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EXMO. SR. DR.

DESEMBARGADOR 1º VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO.

(Nome do Agravante), brasileira, divorciada, ………, portadora da carteira de


identidade número …………., emitida pelo ……., e inscrita no CPF sob o número
…………, residente e domiciliada na Rua …………………………………….., Rio de
Janeiro, RJ, por seu advogado, com endereço profissional na Av.
………………………………………… Cep: 22640-102, onde irá receber intimações,
para efeitos do art. 39, I do CPC, data venia, inconformado com a r. decisão de fl.
……., da lavra da eminente Dra. Juíza de Direito da ….. Vara Cível Regional da
…………… -RJ, proferida nos autos da AÇÃO DE EXECUÇÃO POR TÍTULO
EXTRA-JUDICIAL, de nº ……………, que lhe move (nome do Agravado), com
fundamento no art. 522 e seguintes do CPC, dela interpor, tempestivamente, o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM EFEITO SUSPENSIVO ATIVO

a fim de ver reformada a decisão, pelas anexas razões, requerendo a V. Exa. se digne em
recebê-lo e processá-lo, distribuindo o presente a uma das Colendas Câmaras deste
Egrégio Tribunal.

Outrossim, de acordo com o que dispõe o art. 525 do CPC, anexa os


documentos abaixo relacionados, para a devida formação do instrumento:
*Cópia da decisão agravada;
*Cópia da certidão da intimação da decisão agravada;
*Cópia da procuração outorgada aos advogados da Agravante;
*Cópia da procuração outorgada aos advogados do Agravado;
*Cópia da petição inicial e dos documentos que acompanham-na;
*Cópias da exceção de pré-executividade e dos documentos que acompanham-na;
*Cópia da manifestação do exeqüente acerca da Exceção de Pré-executividade.

Indica para intimações na forma da Lei Processual Civil o Dr.XXXXXX, inscrito, na


OAB-RJ sob os n 000000, com escritório na Rua XXXXXX, RJ.

Termos em que,

confia deferimento.

Rio de Janeiro, …….. de …….. de …………...

Leonardo José Oliveira de Azevedo


OAB-RJ 118.548

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RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Processo nº ………………………….
Ação de ……………………………….
Agravante: …………………………………….
Agravado: ………………………………………

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara

I- DOS FATOS

Trata-se de Exceção de Pré-executividade, visando declarar nula ou inexistente


a dívida cobrada a título de aluguéis e encargos decorrentes de contrato de locação
residencial, proposta pela Agravante, perante o Juízo da ………. Vara Cível …
………………….. - RJ, onde o juízo a quo, através da decisão de fl. …. (documento em
anexo), inadmitiu a presente Exceção de Pré-executividade, com fundamento no
argumento de que tal instrumento dependeria de cognição, o qual seria incabível nesta
fase processual.

Contudo, merece reforma a r. decisão atacada, posto que, data máxima vênia, a Exceção
de Pré-executividade, instrumento amplamente admitido pela jurisprudência e doutrina
nacional, é decorrente do Princípio do Contraditório, assegurado constitucionalmente,
fundamentalmente utilizado para garantir que o executado não seja alvo de uma
cobrança ilegítima ou, ainda, excessiva.

Desta forma, a r. decisão agravada insiste em desafiar jurisprudência já pacificada no


âmbito deste Egrégio Tribunal, bem como do Superior Tribunal de Justiça, como é
demonstrado abaixo:

“Processual Civil. Agravo de Instrumento. Processo de Execução. Embargos do


Devedor. Nulidade. Vício fundamental. Argüição nos próprios autos da execução.
Cabimento. Artigos 267, § 3o ; 585, II; 586; 618, I do CPC.

I - Não se revestindo o título de liquidez, certeza e exigibilidade, condições basilares


no processo de execução, constitui-se em nulidade, como vício fundamental, podendo a
parte argüi-la independentemente de embargos do devedor, assim como pode e cumpre
ao juiz declarar, de ofício, a inexistência desses pressupostos formais contemplados na
lei processual civil.

II - Recurso conhecido e provido.”

(STJ – 3ª Turma - Resp. n.º 13.060-SP – Acórdão unânime – Ministro Relator Aldemar
Zveiter – publicado no DJU em 03/02/92)

Ademais, como reza a CRFB/88, artigo 5º, LV, o Princípio do Contraditório


não foi observado, visto que a Agravante não possui o valor exorbitantemente cobrado
pelo Agravado na execução, a fim de embargar a presente, motivo pelo qual a mesma
não se utilizou dos Embargos à Execução, restando apenas a Exceção de Pré-
executividade como meio legítimo de defesa.

