econômico.
Para sanar essas questões, o legislador optou pela criação de dispositivos que
auxiliassem a lei de licitações, sem modificá-la diretamente. Como já mencionado, a
Lei 10.520/2002 criou a modalidade pregão; o Decreto 3.931/2001, revogado pelo
Decreto 7.892/2013 elaborou a instituição do Sistema de Registro de Preços (SRP);
LC 123/1996 definiu a estipulação de tratamento diferenciado para as microempresas
e empresas de pequeno porte que participam de licitações públicas; Orçamento e
Gestão dispõe sobre normas relativas às licitações sustentáveis; Lei 12.232/2010 trata
do regramento específico para licitações de publicidade; Lei 12.462/2011 produziu o
Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) dentre outros.1
1
CONJUR. A nova Lei de Licitações: um museu de novidades? Por Rafael Carvalho Rezende Oliveira. 2020.
2
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Licitações e contratos administrativos: teoria e prática. 9. ed.
São Paulo: Método, 2020. p. 138
4
Mas a Lei 14.133/21 não se resume somente a isso, a nova lei também preservará
grande parte dos institutos tradicionalmente previstos na Lei 8.666/1993, por exemplo,
algumas hipóteses de dispensa e de inexigibilidade de licitação, bem como positivará
instrumentos utilizados, inicialmente, no âmbito das concessões de serviços públicos,
com destaque para o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI).
2 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
A Lei 8.666/93 trazia alguns princípios para ser o cerne do seu procedimento
licitatório, sendo eles a legalidade; a impessoalidade; a moralidade; a igualdade; a
publicidade; a probidade administrativa; a vinculação ao edital; o julgamento objetivo;
o sigilo de propostas; o procedimento formal e, diz-se ainda sobre a adjudicação
compulsória.
A nova lei de licitações, Lei 14.133/21, traz quase os mesmos princípios da lei
antiga e ainda acrescenta mais alguns, totalizando 22 princípios previstos no art. 5º:
Art. 5º. Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da
eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da
economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim
como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de
1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Além disso, existem outros princípios que não são estranhos por já estarem
presentes na lei antiga, como a Probidade Administrativa, a Vinculação ao Edital e o
Julgamento Objetivo. Tais princípios norteiam a maneira que a administração pública
deve se comportar no processo licitatório, tendo a obrigação de agir com honestidade,
sempre procurando satisfazer os interesses da administração pública. É necessário
respeitar sempre os critérios atribuídos no edital e o seu julgamento deve ser objetivo,
indicado previamente no instrumento convocatório e não admitindo-se elementos
subjetivos aos que já foram atribuídos.
princípio justifica algumas mudanças que serão abordadas mais adiante, como a
inversão das fases de habilitação e julgamento. Ainda nesse sentido, o Princípio da
Razoabilidade busca evitar exageros na licitação, portanto, mais um princípio que visa
sanar o problema da morosidade no procedimento licitatório.
Alguns princípios não foram citados por terem relação direta com outros já
mencionados, por exemplo, o Princípio da Proporcionalidade com o Princípio da
Razoabilidade ou, ainda, o Princípio da Eficácia com o Princípio da Eficiência.
3 MODALIDADES
Com base em tais leis deve-se levar em conta dois critérios antes de escolher a
modalidade. O primeiro é o valor da transação; o segundo, as características do objeto
(referente ao tipo de produto ou de serviço que será adquirido pela Administração
Pública).
Concorrência Concorrência
Tomada de preços Concurso
Convite Leilão
Concurso Pregão
Leilão Diálogo competitivo
Lei 10.520/2002 (pregão)
Lei 12.462/2011 (arts. 1º
ao 47-A do RDC)
Fonte: Prof. Herbert Almeida (2021).
4 FASES DA LICITAÇÃO
Uma inovação importante trazida pela lei do pregão presencial foi a inversão das
fases da licitação. Pela Lei 8.666/93 todos licitantes deviam se habilitar previamente
ao certame. Pelo inciso XII do Art. 4 da Lei 10.520/2002, a verificação da habilitação
ocorrerá apenas para o vencedor, o que reduz o custo operacional da licitação tanto
para o Estado quanto para os licitantes.
Importante notar que esta redução do custo para os licitantes reduz barreira à
entrada permitindo um número maior de competidores, o que por si só dificulta por
exemplo a cartelização. Ademais, a inversão de fases seria positiva para diminuir a
possibilidade de cartelização, pois um procedimento célere, que no mais das vezes
encerra sua fase externa em um mesmo dia, praticamente nulifica a captação de
agentes no decorrer do certame.
