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Uni Carioca 2022.

Curso: Direito

Disciplina: Prática Jurídica II (Penal) – prof. Flávia Sanna

Atividade referente à APS2: valor 1,5

_.Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que


recém completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado,
é surpreendido pela informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-
namorado, o adolescente João, com quem mantivera relações sexuais. Joaquina
demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus pais diante desta gravidez
quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para realizar um aborto.

Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo
cuja venda era proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que,
de imediato, passa a fazer uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado
pela vagina, que ela acredita ser o feto. Os pais presenciam os fatos e levam a filha
imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem à Delegacia e narram o
ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade, Joaquina
possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um
feto.

Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do
Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do
Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer
instituto despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A inicial acusatória foi
recebida em 22/01/2014.

Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as


testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o
ocorrido. As partes apresentaram alegações finais orais, e o juiz determinou a
conclusão do feito para decisão. Antes de ser proferida decisão, mas após
manifestação das partes em alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de
atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela não
estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de
Túlio sem outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o
remédio utilizado não causara lesões na adolescente.

Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer medida,


o magistrado proferiu decisão de pronúncia nos termos da denúncia, sendo
publicada na mesma data, qual seja, 18 de junho de 2018, segunda-feira, ocasião
em que as partes foram intimadas.

Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de


Túlio, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando
todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do
prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-
feira são úteis em todo o país.

Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do
dispositivo legal não confere pontuação.

[Prova: OAB – XXVIII Exame (2ª fase – Penal) – Banca: FGV – 2019]

PEÇA RESE

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA


DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE - RS

Tulio (sobrenome), já qualificada nos autos da ação penal em epígrafe, movida pelo
Ministério Público Estadual, vem por meio de seu advogado que esta subscreve,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO com fulcro no artigo 581, IV, do Código de Processo Penal.
Caso Vossa Excelência entenda por manter a decisão de pronúncia, requer o
recebimento e processamento do presente recurso a ser remetido ao Egrégio Tribunal de
Justiça, com as inclusas razões.

Nestes termos, pede deferimento.

Comarca, data.

Advogado: ______

OAB: __________

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Recorrente: Tulio (sobrenome)

Recorrido: Ministério Público de Porto Alegre.

Autos nº: ________.

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Ínclitos Desembargadores,
Douta Procuradoria de Justiça

Em que pese a respeitável decisão do Excelentíssimo Juiz de Direito a quo, não merece
prosperar a pronúncia do recorrente pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas
vejam:

I – SÍNTESE DO OCORRIDO

Tulio e Joaquina eram namorados e logo no começo do namoro Tulio surpreendido pela
informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado João. Os dois então
resolveram fazer um procedimento para retirada do feto com medo de que o pai de
Joaquina descobrisse a gravidez do ex-namorado.

Ocorre com a preocupação de estar gravida, Joaquina pede ajuda ao namorado Tulio
para fazer um aborto. Tulio compra um remédio abortivo cuja venda era proibida sem
prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer uso dele.
Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.

Presenciando os fatos, os pais imediatamente levaram a filha ao hospital, depois foram


até a delegacia para contar o ocorrido. Quando ele chegou ao hospital, o médico lhe
disse que, na verdade, Joaquina tinha um cisto, mas ela nunca havia engravidado, e não
foi o feto que foi expulso.

O recorrente foi preso, sendo processado Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos
do Código Penal em decisão ,Vem, então, o recorrente requerer o que se segue.

II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A) Descreve a figura do crime impossível


Consta da inicial acusatória que o recorrente incorreu na conduta prevista no art. 121 do
Código Penal, homicídio simples. Embora tenha sido constado o fato. em nenhum
momento há a imputação ou qualquer que o acusado tenha tirado a vida contra a sua
namorada. Não havendo prova de ter o réu concorrido para infração penal, não deveria o
magistrado a quo ter pronunciado o recorrente, pois o art. 413 do CPP indica que haverá
a pronúncia quando houver indícios suficientes de sua autoria ou participação do
acusado no crime, o que não há neste caso. Portanto, erra o juízo a quo ao pronunciar o
recorrente na inexistência de provas ou indícios de crime contra vida, devendo neste
caso, haver desde logo a impronúncia do acusado neste aspecto, conforme preceitua o
art. 414 do CPP.

III – PEDIDOS

Ante o exposto, requer que seja conhecido e provido o presente recurso em sentido
estrito, para que haja a devida reforma, impronunciando o acusado, pela ausência de
indícios de crime contra vida, conforme o art. 414 do CPP, ou, eventualmente, na
conclusão de haver ocorrido o delito, desde logo absolvido sumariamente em razão da
existência da excludente de ilicitude do estado de necessidade (art. 23 do CP c/c art. 415
do CPP).

Nestes termos, pede deferimento.

Comarca, data 25 de Junho de 2018.

Advogado:___.

OAB:__
Orientações gerais:

Trabalho opcional:

. Para aqueles que entregarem essa peça feita, ela vale 1,5 ponto, e a peça
correspondente à prova (a qual vocês terão apenas 24 horas para elaborar e entregar)
valerá 3,5 pontos.

. Para aqueles que não entregarem a presente peça feita, a peça correspondente à
prova valerá 5,0 pontos.

Formatação do trabalho:

- arquivo word, fonte Times, tamanho 12, espaçamento 1,5.

- anexar o arquivo à presente postagem, salvo com o nome “APS2_Seu Nome”


(exemplo: APS2_Maria).

- prazo máximo para entrega: 16/11/2022 (4ª feira).

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