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Só quem tem a investidura de jurisdição que pode apontar que houve a conduta e
aplicar a sanção correspondente ao crime.
este o terceiro pressuposto, em que uma parte é responsável pela dedução da provocação, a
qual é deduzida em face da outra parte, que, por meio de um ato de comunicação processual,
saberá que há um processo penal correndo contra ela, assegurando que exerça suas
garantias, como contraditório e ampla defesa. De tal maneira, este ato, a citação válida do
réu, é o quarto pressuposto, em que se percebe a importância do ato da citação, pois
cientifica a parte contrária sobre o processo, viabilizando, de forma efetiva, a ampla defesa (por
isso a Doutrina a considera como um pressuposto), mas sabendo que a revelia no processo
penal não funciona como no processo civil.
Além do processo existir, ele precisa desenvolver de uma forma válida, para que o
resultado tenha eficácia. Dessa forma surgem os pressupostos de validade da relação
processual, em que a Doutrina diz que o processo para existir precisa de jurisdição (Ministros,
Desembargadores, Juízes e Jurados possuem), mas o exercício dela é legalmente
determinada (“cada um no seu quadrado”), nascendo a noção do primeiro pressuposto, a/o
competência/juízo competente, que é uma parcela de jurisdição legalmente determinada, ou
seja, é a garantia do juízo natural, em que a lei determina. A aptidão da petição inicial, é o
segundo pressuposto, a qual deve ser formulada seguindo o artigo 41 do CPP com os
requisitos presentes, ou seja, a pretensão inicial deve ser pedida de forma válida. Para que o
processo exista é preciso de partes, ou seja, o terceiro pressuposto é legitimidade das
partes da relação processual (polo ativo: se pública, o promotor, se privada, o ofendido; o
polo passivo: quem figurou como sujeito ativo do crime), ou seja, a ação penal deve ser
deduzida contra os atores legítimos, pois ser imputável não significa que a pessoa pode ser
sempre e de qualquer forma parte de um processo.
Partes processuais
O processo é necessariamente um procedimento realizado entre duas partes
(bilateralidade), com o crivo do contraditório e da ampla defesa. Partindo dos sujeitos que
compõem o processo para analisar o processo em si, com o sujeito ativo e passivo da conduta,
sendo aquele que realiza o verbo do tipo penal e este quem tem o bem jurídico ameaçado ou
lesionado. No processo, o sujeito ativo é o titular do bem jurídico e o passivo é quem
lesionou/ameaçou o bem jurídico, mas às vezes não estarão ambos compondo a relação do
direito processual, tendo em vista a existência da ação penal pública, pois o sujeito ativo da
conduta será contra quem o MP deduzirá a ação penal, a pretensão punitiva, configurando, no
processo, no polo passivo.
Dessa forma, o Estado, ao designar a titularidade da ação penal a um órgão oficial, isto
é, o MP, faz com que o sujeito passivo da conduta (relação material) não faça parte da relação
processual, sendo esta a regra, pois a ação penal de iniciativa privada é a exceção, em que os
bens tutelados pelo Direito Penal são indisponíveis, independe do valor e da intenção das
pessoas, em que cabe ao Estado regula-lo, não o privado.
ATIVO: MP OU QUERELANTE /
PASSIVO: AQUELE QUE EM TESE PRATICOU A CONDUTA
Caderno de Processo Penal II
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O assistente do MP está previsto no art. 268 a 273, do CPP e não é parte (não forma
litisconsórcio ativo), sendo, então, reconhecido pelo legislador que uma sentença condenatória
tem repercussão civil em relação ao condenado, ou seja, há interesse penal do MP, mas não
se nega que a persecução penal traz o interesse da sentença condenatória. a qual repercute
no cível, ou seja, originariamente a figura do assistente do MP ela é concebida diante do
reconhecimento de que esse sujeito tem interesse civil na condenação. A presença desse
assistente é uma faculdade, sabendo que o seu interesse não é penal, e sim civil, repercutindo
em esferas diferentes do direito, em virtude disso, o MP autoriza a habilitação do sujeito
passivo da relação material a partir do oferecimento da denúncia até o trânsito em julgado da
sentença, ou seja, entre esses momentos o sujeito pode requerer sua habilitação e, assim, não
há a presença do assistente na fase do inquérito e nem na fase de execução penal, bem como
não há um momento específico para a sua habilitação.
Isso significa que na fase da persecução administrativa não há a sua presença formal (a
vítima pode contratar um advogado para representá-lo no inquérito, mas não se denomina
como assistente), pois o interesse do sujeito só surge de fato quando houver um processo em
si, isto é, apenas com a dedução de uma pretensão punitiva, porque pode ocorrer do inquérito
ser arquivado e assim não surge o interesse cível do sujeito.Já na execução penal não há o
assistente porque o seu interesse já se esgotou, pois ele se encerra com a sentença.
A sentença de absolvição (por falta de prova, por exemplo) não é título executivo, em
que a parte poderá ingressar com um processo de conhecimento para exercer seu
interesse cível.
Há o reconhecimento formal de que ele pode atuar no processo, mas a sua participação
efetiva só se dará da sua habilitação.
Por ser o MP o titular da ação, ele é quem fala primeiro, e o assistente é de participação
supletiva, bem como quando este propor meios de prova, o MP também será ouvido primeiro,
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ou seja, depende da manifestação do titular da ação, mas quem defere ou indefere é o Juiz.