Ou seja, as licitações são divididas em fase preparatória (ou fase interna), fase de
apresentação das propostas, fase de julgamento, fase de habilitação, fase recursal e
fase de homologação.
Agora a inversão de fases passa a ser a regra, e não a exceção, assim como as
modalidades de licitação por meios eletrônicos. Essas e outras mudanças vieram para
agilizar o processo licitatório e trazer mais transparência para os gastos públicos de
maneira geral.
5 CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
No que tange ao critério de maior retorno econômico, o art. 39 aduz que será
utilizado exclusivamente em casos de contrato de eficiência, considerando-se a maior
economia para a Administração, sendo que "a remuneração deverá ser fixada em
percentual que incidirá de forma proporcional à economia efetivamente obtida na
execução do contrato".
Novas regras para licitações e contratos tem por objetivo modernizar e corrigir
falhas da legislação anterior. Além disso, a Lei 14.133/21 unificou num único ato
normativo as leis que tratavam dos mesmos temas centrais: licitações e contratos.
Importante observar que a Lei 14.133/2021, em seu art. 182, previu a necessidade
de atualização dos valores de dispensa por baixo valor, a cada 1º de janeiro, pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que
venha a substituí-lo. Deste modo, a cada início de ano teremos valores atualizados,
resolvendo o problema da defasagem da Lei 8.666/93.
Para que ocorra eventual dispensa, a lei em apreço considera como emergencial
ou de calamidade as situações em que há risco efetivo da ocorrência de prejuízos ou
de insegurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, tanto
públicos quanto particulares.
A contratação direta é permitida com base no art. 24, inc. IV, da Lei de Licitações
apenas em situações que esteja comprovada a situação de risco/emergência real,
concreta e atual, onde não permite seu atendimento por via ordinária, visto que a
realização de licitação pode agravar o risco de prejuízo ou comprometer à segurança
de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares.
Desta forma, baseado no inc. I, do parágrafo único do art. 26 da lei nº 8.666/93 é
indispensável a comprovação da situação de risco, para que ocorra a contratação
direta emergencial, sob pena de ausência da medida ocasionar prejuízo ou
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens,
públicos ou particulares. Podemos então, observar as exceções nos casos
de inexigibilidade, licitação dispensada e a licitação dispensável, esta última, tópico
do nosso subparágrafo. A priori, via de regra, impõe-se a necessidade da realização
de procedimentos licitatórios, porém, como trata-se de uma hipótese de exceção ao
dever de licitar, podemos observar que a aplicação desse dispositivo possui
interpretações restritivas.
Destaca-se ainda que esta contratação direta deverá ocorrer mediante ampla
cotação de preços junto às mais diversas empresas dos respectivos ramos, pelo
período de 60 (sessenta) dias, a contar da ocorrência da emergência, período
razoável para instauração imediata e conclusão do processo de licitação, admitindo a
prorrogação deste prazo, excepcionalmente, acaso a licitação não tenha sido
justificadamente concluída, contudo, não pode o prazo do contrato emergencial
ultrapassar o limite máximo de 180 (cento e oitenta) dias.
Nessa seara, chama-se a atenção para algumas novidades nas hipóteses do art.
74, tornando-se inexigível a licitação em caso de:
a) Fornecedor exclusivo
b) Artista consagrado
Além disso, a Nova Lei traz duas vedações à esse tipo de contrato. A primeira
proibição diz que é “vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação” e a segunda está descrita no art. 74, §4º:
13
d) Credenciamento
O credenciamento é uma situação onde pode ocorrer uma contratação sem que
ocorra competição entre os credenciados. Por exemplo, um determinado município se
diz aberto ao credenciamento de todos os veterinários que estejam dispostos a cobrar
X reais por consulta. Neste caso, a população visitará todos os especialistas
credenciados e a Administração pagará a consulta.
Há casos em que a licitação não atinge um de seus pressupostos, seja por falta
de competidores interessados em participar do certame, tornando-a deserta ou porque
nenhum dos licitantes atenderam às condições dispostas no edital, restando
desclassificados ou inabilitados, denominada licitação fracassada.
A licitação deserta, chamada por alguns autores de “frustrada”, ocorre quando não
houve interessados, ninguém compareceu para participar da licitação, faltando-lhe o
pressuposto fático (a existência de uma pluralidade de interessados em disputar o
certame). Ela está prevista no artigo 24 inciso V da lei 8.666/93 e no art. 75, no inciso
III, alínea A da nova lei 14331/21.
Neste caso a lei antiga (8666/93) dispõe que somente será possível a contratação
direta na condição expressa no art. 24, VII:
Art. 24. É dispensável a licitação:
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta
dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro
de preços, ou dos serviços.
