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RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS.

DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO


PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomando-se cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adota-
se o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerando-se o total de
créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise
contábil ou ESCRITURAL do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de
atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindo-se o princípio da não
cumulatividade a cada operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a
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escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento
DESTAQUES aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da
ADICIONAIS COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições
sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se excluir a
transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento da dinâmica das
operações. 4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. (STF,
Plenário, Min. Cármen Lúcia, 15/03/2017, REPERCUSSÃO GERAL, TEMA 69)
ESTUDO DE CASO 002
DADOS DO PROCESSO:
INQ 4781 Ref, STF, Plenário, Min. Alexandre de Moraes, j. 17/02/2021. (processo sigiloso – acórdão não
divulgado) (21º SPOILER, julgado nº 310)

Trata-se de inquérito proposto perante o STF contra deputado federal em que se investiga notícias
fraudulentas, denunciações caluniosas e ameaças a Corte, após a divulgação de vídeo em que o
mesmo defende medidas antidemocráticas, como o AI-5, e instiga a adoção de medidas violentas
ENTENDA contra a vida e a segurança dos ministros do STF, o que constituiria crime inafiançável. Também,
O CASO segundo a decisão do STF, tal conduta extrapolaria os limites da imunidade parlamentar e, por
envolver material ainda disponível da internet, estaria presente o requisito da flagrância. No
entender do relator, a Constituição Federal não permitiria a propagação de ideias contra a ordem
democrática e constitucional nem a realização de manifestações (pessoais ou em redes sociais)
visando ao rompimento do Estado de Direito, à extinção da cláusula pétrea constitucional da
separação de Poderes ou que pretendam a instalação do arbítrio no Brasil.
COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:
Há limite à imunidade parlamentar?

Para fins de flagrância, o uso de redes sociais tem o condão de alterar (para permanente) a natureza dos crimes?

Nos Estados democráticos é possível se tolher das minorias o direito de provocar o debate sobre cláusulas pétreas?

A CF/88 impede a propagação de ideias e manifestações sugerindo o rompimento da ordem constitucional vigente?

Críticas contundentes configuram os crimes de calunia ou a difamação contra o presidente da República, do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados ou do STF previstos no art. 26 da Lei 7.170/73?

PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:


Atentar contra a democracia e o Estado de Direito não configura exercício da função parlamentar a invocar a imunidade
constitucional prevista no art. 53, caput, da Constituição Federal (CF).

A imunidade material parlamentar não deve ser utilizada para atentar frontalmente contra a própria manutenção do Estado
Democrático de Direito. Em nenhum momento histórico, em qualquer que seja o país que se analise, a imunidade parlamentar se
confundiu com a impunidade. As imunidades parlamentares surgiram para garantir o Estado de Direito e da separação de
Poderes. Modernamente foram se desenvolvendo para a preservação da própria democracia.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
A previsão constitucional do Estado Democrático de Direito consagra a obrigatoriedade de o País ser regido por normas democráticas,
com observância da separação de Poderes, bem como vincula a todos, especialmente as autoridades públicas, ao absoluto respeito aos
direitos e garantias fundamentais, com a finalidade de afastamento de qualquer tendência ao autoritarismo e concentração de poder.

A CF não permite a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático (arts. 5º, XLIV; e 34, III e IV), nem
tampouco a realização de manifestações nas redes sociais visando ao rompimento do Estado de Direito, com a extinção das cláusulas
pétreas constitucionais – separação de Poderes (art. 60, § 4º), com a consequente instalação do arbítrio.

A liberdade de expressão e o pluralismo de ideias são valores estruturantes do sistema democrático. A livre discussão, a ampla
participação política e o princípio democrático estão interligados com a liberdade de expressão, tendo por objeto não somente a proteção
de pensamentos e ideias, mas também opiniões, crenças, realização de juízo de valor e críticas a agentes públicos, no sentido de garantir
a real participação dos cidadãos na vida coletiva.

Dessa maneira, tanto são inconstitucionais as condutas e manifestações que tenham a nítida finalidade de controlar ou mesmo aniquilar
a força do pensamento crítico, indispensável ao regime democrático, quanto aquelas que pretendam destruí-lo, juntamente com suas
instituições republicanas, pregando a violência, o arbítrio, o desrespeito à separação de Poderes e aos direitos fundamentais.

Na hipótese, deputado federal publicou vídeo em rede social no qual, além de atacar frontalmente os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF), por meio de diversas ameaças e ofensas, expressamente propagou a adoção de medidas antidemocráticas contra o STF,
bem como instigou a adoção de medidas violentas contra a vida e a segurança de seus membros, em clara afronta aos princípios
democráticos, republicanos e da separação de Poderes.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Tais condutas, além de TIPIFICAREM crimes contra a honra do Poder Judiciário e dos ministros do STF, são previstas, expressamente, na
Lei 7.170/1973, especificamente, nos arts. 17, 18, 22, I e IV, 23, I, II e IV, e 26.

Ademais, as condutas criminosas do parlamentar CONFIGURAM hipótese de FLAGRANTE delito, pois verifica-se, de maneira clara e
evidente, a perpetuação no tempo dos delitos acima mencionados, uma vez que o referido vídeo permaneceu disponível e acessível a
todos os usuários da rede mundial de computadores.

Ressalta-se que a prática das referidas condutas criminosas atenta diretamente contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
apresentando, portanto, todos os requisitos para que, nos termos do art. 312 do CPP, fosse decretada a prisão preventiva; tornando,
consequentemente, essa prática delitiva insuscetível de fiança, na exata previsão do art. 324, IV, do CPP. Configura-se, portanto, a
possibilidade constitucional de prisão em flagrante de parlamentar pela prática de crime inafiançável, nos termos do § 2º do art. 53 da CF.

Com esse entendimento, o Plenário referendou a decisão monocrática do ministro relator que determinara a prisão em flagrante do
parlamentar.
COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?

=> PROCEDIMENTO:

Art. 53 (CF/88). Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por QUAISQUER de suas opiniões, palavras e votos. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser PRESOS, SALVO em flagrante de crime inafiançável.
Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus MEMBROS,
GRAN resolva sobre a prisão. Obs.: CUIDADO, não é MAIORIA SIMPLES (apenas dos “presentes”)
DESTAQUES § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
ADICIONAIS respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final,
SUSTAR o andamento da ação.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa
Diretora.

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois
terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados FORA DO RECINTO do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com
a execução da medida.
=> na ADPF 572 MC/DF, Plenário VIRTUAL, Min. Edson Fachin (j. 17 e 18/6/20), o STF decidiu sobre o chamado “INQUÉRITO
DAS FAKE NEWS” (7º GRAN INFORMATIVO – dia 25/01/2021):

Para o STF, diante da NATUREZA DIFUSA dos crimes praticados por meio da internet, o requisito “SEDE” exigido pelo art. 43
do RISTF (que lastreia o inquérito instaurado) deve ser interpretado como equivalente à competência nacional do STF.

Art. 43 (RISTF) - Ocorrendo infração à lei penal na SEDE ou dependência do Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se
envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição, ou delegará esta atribuição a outro Ministro.