Pode ocorrer do assistente requerer a condenação e o MP a absolvição ou o contrário, não há
lei que o proíba, tendo em vista que o Juiz não é vinculado pelo requerimento de um desses
dois, sentenciado de acordo com o seu entendimento.
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do
Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das
pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e
receberá a causa no estado em que se achar.
Conclusão: Não tem assistente na fase de inquérito e nem na execução penal, bem
como ele atua no processo nos atos futuros após sua habilitação.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo,
entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
Conclusão: A manifestação do MP não vincula o Juiz e mesmo que o artigo diga que
não caiba recurso quando se indefere a habilitação do assistente, mas a jurisprudência mostra
que cabe mandado de segurança
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do
Ministério Público.
Conclusão: Vedação sobre ser assistente, em que não pode o co-réu ser, no mesmo
processo, ser réu e figurar com o assistente do MP.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às
testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os
recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584,
§ 1o, e 598.
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das
provas propostas pelo assistente.
§ 2o O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do
assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da
instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado
referência ao libelo crime acusatório, em que o artigo diz que ele pode aditar essa peça, mas
ela não existe mais no processo penal.
A parte final que fala sobre a possibilidade do assistente recorrer, em que a
possibilidade só vai surgir após o prazo do MP recorrer ou se este não recorrer, ou seja, é uma
possibilidade de recorrer de caráter supletivo. Se a sentença absolver o acusado e o MP não
interpõe recurso, o assistente poderá recorrer, tendo em vista que o seu interesse era uma
sentença condenatória. A peculiaridade reside no caso do Juiz der uma sentença condenatória,
em que nesse caso o assistente pode recorrer? Existem dois posicionamentos: o primeiro
entende que considerando que o interesse do assistente é exclusivamente civil, assim ele já
conseguiu o que queria, não podendo recorrer, enquanto o segundo entendimento vê que o
assistente possui o interesse para além do civil, ou seja, o interesse penal também, neste caso
poderia recorrer.
Ação Penal
Temos o MP como titular da ação penal de natureza pública e o querelante como o
titular da ação penal privada, sendo que toda a pretensão condenatória é pública, porque
sempre se desenvolverá perante a um ente público. A dedução dessa pretensão punitiva deve
ser apta, adequada, daí porque para que o processa exista, você precisa da ação penal, mas
para que ele se desenvolva, você precisa da aptidão da petição inicial sendo que o art. 41
oferece as balizas para que a petição seja apta, em que a petição inicial de iniciativa privada é
chamada de queixa e a da iniciativa pública é a denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
O Juiz deve decidir dentro dos fatos descritos na ação penal, ou seja, ele não
pode decidir “extra petita” (termo do âmbito cível), sendo limitado pela descrição do
titular da ação.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de
aplicar pena mais grave.
§ 1o Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade
de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o
disposto na lei.
§ 2o T
ratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos.
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica
do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da
infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia
ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o
processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito
oralmente.
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Competência
Pressupõe a investidura em jurisdição e no Processo Penal existe uma hipótese que
foge da tradicionalidade, em que a forma ordinária é baseada em concurso e títulos, e no
quinto constitucional, o qual é o formato sem concurso. Porém, existe a hipótese do jurado. É
necessário que cada caso precisa de uma jurisdição competente, sendo um pressuposto de
validade da relação processual, em que a competência é a parcela de jurisdição legalmente
determinada.
Temos três instâncias de fixação da competência: a Constituição (Federal e Estadual); o
Código de Processo Penal e as Leis de Organização Judiciária. Observa-se que há uma
hierarquia dessas instâncias legais, em que as Leis de Organização não podem ir contra o
CPP, o qual não pode ir a Constituição, mas todas as três trazem critérios que fixam a
competência.
O primeiro critério é o geral do CPP, sendo a regra, de que a competência se fixa pelo
lugar da consumação do crime, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que fora praticado
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Exemplo: Um homem leva uma facada em uma festa em Betim, é levado ao hospital de Betim, mas este não
possuía estrutura para salvá-lo, assim, ele foi levado ao hospital em Belo Horizonte, chegando lá ele falece por conta
das facadas que recebeu. Levando a regra geral de fixação de competência na literalidade, o processo seria
realizado em Belo Horizonte, certo? Porém, esse fato não é o que ordinariamente acontece, em que a regra geral foi
fixada pelo que o ordinariamente acontece, o que, nesse caso, segundo a jurisprudência, não se justifica usar a
regra geral, porque se aplica a ideia de que a comunidade que foi diretamente atingida foi a de Betim, bem como se
observa o viés prático, tendo em vista que a interpretação literal da regra geral pode trazer abusos. (OBS: No projeto
de reforma o dispositivo mudou, em que se fala em atos de execução e não na consumação do crime, como é hoje).
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução.
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora
dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil,
o último ato de execução.
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional,
será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido
ou devia produzir seu resultado.
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Atenção para o fato de que delegado possui atribuição, não competência, em que a
data de um inquérito aberto não gera prevenção! O que gera prevenção é ato processual, em
que no âmbito do inquérito pode haver ato judicial (quebra de sigilo bancário, dilação de prazo,
etc), o que torna o juízo prevento. Além disso, o inquérito pode ser feito em qualquer local
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(exemplo do goleiro Bruno para demonstrar que inquérito não fixa competência, em que o
inquérito dele foi feito em BH, mas o processo é em Contagem).