Desta forma, a Agravante vê-se lesada, posto que continua a ser cobrada por
uma dívida inexistente.
II- DA INCERTEZA DO TÍTULO

No caso em tela, o Agravado diz-se possuidor de título executivo extrajudicial, em


função do qual cobrava, em sua exordial, da Agravante a vultuosa quantia de R$ …….
(……). Ocorre que a comprovação do débito apresentada pelo Agravado é totalmente
descabida e equivocada, não refletindo a realidade.

De modo contrário, do que alega o Agravado, a Agravante não é devedora da referida


quantia, visto que, a mesma já efetuou o pagamento dos alugueres e seus encargos
de todos os meses pleiteados pelo Exeqüente, ora através de depósitos bancários,
ora diretamente na administradora do imóvel, conforme apontam os documentos:
01- outubro de 2000 (R$...............), 02-novembro de 2000 (R$..............), 03 -
dezembro de 2000 (R$..............), 04 -janeiro de 2001(R$...........), 05 - fevereiro de
2001 (R$..............) e 06 - março de 2001 (R$...............), ora juntados, seja não
restando, portanto qualquer débito por parte da Agravante.

Ademais, o próprio Agravado em sede de manifestação sobre a Exceção de Pré-


executividade interposta pela agravante, reconhece a inexistência e, portanto, a
inexigibilidade de parte da dívida, objeto da presente demanda, conforme a fl. ….. e
………. (em anexo):

“Aqui efetivamente, em razão da prova do pagamento efetuada pela executada,


deve se excluir a quantia de R$ ………...”

“Comprovado como está, que o débito reclamado nesta, constante da planilha


acostado à inicial, subsiste, do qual, apenas, deve ser excluída a quantia de R$
…………. que fora depositada pela executada”

Assim, evidenciada e reconhecida pelo próprio Agravado a inexigibilidade e iliquidez


do título, deve o juiz com base nos requisitos básicos do Processo de Execução julgar ou
declarar extinta a presente.

Ainda, quando existem e se constatam erros flagrantes ou diferenças evidentes,


revelados com base em documentos fornecidos pelas próprias partes, bem como
através da própria confissão do Exeqüente (como é o caso em tela) não se deve
aceitar que o montante comumente absurdo cobrado seja tido apenas como uma
"quantia superior à do título", com o que se daria a incidência do artigo 743, I, do
CPC, de modo a ensejar o reconhecimento do excesso de execução, como matéria a ser
objeto dos Embargos do Devedor (art. 741, I).

Conclui-se que mesmo que se possa ter como certa a obrigação contida no instrumento
negocial anexado à petição inicial da Execução, restaria configurada a iliquidez e a
inexigibilidade quanto à prestação; isto é,: o montante da obrigação objeto da cobrança,
por não ser precisamente o que o próprio Credor reconhece ser o devido, conduz à
indeterminação e, por via de conseqüência, à inexigibilidade do título.

Assim, como na presente demanda, existe a utilização de um título inexigível, o uso da


objeção de pré-executividade, é imprescindível para que se faça o reconhecimento dos
vícios demonstrados e sirva para modificar a força operante do título, acarretando a
decretação da nulidade da ação e a conseqüente extinção do feito.
III - DO PEDIDO

Face ao exposto, e convocando os lúcidos suplementos jurídicos dos Exmos. Srs.


Desembargadores integrantes deste Egrégio Tribunal, a Agravante interpõe o presente
recurso, a fim de que seja conhecido e provido, para o fim de invalidar a decisão ora
agravada, nos moldes do art. 527, V, do CPC, pela inexigibilidade do título, face a
incerteza que o mesmo revela, devendo a presente Exceção de Pré-executividade ser
normalmente admitida no processo em exame, para que seja devidamente apreciada
pelo Juízo a quo. Culminando na extinção da presente execução sem julgamento do
mérito, em relação à Agravante, na forma do artigo 267, IV, do CPC.

Requer, outrossim, a Agravante, que seja recebido o presente recurso no seu Efeito
Suspensivo Ativo, para que seja sobrestada a Execução, seus efeitos e fases como
penhora de bens e etc., até que seja definitivamente julgada a Exceção de Pré-
executividade.