No entender do STF, não há inconstitucionalidade no chamado “INQUÉRITO DAS FAKE NEWS”, desde que o referido
GRAN procedimento investigatório:
DESTAQUES
(a) seja acompanhado pelo MP;
ADICIONAIS
(b) seja observada a Súmula Vinculante 14 (acesso à defesa);

(c) limite o objeto do inquérito a manifestações que, denotando risco efetivo à independência do Poder Judiciário (CF, art.
2º), pela via da ameaça aos membros do STF e a seus familiares, atentam contra os Poderes instituídos, contra o Estado de
Direito e contra a democracia; e

(d) observe a proteção da liberdade de expressão e de imprensa nos termos da Constituição, EXCLUINDO do escopo do
inquérito matérias jornalísticas e POSTAGENS, compartilhamentos ou outras manifestações (inclusive pessoais) na internet,
feitas anonimamente ou não, DESDE que não integrem esquemas de financiamento e divulgação em
massa nas redes sociais.
A LIBERDADE DE EXPRESSÃO contempla a livre circulação de ideias e de manifestações, compreendendo o direito de
informar, de buscar informação, de opinar e de criticar, mas NÃO ALCANÇA as chamadas “FAKE NEWS” (notícias falsas)
disseminadas especialmente pelas mídias sociais, por meio de ALGORITMOS (e não pessoas propriamente que emitem
opiniões individuais), cujo espoco seria fomentar o “dissenso intolerável” (visa impor com violência o consenso ou a
cooptação de uma maioria).

O exercício legítimo da liberdade de expressão pode estar agregado a alguns CONDICIONANTES que balizam a aferição de
responsabilidades civis e penais, pois não pode ser tolerada a sua invocação para a disseminação dolosa de informações
falsas e/ou para a PRÁTICA DE CRIMES.

GRAN => MANIFESTAÇÕES CRIMINOSAS (assassinatos, agressões, calúnias, danos ao patrimônio público etc.) X MANIFESTAÇÕES DE
OPINIÕES DE MINORIAS por meio da LIBERDADE DE EXPRESSÃO (opiniões divergentes sobre ordem constitucional,
DESTAQUES reavaliação de fatos históricos, etc.); Obs.: MARCHA DA MACONHA (ADPF 187)
ADICIONAIS
=> No entender do STF seria inadmissível a defesa da ditadura, do fechamento do Congresso ou do STF.

PRERROGATIVAS DOS CONGRESSISTAS:

NOÇÕES GERAIS:

a) referem-se ao cargo e não à pessoa;

b) são irrenunciáveis;

c) visam proteger a independência e autonomia do parlamentar;


d) sempre existiram nas CF brasileiras;

e) englobam a imunidade material, imunidade processual, privilégio de foro, isenção do serviço militar, do júri e limitação ao
dever de testemunhar;

f) não se estendem a terceiros corréus (Súmula 245 do STF);

g) MENSALÃO (válida atração por conexão/continência – Súmula 704 do STF) X LAVA-JATO (restringida a interpretação);

h) subsistem mesmo no Estado de Sítio, salvo decisão de 2/3 da CASA, por ato praticado fora do recinto do CONGRESSO
GRAN (apenas no Sítio);
DESTAQUES IMUNIDADE MATERIAL ou INVIOLABILIDADE PARLAMENTAR:
ADICIONAIS
=> ausência de responsabilidade PENAL e CIVIL do parlamentar por suas OPINIÕES, PALAVRAS e VOTOS;

=> CLÁUSULA DE IRRESPONSABILIDADE geral;

=> afasta os chamados “crimes de opinião ou de palavra” (HUNGRIA), como os crimes contra a honra, incitamento ao crime,
apologia de criminoso, vilipêndio oral a culto religioso etc.;

=> há o afastamento da incidência da lei penal sobre fato que seria típico;

=> a ausência de responsabilidade CIVIL foi incluída explicitamente no art. 53 pela EC 35/01;
=> dentro do recinto do Congresso (é ABSOLUTA) X fora (tem que guardar relação com a atividade parlamentar) (Inq. 2330/DF,
Min. Celso de Mello);

=> VEREADOR fica limitado aos limites territoriais do Município (mas, não precisa ser dentro do recinto da Câmara);

=> suplente não goza do benefício e a perda do mandato gera perda do benefício (mas, preserva nos afastamentos legais);

IMUNIDADE FORMAL ou PROCESSUAL:

=> engloba a possibilidade de instauração de processo (alterada pela EC 35/01) e a possibilidade de prisão (penal e civil -
GRAN alimentos);
DESTAQUES => após a EC 35/01, a respectiva Casa Legislativa poderá SUSTAR, a qualquer momento, ANTES da decisão final do Poder
ADICIONAIS Judiciário, o andamento da ação penal proposta contra parlamentar por crimes praticados APÓS a diplomação;

=> não há mais necessidade de autorização prévia da respectiva Casa para ser iniciado o processo criminal;

=> partido pode pedir e a Casa decidir em 45 dias (votação aberta);

=> SUSPENDE O CURSO PRESCRICIONAL;

=> STF recebe a denúncia ou queixa e depois cientifica a Casa;

=> marco temporal é a diplomação (anteriores não!);


=> não impede a instauração e nem gera a suspensão do inquérito policial;

=> por terem natureza processual, as alterações da EC 35/01 tiveram aplicação imediata aos casos da época;

FORO PRIVILEGIADO ou FORO POR PRERROGATIVA DA FUNÇÃO:

=> POSIÇÃO ANTIGA DO STF (abarcava também crimes anteriores à diplomação) X POSIÇÃO ATUAL (apenas os crimes
relacionados ao exercício do mandato);

=> STF para os Deputados e Senadores (TJ/TRF para Deputados estaduais);


GRAN
=> Vereadores não possuem privilégio de foro;
DESTAQUES
ADICIONAIS => Teoria do Isolamento dos atos processuais (válidos os atos praticados na ação anteriormente ao deslocamento);

=> abarca apenas os crimes comuns (diversos do de responsabilidade);

=> perda ou término do mandato gera o declínio de competência (ADIs 2797 e 2860 - o STF considerou inconstitucional
alteração imposta no art. 84 do CPP);

=> renúncia após o início dos atos inerentes ao julgamento não legitimam mais o declínio (abuso de poder e fraude processual
- AP 396 – STF/606);

=> não há foro especial nas ações de improbidade (e nem na popular);


PRISÃO:

=> não há imunidade formal quanto à prisão decorrente de condenação definitiva (o § 2º do art. 53 é específico para prisões
cautelares) (STF/712);

=> a prisão somente será cabível no flagrante de crime inafiançável ou na decisão condenatória (para Deputado e Senador não
se fala em 2ª instância);

=> a Casa decidirá (natureza política) se mantém ou não a prisão em flagrante (comunicação em 24 horas);

Art. 302 (CPP) - Considera-se em flagrante delito quem:


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DESTAQUES I - está cometendo a infração penal; (próprio)
ADICIONAIS
II - acaba de cometê-la; (próprio)

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
(impróprio)

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. (presumido)

Art. 303 (CPP) - Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Crime instantâneo (consumação imediata - furto) X Crime permanente (execução prolongada no tempo por vontade do
agente - sequestro) X Crime instantâneo de efeitos permanentes (consumação imediata e efeitos duradouros - homicídio).
=> CONFLITO APARENTE DE NORMAS (especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade);

Art. 17 (Lei 7.170/73 – Lei de Segurança Nacional) – TENTAR MUDAR, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o REGIME
vigente ou o Estado de Direito.
Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

Parágrafo único.- Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até a metade; se resulta morte, aumenta-se até o dobro.

Art. 18 (Lei 7.170/73) – TENTAR IMPEDIR, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer DOS PODERES da
União ou dos Estados.
Pena: reclusão, de 2 a 6 anos.
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DESTAQUES Art. 22 (Lei 7.170/73) - Fazer, em público, PROPAGANDA:
ADICIONAIS
I - de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social;
(...)
IV - de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Pena: detenção, de 1 a 4 anos.

Art. 23 (Lei 7.170/73) – INCITAR:


I - à subversão da ordem política ou social;
II - à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições
civis;
(...)
IV - à prática de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
Art. 26 (Lei 7.170/73) - CALUNIAR ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do
Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação.
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, conhecendo o caráter ilícito da imputação, a propala ou divulga.

Art. 5º (CF/88) – (...).

