Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO

JOSÉ DA SILVA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador


da cédula de identidade RG nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., residente e
domiciliado ..., por meio de seu Advogado abaixo assinado, procuração anexa,
com endereço profissional para receber todas as informações processuais ...,
nos autos em epígrafe, que promove em face da União, e sua respectiva
Fazenda Pública, ambos representantes legais com intimação conforme art,
1016, IV, do CPC, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
inconformado com a respeitável decisão interlocutória de folhas ..., com fulcro
no art. 1.015 e seguintes do CPC, interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

com pedido de tutela recursal, pelas razões de fato e de direito a seguir


expostas.

I – DO CABIMENTO

Cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias que versam


sobre tutelas provisórias, no caso em tela a indisponibilidade dos bens e
direitos do executado do Art. 185-A do CTN, tendo natureza de tutela provisória
de urgência de caráter cautelar, bem como contra decisões interlocutórias
proferidas no processo de execução conforme o Art. 1.015, inciso I, parágrafo
único, do CPC.

II – DA TEMPESTIVIDADE

O recurso deve ser considerado como tempestivo, na forma dos arts.


231, VII c/c 1.003, § 2º, do CPC. Igualmente, o prazo do recurso em espécie é
quinzenal (CPC, art. 1.003, § 5º) e, por isso, o prazo processual fora
devidamente observado, visto que a decisão sequer foi publicada.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Local... Data...

Advogado...OAB...
RAZÕES DO AGRAVO

Agravante: JOSÉ DA SILVA


Agravado: UNIÃO/FAZENDA NACIONAL
Referente: Processo nº...
Egrégio Tribunal ...
Colenda Câmara ...
Ínclitos Julgadores

I – DOS FATOS

O autor sofreu uma execução fiscal ajuizada em 2017, tramitando


perante a 1ª Vara Federal de Execução Fiscal da Seção Judiciária do Estado
X, sendo assim citado para pagar o débito tributário de R$ 100.000,00 (cem mil
reais) ou apresentar bens à penhora. Diante disso, o procurador da Fazenda
Nacional requereu a constrição de ativos financeiros do executado, a
decretação da indisponibilidade dos bens e direitos do executado, nos termos
do Art. 185-A do CTN.
O juiz, então, valeu-se do sistema eletrônico de bloqueio de ativos
financeiros (SisbaJud), mas não encontrou valores vinculados ao CPF do
contribuinte executado, embora tenha utilizado sistema eletrônico de bloqueio
de ativos financeiros (SisbaJud). Imediatamente após a tentativa frustrada de
bloqueio de ativos financeiros pelo referido sistema, mas sem o exaurimento
das diligências na busca de bens penhoráveis, o juiz determinou, em caráter de
tutela provisória cautelar, a indisponibilidade dos bens e direitos do executado
como requerido pela exequente, no valor de até três vezes o montante da
dívida, como forma de garantir a efetividade final da execução.
Inconformado com tal decisão e ciente da truculência da execução em
curso, vem em busca do necessário reparo.

II – DO DIREITO

II-I – DA INDISPONIBILIDADE DOS BENS


A) CONFORME A SÚMULA 560 DO STJ

Para que o juiz possa lançar mão da medida prevista no Art. 185-A do CTN,
é mister o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual
fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos
financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do
executado, ao Denatran ou Detran. Na ocasião, ocorreu apenas a tentativa e
ainda frustrada, da constrição apenas sobre ativos financeiros. Não existindo
expedição de ofícios aos registros públicos competentes, sendo muito clara a
TOTAL IMPOSSIBILIDADE de ser o agravante atacado com a indisponibilidade
de bens e direitos como dispõe o Art. 185-A do CTN.

B) DO LIMITE DO VALOR EXIGIDO

No caso em tela observa-se a indisponibilidade abusiva dos valores


determinado pela decisão do nobre magistrado, inflacionando o valor em três
vezes sobre o montante real da dívida, em clara desobediência ao art.185, §1º
do CTN.
O art. 185, §1º é objetivo quando determina que a indisponibilidade dos
bem será limitada ao valor da dívida, não devendo ser superior a esse limite. A
dívida foi acrescida em três vezes o seu valor, sem lastro legal que lhe
sustente.

III – DA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO

Os requisitos estão objetivamente cumpridos uma vez que determinada


a indisponibilidade dos bens, o recorrente tem de forma desarrazoada a
limitação do seu direito fundamental à propriedade. Sem mencionar que a
execução deve seguir um pressuposto básico relacionado á menor
onerosidade ao devedor, que teve suprimida a chance ou oportunidade de ter
outros bens penhoráveis.
Em sequência da demonstração dos requisitos do art.995 § único do
CPC, é latente pelo fato da decisão recorrida violar literal disposição de lei –
art.185, §1º do CTN, bem como jurisprudência dominante do STJ – súmula 560
STJ.
Em decorrência do exposto requer suspenção do julgado, para
comunicação ao juízo a quo.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Que seja conhecido o provimento para determinar a reforma da decisão


atacada, a fim de anular a indisponibilidade dos bens do executado,
devendo o magistrado oficiar aos órgãos de registro para penhora de
bens no exato valor da execução;

b) Requer ainda a suspensão da decisão com base no art.995 CPC, tendo


em vista o preenchimento dos requisitos;

c) Pleiteia, igualmente, a intimação da Agravada, por seu patrono


regularmente constituído, nos autos, para, querendo, responder em 15
(quinze) dias, conforme o CPC, art. 1.019, inc. II;

d) Que o Desembargador Relator dê provimento monocraticamente ao


recurso, uma vez que a decisão recorrida viola súmula 560 do STJ, nos
termos do Art. 932,inciso V, alínea “a” do CPC;

e) Por fim, requer a juntada de documentos obrigatórios, conforme artigo


1.017 do CPC.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Local... Data...

Advogado...OAB...

Você também pode gostar