No caso do crime se consumar fora do brasil, conjuga-se a regra do lugar da
consumação com o princípio da territorialidade, em que o que vale para a fixação de
competência é o local onde foi praticado o último ato no Brasil, mesmo que a consumação
ocorra fora do país. Detalhe que pelo fato da consumação ter ocorrido em outro país não
classifica o crime como tentativa.
O art. 71 trata sobre os crimes continuados, que naturalisticamente são um concurso
material de crimes de mesma espécie praticados na mesma condição de tempo, lugar, meio e
modo de execução. Já o permanente é aquele cuja consumação se prolonga no tempo
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo
domicílio ou residência do réu.
§ 1o S e o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela
prevenção.
2o S
§ e o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Dentro desses dois critérios impostos pela lei, existe uma única hipótese de foro por
eleição, em que a pessoa elege o foro onde a ação penal ser a proposta, hipótese de ação
exclusivamente privada (não se aplica quando a hipótese for ação penal privada subsidiária da
pública), o querelante pode ajuizar a ação no domicílio ou residência do réu mesmo que o lugar
da consumação seja conhecido.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de
organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º C ompete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos a rts.
121, §§ 1º e 2º, 1 22, parágrafo único, 1
23, 124, 1
25, 126 e 127 do Código Penal,
consumados ou tentados.
§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais
graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência
prorrogada.
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a
sentença (art. 492, § 2o).
Art. 83. V erificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou
mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver
antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este
relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71,
72, § 2o, e 78, II, c).
Art. 85. N os processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas
que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de
Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção
da verdade.
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Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.
§§ 1º e 2º: (Vide ADIN nº 2797)
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou
para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na
prova de outra infração.
A outra hipótese é a ocorrência de infração prevista nos arts. 51, § 1º; 53, segunda
parte; e 54 do Código Penal. A redação original está fazendo referência aos artigos do CP
antes da mudança, hoje esses artigos são 70, 73 e 74 do CP (o artigo 70 trata do concurso
formal: com uma única ação há mais de um resultado penalmente relevante. É o caso do
caminhão que ao se acidentar causa em uns lesão corporal e em outros homicídio. Não há
processo diferente para cada resultado penalmente relevante; já o artigo 73 trata de erro de
execução; e o artigo 74 trata de resultado diferente do pretendido).
Os aspectos comuns da conexão e continência são que não há fixação de
competência, como disposto no artigo 78 do CPP, ele apresenta regras que não vão disciplinar
a fixação da competência, mas sim prorrogar a competência através da conexão ou
continência. Um exemplo é o caso do roubo da joalheria, em que por conexão teleológica o
sujeito mata testemunha para garantir a impunidade e oculta o cadáver. Existe uma relação de
ilícitos com uma finalidade. Pelo artigo 76, II haverá um só processo e um só julgamento, mas a
competência será definida pela regra geral – lugar do crime. Não foi a conexão que definiu a
competência.
O artigo 78 estabelece que na determinação da competência por conexão ou
continência serão observadas as seguintes regras: (1) Prevalência do tribunal do júri: “no
concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a
competência do júri.” No caso do roubo da joalheira, havendo mais de um crime, julgada um
pelo juiz e outro pelo tribunal do júri, este atrairá os demais e prevalecerá. Assim, os crimes
que seriam julgados pelo juiz de direito terão sua competência prorrogada para o júri, que
sempre deverá prevalecer. A competência do tribunal do júri é ordinariamente destinada ao
julgamento de crimes dolosos contra a vida, mas sua competência será prorrogada pela
conexão ou continência que estabelecerá um só processo; (2) Conexão ou continência em
jurisdições da mesma categoria: Quando não há um foro prevalecente, como no júri. Dispõe
o inciso II do artigo 78 que (a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena
mais grave; (b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se
as respectivas penas forem de igual gravidade; (c) se o número de infrações for igual, será por
prevenção. S abendo que no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de
maior graduação. É necessário analisar em relação à competência por prerrogativa de função.
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A prerrogativa está vinculada ao exercício da função, mas pouco importa a regra, mas
nessa pluralidade de pessoas e de ilícitos, têm-se pessoas que originariamente não tem
prerrogativa de função, em que quem não tem é julgado pela primeira instância. Porém,
quando há conexão/continência, ou seja, um processo único, ele tramitar perante a instância de
maior graduação, ou seja, pessoas que originariamente não seriam julgadas pelo Supremo por
não deter a prerrogativa de função, por isso que esses institutos prorrogam a competência e
não fixam.
Essa regra não é aplicada de forma objetiva, em que o Supremo não definiu ainda um
critério para saber quando haverá desmembramento no processo e quando não haverá. A
conexão e a continência tem como característica a unicidade do processo, no entanto a própria
lei diz que o juiz pode, se entender conveniente, determinar o desmembramento do processo,
sendo que esta é a tendência no Supremo, porque a prorrogação de competência retira a
função de guardião da lei e o transforma em um tribunal como qualquer outro.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo
excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por
outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
A forte vinculação dos fatos das pessoas sem prerrogativa com as que têm que mantém
a unicidade do processo, mas quando dá apuração dos fatos der para separar a
responsabilidade de cada um, ocorrerá o desmembramento, o que se perdeu certa segurança
jurídica em relação ao desmembramento, essa vinculação das pessoas depende de uma
análise subjetiva.
relacionada aos atos praticados que guardem relação ao exercício da função. Visa dar ao juiz
uma válvula de escape nas situações onde a conexão e a continência acabam subvertendo a
lógica da conexão e da continência. Para o juiz preservar a finalidade delas, ela não é aplicada.