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
GRAN podendo evitá-los, se omitirem;
DESTAQUES
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
ADICIONAIS
o Estado Democrático;

Art. 313 (CPP) - Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei
nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima SUPERIOR a 4 (quatro) anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do
art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
Art. 312 (CPP) - A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência
da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de
autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força
de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.

GRAN Art. 310 (CPP) - Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da
DESTAQUES prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela
ADICIONAIS Lei nº 13.964, de 2019)
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Art. 319 (CPP) - São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado dela permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou
instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho
fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua
utilização para a prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;
IX - monitoração eletrônica.
GRAN
DESTAQUES Art. 86 (CF/88) - Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele
submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos
ADICIONAIS crimes de responsabilidade.

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:


I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem
prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.

§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas
funções.
ESTUDO DE CASO 003
DADOS DO PROCESSO:
ADPF 770 MC-Ref/DF e ACO 3451 MC-Ref/MA , STF, Plenário, Min. Ricardo Lewandowski, julgamento
24/02/2021. (ACORDÃO AINDA NÃO DISPONIBILIZADO)

Trata-se de ADPF proposta pelo Conselho Federal da Ordem de Advogados do Brasil e ACO
proposta pelo Estado do Maranhão atacando supostas ações e omissões do Poder Público
ENTENDA Federal, especialmente da Presidência da República e do Ministério da Saúde, consubstanciadas na
O CASO mora em fornecer à população um plano definitivo nacional de imunização e o registro e acesso à
vacina contra a covid-19.

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:

Estados e munícipios podem importar vacina sem autorização da Anvisa?


PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Os estados, o Distrito Federal e os municípios, no caso de descumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra
a Covid-19 ou na hipótese de cobertura imunológica intempestiva e insuficiente, poderão dispensar às respectivas populações (a) vacinas
das quais disponham, previamente aprovadas pela Anvisa; e (b) no caso não expedição da autorização competente, no prazo de 72
horas, vacinas registradas por pelo menos uma das autoridades sanitárias estrangeiras e liberadas para distribuição comercial nos
respectivos países, bem como quaisquer outras que vierem a ser aprovadas, em caráter emergencial.

A Constituição Federal (CF) outorgou a todos os entes federados a competência comum de cuidar da saúde, compreendida nela a adoção
de quaisquer medidas que se mostrem necessárias para salvar vidas e garantir a higidez física das pessoas ameaçadas ou acometidas pelo
novo coronavírus (Covid-19). Nisso, inclui-se a disponibilização, por parte dos governos estaduais, distrital e municipais, de imunizantes
diversos daqueles ofertados pela União, desde que aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, caso aqueles se
mostrem insuficientes ou sejam ofertados a destempo. No âmbito dessa autonomia, insere-se, inclusive, a importação e distribuição, em
caráter excepcional e temporário, por autoridades dos estados, Distrito Federal e municípios, de “quaisquer materiais, medicamentos e
insumos da área de saúde sujeitos à vigilância sanitária sem registro na Anvisa considerados essenciais para auxiliar no combate à
pandemia do coronavírus”, observadas as condições do art. 3º, VIII, a, e § 7º-A, da Lei 13.979/2020, alterada pela Lei 14.006/2020.

Isso porque a defesa da saúde incumbe não apenas à União, mas também a qualquer das unidades federadas, seja por meio da edição de
normas legais, respeitadas as suas competências, seja mediante a realização de ações administrativas, sem que, como regra, dependam da
autorização de outros níveis governamentais para levá-las a efeito, cumprindo-lhes, apenas, consultar o interesse público que têm a
obrigação de preservar.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Dessa forma, não obstante constitua incumbência do Ministério da Saúde coordenar o Programa Nacional de Imunizações - PNI e definir
as vacinas integrantes do calendário nacional de imunizações (Lei 6.259/1975), tal atribuição não exclui a competência dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios para adaptá-los às peculiaridades locais, no típico exercício da competência comum de que dispõem
para “cuidar da saúde e assistência pública” (CF, art. 23, II).

Embora o ideal, em se tratando de uma moléstia que atinge o País por inteiro, seja a inclusão de todas as vacinas seguras e eficazes no
PNI, de maneira a imunizar uniforme e tempestivamente toda a população, o certo é que, nos diversos precedentes relativos à pandemia
causada pela Covid-19, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem ressaltado a possibilidade de atuação conjunta das autoridades estaduais e
locais para o enfrentamento dessa emergência de saúde pública, em particular para suprir lacunas ou omissões do governo central.

Ademais, a própria Lei 13.979/2020, nos precitados dispositivos, apresenta uma solução para a questão, ao assinalar que as “autoridades”
— sem fazer qualquer distinção entre os diversos níveis político-administrativos da federação — poderão lançar mão do uso de
medicamentos e insumos na área de saúde sem registro na Anvisa.

Por fim, a dispensação excepcional de medicamentos sem registro na Anvisa, em caso de mora irrazoável na sua atuação, também já foi
apreciada e admitida pelo STF.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, referendou medida cautelar concedida em arguição de descumprimento de preceito
fundamental ajuizada contra ações e omissões do Poder Público Federal, especialmente da Presidência da República e do Ministério da Saúde,
consubstanciadas na mora em fornecer à população um plano definitivo nacional de imunização e o registro e acesso à vacina contra o novo
coronavírus (Covid-19). Nessa mesma linha, o Tribunal referendou medida cautelar concedida em ação cível originária ajuizada pelo estado do
Maranhão.
COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?
=> Por envolver competência concorrente para legislar e competência comum para promover as respectivas ações na área da proteção e
defesa da saúde, caso configurada situação de mora do governo federal, os estados, o DF e os municípios poderão realizar operações de
importação e distribuição de vacinas voltadas ao combate da pandemia COVID-19, podendo, inclusive, realizar a internalização dos
referidos fármacos sem anuência prévia da ANVISA, na hipótese de não ser respeitado o prazo de 72 horas estipulado na legislação
especial editada para regular o tema;

=> A Lei 6.259/75 estabelece que cabe ao Ministério da Saúde a elaboração do Programa Nacional de Imunizações, com a definição do
calendário nacional de vacinação, inclusive as de caráter obrigatório, mas isso não impede ações complementares dos demais entes
federados;

Art. 3º (Lei 13.979/2020) - Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional de que trata esta Lei, as
autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências, entre outras, as seguintes medidas:
(...)
VIII – autorização excepcional e temporária para a importação e distribuição de quaisquer materiais, medicamentos, equipamentos e
insumos da área de saúde sujeitos à vigilância sanitária sem registro na Anvisa considerados essenciais para auxiliar no combate à pandemia
GRAN do coronavírus, desde que:
DESTAQUES a) registrados por pelo menos 1 (uma) das seguintes autoridades sanitárias estrangeiras e autorizados à distribuição comercial em seus
ADICIONAIS respectivos países: 1. Food and Drug Administration (FDA); 2. European Medicines Agency (EMA); 3. Pharmaceuticals and Medical Devices
Agency (PMDA); 4. National Medical Products Administration (NMPA);
(...)
§ 7º-A. A autorização de que trata o inciso VIII do caput deste artigo deverá ser concedida pela Anvisa em até 72 (setenta e duas) horas após
a submissão do pedido à Agência, dispensada a autorização de qualquer outro órgão da administração pública direta ou indireta para os
produtos que especifica, sendo concedida automaticamente caso esgotado o prazo sem manifestação.
=> Medida Provisória nº 1.026/21 (editada para facilitar a aquisição de vacinas, insumos e outros produtos para o
combate ao vírus COVID-19) assegura que:

