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TRIBUNAL FEDERAL
I - DO OBJETO DA AÇÃO
De acordo com o art. 102, I, a da CRFB/88 caberá ADI em face de lei ou ato
normativo federal ou estadual que viole a Constituição Federal.
Nesse sentido, impugna-se tal ação contra o Decreto nº5555, editado pelo
Presidente da República, que exige, para a obtenção do diploma de graduação em
engenharia, um elevado aproveitamento nas disciplinas do curso, e, para inscrição nos
Conselhos Regionais, a conclusão de uma pós-graduação com carga horária mínima de
480 horas aulas.
Desta forma, insta salientar que a presente confederação sindical está composta
nos termos do art. 535 da Consolidação das Leis Trabalhistas, uma vez que ilustra, em
seu termo, que para constituir confederação, serão necessárias, no mínimo, 3 (três)
federações, possuindo sede na Capital.
Sendo assim, haja vista a confederação estar atuando diretamente na defesa dos
direitos da classe afetada, constitui pertinência temática para suscitar a
inconstitucionalidade do referido Decreto, e pugna pelo seu acolhimento.
A par do vício formal acima exposto, cumpre esclarecer, ainda, que a publicação
do decreto em exame, no âmbito do Poder Executivo, acarretou, também, no vício formal
a ser reconhecido por essa Suprema Corte, em face do descumprimento das regras
constantes do artigo 84, VI da Constituição da República, que diz:
Assim sendo, o decreto discutido padece de vício formal por inobservância dos
critérios constitucionais contemplados pela Carta da República no que tange a edição de
conteúdos normativos que versem sobre o assunto em questão, devendo ser reconhecida,
de pronto, a sua inconstitucionalidade.
IV - DA TUTELA DE URGÊNCIA
1 SOUZA, André Luis Nacer de. Limites constitucionais do direito fundamental ao livre exercício
de qualquer trabalho, ofício ou profissão. Revista eletrônica: acórdãos, sentenças, ementas,
artigos e informações, Porto Alegre, RS, v. 13, n. 203, p. 50-63, maio 2017.
A possibilidade de concessão de medida cautelar em sede de ADI se encontra nos
arts. 10 a 12 da Lei nº 9868/99 e possui natureza cautelar, apoiando-se nos pressupostos
do fumus boni iuris e do periculum in mora.
Nesse sentido, no caso em questão, o fumus boni iuris se justifica pela evidente
violação das normas e princípios constitucionais. Verifica-se presente, claramente, a
desobediência em relação ao princípio da separação de poderes, quando da interferência
do Poder Executivo em matéria legislativa; ao princípio da legalidade, ante a
inobservância do artigo 5º, inciso XIII; e a liberdade de exercício da profissão, expressa
na mesma disposição normativa citada.
V- DOS PEDIDOS
Termos em que,
Pede deferimento.
(Assinatura)
Nome do advogado