Ressalte-se que a lei antiga apenas admite a contratação direta nos casos de
licitação fracassada em função do valor excessivo das propostas, não possibilitando
15
OBSERVAÇÃO: A licitação
deverá ter ocorrido no prazo de
até um ano e sempre deverá
manter as mesmas condições
da licitação.
Fonte: Prof. Herbert Almeida (2021).
10 ALIENAÇÃO DE BENS
De acordo com as alíneas “a” e “b”, do parágrafo 1º, do inciso II, da Lei de
Licitações nº 8.666/73, é considerado preço inexequível para obras e serviços de
engenharia aquele que é 70% menor que o valor orçado pela Administração Pública,
ou ainda que seja 70% menor que a média aritmética dos valores das propostas
superiores a 50%.
A nova Lei também exige garantia adicional ao licitante, todavia quando a sua
proposta for inferior a 85% do estimado para a contratação, em valor equivalente à
diferença entre o orçado pela Administração e a proposta formulada.
A nova lei entrou em vigor desde a sua publicação, porém no prazo de revogação
(2 anos), deixará de valer a lei antiga 8.666/93, a lei 10.520/02 (pregão) e a lei
12.462/11 (Regime Diferenciado de Contratações Públicas). Durante esse prazo, o
administrador deverá escolher a lei a ser aplicada e constar expressamente no edital
20
de convocação de concurso público, devendo o contrato firmado ser regido pela lei
escolhida.
13 CONCLUSÃO
Apesar de todos esses pontos, é muito interessante que a Lei 14.133/21 tenha
incorporado soluções encartadas na Lei de Pregão e na Lei do RDC, são estes
considerados grandes avanços em relação ao regime jurídico tradicional de licitações.
E, com fidúcia, era necessário positivar esses instrumentos para melhor
aproveitamento do processo. A Lei 8.666/93 já não vinha cumprindo com eficiência
seu papel, fazendo-se essencial a criação de um dispositivo que tornasse o
procedimento licitatório menos burocrático e mais célere.
21
Referências
ALMEIDA, Herbert. Licitação Pública [E9] - Licitação deserta e fracassada. Youtube,
05 de novembro de 2020. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=JBz0RX0AK1M>. Acesso em: 21 de Março de
2022.
ALMEIDA, Herbert. Nova Lei de Licitações [E1] - Âmbito de aplicação da Lei 14133/21.
Youtube, 02 de abril de 2021. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=4bG83AaK7bo>. Acesso em: 21 de Março de
2022.
ALMEIDA, Herbert. Nova lei de licitações [e18] - licitação deserta e fracassada.
Youtube, 03 de abril de 2021. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=JBz0RX0AK1M>. Acesso em: 21 de Março de
2022.
ALMEIDA, Herbert. Nova Lei de Licitações [E2] - Comparação Lei 8666 e Lei 14133
(Nova Lei de Licitações). Youtube, 02 de abril de 2021. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=G8ajutUZMmY>. Acesso em: 21 de Março de
2022.
BLOG JUNTO SEGUROS. Lei 8666/93 explicada: a licitação e suas fases. Disponível
em: <https://blog.juntoseguros.com/lei-8666-93-explicada-o-que-e-licitacao-e-quais-
as-suas-fases/>. Acesso em: 21 de Março de 2022.
BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos
Administrativos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1º abr.
2021. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2021/lei/L14133.htm>. Acesso em: 21 de Março de 2022.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil.
Brasília, DF, 21 jun. 1993. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 21 de Março
de 2022.
CONJUR. A nova Lei de Licitações: um museu de novidades?. Disponível em:
<https://www.conjur.com.br/2020-dez-23/rafael-oliveira-lei-licitacoes-museu-
novidades>. Acesso em: 21 de Março de 2022.
CONJUR. Algumas das principais mudanças trazidas pela nova Lei de Licitações.
Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2021-out-03/toledo-algumas-principais-
mudancas-lei-licitacoes>. Acesso em: 21 de Março de 2022.
CONLICITAÇÃO. Inexigibilidade de Licitação na Nova Lei de Licitação. Disponível em:
<https://conlicitacao.com.br/iniciantes/inexigibilidade-de-licitacao-na-nova-lei-de-
licitacao/?gclid=Cj0KCQjw0PWRBhDKARIsAPKHFGhQcVi2StPxDu0iqI92y_MZ-
ygvcsqj_a4-rKRcZ1-e1BRPAundDwEaApREEALw_wcB>. Acesso em: 21 de Março
de 2022.
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