“Art. 16. A Anvisa, de acordo com suas normas, poderá conceder autorização excepcional e temporária para a importação e distribuição de
quaisquer vacinas contra a covid-19, materiais, medicamentos, equipamentos e insumos da área de saúde sujeitos à vigilância sanitária, sem
registro na Anvisa e considerados essenciais para auxiliar no combate à covid-19, desde que registrados por, no mínimo, uma das seguintes
autoridades sanitárias estrangeiras e autorizados à distribuição em seus respectivos países:

(EUA, União Europeia, Grã-Bretanha, Japão e China)”

=> EMENTA da minha decisão (liberação da importação pela iniciativa privada):


GRAN
DESTAQUES COVID-19. IMUNIZAÇÃO. LIMITES IMPOSTOS PELA BUROCRACIA ADMINISTRATIVA E PELA POLITIZAÇÃO EXCESSIVA DO TEMA. PREMENTE
NECESSIDADE DE ACELERAÇÃO. QUESTÃO HUMANITÁRIA E DE INTERESSE SOCIOECONÔMICO. PRESERVAÇÃO DE VIDAS E DA ATIVIDADE
ADICIONAIS ECONÔMICA DO PAÍS. PAPEL FUNDAMENTAL DA INICIATIVA PRIVADA. REFORÇO QUE NÃO PODE CONTINUAR SENDO DESPREZADO.
AUSÊNCIA DE VEDAÇÃO LEGAL. IMPORTAÇÃO DIRETA DE VACINAS. POSSIBILIDADE. SITUAÇÃO DE PANDEMIA. CONCORRÊNCIA MUNDIAL
PELA AQUISIÇÃO DOS PRODUTOS. ALTA DEMANDA. RISCOS DA DEMORA E DA CONFIGURAÇÃO DE POTENCIAL PROTEÇÃO DEFICIENTE DA
POPULAÇÃO. DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E À VIDA. URGÊNCIA. INCOMPATIBILIDADE COM O FORMALISMO ADMINISTRATIVO
TRADICIONAL. SITUAÇÃO DE EXCEPCIONALIDADE. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.026/21. AQUISIÇÃO DE FÁRMACOS JÁ REFERENDADOS POR
AGÊNCIAS DE RENOME INTERNACIONAL. EXIGÊNCIA DE PRÉVIA ANUÊNCIA SANITÁRIA MÍNIMA DA ANVISA. RISCO DE DANO IRREVERSÍVEL
GERADO PELO RETARDAMENTO. AUMENTO DA SOBRECARGA DA ANVISA GERADO PELA PANDEMIA. QUADRO HISTÓRICO DE INSUFICIÊNCIA
DA SUA ESTRUTURA HUMANA PARA A PRONTA ANÁLISE DOS PLEITOS DE LICENCIAMENTO SANITÁRIOS. EXISTÊNCIA DE SOLUÇÃO PONTUAL
MAIS EFETIVA. REPOSICIONAMENTO TEMPORAL PARA O MOMENTO DO DESEMBARAÇO ADUANEIRO. MERA CONFERÊNCIA DO
PREENCHIMENTO DOS DOIS REQUISITOS EXIGIDOS PELO PLANO EMERGENCIAL DE VACINAÇÃO DA COVID-19. PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. IMPOSIÇÃO DE CONDICIONANTES. ASSUNÇÃO DE RISCOS PELO IMPORTADOR. RESPEITO AOS LIMITES DO SEU
OBJETO SOCIAL. PROIBIÇÃO DE MERCANCIA. LIMITE NO MERO RESSARCIMENTO DE CUSTOS. ALCANCE RESTRITO AOS SUBSTITUÍDOS E
FAMILIARES. CONTROLE FORMAL MÍNIMO. HIPÓTESE EXCEPCIONAL DE INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
ESTUDO DE CASO 004
DADOS DO PROCESSO:
ADI 4565 - PI, STF, Plenário, Min. Roberto Barroso, julgamento 24/02/2021. (ACORDÃO AINDA NÃO
DISPONIBILIZADO)

Trata-se de ADI interposta questionando lei estadual do Piauí (anterior à EC 87/15), que
ENTENDA estabelecia a cobrança de ICMS pelo estado de destino nas operações interestaduais de circulação
O CASO de mercadorias realizadas de forma não presencial e destinadas a consumidor final não
contribuinte desse imposto.

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:

O estado de destino pode cobrar ICMS, com fundamento em lei estadual anterior à EC 87/2015, quando a
mercadoria for adquirida de forma não presencial, em outra unidade federativa, por consumidor final não
contribuinte do imposto?
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
O estado de destino não pode cobrar ICMS, com fundamento em lei estadual anterior à EC 87/2015, quando a mercadoria for adquirida
de forma não presencial, em outra unidade federativa, por consumidor final não contribuinte do imposto.

O art. 155, § 2º, VII, b, da Constituição Federal (CF), em sua redação original, prevê que, “em relação às operações e prestações que
destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro estado, adotar-se-á alíquota interna, quando o destinatário não for
contribuinte” do ICMS. Dessa forma, reconhece-se a competência exclusiva do estado de origem para a instituição da hipótese de
incidência tributária em questão.

Não bastasse isso, há uma nítida incompatibilidade entre a disciplina legal estadual e a regra constitucional de liberdade de tráfego e aquela
que proíbe o tratamento discriminatório dos bens em função de sua origem.

A norma estadual que permita que tanto o estado de destino como o estado de origem possam tributar um mesmo evento constitui um
claro empecilho à circulação de mercadorias provenientes de outros estados, ao gerar uma dupla oneração da transação interestadual em
comparação com aquela interna, e contraria as regras constitucionais referidas.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar a
inconstitucionalidade da Lei 6.041/2010 do estado do Piauí.
COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?
“É inconstitucional lei estadual anterior à EC nº 87/2015 que estabeleça a cobrança de ICMS pelo Estado de destino
nas operações interestaduais de circulação de mercadorias realizadas de forma não presencial e destinadas a
consumidor final não contribuinte desse imposto”.

Art. 155 (CF). Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(...)
VII – em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
GRAN b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;” (Redação ALTERADA pela EC 87/2015)
DESTAQUES
VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro
ADICIONAIS Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à
diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual; (Redação dada pela EC nº 87, de 2015)

VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata
o inciso VII será atribuída: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;

b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;


ESTUDO DE CASO 005
DADOS DO PROCESSO:
ADI 6482 - DF, STF, Plenário, Min. Gilmar Mendes, julgamento 18/02/2021. (ACORDÃO AINDA NÃO
DISPONIBILIZADO) (SPOILER nº 21, julgado 317)

PGR ajuizou ADI questionando o art. 12 da Lei 13.116/15 (Lei Geral da Antenas), que proíbe aos
estados, ao Distrito Federal e aos municípios de cobrar das empresas de telecomunicações e TV a
ENTENDA cabo pelo direito de passagem em vias públicas, faixas de domínio e outros bens públicos de uso
O CASO comum (para instalação de infraestrutura e redes de telecomunicações). No entender do autor,
dentre outras, a lei atentava contra a autonomia federativa dos demais entes para cobrar pela
utilização de seus bens.

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:

Lei federal pode impedir que estados e municípios cobrem das empresas de telefonia e de TV a cabo pela
utilização de vias públicas para a passagem de infraestrutura e redes de telecomunicações?
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
O legislador federal, para garantir a universalização e a prestação eficiente dos serviços de telecomunicações, pode — por exceção
normativa explícita — impedir a cobrança de preço público pelo uso das faixas de domínio.

O regramento do direito de passagem previsto na Lei Geral das Antenas [Lei 13.116/2015, art. 12, “caput”] se insere no âmbito da
competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações [Constituição Federal (CF), art. 22, IV] e sobre normas gerais de
licitação e contratação administrativa [CF, art. 22, XXVII].

A edição da Lei Geral das Antenas recai no âmbito da competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações e materializa
decisão evidente de afastar a possibilidade de os estados-membros e municípios legislarem sobre o tema.