Significa dizer que elas têm um objetivo – celeridade e economia processual – mas em
determinadas circunstâncias elas impedem esse objetivo. É o caso, por exemplo, do processo
com muitos réus (professor dá como exemplo aquele que tinha 100 réus). O artigo 80 traz a
possibilidade de num juízo de conveniência o juiz determinar o desmembramento do processo.
Será facultativa a separação dos processos quando as infrações forem realizadas em
circunstâncias de tempo e de local diferentes. As vezes vale a pena o juiz desmembrar o
processo. Somente por isso o Massacre do Carandiru foi julgado.
A Justiça Federal é uma justiça comum, sendo para resolver os interesses da União
(desacato contra servidor federal, por exemplo). Já no caso de crime militar doloso contra a
vida é o Tribunal do Júri, não mais a Justiça Militar, ou seja, no concurso entre a jurisdição
comum e a especial, prevalecerá esta. Justiça Federal não é especial, mas aquela responsável
por garantir os interesses da União. Em relação à Justiça Militar se for crime doloso contra a
vida não será ela a julgar e sim o tribunal do júri.
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja
inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na
forma da lei.
§ 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em
contrário deste Código ou de lei especial.
§ 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as
disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código.
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
§ 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as
disposições do procedimento ordinário.
Procedimento comum será: Ordinário (quando tiver como sanção máxima igual ou
superior a 4 anos), sumário (quanto tiver como sanção inferior a 4 anos) e sumaríssimo
(infrações de menor potencial ofensivo), em que este não está no CPP, porque são todas as
contravenções penais e os crimes cuja pena máxima cominada não exceda a dois anos.
Quando houver concurso de crimes cujas penas isoladamente seja inferiores a 4 anos, mas
que somando deem mais de 4 será o procedimento ordinário. É o entendimento jurisprudencial.
Rito ordinário
Inicia-se com a ação penal (pressuposto de existência) apta (pressuposto de validade)
mediante denúncia (no caso de ação penal pública) ou queixa (no caso de ação penal privada).
A denúncia é a imputação da prática de um ilícito penal, deduzindo uma pretensão de punir
diante do juízo competente.
É feito um juízo de admissibilidade ou procedimentabilidade, pelo qual o juiz, sem julgar
o mérito, avaliará as condições da ação. É o que diz o artigo 395 do CPP, que traz a previsão
de situações que autorizam o juiz a rejeitar a denúncia:
O código não diz o que é justa causa, mas a jurisprudência entende como indicativo de
justa causa que essa causa (ação) deva ter uma justificativa, não podendo ela ser resultado de
uma opinião pessoal, pois isso autorizaria abusos. O que fundamenta a ação penal está no
inquérito ou nos procedimentos conduzidos pelo MP. A justa causa está no juiz aferir se há o
mínimo de conexão entre aquilo que é descrito e imputado e aquilo que é fundamento da
pretensão acusatória, se há portanto, o mínimo de justificativa para a ação penal. Existe uma
decisão do STF de que o processo judicial não se presta a se tornar uma instância para
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investigar se aquela ação penal tem procedência ou não. Deve-se investigar antes. A ação
penal se propõe a provar aquilo que foi investigado, porque senão se inverte a coisa.
Dá-se um despacho em que se faz três coisas: A realização do juízo de admissibilidade,
a interrupção da prescrição e a convocação do polo passivo da relação processual, para que
haja partes e bilateralidade por meio de um ato de comunicação processual que é a citação.
Art. 351: mandado quando o réu estiver na comarca / art. 352: carta precatória quando
estiver em outra.
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território
sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
Art. 352. O mandado de citação indicará:
I - o nome do juiz;
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;
IV - a residência do réu, se for conhecida;
V - o fim para que é feita a citação;
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
entregar o mandado sem ler para um analfabeto. A validade ou não varia com a circunstância.
Se a citação for considerada nula, haverá a declaração de nulidade de todos os atos depois
dela.
Seguiremos com uma linha do tempo, mas depois virão outras modalidades de citação.
A citação inicial é via mandado, considerando a importância de ato de comunicação
processual, principalmente na medida que ela se torna o meio que vai viabilizar o
desenvolvimento processual e formando essa relação, que o acusado seja cientificado do
processo e que exercite a ampla defesa e o contraditório. Antes o réu era citado e era
cientificado no dia que havia o processo e nesse mesmo dia tinha que se defender. Hoje ele é
citado e aí no prazo de 10 dias que pode oferecer uma defesa (resposta à acusação/defesa
prévia), havendo o exercício efetivo da ampla defesa.
