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EXMO SR.

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X


Processo nº xxxx
Recorrente: Partido Frente Brasileira Unida
Recorrido: Governador do Estado X
Origem: Tribunal de Justiça do Estado X

O Partido Político Frente Brasileira Unida, devidamente qualificado nos autos do processo
em epígrafe, vem, perante Vsa. Exma., por meio de seu advogado devidamente constituídos
apresentar RECURSO EXTRAORDINÁRIO em face do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça,
com base no Art. 102, III, “c” da CF nos termos dos argumentos de fato e de direito a seguir
dispostos.

O presente recurso é tempestivo, pois foi interposto no prazo de 15 dias contado


a partir da intimação nos termos do Art. 1003, §5º do CPC.

Requer que seja recebido o presente recurso, intimando-se o Governador do Estado


X, na pessoa de seu representante legal, para que ofereça, dentro do prazo legal, as
contrarrazões (art. 1.030 do CPC) e, após realizar o juízo de admissibilidade considerando
positivo, seja o recurso encaminhado com as razões anexas ao Supremo Tribunal Federal - STF.

Nos Termos em que pede deferimento.

Local, data

Advogado, OAB
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – STF

Processo nº xxxx
Recorrente: Partido Frente Brasileira Unida
Recorrido: Governador do Estado X
Origem: Tribunal de Justiça do Estado X

EXMO SR. MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

DOS FATOS

Tratam os autos originários de Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo


Agravante com o objetivo de declarar a inconstitucionalidade de decreto do
Governador que pretendeu disciplinar a participação da população em protestos de
caráter público, e de garantir a finalidade pacífica dos movimentos, dispondo ainda
que, além da prévia comunicação às autoridades, o aviso deve conter a identificação
completa de todos os participantes do evento, sob pena de desfazimento da
manifestação. Além disso, o referido decreto prevê a revista pessoal de todos, como
forma de preservar a segurança dos participantes e do restante da população.

Sendo assim, o Agravante ajuizou a referida demanda alegando a violação a normas


da Constituição do Estado referentes a direitos e garantias individuais e coletivos.

O Plenário do Tribunal de Justiça local, entretanto, julgou improcedente o pedido formulado, de


declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos do Decreto estadual, por entender
compatíveis as previsões constantes daquele ato com a Constituição do Estado, na
interpretação que restou prevalecente na corte. Alguns dos Desembargadores
registraram em seus votos, ainda, a impossibilidade de propositura de ação direta tendo por
objeto um decreto estadual.

Entendendo que a decisão da corte estadual, apesar de não conter obscuridade,


omissão ou contradição, foi equivocada, e que não apenas as disposições do Decreto são
inconstitucionais como também a própria interpretação dada pelo Tribunal de Justiça
é incompatível com o ordenamento jurídico nacional, não restou outra alternativa ao
Recorrente senão interpor o presente Recurso Extraordinário nos termos do Art.102, III, “c”
da CF/88.
DO CABIMENTO

Nos termos do Art. 102, III, “c” da CF/88, será cabível recurso extraordinário quando
a decisão recorrida julga válido ato normativo do governo local contestado em face
da Constituição. Assim, tendo em vista que o objeto da demanda é a declaração de
inconstitucionalidade de decreto expedido pelo Governador do Estado X, é cabível o
presente recurso para reformar o acórdão que julgou constitucional tal decreto.

DO DIREITO

O decreto viola o Art. 5º, XVI, da Constituição, o qual assegura o direito de reunião
em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente. Ainda ocorre a violação ao Art. 5º, IV da CRFB,
que trata do princípio da liberdade de expressão.

Por fim, deve ser indicada a violação ao princípio da razoabilidade/proporcionalidade,


pois, ainda que se entendesse possível a restrição ao direito de reunião, a restrição
veiculada pelo decreto, fere o princípio da necessidade e da proporcionalidade que impõe
a análise da relação custo/benefício da norma avaliada, de modo que o ônus
imposto pela norma seja inferior ao benefício, sob pena de inconstitucionalidade. Por
tanto figura-se como ato inconstitucional.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se que o presente recurso seja conhecido e provido a fim
de reformar o acórdão recorrido, declarando-se a inconstitucionalidade do Decreto
expedido pelo Governador do Estado X, nos termos dos fatos e argumentos dispostos acima.

Determine a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais


ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional (art. 1.035, §5º do
CPC).

Requer-se ainda a intimação do Ministério Público.


Requer-se a juntada das custas recursais e porte de remessa e retorno art. 1.007 do CPC).
Termos em que pede deferimento.

Local, data.

Advogado, OAB

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