Termos em que,

confia deferimento.

Rio de Janeiro, ………de ………..de ………..

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça


do Estado de São Paulo

URGENTE-URGENTÍSSIMO

POR FORÇA DO REGIMENTO INTERNO DESTE EGRÉGIO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ESTE AGRAVO DE INSTRUMENTO
É DISTRIBUÍDO POR DEPENDÊNCIA AO HABEAS CORPUS...,
IMPETRADO PERANTE A COLENDA 38ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO
DESTA EXCELSA CORTE

Processo de origem: 3ª Vara Cível do Foro da Comarca de Fernandópolis – Ação


de Execução número...

..., vem, respeitosamente, à elevada presença desta Excelsa Corte, tendo como
referência o processo de execução que o Banco move contra si e contra terceiro, por
seus, infra-assinados, Advogados, interpor, com supedâneo nos artigos 1015 e
seguintes, 139, inciso IV, artigo 784 (todos do Código de Processo Civil), artigo 391 do
Código Civil, artigo 5º da Constituição da República, Pacto de São José da Costa Rica e
demais legislação à espécie aplicável o competente Recurso de

Agravo de Instrumento com Urgente e Enfático Pedido de Liminar

Cujas razões seguem em petição anexa ao presente Recurso.

Nestes termos,

Requer o regular seguimento e processamento do recurso.


São Paulo, 13 de março de 2.017

Paulo Antonio Papini

Advogado

OAB-SP 161.782

Guilherme Mesa Simon Di Lascio

Advogado

OAB-SP 149.520

Agravante –...

Agravado –...

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Colenda Câmara

Excelsos Doutores Desembargadores

Minuta de Agravo de Instrumento – Razões

CAPÍTULO - 1

Dos fatos e da decisão judicial que justificam a interposição deste recurso

Em primeiro lugar anotamos que os Advogados subscritores deste recurso representam


apenas e tão-somente a pessoa do Agravante...

O Agravado é executado no processo epigrafado em que, também é co-executado, a


empresa BMD Construções, ora mencionada. Não houve citação regular do executado,
posto que muito embora o mesmo resida em São José do R. Preto (Comarca bastante
próxima à Fernandóplis) e os endereços de alguém são facilmente localizáveis na
Internet, o Banco agravado optou por requerer a citação editalícia dos executados.

Mais ainda, sem sequer saber que contra sua pessoa tramitava um o mesmo fora
surpreendido com a determinação judicial de suspensão de sua Carteira Nacional de
Habilitação. Sinceramente, Excelências, não sabe o Agravante o que é mais grave: ter
sua carteira de habilitação apreendida sem que houvesse oportunidade de apresentar o
contraditório, ou, ainda, a ordem em questão haver sido lançada aos autos sem que
sequer houvesse manifestação expressa do agravado... Nesse sentido, o que viola,
diretamente, o Princípio da Imparcialidade do Juiz.

Assim, foram contratados esses patronos para que Atuassem nos autos e, desta forma,
formularam pedido ao Meritíssimo Juízo da Comarca de Fernandópolis (fls. 209 a 227
dos autos do processo em Primeira Instância), chamando a atenção para, em sede de
Exceção de Pré-executividade, duas nulidades que comprometeriam a higidez do
processo em questão. A saber: 1) Falta de interesse de agir para o agravado..., vez que,
não sendo o contrato assinado por duas testemunhas, tal como preceitua o artigo 784[1]
do Novo Código de Processo Civil (o que obrigaria o agravado ao ajuizamento de uma
ação monitória, ao invés de uma ação executiva), e; 2) a nulidade da citação editalícia
eis que o agravado dispunha de meios para a localização do réu, e, consequentemente,
sua citação/intimação em endereço correto.

No mesmo dia da interposição da, supramencionada, petição, o MM. Juízo da Comarca


de Fernandópolis a respondeu, fazendo menção à resposta do TJSP em relação a HC, e,
sequer fazendo menção a este despacho.