Pode acontecer que a citação por mandado não se viabilize, porque não encontraram o
réu, por exemplo, e se ele não tomou ciência da acusação ele não pode exercitar a ampla
defesa e o contraditório, sendo um direito indisponível e de responsabilidade pessoal. O juízo
tem que esgotar todas as possibilidades de citar essa acusado por mandado, todos os
esforços para que a citação por mandado se viabilize.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o
juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o
caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Citação do militar
Antes da lei de 2009, quando o denunciado era funcionário público ou militar a citação
ocorria de forma diferente:
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● MILITAR: Citação era feita por intermédio de seu superior. Isso ocorria porque,
baseados nos princípios da hierarquia e disciplina, os militares não podem deixar seus
postos sem autorização prévia. A doutrina, antes da alteração da lei, já criticava essa
citação, porque se sabe que a responsabilidade é pessoal, propondo que se cita o
acusado (ele que possui a responsabilidade e que deve ser cientificado), mandando
para o superior desse militar apenas um ofício, comunicando-o. Hoje o réu não é citado
mais para se ausentar de sua posição e comparecer para o seu interrogatório
(antigamente era o primeiro ato), ele é citado para apresentar uma defesa, não há mais
razão para que se cientifique o superior hierárquico, sendo citado, então, o militar
especificamente, e, além disso, quando ele é citado, o réu possui um prazo de 10 dias
para apresentar sua defesa.
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.
● FUNCIONÁRIO PÚBLICO: o 358 diz que o réu era citado pelo seu superior, enquanto o
359 fala sobre dois atos de comunicação, em que o juiz deveria comunicar o acusado
para que ele prestasse o seu depoimento, bem como o seu superior, porque o serviço
público deve ser contínuo e que o superior deveria ser informado sobre a sua ausência.
O artigo utiliza de um termo errado, “notificação do acusado”, porque ele é citado. Hoje
não precisa informar o superior, com a mesma ideia da citação do militar, porque ele
não precisará se ausentar de seu posto.
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado,
será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
Quando o preso entra no sistema, o preso fica por 15 dias em uma triagem (antes eram
30 dias, hoje já se desconfia que o prazo dessa triagem já deve ter diminuído novamente), em
que a família pode levar apenas os utensílios mínimos, em que só o advogado pode ter contato
com ele. A Defensoria Pública, por falta de condições, apresenta uma defesa meramente
protocolar na maioria das vezes, porque não teve contato com o réu, entre outros problemas.
Assim, a citação do réu preso, quando se fala sobre pessoas de condições baixas, é
demarcada por uma série de defasagens. A jurisprudência aponta a dificuldade da citação do
réu preso, ainda mais quando se fala sobre o prazo para apresentação da defesa, em que há a
proposição de que quando o réu estiver preso o prazo para a apresentar a defesa não começa
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a correr da citação e sim da data em que o advogado for cientificado sobre a citação, para que
haja uma defesa técnica.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou
julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público
ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça
certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos
arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não
comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo
A doutrina criticou muito essa citação por conta da responsabilidade penal ser pessoal,
significando que os atos devem ser, também, pessoais. A citação por hora certa pode gerar
cerceamento de defesa. Porém, percebe-se que se utiliza quando se constata que há o
esquivamento do réu e não apenas a sua ausência, mas houve, infelizmente, uma acomodação
dos oficiais de justiça para a utilização desse tipo de citação.
A citação por edital por si só não enseja a suspensão do processo. É necessário que,
além dele não comparecer, não haja resposta à acusação.
A lei interpreta que nessa situação não pode o Juiz designar defensor público ao réu,
porque o réu não foi cientificado de fato sobre o processo, já ao constituir advogado quer dizer
que o réu tomou ciência, diferente da citação do edital.
Caderno de Processo Penal II
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Só vai acontecer a citação por edital no processo penal se houver a situação em que o
acusado não foi citado por mandado, e compreendendo a finalidade da citação, quer
dizer que ele não foi cientificado do processo e, assim, não pode haver o
desenvolvimento válido do processo.
No entanto, se citado por edital, o acusado não apresentar resposta à acusação, não
constituindo um advogado nos autos, a lei interpreta que a citação não cumpriu o papel para o
qual ela é destinada, porque deu publicidade ao edital, mas o acusado não teve ciência da
acusação e isso para a lei quer dizer que há o impedimento do acusado do seu direito de
exercitar de forma plena a sua defesa, sendo este indisponivel, havendo, assim, a suspensão
do processo.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o
juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o
caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar
a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente
de autoria.
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em
caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de
outras medidas cautelares (art. 282, § 4o ).
E para que essa suspensão não seja vantajosa para o acusado, assim, havendo a
suspensão do processo, suspenso, também, o prazo prescricional. Tal tática faz sentido,
porque os acusados utilizariam para que o crime prescrevesse para a extinguir a punibilidade e
que ele não fosse punido por ele. Noutro giro, o Juiz pode determinar a produção antecipada
de provas (como o depoimento de uma testemunha), se urgente, as quais ficarão acauteladas
nos autos, esperando que os autos deixem a suspensão, sabendo que o Juiz tem que nomear
um advogado para representar o acusado, o dativo ou defensor, porque a prova deve ser
produzida dentro do crivo da ampla defesa e do contraditório. Além disso, o Juiz pode decretar
a prisão preventiva do acusado (art. 312, CPP), mas este não é um efeito automático, diferente
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NÃO PODE O JUIZ NOMEAR DEFENSOR QUANDO O ACUSADO FOI CITADO POR
EDITAL, SALVO QUANDO ELE ENTENDER QUE EXISTEM PROVAS URGENTES A
SEREM PRODUZIDAS.
Assim, só se aplica a revelia quando o acusado, ao ser intimado para a audiência por
meio de publicação, não comparece à audiência para prestar depoimento, em que o processo
segue sem intima-lo, sendo este o efeito da revelia.
