AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO J
(Juízo recorrido) Processo nº... Prefeito do Município W, já devidamente qualificado nos autos do processo em referência, que move em face da Câ mara do Município W, por seu advogado infra-assinado, conforme procuraçã o anexa, com escritó rio..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com base no art. 102, III, a, da CRFB/88, vem interpor, tempestivamente, RECURSO EXTRAORDINÁRIO, em face do acó rdã o nos autos... que declarou constitucional lei orgâ nica municipal, requerendo e esperando que seja conhecido e recebido, juntada a guia de recolhimento anexa e, depois de cumpridas as formalidades processuais necessá rias, sejam os autos remetidos ao Supremo Tribunal Federal. Nestes termos, Pede deferimento. Local... e data... Advogado... OAB nº… (PEÇA DAS RAZÕES) AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ORIGEM: Processo nº... RECORRENTE: Prefeito do Município W RECORRIDO: Câ mara do Município W RAZÕES DE RECURSO I - DA TEMPESTIVIDADE O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15 (quinze) dias estabelecido pelo art. 1.003, § 5º do CPC/15. II - DO CABIMENTO Na forma do art. 102, III, a, da CRFB/88, compete ao STF, julgar, mediante recurso extraordiná rio, as causas decididas em ú nica ou ú ltima instâ ncia, quando a decisã o recorrida contrariar dispositivo da Constituiçã o Federal. O recurso extraordiná rio também se encontra previsto no art. 1.029 e ss., do CPC/15. III - DO PREPARO A guia de recolhimento das custas processuais e do porte de remessa e de retorno acompanha o presente recurso, satisfazendo o requisito do art. 1.007, do CPC/15. IV - DO PREQUESTIONAMENTO A matéria objeto do recurso foi prequestionada na origem, tendo em vista que o Tribunal de Justiça do Estado J julgou improcedente açã o direta de inconstitucionalidade proposta pelo Prefeito do município W, preenchendo assim o requisito do prequestionamento previsto na súmula 282, do STF V - DA REPERCUSSÃO GERAL A matéria possui repercussã o geral, pois é relevante sob o ponto de vista da supremacia constitucional e transcende os interesses subjetivos da parte na causa, pois o tema é passível de ser espraiado por todas as leis orgâ nicas. Portanto, está satisfeito o requisito da repercussã o geral, previsto no art. 102, § 3º, da CRFB/88 e no art. 1.035, § 1º, do CPC/15. VI - DOS FATOS O Tribunal de Justiça do Estado J julgou improcedente açã o direta de inconstitucionalidade proposta pelo Prefeito do município W, tendo o acó rdã o declarado constitucional norma da lei orgâ nica municipal que dispô s que o Prefeito e o Vice-Prefeito nã o poderiam ausentar- se do país, por qualquer período sem autorizaçã o da Câ mara Municipal. No prazo recursal foram ofertados embargos declarató rios, improvidos. VII - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS O tema apresentado diz respeito à aplicaçã o do princípio da simetria aos afastamentos determinados por legislaçã o municipal, tendo em vista as regras constitucionais pertinentes ao Presidente da Repú blica. Do acó rdã o prolatado pelo Tribunal de Justiça em julgamento de açã o direta de inconstitucionalidade de lei municipal, cabe recurso extraordiná rio, por quebra do princípio da simetria constitucional ao Supremo Tribunal Federal. Aplicam-se ao caso as regras do Art. 29, caput c/c os Arts 49, III e 83, todos da CRFB/88. Uma vez que o Município reger-se-á por lei orgâ nica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câ mara Municipal, que a promulgará , atendidos os princípios estabelecidos na CRFB/88 e na Constituiçã o do respectivo Estado Dessa forma, a Lei Orgâ nica Municipal viola os Arts. 49, III e 83, da CRFB/88, uma vez que a autorizaçã o legislativa para ausentar do País, só é necessá ria se a ausência exceder a quinze dias. Ademais, este é o entendimento do STF, pois já decidiu que é inconstitucional a Lei Orgâ nica de Município que nã o autoriza o Prefeito a ausentar-se do país, por qualquer período, sem prévia licença da Câ mara Municipal. VI - DA TUTELA ANTECIPADA RECURSAL (DO EFEITO SUSPENSIVO ATIVO) A concessã o de tutela antecipada recursal para determinar o efeito suspensivo ativo ao recurso extraordiná rio para suspender a eficá cia da lei orgâ nica municipal, nos termos do art. 1.029, § 5º, § ú nico, do CPC/15. O fumus boni iuris está configurado no fundamento relevante do direito da recorrente, e o periculum in mora no risco de ineficá cia da medida final se a liminar nã o for deferida, tendo em vista a urgência da situaçã o. VIII - DOS PEDIDOS Diante do exposto, o Recorrente requer: a) a concessã o de tutela antecipada recursal para determinar o efeito suspensivo ativo ao recurso extraordiná rio para suspender a eficá cia da lei orgâ nica municipal; b) ao final, que seja conhecido e provido presente Recurso para reformar a decisã o e confirmar a inconstitucionalidade da Lei orgâ nica municipal; c) a intimaçã o da parte Recorrida para, querendo, apresentar contrarrazõ es, nos termos do nos termos do art 1.030, do CPC/15; d) a condenaçã o da parte Recorrida ao pagamento das custas e honorá rios advocatícios, nos termos dos arts. 82, § 2.º, 84 e 85 do CPC/15; e) a intimaçã o do Procurador-Geral da Repú blica nos termos do art. 103, § 1º, da CRFB/88. Nestes termos, Pede deferimento. Local... e data... Advogado... OAB nº...