Copiamos o citado despacho:

Remetido ao DJE Relação: 0152/2017 Teor do ato: VistosFls. 196/199: ciência ao


requerido sobre a juntada da decisão monocrática de indeferimento do Habeas
Corpus, Proc. 2032196-96.2017.8.26.0189. Prossiga nos termos da decisão de fls. 179.
Intimem-se. Advogados (s): Paulo Sergio Zago (OAB 142155/SP), Guilherme Mesa
Simon Di Lascio (OAB 149520/SP), Ricardo Cesar Sartori (OAB 161124/SP), Paulo
Antonio Papini (OAB 161782/SP), Luis Gustavo Ocon de Oliveira (OAB 171579/SP),
Marina da Silveira Cavali (OAB 313115/SP), Silvana Ferreira Santos (OAB
357466/SP)

Assim, outra alternativa não restou ao Agravante se não a interposição imediata –


tomando ciência desse despacho – de Embargos de Declaração chamando a atenção do
Magistrado para a óbvia omissão cometida no despacho.

Em que pese a evidente omissão (o Magistrado de Primeiro Grau de Jurisdição nada


disse, tanto em relação à falta de interesse de agir, quanto em relação à nulidade da
citação). Citamos abaixo a decisão guerreada:

2. TJ-SP

Disponibilização: sexta-feira, 10 de março de 2017.

Arquivo: 1492 Publicação: 11

FERNANDÓPOLIS Cível 3ª Vara Cível

Processo 1000305-60.2015.8.26.0189 - Execução de Título Extrajudicial - Contratos


Bancários - H. B. B. M. - B. C. E. - - B. A. A. L. - Fls. 229/230: Rejeito os embargos
de declaração, tendo em vista que não houve omissão quanto a apreciação da
exceção de pré executividade. Com efeito, o despacho de fls. 228 foi criado em
momento anterior à liberação nos autos digitais da petição de Exceção de Pré-
Executividade, conforme segue: - ADV: PAULO ANTONIO PAPINI (OAB
161782/SP), RICARDO CESAR SARTORI (OAB 161124/SP), GUILHERME
MESA SIMON DI LASCIO (OAB 149520/SP), PAULO SERGIO ZAGO (OAB
142155/ SP), LUIS GUSTAVO OCON DE OLIVEIRA (OAB 171579/SP),
MARINA DA SILVEIRA CAVALI (OAB 313115/SP), SILVANA FERREIRA
SANTOS (OAB 357466/SP)
Assim, outra alternativa não resta ao Agravante que não a interposição deste recurso,
visto que pela sistemática do Novo Código de Processo Civil a interposição de outro
petição de Embargos de Declaração apenas teria o condão de fixar em desfavor do
Agravante a pena de litigante de má-fé.

Não restando, dessarte, outra alternativa, outra resposta não há que não seja o uso do
Recurso de Agravo de Instrumento para que este Egrégio Tribunal de Justiça de São
Paulo supra a omissão do Meritíssimo Magistrado de Primeira Instância.

Eis uma breve síntese dos fatos que dão causa a demanda.

CAPÍTULO 2 – DO DIREITO

DA INADEQUAÇÃO DA VIA PROCESSUAL ELEITA PELO AGRAVO... S/A –


DA EVIDENTE FALTA DE INTERESSE DE AGIR

No caso concreto, Excelência, resta indubitável a falta de interesse de agir do


Agravado-... S/A. Vejamos: Diz o artigo 784, inciso III do Novo Código de Processo
Civil (reproduzindo a redação do artigo 585 do CPC-73) que é título executivo
extrajudicial o contrato particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas.

Com efeito, Excelsos Julgadores, a norma é de clareza solar e sequer carece de maiores
comentários. Na apelação[2] 2002.01.00.038745-1//BA o Tribunal Regional Federal da
1ª Região decidira que (acórdão juntado como documento ao processo):

Malgrado o entendimento esboçado, somente pode ser considerado título executivo


extrajudicial, hábil a ensejar a execução judicial, aquele que atenda plenamente
aos requisitos formais previstos no art. 585, II, do CPC, verbis:

“Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais:

(...)

II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o


documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento
de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos
advogados dos transatores;”

No caso em análise, o contrato particular, sobre o qual se funda a execução (fls.


05), deveria vir assinado pelo devedor e por duas testemunhas. Consultando os
autos, verifica-se que o referido contrato, não foi devidamente formalizado, tendo
em vista a ausência da assinatura das testemunhas. Assim, o contrato em questão
não se reveste dos requisitos formais exigidos em lei, portanto, não é passível de
dar suporte à execução. À vista do exposto, nego provimento à apelação da CEF,
mantendo a sentença a quo, ainda que com outros fundamentos. É como voto.