Resposta à acusação
Ao ser citado, o acusado possui 10 dias para apresentar a resposta à acusação. Se
houver litisconsórcio passivo, no processo penal, o prazo começa a fluir efetivamente da data
da citação e não é da juntada do mandado nos autos e nem do último no caso de litisconsórcio,
sendo individual para cada acusado e isso é baseado na súmula 710, sobre a carta de ordem
Caderno de Processo Penal II
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Além das coisas processuais, também pode ser usada para tratar do mérito, sendo
vantajoso, pois se visa a absolvição do acusado, mas para absolver é necessário que haja
certeza porque se houver dúvida é melhor que o processo prossiga (diferente da sentença que
há o in dubio pro reu, porque na resposta a dúvida é em favor do prosseguimento do processo),
sendo isso o que define a estratégia do que deve ser escrito na peça. Deve ter cuidado ao
adiantar as teses de mérito, porque se o Juiz não absolver sumariamente, o MP já terá noção
do que será a defesa, podendo facilitar. A absolvição sumária é difícil por conta do princípio do
livre conhecimento motivado do Juiz, tendo em vista que a fase de produção de prova ainda
não aconteceu, então as chances são muito reduzidas, e em via de regra só acontece se há
prova pré-constituída.
Assim, apresentada(s) a(s) resposta(s), os autos vão conclusos, sabendo que só há
previsão legal de vista da resposta à acusação ao MP no rito do júri, mas o Juiz normalmente
abre vista, mesmo tendo jurisprudência do STF dizendo que é nulidade do processo, porque
violam o contraditório e ampla defesa. Se não houver a absolvição o Juiz designará a
audiência.
Conclui-se que o 397 é inovação da reforma de 2009 ao admitir a absolvição sumária,
que veio do procedimento do Tribunal do Júri, em que diante da constatação dos elementos do
artigo supracitado pode o Juiz abortar o final do processo, por isso que é uma forma anômala,
em que o Juiz deve estar absolutamente convencido da inocência do acusado.
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação
e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em
seguida, o acusado.
§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas
irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
§ 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes.
Depois que o MP esgota sua inquirição, o Juiz passa a palavra para a(s) defesa(s),
tendo em vista o princípio do contraditório. Esgotando esses também, o Juiz questiona, por
último, inquirindo as testemunhas.
diz, inclusive, que ele pode permanecer calado, pois o silêncio não será interpretado em seu
prejuízo, bem como o acusado poderá ter uma reunião em separado com o seu advogado.
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo
penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento
em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do
Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento
das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a
medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o
preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o
deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja
relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância
pessoal;
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que
não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste
Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública
§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as
partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo
mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e
julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de
entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica
também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor
que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o
preso.
§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos
processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de
cada causa, como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o
interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo.
§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o , 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à realização
de outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como
acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de
declarações do ofendido.
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato
processual pelo acusado e seu defensor.
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos,
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa
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No interrogatório, a inquirição começa pelo Juiz, sendo o contrário, em que o Juiz faz as
perguntas diretamente ao réu, em que ao acabar ele pergunta se as partes querem formular
algum questionamento. Com o fim do interrogatório, as partes podem, eventualmente, e se for
necessário, requerer alguma diligência, em que a necessidade dessa diligência tem que ter
surgido da instrução judicial, ou seja, tem que decorrer de algo que surgiu na fase de instrução,
em que ela não se presta a suprir omissões do MP e da defesa em relação à diligências que já
poderiam ter sido requeridas antes. Exemplo: Admitamos que o MP arrumou o perito que
assinou o laudo e aí prestar o depoimento confirmou o que está na denúncia, mas aí a defesa
traz um perito particular como testemunha que diz o contrário, diante da inquirição dessa
testemunha de defesa surgiu uma controvérsia, em que, assim, pode uma das partes requerer
uma diligência, utilizando muito do que chamamos de acareação (divergência no depoimento
de testemunhas sobre o mesmo fato), confrontando as versões contraditórias, porque a
necessidade surgiu depois da oitiva das testemunhas.
As diligências não servem para protelar o processo, sendo observada a necessidade do seu uso.
O professor acha que não pode o Juiz determinar a diligência, mas na prática acontece,
em que ele determina para suprir uma dúvida própria, o que é errado, pois ao Juiz possuir
dúvida cabe, na verdade, a absolvição do acusado, bem como que a iniciativa probatória
deveria partir do MP. Se ele deferir a diligência o resto da audiência deverá ser encerrada até
que a diligência se realize e, depois de realizada ou indeferida, existe a fase de alegações
finais, as quais ocorrem em audiência, 20 minutos para cada (podendo ser prorrogado por mais
10 minutos e o assistente do MP possui 10 minutos, mas sem poder reduzir o tempo, senão
constata-se o cerceamento de defesa), em que há houve a produção de provas e a causa já
está madura para o julgamento. As alegações finais são as últimas palavras/pronunciamento
das partes em relação ao seu interesse no processo, com base nas provas que foram
produzidas em juízo (as provas foram judicializadas e foram submetidas ao crivo do
contraditório).
Porém as intercorrências impedem que a audiência seja, de fato, una. O primeiro ponto
é a complexidade do caso, pois se a gente fala de um processo que possui um acusado, cada
parte arrolar 8 testemunhas, assim serão 17 depoimentos (16 testemunhas e 1 interrogatório),
já é demorado, com isso se o fato é minimamente complexo não é razoável analisar e consultar
os depoimentos para confrontar o que foi dito em uma única audiência. Assim, apenas a letra
da lei não possui o condão de proporcionar a celeridade ao processo de fato.