A disciplina regulamentada no art. 12 da aludida legislação, impugnado nesta ação, divisou necessária uniformização nacional do assunto.
Não há dúvidas de que o propósito do legislador foi resolver as assimetrias regulatórias nacionais. Mesmo após a edição da Lei 13.116/2015,
a atuação descoordenada dos entes subnacionais tem gerado graves problemas de segurança jurídica que, ao fim e ao cabo, minam os
incentivos de investimento em infraestrutura de telecomunicações no País. É evidente que a matéria disposta na legislação federal se reveste
de inequívoco interesse público geral.

Além disso, o preceito questionado não extravasou a dimensão geral do jogo de competências legislativas em matéria de contratos
administrativos. A previsão normativa da gratuidade do aludido direito visou claramente o estabelecimento de regra geral para o tema.
Salienta-se que a interpretação sistemática da Lei 13.116/2015, sobretudo naquilo que complementada pelo seu regulamento (Decreto
10.480/2020), revela zelo do legislador de, ao mesmo tempo, uniformizar a gratuidade e respeitar o exercício das competências
administrativas dos poderes concedentes locais. O dispositivo questionado tem aplicação restrita aos contratos licitados após a sua edição e
preserva a atuação dos entes subnacionais como poder concedente dos serviços de sua competência.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
O art. 12 da Lei Geral das Antenas respeita os princípios constitucionais da eficiência e da moralidade administrativa.

Ao renunciar a qualquer pretensão de retroatividade — ainda que mínima —, a norma extraída do art. 12 prestigia a garantia
constitucional do direito adquirido e do ato jurídico perfeito. Igualmente, observa o dever de impessoalidade e tece homenagem ao
princípio da moralidade.

O preceito adversado tampouco lesa o princípio da eficiência. A Lei 13.116/2015 traduz solução de problema que desafiava a Federação: a
pulverização descoordenada de condicionamentos jurídicos à instalação da infraestrutura de telecomunicações cujo efeito econômico mais
pronunciado foi o de incrementar o custo regulatório.

Do ponto de vista material, não é compatível com a ordem constitucional vigente o entendimento de que o direito de propriedade —
mesmo que titularizado por ente político — revista-se de garantia absoluta.

A norma impugnada institui verdadeiro ÔNUS REAL sobre vias públicas, faixas de domínio e outros bens públicos de uso comum do povo,
independentemente da titularidade do bem. Ela impõe restrição ao direito de propriedade de bens que ostentam a feição de propriedade
pública, ainda que provisoriamente ocupados por empresas privadas que titularizam a exploração de serviços públicos estaduais, por
exemplo, a exploração de rodovias.

Entretanto, o conceito constitucional de proteção ao direito de propriedade transcende à concepção “privatística estrita” e abarca outros
valores que não de índole patrimonial. O direito de propriedade acaba por ter relação com outros direitos, como a dignidade da pessoa
humana, a liberdade de profissão, o direito adquirido, a liberdade de construir e, na espécie, a prestação de serviços públicos essenciais à
coletividade.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
O ônus real advindo da gratuidade do direito de passagem estabelecido no art. 12 da Lei 13.116/2015 é adequado, necessário e
proporcional em sentido estrito, considerando o direito de propriedade restringido.

Afigura-se adequada a edição de lei federal a uniformizar a gratuidade do direito de passagem em nível nacional. É medida adequada à
finalidade a ser perseguida, inclusive para evitar as distorções regulatórias que obstam o tratamento uniforme da matéria. A discussão
extravasa a aplicação literal do Código Civil por envolver hipótese em que a restrição do uso do bem público decorre da necessidade de
prestação de serviço público no interesse da coletividade.

O fato de o Poder Constituinte de Reforma ter mantido sob a responsabilidade da União a titularidade da prestação dos serviços de
telecomunicações torna incontroverso que estes apresentam natureza de serviço público. A essência de caráter público dos serviços de
telecomunicações não foi desconstituída pela simples previsão legal de que podem ser prestados por meio de autorização. Diferentemente
das autorizações administrativas tradicionais, as autorizações de serviços de telecomunicações não se esgotam na simples emissão
unilateral do ato, e marcam vinculação permanente com a Administração, com a finalidade de tutelar o interesse público.

Sobre a necessidade do meio utilizado, existe forte lógica econômica na extensão nacional da gratuidade: evitar que custos pela utilização
da faixa de domínio sejam repassados aos consumidores de telecomunicações. Além de trazer outras dificuldades, a cobrança de maneira
uniforme pelas diferentes esferas da Administração e concessionárias elevaria o custo ao consumidor final, dificultando o acesso aos
serviços, na contramão da política nacional de telecomunicações.

No tocante à proporcionalidade em sentido estrito, a lei federal e seu regulamento previram salvaguardas a fim de evitar o aniquilamento
do direito real em jogo. Corrobora a proporcionalidade da restrição, o fato de: (i) o direito de passagem dever ser autorizado pelos órgãos
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
reguladores sob cuja competência estiver a área a ser ocupada ou atravessada; (ii) a instituição do direito não abranger os custos
necessários a infraestrutura e equipamentos, tampouco afetar obrigações indenizatórias decorrentes de eventual dano ou de restrição de
uso significativa; (iii) o art. 12 encontrar-se alinhado ao princípio da segurança jurídica e à proteção do ato jurídico perfeito, considerada a
aplicação de seus efeitos apenas aos contratos que decorram de licitações posteriores à data de promulgação da lei.

No caso, não se antevê qualquer violação constitucional ao direito de propriedade. Ademais, vislumbra-se a incidência da lógica de que lex
specialis derogat legi generali.

Por fim, o entendimento veiculado não estabelece tese sobre a possibilidade de cobrança, pelo uso de faixas de domínio, fundada na Lei
Geral de Concessões (Lei 8.987/1995), assunto que não foi julgado nestes autos.

Na situação em apreço, a ação do controle concentrado de constitucionalidade foi apresentada em face do art. 12, caput, da Lei
13.116/2015, que estabelece normas gerais para implantação e compartilhamento da infraestrutura de telecomunicações. Posteriormente,
houve pedido de aditamento da petição inicial, para incluir dispositivos do Decreto 10.480/2020 no requerimento da declaração de
inconstitucionalidade, por relação de dependência do decreto regulamentar com o regramento da lei impugnado.

O Plenário, por maioria, julgou improcedente pretensão formulada em ação direta de inconstitucionalidade, nos termos do voto do
ministro Gilmar Mendes (relator). Vencido o ministro Edson Fachin.
COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?
Lei federal pode impedir que estados e municípios cobrem das empresas de telefonia e de TV a cabo pela utilização de
vias públicas para a passagem de infraestrutura e redes de telecomunicações, pois a matéria se insere no âmbito da
competência privativa da União (telecomunicações) e tem inequívoco interesse público geral (uniformizar a
implantação nacional do sistema e promover a democratização do acesso à tecnologia);

Art. 12 (Lei 13.116/15) - Não será exigida contraprestação em razão do direito de passagem em vias públicas, em
faixas de domínio e em outros bens públicos de uso comum do povo, ainda que esses bens ou instalações sejam
explorados por meio de concessão ou outra forma de delegação, excetuadas aquelas cujos contratos decorram de
licitações anteriores à data de promulgação desta Lei.

Art. 22 (CF). Compete privativamente à União legislar sobre:


GRAN
DESTAQUES (...)
ADICIONAIS IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;”

(...)