No mesmo sentido, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal entendeu que:

TJ-DF - Apelação Cível APC 20141110037170 (TJ-DF)


Data de publicação: 26/02/2016

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.


EXTINÇÃO DO PROCESSO. CONTRATO PARTICULAR DE CESSÃO DE
USO DE JAZIGO. ASSINATURA DE TESTEMUNHAS. 1. O artigo 585, inciso II,
do Código de Processo Civil, ao atribuir força executiva ao documento particular
assinado pelo devedor, exige a assinatura de duas testemunhas. Todavia, não
constitui título executivo extrajudicial o documento particular que, embora
assinado pelos contratantes, conta com duas singelas assinaturas não identificadas
e sobrepostas às demais assinaturas, deixando dúvidas quanto ao momento em que
foram apostas e se realmente presenciaram a formalização do título. 2. Apelação
conhecida, mas não provida. Unânime.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (apelação número –


71005433370), indo mais além, entendeu – ao nosso ver corretamente - que a ausência
da assinatura de duas testemunhas carreia de nulidade absoluta o processo de execução,
sendo a medida de rigor, no caso, sua extinção sem o julgamento do mérito. Citamos
abaixo a ementa do julgamento[3]:

RECURSO INOMINADO. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. INSTRUMENTO


PARTICULAR DE COMPRA E VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO.
EXECUÇÃO FUNDADA EM CONTRATO PARTICULAR SEM A ASSINATURA
DE DUAS TESTEMUNHAS. NULIDADE ABSOLUTA DA EXECUÇÃO.
PROCESSO EXECUTIVO EXTINTO.

1. A parte autora pede provimento ao recurso para reformar a sentença que julgou
extinta a presente execução extrajudicial, sem resolução de mérito.

2. Nulidade absoluta da execução, em razão da ausência de título executivo


extrajudicial. Execução embasada em instrumento particular desacompanhado da
assinatura de duas testemunhas. Inobservância do artigo 585, inciso II do CPC.

SENTENÇA MANTIDA.

RECURSO IMPROVIDO.

Finalmente, o Tribunal de Justiça de São Paulo, nos casos abaixo citados, decidira que:

TJ-SP - Agravo de Instrumento AI 21263195720158260000 SP 2126319-


57.2015.8.26.0000 (TJ-SP)

Data de publicação: 23/07/2015

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE EXECUÇÃO POR


QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE – Contrato particular
desprovido de assinatura de duas testemunhas – Ausência de força executiva –
Inteligência do art. 585, II, do CPC- Decisão mantida – RECURSO
DESPROVIDO.
TJ-SP - Agravo de Instrumento AI 21293745020148260000 SP 2129374-
50.2014.8.26.0000 (TJ-SP)

Data de publicação: 22/08/2014

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE EXECUÇÃO DECISÃO QUE


FACULTOU A CONVERSÃO EM MONITÓRIA, SOB O ARGUMENTO DE QUE O
CONTRATO APRESENTADO NÃO TEM FORÇA EXECUTIVA AJUSTE
PARTICULAR DESTITUÍDO DE ASSINATURA DE TESTEMUNHAS -
INTELIGÊNCIA DO ART. 585 DO CPC - RECURSO IMPROVIDO.

TJ-SP - Apelação APL 00293886320018260114 SP 0029388-


63.2001.8.26.0114 (TJ-SP)

Data de publicação: 28/09/2015

Ementa: Mútuo. Execução fundada em contrato de empréstimo de dinheiro. Exceção


de pré-executividade. Arguição de ausência de título. Matéria de ordem pública.
Preclusão e ofensa ao artigo 618 do CPC. Descabimento. Instrumento Particular.
Ausência da assinatura de duas testemunhas. Título Executivo Extrajudicial.
Descaracterização (art. 585, II, CPC)– Sentença mantida. Recurso improvido.

TJ-SP - Apelação APL 00293886320018260114 SP 0029388-


63.2001.8.26.0114 (TJ-SP)

Data de publicação: 28/09/2015

Ementa: Mútuo. Execução fundada em contrato de empréstimo de dinheiro. Exceção


de pré-executividade. Arguição de ausência de título. Matéria de ordem pública.
Preclusão e ofensa ao artigo 618 do CPC. Descabimento. Instrumento Particular.
Ausência da assinatura de duas testemunhas. Título Executivo Extrajudicial.
Descaracterização (art. 585, II, CPC)– Sentença mantida. Recurso improvido.