Outro ponto é que a lei diz que para inquirir as testemunhas de defesa, todas as
testemunhas do MP devem ter sido ouvidas primeiro, podendo acontecer a inversão de ordem,
mas o advogado pode não aceitar, pois as testemunhas de defesa vem como meio de
contraposição do que as de acusação dizem.
É possível haver inversão da ordem da oitiva de testemunhas, só que para que isso
aconteça a defesa deve consentir com essa inversão, situação em que decorre de uma
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liberalidade da parte, sem poder reclamar depois. Porém, a situação de testemunhas por carta
precatória não decorre da liberalidade e possui grande discussão, que pode acontecer que a
audiência ocorre antes das testemunhas a serem ouvidas por carta precatória. Assim, o Juiz
vai ouvir as testemunhas presentes de ambas as partes, ou seja, vai se ouvir testemunhas de
defesa antes de todas as testemunhas de acusação, em que a defesa irá reclamar tendo em
vista a inversão não consentida, mas o Juiz, ou a acusação, vai invocar a redação do art. 400
que há uma previsão legal que o Juiz está autorizado a inverter a ordem de oitiva de
testemunhas quando se tratar de testemunhas que serão ouvidas mediante carta precatória.
Essa previsão legal coaduna com a garantia da ampla defesa e contraditório? Tem um
ponto em que não se aceita, apontando ir contra as garantias constitucionais da ampla defesa
e contraditório, enquanto o outro ponto avança é diz que ao considerar o art. 400 como
constitucional, considerando legal a inversão da oitiva das testemunhas, a jurisprudência
avançou, em que se pergunta se pode fazer o interrogatório do réu após ouvir só as
testemunhas presentes na audiência ou se precisa esperar a oitiva das testemunhas por carta
precatória. A autorização do art. 400 (pág. 25) é omissa em relação a isso, diante disso existem
duas interpretações: uma, a majoritária, fala que o Juiz pode interrogar, enquanto a outra diz
que o interrogatório depende de todos os depoimentos. Esse debate existe e depende do
posicionamento do Juiz diante do caso concreto.
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua
residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1o A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a
precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3o Na hipótese prevista no c aput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser
realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da
audiência de instrução e julgamento.
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais
orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez),
proferindo o juiz, a seguir, sentença.
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez)
minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados,
conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse
caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
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Procedimento sumário
Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em
seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.
Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5
(cinco) pela defesa.
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos parágrafos do art. 400 deste Código
Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à
defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir,
sentença.
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez)
minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante, determinando o juiz a
condução coercitiva de quem deva comparecer.
Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência,
observada em qualquer caso a ordem estabelecida no art. 531 deste Código
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar
ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento
sumário previsto neste Capítulo.
Rito sumaríssimo
Tem que falar do Juizado Especial Criminal, porque esse rito é dele e das infrações de
menor potencial ofensivo, as quais são todas as contravenções penais e todos os crimes cuja
pena máxima não seja superior a 2 anos:
Toda infração penal de pena até dois anos, em se tratando de crime, e as contravenções penais.
O Juizado Especial valorizou a vítima, levando em consideração as penas dos crimes e as contravenções.
A lei trouxe três institutos despenalizadores que vão incidir no rito sumaríssimo, os quais
são: A composição civil dos danos (acordo com a vítima), a transação penal (acordo com
o MP) e a suspensão condicional do processo. Os dois primeiros são institutos próprios do
Juizado Especial Criminal, ao passo que a suspensão condicional se aplica no Juizado, mas
tem um alcance para além do Juizado. Os princípios que regem o Juizado são a celeridade, a
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informalidade (o autor não precisa de advogado, mas o sujeito ativo da conduta precisa), a
oralidade, da pacificação social e a concentração dos atos processuais.
No âmbito das infrações penais de menor potencial ofensivo a fase investigativa é
demarcada pelo termo circunstanciado de ocorrência, como se fosse um b.o., é uma síntese
dos fatos, sendo bem mais simples que o inquérito (sem ouvir as partes, sem acareação, etc) e
feito pela Polícia Civil (A Polícia Militar produz o REDS e envia para a Civil, a qual transforma
em TCO) reduzindo o tempo e a demanda.
o TCO é a reprodução do que a vítima fala oque aconteceu e o que o sujeito ativo diz o
que houve. Em tese, assim como o inquérito, o TCO deve conter o indício de autoria e
prova da materialidade delitiva.
FASE PRELIMINAR
● TCO
● Audiência Preliminar:
○ Composição civil dos danos: ofendido e investigado tentam chegar a um
consenso. Só é possível quando se trata de ação penal privada ou pública
condicionada à representação. Incondicionada só transação penal.
○ Transação penal: quando ocorre a transação, evita-se a instauração de ação
penal. Entretanto, fica impedido de transacionar novamente nos próximos 5
anos.
● Oferecimento da denúncia/queixa: apenas o protocolo da denúncia.
PROCEDIMENTO EM SI (instrução)
O procedimento é marcado pela oralidade.