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;”
ESTUDO DE CASO 006
DADOS DO PROCESSO:
ADPF 742 – DF, STF, Plenário, Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgamento 24/02/2021.
(ACORDÃO AINDA NÃO DISPONIBILIZADO)

A ação foi ajuizada por uma entidade representativa nacional quilombola e com um partidos
político que alegavam que atos comissivos e omissivos do Poder Executivo federal em relação ao
ENTENDA enfrentamento da pandemia nas comunidades quilombolas resultaram na violação aos preceitos
O CASO fundamentais relativos à dignidade da pessoa humana, ao pluralismo, à autodeterminação dos
povos, ao direito à vida e à saúde, à diversidade étnico-racial e às garantias individuais visando à
preservação da organização socioeconômica e das práticas culturais.

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:

O Poder Público tem o dever de elaborar e implementar plano para o enfrentamento da pandemia COVID-19 nas
comunidades quilombolas?
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
É dever do Poder Público elaborar e implementar plano para o enfrentamento da pandemia COVID-19 nas comunidades quilombolas.

Os remanescentes de quilombos constituem grupo tradicional constituído a partir da resistência e luta pela liberdade, considerado o
período de escravidão. Situam-se, majoritariamente, em zona rural, dedicando-se a atividades atinentes a agropecuária e extrativismo. A
Constituição Federal (CF) preceitua que é dever do Estado proteger e promover o patrimônio cultural material e imaterial, inclusive modos
de criar, fazer e viver, sítios, artefatos e expressões (CF, arts. 215, § 1º, e 216, I a V).

O Supremo Tribunal Federal (STF), ao apreciar a Ação Popular 3.388, na qual questionada a definição dos limites da Terra Indígena Raposa
Serra do Sol, proclamou o espírito fraternal e solidário dos citados preceitos, voltados à compensação de desvantagens historicamente
acumuladas e à efetivação de integração comunitária.

Ante o quadro de violação generalizada de direitos fundamentais dos quilombolas em virtude da pandemia da Covid-19, a agravar o estado
de vulnerabilidade e a marginalização histórica, é imprescindível elaborar e executar plano governamental nacional com a participação de
representantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – Conaq, por meio do qual formulados
objetivos, metas, ações programáticas, cronograma de implementação e metodologias de avaliação, contemplando-se, ao menos,
providências visando a ampliação das estratégias de prevenção e do acesso aos meios de testagem e aos serviços públicos de saúde,
controle de entrada nos territórios por terceiros, considerado isolamento social comunitário e distribuição de alimentos e material de
higiene e desinfecção.

Além disso, ante o interesse público, surge pertinente a constituição de grupo de trabalho interdisciplinar e paritário, por meio do qual
viabilizado o controle da execução dos programas e ações decorrentes do Plano de enfrentamento à pandemia nas comunidades
quilombolas.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Um ponto importante a destacar é que a verificação da efetividade dessa política pública exige monitoramento e avaliação qualificada,
garantindo-se a adequada alocação de recursos considerados os objetivos e metas propostos.

Para a consecução desse objetivo, é imprescindível a consolidação de insumos a subsidiarem a adequada atuação dos órgãos, autarquias e
instituições. O rígido acompanhamento da doença, levando em conta evolução do contágio, da taxa de recuperação e de letalidade,
pressupõe consideração das especificidades da população que se pretende atender.

A inclusão do quesito raça/cor/etnia no registro dos casos propicia o levantamento, pelo Poder Público, de marcadores sociais que
permitem a definição de programas destinados à adequada resposta à crise sanitária.

No intuito de garantir efetividade ao direito fundamental à informação (CF, arts. 5º, XXXIII, 37, § 3º, II, e 216, § 2º), também se faz necessário
o restabelecimento dos sítios eletrônicos nos quais divulgadas as políticas públicas, programas, ações e pesquisas direcionadas à população
quilombola no contexto da pandemia.

Deve ser suspensa a tramitação de demandas judiciais e recursos vinculados envolvendo direitos territoriais das comunidades
quilombolas, tais como ações possessórias, reivindicatórias de propriedade, imissões na posse e anulatórias de demarcação até o
término da pandemia.

O direito material demanda a salvaguarda de comunidades quilombolas do risco sanitário exacerbado pela execução de medidas
constritivas em seus territórios e a preservação de sua condição de acesso igualitário à justiça, ao devido processo legal, ao contraditório e à
ampla defesa (CF, art. 5º, XXXV, LIV e LV) sem comprometer à especial necessidade de isolamento social decorrente da sua grave condição
de vulnerabilidade, reconhecida em lei.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Incide, no caso, o princípio da precaução (CF, art. 225) que exige do Poder Público um atuar na direção da mitigação dos riscos
socioambientais, em defesa da manutenção da vida e da saúde.

Por fim, cabe ressaltar que, apesar de os povos quilombolas terem sido incluídos na fase prioritária do Plano Nacional de
Operacionalização da Vacinação elaborado pelo governo federal, essa inclusão formal não é suficiente se desacompanhada de
planejamento conducente à eficácia da medida.

No plano de vacinação, o governo limitou-se a fazer indicação genérica, deixando de prever protocolos sanitários voltados à efetividade da
medida e de articular ações programáticas a fim de evitar descompasso nas unidades da Federação.

É preciso viabilizar a concretização dos preceitos fundamentais atinentes à dignidade da pessoa humana, à vida e à saúde.

Com esse entendimento, o Plenário, por unanimidade, converteu o julgamento da medida cautelar em julgamento definitivo de mérito.
Na sequência, por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido para determinar, à União, que: (i) formule, no prazo de 30 dias, plano
nacional de enfrentamento da pandemia Covid-19 no que concerne à população quilombola, versando providências e protocolos sanitários
voltados a assegurar a eficácia da vacinação na fase prioritária, com a participação de representantes da Coordenação Nacional de
Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – Conaq; (ii) constitua, em até 72 horas, grupo de trabalho interdisciplinar e
paritário, com a finalidade de debater, aprovar e monitorar a execução do Plano, dele participando integrantes, pelo menos, do Ministério
da Saúde, Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Fundação Cultural Palmares, Defensoria Pública da União, Ministério
Público Federal, Conselho Nacional de Direitos Humanos, Associação Brasileira de Saúde Coletiva e representantes das comunidades
quilombolas a serem indicadas pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas; (iii) providencie,
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
no máximo em 72 horas, a inclusão, no registro dos casos de Covid-19, do quesito raça/cor/etnia, asseguradas a notificação compulsória
dos confirmados e ampla e periódica publicidade; (iv) restabeleça, no prazo de 72 horas, o conteúdo das plataformas públicas de acesso à
informação http://monitoramento.seppir.gov.br/ e https://www.gov.br/mdh/pt-br/comunidadestradicionais/programabrasil-quilombola,
abstendo-se de proceder à exclusão de dados públicos relativos à população. O Tribunal ainda deferiu o pedido para suspender os
processos judiciais, notadamente ações possessórias, reivindicatórias de propriedade, imissões na posse, anulatórias de processos
administrativos de titulação, bem como os recursos vinculados a essas ações, sem prejuízo dos direitos territoriais das comunidades
quilombola até o término da pandemia. Nos termos do voto do Ministro Edson Fachin, redator para o acórdão, vencidos parcialmente os
Ministros Marco Aurélio (relator) e Nunes Marques.

COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?


O Governo Federal deverá elaborar, no prazo de 30 dias, plano nacional de enfrentamento da pandemia da Covid-19
voltado à população quilombola, com providências e protocolos sanitários para assegurar a eficácia da vacinação na
fase prioritária. A formulação deve contar com a participação de representantes da Coordenação Nacional de
Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
ESTUDO DE CASO 007

DADOS DO PROCESSO:
HC 188820 MC-Ref/DF, Segunda Turma, Min. Edson Fachin, julgamento 24/02/2021. (ACORDÃO AINDA NÃO
DISPONIBILIZADO)

ENTENDA No caso, a Defensoria Pública da União impetrou habeas corpus coletivo em favor de todas as
O CASO pessoas presas em locais acima da sua capacidade, as quais sejam integrantes de grupos de risco
para a Covid-19 e não tenham praticado crimes com violência ou grave ameaça.