Cumpre lembrar que dizer que o título não é apto a ensejar uma ação executiva não
retiraria, em tese, o direito que tem o Banco-Agravado em cobrá-lo. Poderia, melhor
dizendo, deveria, ter utilizado a via da ação monitória.

Dizem os artigos 700 a 702 do Novo CPC que:

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em
prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor
capaz:I - o pagamento de quantia em dinheiro;II - a entrega de coisa fungível ou
infungível ou de bem móvel ou imóvel;III - o adimplemento de obrigação de fazer
ou de não fazer.§ 1o A prova escrita pode consistir em prova oral documentada,
produzida antecipadamente nos termos do art. 381.§ 2o Na petição inicial,
incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:I - a importância devida, instruindo-
a com memória de cálculo;II - o valor atual da coisa reclamada;III - o conteúdo
patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.§ 3o O valor da
causa deverá corresponder à importância prevista no § 2o, incisos I a III.§ 4o Além
das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida quando não atendido o
disposto no § 2o deste artigo.§ 5o Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova
documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a
petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.§ 6o É admissível ação
monitória em face da Fazenda Pública.§ 7o Na ação monitória, admite-se citação
por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.

Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado
de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de
não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o
pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à
causa.§ 1o O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o
mandado no prazo.§ 2o Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial,
independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não
apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se, no que couber, o
Título II do Livro I da Parte Especial.§ 3o É cabível ação rescisória da decisão
prevista no caput quando ocorrer a hipótese do § 2o.§ 4o Sendo a ré Fazenda
Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702, aplicar-se-á o
disposto no art. 496, observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I
da Parte Especial.§ 5o Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916.

Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos
próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória.§ 1o Os
embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no
procedimento comum.§ 2o Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia
superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto,
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida.§ 3o Não
apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos serão
liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro
fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a
alegação de excesso.§ 4o A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão
referida no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau.§ 5o O autor será
intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias.§ 6o Na ação
monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à
reconvenção.§ 7o A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se
parciais, constituindo-se de pleno direito o título executivo judicial em relação à
parcela incontroversa.§ 8o Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito
o título executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao disposto
no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível.§ 9o Cabe apelação
contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.§ 10. O juiz condenará o autor
de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé ao pagamento, em favor do
réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da causa.§ 11. O juiz condenará o
réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pagamento de multa de até
dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor.

Ora, Exas., se por um lado é certo que o título que embasa o processo não é executivo,
por outro, também é certo que o agravado poderia cobrá-lo através da via monitória. O
que não é aceitável é que o ditame legal do Novo CPC seja ignorado sob pena de
tornarmos ineficaz em nosso sistema a ação monitória.
MAIS AINDA, É IMPORTANTE QUE SE FALE DISSO: ESTA COLENDA 38ª
CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DE SÃO PAULO HOUVE POR BEM, EM DECISÃO
MONOCRÁTICA, INDEFERIR O HABEAS CORPUS NÚMERO ..., -
FUNDAMENTALMENTE – POR FALTA DE INTERESSE DE AGIR. COM
EFEITO, O MESMO RIGOR APLICADO ÀQUELA PEÇA PROCESSUAL[4]
ESPERA O AGRAVANTE SEJA EMPREGADO NA ANÁLISE DA
EQUIVOCADA PEÇA PROCESSUAL INICIAL DA AGRAVADA.

CAPÍTULO 3 – DO DIREITO

DA NULIDADE DA CITAÇÃO POR EDITAL

Aqui, Nobres Julgadores, falaremos da citação por edital. É medida que deve ser feita
excepcionalmente, isto é, em casos em que é absolutamente possível ao credor saber do
paradeiro do devedor.

Não é o caso concreto. Bastaria um pedido de expedição de ofício para a CAIXA EC.
FEDERAL /SERASA e teria acesso ao endereço do agravante na Comarca de São José
do Rio Preto.

Aliás, nas fls. A própria mãe do executado afirma estar ele residindo na Comarca de São
José do Rio Preto, razão pela qual, no pior dos cenários, o edital deveria ser dirigido
também àquela Comarca.