● Defesa preliminar (oral ou escrita, em audiência): pretende atacar a ausência de justa
causa, atipicidade, teses de absolvição sumária etc
● Recebimento ou não da denúncia/queixa: do não recebimento cabe apelação. Do
recebimento não cabe recurso, a menos que haja constrangimento ilegal, aí cabe
habeas corpus)
● Oitiva da vítima; das testemunhas; interrogatório
● Debates: não cabe memoriais escritos
● Sentença em audiência
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EXECUÇÃO:
● Suspensão condicional do processo (SUSPRO)
○ Pena mínima cominada não ultrapassa a 1 ano. Não pode ser oferecida a
reincidente ou que é réu em outro processo.
○ A suspensão pode se estender de 02 a 04 anos
○ Medida despenalizadora utilizada também na justiça comum. EX: FURTO. Neste
caso, após oferecer a denúncia, o MP oferece a proposta de SUSPRO.
● Multa
O Tribunal do Júri julga, a princípio, quatro crimes: homicídio, infanticídio, aborto e induzimento/instigação
ao suicídio. Com atenção ao latrocínio não tem como competência originária o Tribunal do Júri, pois o bem
jurídico tutelado neste caso é o patrimônio e não a vida.
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre
preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.
1. Ele pode desclassificar a infração: É, em suma, o filtro que o Juiz faz para
não admitir que o Júri julgue crimes que não sejam da sua competência.
Não julga o mérito, só manda para o Juiz singular competente. Em MG existe
uma lei complementar que diz que o próprio Juiz que desclassificou será o Juiz
responsável para julgar o caso, baseado na premissa da economia processual e
da identidade física do Juiz.
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime
diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento,
remeterá os autos ao juiz que o seja.
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará
o acusado preso.
O princípio reitor conduz para que a decisão seja de pronúncia. A decisão de pronúncia é,
estatisticamente, a decisão com maior incidência, pois qualquer dúvida é suficiente para o
seu pronunciamento.
O juiz vai dar ao fato a qualificação jurídica em que o MP deverá se ater no dia do júri.
Todas essas decisões são passíveis de recurso, umas de recurso no sentido estrito e
outras apelação, em que a absolvição e a impronúncia são recorríveis por meio da
apelação, enquanto a desclassificação e a pronúncia são por meio do recurso de sentido
estrito. Pronunciado o réu e transitado em julgado a decisão, a sequência é que o provimento
passe para a sua segunda fase, não mais presidido pelo juiz sumariante e sim pelo juiz
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presidente e essa fase se inaugura como descrito no seguinte artigo, 422, em que se abre vista
para as artes apresentarem o rol de testemunhas (5 para cada fato) e requererem diligências
para se prepararem para o júri:
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do
Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias,
apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em
que poderão juntar documentos e requerer diligência.
O próximo passo é o despacho do juiz designando a data do júri, mas cabe aqui uma
observação sobre os jurados, em que em novembro se faz a lista geral de jurados (a inscrição
fecha por volta de setembro), com todas as pessoas que funcionarão no júri no ano
subsequente. São sete jurados no tribunal, mas o Juiz faz uma lista de 25 para que haja uma
lista geral (senão os 500 selecionados deveriam comparecer em todos os dias que houvessem
júri), dos quais para que a sessão do júri seja aberta deve haver um quórum mínimo de 15
jurados. Havendo os 15 se inicia a formação do Conselho de Sentença, o qual é formado por 7
jurados. No sorteio, pergunta-se à defesa e à acusação se aceitam ou se recusam os jurados,
sendo que podem recusar imotivadamente apenas 3.
Art. 432. E m seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do Ministério
Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora
designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica.
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco)
jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença
em cada sessão de julgamento.
Art. 463. C omparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os
trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.
§ 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.
§ 2o Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição
do número legal.
Art. 465. O s nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-se o expediente de convocação,
com observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste Código.
Art. 467. V erificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz
presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença.
Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e,
depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar
a recusa.
Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será excluído
daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do Conselho de
Sentença com os jurados remanescentes.
O juiz está vinculado ao princípio do livre convencimento motivado, mas no júri não,
rege o princípio da íntima convicção (julga pelo sentimento e sentido de justiça do jurado) e
isso fica claro quando se observa o compromisso que os jurados assumem no início do júri, em
que partir dele que os jurados são investidos de jurisdição e incomunicáveis para que não
sejam influenciados.
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Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes,
fará aos jurados a seguinte exortação:
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa
decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:
Assim o prometo.
Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo
A instrução é a produção de prova, aquelas requeridas no art. 432, em que tudo que
será usado deve ser juntado em até 3 dias antes do júri para que não haja surpresa. Usam da
mesma ordem para a oitiva das testemunhas (primeiro MP, depois defesa e interrogatório do
réu) e depois são os debates, em que cada parte possui uma hora e meia para falar, podendo
esse horário ser dividido. Se houver mais de um réu o prazo será de 2 horas e meia para cada.
As partes são questionadas se querem a réplica ou não, e se aceitando, inicia-se a segunda
fase, possuindo mais uma hora para falar na réplica e a defesa mais uma hora para tréplica,
com prazo em dobro caso hajam mais réus.
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz
presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e
diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação.
§ 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará
as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critérios
estabelecidos neste artigo
§ 2o Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz
presidente.
§ 3o As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e
esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas
colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora
para a réplica e outro tanto para a tréplica.
§ 1o Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição
do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não exceder o determinado
neste artigo.
§ 2o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de 1
(uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1o deste artigo.