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:

A pandemia justifica a concessão de HC coletivo visando a concessão de liberdade a presos por meio da progressão
antecipada das penas?
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Diante da persistência do quadro pandêmico de emergência sanitária decorrente da Covid-19 e presentes a plausibilidade jurídica do
direito invocado, bem como o perigo de lesão irreparável ou de difícil reparação a direitos fundamentais das pessoas levadas ao cárcere,
admite-se — analisadas as peculiaridades dos processos individuais pelos respectivos juízos de execução penal, e desde que presentes os
requisitos subjetivos — a adoção de medidas tendentes a evitar a infecção e a propagação da Covid-19 em estabelecimentos prisionais,
dentre as quais a progressão antecipada da pena.

As medidas para evitar a infecção e a propagação da Covid-19 em estabelecimentos prisionais, contudo, não devem ser enxergadas apenas
sob a ótica do direito à saúde do detento em si. Trata-se, igualmente, de uma questão de saúde pública em geral. Isso porque a
contaminação generalizada da doença no ambiente carcerário implica repercussões extramuros.

Não se pode olvidar que há terceiros envolvidos nessa dinâmica: servidores do sistema penitenciário, terceirizados, visitantes, advogados.

Além disso, vale consignar que o próprio detento, a depender da situação em que se encontra a execução penal, goza de contato com a
sociedade em geral, em razão, por exemplo, do trabalho e do estudo externos e das saídas temporárias.

A par do enfrentamento da Covid-19 nos espaços de confinamento como uma questão de saúde pública, cumpre anotar que o sistema
penitenciário nacional lida com a difícil realidade da superlotação.

No caso, a Defensoria Pública da União impetrou habeas corpus coletivo em favor de todas as pessoas presas em locais acima da sua
capacidade, as quais sejam integrantes de grupos de risco para a Covid-19 e não tenham praticado crimes com violência ou grave ameaça.

Com base nesse entendimento, a Segunda Turma referendou medida liminar, concedida, em parte, pelo relator, ministro Edson Fachin.
COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?

A pandemia justifica a concessão de HC coletivo visando a concessão de liberdade a presos por meio da
progressão antecipada das penas, desde que as pessoas:

a) estejam presas em locais acima da sua capacidade;

b) sejam integrantes de grupos de risco para a Covid-19;

c) não tenham praticado crimes com violência ou grave ameaça;


INFORMATIVO
STF
Nº 1.007
(parcial)
ESTUDO DE CASO 001
DADOS DO PROCESSO:
ADI 5962 - DF, Plenário, Min. Marco Aurélio, julgamento 25/02/2021. (ACORDÃO AINDA NÃO DISPONIBILIZADO)

ADI proposta pela Associação Brasileira de Prestadoras de Serviço Telefônico Fixo Comutado
(Abrafix) e pela Associação Nacional das Operadoras Celulares (Acel) atacava lei estadual do RJ que
ENTENDA definia regras limitando o uso de ligações de telemarketing. Segundo as autoras, não cabe aos
O CASO Estados-membros editar normas sobre telecomunicações nem interferir na relação contratual
entre o poder concedente e as empresas concessionárias. Igualmente, argumentaram que a
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já criou o portal “Não me perturbe”, com a mesma
finalidade. Por sua vez, o procurador-geral da República sustentou a constitucionalidade da lei, pois
entendia ela apenas aumentava a proteção ao consumidor e visava evitar abusos.

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:


Estados-membros podem legislar sobre a regulação do uso de ligações pelos serviços de telemarketing ou há
invasão de competência da União (telecomunicações)?
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Normas estaduais que disponham sobre obrigações destinadas às empresas de telecomunicações, relativamente à oferta de produtos e
serviços, incluem-se na competência concorrente dos estados para legislarem sobre direitos do consumidor.

A Lei 4.896/2006 do estado do Rio de Janeiro, na redação dada pelas Leis estaduais 7.853/2018 e 7.885/2018, não criou obrigações nem
direitos relacionados à execução contratual da concessão de serviços de telecomunicações. Buscou, apenas, ampliar mecanismos de
tutela da dignidade dos usuários — “destinatários finais”, na dicção do artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor (CDC) — a prever
cadastro de usuários contrários ao recebimento de ofertas de produtos ou serviços. Tem-se, dessa forma, manifestação do exercício da
competência concorrente dos estados para legislar sobre direitos do consumidor.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade.
Vencidos, em menor extensão, o ministro Nunes Marques, e, em maior extensão, os ministros Roberto Barroso e Gilmar Mendes.

COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?


=> Estados-membros podem legislar sobre a regulação do uso de ligações pelos serviços de telemarketing, pois não há
invasão de competência da União (telecomunicações e concessões), pois o escopo é apenas fortalecer a proteção do
consumidor (competência concorrente);
ESTUDO DE CASO 002
DADOS DO PROCESSO:
ADPF 754 TPI-segunda-Ref/DF, Plenário, Min. Ricardo Lewandowski, julgamento 27/02/2021. (ACORDÃO AINDA
NÃO DISPONIBILIZADO)

ENTENDA ADPF proposta por partido que alegava que o novo Plano Nacional de Imunização era muito
O CASO genérico e que a falta de operacionalização adequada da vacina em fases distintas, com uma ordem
de preferências dentro de cada grupo prioritário, poderia gerar várias situações de injustiça.

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:

Governo Federal é obrigado a divulgar ordem de preferência na vacinação contra Covid-19?


PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Em juízo delibatório, observa-se que a pretensão de que sejam editados e publicados critérios e subcritérios de vacinação por classes e
subclasses no Plano de Vacinação, assim como a ordem de preferência dentro de cada classe e subclasse, encontra arrimo nos princípios
da publicidade e da eficiência que regem a Administração Pública (CF, art. 37, “caput”); no direito à informação que assiste aos cidadãos
em geral (CF, art. 5º, XXXIII, e art. 37, § 2º, II); na obrigação da União de “planejar e promover a defesa permanente contra as
calamidades públicas” (CF, art. 21, XVII); no dever incontornável cometido ao Estado de assegurar a inviolabilidade do direito à vida (CF,
art. 5º, “caput”), traduzida por uma “existência digna” (CF, art. 170, “caput”), e no direito à saúde. Este último “garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (CF, art. 6º, “caput”, e art. 196, “caput”).

O Poder Judiciário, em situações excepcionais, pode determinar que Administração Pública adote medidas concretas, assecuratórias de
direitos constitucionalmente reconhecidos essenciais, como é o caso da saúde.

Consta da atualização do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (2ª edição) — apresentada ao Supremo
Tribunal Federal (STF) — a indicação da população que será imunizada prioritariamente e a estimativa de doses necessárias, sem, no
entanto, ser detalhado adequadamente qual a ordem de cada grupo, dentro de um universo de milhões de pessoas. Percebe-se facilmente
que, em razão dessa lacuna, o Poder Judiciário passará a ser acionado cada vez mais, ensejando a multiplicidade de decisões judiciais, o que
provocará insegurança jurídica.

Ademais, o perigo decorrente da ausência de discriminação categorizada dos primeiros brasileiros a serem vacinados é evidente, e
compromete o dever constitucional da proteção da vida e da saúde. Ao que parece, faltaram parâmetros aptos a guiar os agentes públicos
na difícil tarefa decisória diante da enorme demanda e da escassez de imunizantes.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
O direito à informação e o princípio da publicidade da Administração Pública constituem verdadeiros pilares sobre os quais se assenta a participação
democrática dos cidadãos no controle daqueles que gerenciam o patrimônio comum do povo, com destaque para a saúde coletiva, sobretudo em
período de temor e escassez de vacinas.

