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Modelo XII Exame de Ordem

Unificado - 2ª Fase OAB


Constitucional - Recurso
Extraordinário
Direito Constitucional - Recurso Extraordinário
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Publicado por Jonatas Roberto Cabral da Silva


há 2 anos
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(PEÇA DE INTERPOSIÇÃO)
AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO…
Processo nº...

Partido Político “Frente Brasileira Unida”, já devidamente


qualificado nos autos do processo em referência, que move em
face do Decreto no 1968 elaborado pelo Governador do Estado
X, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração
anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do
art. 77, V, do CPC, com base no art. 102, III, a, da CRFB/88,
vem interpor, tempestivamente,

RECURSO EXTRAORDINÁRIO,
em face do acórdão nos autos da Ação Direta de
Inconstitucionalidade Perante o Tribunal de Justiça do Estado
X, que declarou constitucional o Decreto no 1968, requerendo
e esperando que seja conhecido e recebido, juntada a guia de
recolhimento anexa e, depois de cumpridas as formalidades
processuais necessárias, sejam os autos remetidos ao Supremo
Tribunal Federal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local... e data...

Advogado...

OAB nº…

(PEÇA DAS RAZÕES)


AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
ORIGEM: Processo nº...

RECORRENTE: Partido Político “Frente Brasileira Unida”

RECORRIDO: Governador do Estado X

RAZÕES DE RECURSO
I - DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi
interposto no prazo de 15 (quinze) dias estabelecido pelo
art. 1.003, § 5º do CPC/15.

II - DO CABIMENTO
Na forma do art. 102, III, a, da CRFB/88, compete ao STF,
julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas
em única ou última instância, quando a decisão recorrida
contrariar dispositivo da Constituição Federal.

O recurso extraordinário também se encontra previsto no


art. 1.029 e ss., do CPC/15.

III - DO PREPARO
A guia de recolhimento das custas processuais e do porte de
remessa e de retorno acompanha o presente recurso,
satisfazendo o requisito do art. 1.007, do CPC/15.
IV - DO PREQUESTIONAMENTO
A matéria objeto do recurso foi prequestionada na origem,
tendo em vista que Plenário do Tribunal de Justiça local,por
maioria, julgou improcedente o pedido formulado na ADI,
preenchendo assim o requisito do prequestionamento previsto
na súmula 282, do STF
V - DA REPERCUSSÃO GERAL
A matéria possui repercussão geral, pois é relevante sob o
ponto de vista da supremacia constitucional e transcende os
interesses subjetivos da parte na causa, pois demonstrada pela
ofensa a direitos fundamentais titularizados por toda a
coletividade, uma vez que a norma cria restrição excessiva ao
exercício de direito constitucionalmente assegurado, e o faz
sem previsão em lei, satisfazendo assim o requisito da
repercussão geral, previsto no art. 102, § 3º, da CRFB/88 e no
art. 1.035, § 1º, do CPC/15.

VI - DOS FATOS
Após mais de 40 (quarenta) dias de intensa movimentação
popular, em protestos que chegaram a reunir mais de um
milhão de pessoas nas ruas de diversas cidades do Estado, e
que culminaram em atos de violência, vandalismo e
depredação de patrimônio público e particular, o Governador
do Estado X edita o Decreto nº 1968.

A pretexto de disciplinar a participação da população em


protestos de caráter público, e de garantir a finalidade pacífica
dos movimentos, o Decreto dispõe que, além da prévia
comunicação às autoridades, o aviso deve conter a
identificação completa de todos os participantes do evento, sob
pena de desfazimento da manifestação. Além disso, prevê a
revista pessoal de todos, como forma de preservar a segurança
dos participantes e do restante da população.

O Partido Político “Frente Brasileira Unida”, de oposição ao


Governador, ajuizou uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado
X, alegando a
violação a normas da Constituição do Estado referentes a
direitos e garantias individuais e coletivos (que reproduzem
disposições constantes da Constituição da Republica).

O Plenário do Tribunal de Justiça local, entretanto, por


maioria, julgou improcedente o pedido formulado, de
declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos do
Decreto estadual, por entender compatíveis as previsões
constantes daquele ato com a Constituição do Estado, na
interpretação que restou prevalecente na corte. Alguns dos
Desembargadores registraram em seus votos, ainda, a
impossibilidade de propositura de ação direta tendo por objeto
um decreto estadual.

VII - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


No caso, a ação direta de controle tendo como parâmetro a
Constituição do Estado, tem previsão no Art. 125, §
2º da Constituição da Republica. É possível a interposição de
Recurso Extraordinário contra decisão proferida pelo Tribunal
de Justiça no julgamento da mesma, a fim de que seja
apreciada, pelo Supremo Tribunal Federal, a norma
da Constituição da Republica repetida na Constituição
Estadual, mas interpretada, pelo Tribunal de Justiça local, em
sentido incompatível com o da Constituição da Republica.

Apesar de não constar do voto vencedor a impossibilidade de


controle de constitucionalidade de decreto por meio de ação
direta, o cabimento da via eleita para a impugnação do Decreto
estadual, a despeito de se tratar de um Decreto, não é um ato
de regulamentação da lei, mas ato normativo primário, que
inova autonomamente na ordem jurídica.

Quanto ao mérito, o decreto impugnado viola o princípio da


legalidade, na formulação do Art. 5º, II, da Constituição da
Republica, uma vez que não se pode criar restrição a direito
senão em virtude de lei.

O decreto viola o Art. 5º, XVI, da Constituição, que assegura o


direito de reunião em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
Ou seja, qualquer outra exigência que venha a ser formulada
como condição de exercício do direito é inconstitucional.

Ainda ocorre a violação ao Art. 5º, da CRFB, que trata do


princípio da liberdade de expressão.

Por fim, há a violação ao princípio da


razoabilidade/proporcionalidade, pois, ainda que se
entendesse possível a restrição ao direito de reunião, a
restrição veiculada pelo decreto, no caso analisado, falha nos
subprincípios da necessidade (que impõe a utilização, dentre as
possíveis, da medida menos gravosa para atingir determinado
objetivo) e da proporcionalidade em sentido estrito (que impõe
a análise da relação custo/benefício da norma avaliada, de
modo que o ônus imposto pela norma seja inferior ao benefício
por ela engendrado, sob pena de inconstitucionalidade).

VI - DA TUTELA ANTECIPADA RECURSAL (EFEITO


SUSPENSIVO ATIVO)
A concessão de tutela antecipada recursal/liminar para a
concessão de efeito suspensivo ativo ao recurso extraordinário ,
permitindo…, nos termos do art. 1.029, § 5º, §único,
do CPC/15.

O fumus boni iuris está configurado no fundamento relevante


do direito da recorrente, e o periculum in mora no risco de
ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo
em vista a urgência da situação.
VIII - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, o Recorrente requer:

a) concessão da tutela antecipada recursal para para


determinar o efeito suspensivo ativo ao recurso ordinário, para
suspender os efeitos do Decreto Estadual até a decisão final;
b) ao final, que seja conhecido e provido presente Recurso para
reformar a decisão e confirmar a inconstitucionalidade do
Decreto Estadual;

c) a intimação da parte Recorrida para, querendo, apresentar


contrarrazões, nos termos do nos termos do art 1.030,
do CPC/15;

d) a condenação da parte Recorrida ao pagamento das custas e


honorários advocatícios, nos termos dos arts. 82, §
2.º, 84 e 85 do CPC/15;

e) a intimação do Procurador-Geral da República nos termos


do art. 103, § 1º, da CRFB/88.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local... e data...

Advogado...

OAB nº...

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