É preciso rememorar que decisões administrativas relacionadas à proteção à vida, à saúde e ao meio ambiente devem observar standards, normas e
critérios científicos e técnicos, tal como estabelecidos por organizações e entidades internacional e nacionalmente reconhecidas.

Na situação em apreço, formulados três pedidos de tutela de urgência em arguição de descumprimento de preceito fundamental, houve o deferimento
de apenas um deles em decisão monocrática. Na ocasião, os demais pleitos de tutela provisória incidental foram indeferidos.

Um por encontrar-se ultrapassado e o outro porque estará contemplado nas atualizações a serem enviadas mensalmente pela União.

Nesse sentido, o Plenário referendou medida cautelar parcialmente deferida para determinar ao Governo Federal que divulgue, no prazo de cinco dias,
com base em critérios técnico-científicos, a ordem de preferência entre os grupos prioritários, especificando, com clareza, dentro dos respectivos
grupos, a ordem de precedência dos subgrupos nas distintas fases de imunização contra a Covid-19.

COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?


=> É dever do governo federal divulgar a ordem de preferência de vacinação contra a Covid-19 entre os grupos prioritários, com base em critérios
técnico-científicos, devendo especificar, com clareza, dentro dos respectivos grupos, a ordem de precedência dos subgrupos nas distintas fases de
imunização;

=> dever constitucional da proteção da vida e da saúde;


ESTUDO DE CASO 003
DADOS DO PROCESSO:
RHC 123891 AgR/DF, Primeira Turma, Min. Rosa Weber, julgamento 23/02/2021. (ACORDÃO AINDA NÃO
DISPONIBILIZADO)

Após ser condenado a seis anos de reclusão por tráfico de drogas e uso de documento falso, estrangeiro
teve a sua expulsão decretada pela Portaria 766/06 do Ministério da Justiça. Contudo, em 2008, o
ENTENDA indivíduo casou-se com uma brasileira, com quem teve um filho (nascido em 2011). Contra essa decisão
O CASO administrativa, a DPU impetrou Habeas Corpus perante o STJ, cujo pleito restou negado. Assim, por meio
de RHC apresentado ao STF, a DPU argumentava que a Lei de Migração veda a expulsão de estrangeiro
que tenha filho brasileiro sob sua dependência socioafetiva e econômica. A União, por sua vez, alegava
que, como o filho nasceu após o ato delituoso, a portaria seria válida, eis que a Lei de Migração não
poderia retroagir para regular fatos anteriores à sua vigência.

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:


A nova Lei de Migração, que impede a expulsão de estrangeiro que tenha filho brasileiro dele dependente
socioafetivo e econômico, pode retroagir para regular casos anteriores já decididos na seara administrativa?
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
É inadmissível a expulsão de estrangeiro que possua filho brasileiro, dependente socioafetivo ou econômico, mesmo que o
crime ensejador da expulsão tenha ocorrido em momento anterior ao reconhecimento ou adoção do filho.

Isso porque o Estado deve garantir a proteção especial à família e a proteção integral às crianças e aos adolescentes, sendo o
convívio familiar uma das mais expressivas projeções dos direitos sociais.

Ademais, a dependência econômica não é o único fator a impedir a expulsão de estrangeiros com filhos brasileiros. A
dependência socioafetiva também constitui fato juridicamente relevante apto a obstar o processo expulsório.

Nesse sentido, o art. 55, II, a, da Lei 13.445/2017 expressamente prevê que “Não se procederá à expulsão quando o expulsando
tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua
tutela”. Evidencia-se, portanto, que o próprio legislador infraconstitucional erigiu a socioafetividade à condição de causa
impeditiva da expulsão.

Com base nesse entendimento, a Primeira Turma, por maioria, negou provimento a agravo regimental em habeas corpus.
Vencido, em parte, o ministro Roberto Barroso.
COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?
=> A nova Lei de Migração (Lei 13.445/17, art. 55, II, alínea ‘a’) não estabelece qualquer requisito temporal para vedar
a expulsão de estrangeiro que tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou
socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela e, por isso, pode incidir retroativamente sobre decisões
administrativas anteriores ainda não cumpridas;

=> A jurisprudência anterior do STF vedava a expulsão apenas se o nascimento do filho fosse anterior à edição do
ato administrativo, mas foi alterada no Recurso Extraordinário 608898 (TEMA 373).

Art. 55 (Lei 13.445/17) - Não se procederá à expulsão quando:


GRAN (...)
DESTAQUES II - o expulsando:
ADICIONAIS
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua
tutela;
ESTUDO DE CASO 004
DADOS DO PROCESSO:
RHC 192431 Segundo AgR/SP e RHC 192432 Segundo AgR/SP, Segunda Turma, Min. Ricardo Lewandowski,
julgamento 23/02/2021. (ACORDÃO AINDA NÃO DISPONIBILIZADO)

STJ manteve a anulação de sentença e determinou a realização de um novo Júri, onde os réus
ENTENDA foram absolvidos do crime de tentativa de homicídio qualificado com base em quesito genérico de
O CASO absolvição, em sentido contrário às provas dos autos. No caso, os dois réus absolvidos foram
julgados com a acusação de terem sido o mandante e o executor de um feminicídio ocorrido em
24/12/2012 (vítima atropelada por veículo).

COMO VAI ESTAR NA SUA PROVA:


No júri, é possível invalidar a decisão do Conselho de Sentença que acolhe quesito genérico de absolvição (CPP,
art. 483, III) quando for flagrante à prova dos autos?
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO INFORMATIVO:
Em face da reforma introduzida no procedimento do Tribunal do Júri (Lei 11.689/2008), é incongruente o controle
judicial, em sede recursal [Código de Processo Penal (CPP), art. 593, III, “d”], das decisões absolutórias proferidas com
fundamento no art. 483, III e § 2º, do CPP.

Em razão da superveniência da Lei 11.689/2008, que alterou o CPP no ponto em que incluiu no questionário do
procedimento do Tribunal do Júri o quesito genérico de absolvição, “os jurados passaram a gozar de ampla e irrestrita
autonomia na formulação de juízos absolutórios, não se achando adstritos nem vinculados, em seu processo decisório,
seja às teses suscitadas em plenário pela defesa, seja a quaisquer outros fundamentos de índole estritamente jurídica,
seja, ainda, a razões fundadas em juízo de equidade ou de clemência”.

Nesse contexto, o controle judicial em sede recursal não é possível, “quer pelo fato de que os fundamentos
efetivamente acolhidos pelo Conselho de Sentença para absolver o réu (CPP, art. 483, III) permanecem desconhecidos
(em razão da cláusula constitucional do sigilo das votações prevista no art. 5º, XXXVIII, b, da Constituição Federal (CF),
quer pelo fato de que a motivação adotada pelos jurados pode extrapolar os próprios limites da razão jurídica”.

Com base nesse entendimento, a Segunda Turma, por maioria, negou provimento ao agravo regimental. Vencidos os
ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia.
COMO DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?
A 2ª Turma do STF, desde o HC 185068, vem entendendo que, após a Lei 11.689/08, que introduziu, no art. 483, III, do
CPP, o chamado quesito genérico de absolvição (“se o acusado deve ser absolvido”), os jurados passaram a ter ampla
autonomia na formulação de juízos absolutórios, sem estarem vinculados às teses da defesa, a outros fundamentos
jurídicos ou a razões fundadas em juízo de equidade ou clemência;

Por isso, no júri, não seria possível invalidar a decisão do Conselho de Sentença que acolhe quesito genérico de
absolvição (CPP, art. 483, III) apenas porque ela contraria flagrante prova dos autos;

A matéria teve repercussão geral reconhecida (Tema 1087) e será analisada pelo Plenário da Corte;

Na ADPF 779, o Min. Toffoli concedeu liminar proibindo a tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por
contrariar os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero
(decisão divulgada em 26/02/21 e que será submetida ao Plenário).

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