Assim, ante a evidente caracterização do cerceamento de defesa no caso concreto,


cerceamento esse agravado com a suspensão da CNH do agravante sem que ao menos
fosse instado da existência do processo, é medida de rigor também reconhecer-se a
fragilidade da citação editalícia, eis que existiam indícios nos autos de que o réu-
agravante encontrava-se em São José do Rio Preto, deve ser decretada, também por essa
razão, a nulidade de todo o procedimento.

Neste sentido manifestou-se o TJMG:

TJ-MG - Inteiro Teor. Apelação Cível: AC 10433103185214001 MG

Data de publicação: 14/03/2014

Decisão: AO PRINCIPIO CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA. -


APELAÇÃO CONHECIDA. - PROCESSO NULO A PARTIR DA CITAÇÃO...
EMENTA: COBRANÇA MENSALIDADE ESCOLAR - CITAÇÃO
EDITALÍCIA - REQUISITOS DE VALIDADE NÃO OBSERVADOS.../07/2011,
sendo, portanto, nula a citação. Destaca que a citação é ato extremamente
importante...

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES SOBRE ESSE RECURSO

Aqui fazemos uma importante ressalva de que esse recurso não diz respeito à suspensão
da CNH do agravante, assunto este debatido em sede de Habeas Corpus, mas, sim, fala
esse recurso da questão de duas nulidades absolutas que carreiam de integral nulidade o
feito, quais sejam, a falha da citação editalícia e, também, a evidente falta de interesse
de agir.

Obviamente que sendo reconhecidas essas nulidades, outra alternativa não restará senão
a decretação da nulidade de todo o procedimento e, por conseguinte, da ordem que
determinou a suspensão da CNH.

CAPÍTULO 5 – DO PEDIDO LIMINAR

No caso concreto, Excelências, requer-se, ante a clareza dos documentos juntados,


mormente o contrato firmado com o Banco onde não constam a assinatura das
testemunhas, seja reconhecida, em caráter liminar, a tutela de evidência e seja assim,
ante o certo desfecho deste processo executivo que será a extinção do mesmo, por falta
de interesse de agir, seja emprestado efeito suspensivo-ativo a este agravo de
instrumento tornando-se provisoriamente nulos todos os atos praticados nos autos da
execução, expedindo-se o competente ofício à Primeira Instância.

CAPÍTULO 6 – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Assim, ante o exposto e pelo que de mais nos autos consta é o presente para requerer:

1) Seja deferida liminar inaudita altera parte para, reconhecendo-se a evidência do


Direito Postulado, sejam determinado liminarmente a suspensão de todos os atos
praticados pelo Meritíssimo Juízo da 3ª Vara Cível do Foro da Comarca de
Fernandópolis, nos autos do processo 1...;

2) Seja instado para falar no processo, querendo, o Dr..., inscrito na OAB-SP..., com
escritório na Rua..., São Paulo, Capital.

3) Seja decretada a nulidade absoluta do processo de execução citado e, como


consequência: 1) sejam tornados nulos todos os atos praticados pelo Juízo de Primeira
Instância nos autos deste processo; 2) seja extinto o processo por falta de interesse
processual do exequente-agravado (eis que o contrato, neste caso, não é título executivo;
2.1) Em razão do princípio da causalidade, seja o agravado condenado em custas
processuais e honorários advocatícios de sucumbência.

Tudo como medida de linear e lídima

J U S T I T I A!

Ita sperator

São Paulo, 13 de março de 2.017

Paulo Antonio Papini

Advogado

OAB/SP 161.782
Guilherme Mesa Simon Di Lascio

Advogado

OAB/SP 149.520

Documentos que instruem o presente:

CUSTAS

1 – folha 1 a 29 inicial da credora-AGRAVANTE (incluindo a procuração


outorgada aos seus advogados);

2 – folha 30 a 67 – andamentos processuais;

3-fls 68 a 100 – andamentos processuais e edital de citação;

4-fls 101 a 155 – andamentos e cit. Por edital

5– fls. 156 a 158 – contestação por negativa geral;

6 – fls. 159 a 178 – andamentos processuais;

7 – fls. 179 a 184 – decisão atacada por este Habeas Corpus;

8 – fls. 185 a 187 – procuração do paciente e substabelecimento.

9 - FLS. 190 A 195 – MENSAGENS ELETRÔNICAS E BOLETIM DE


OCORRÊNCIA

10 – FLS. 200 A 227 – PETIÇÃO DO AGRAVANTE

11 – FLS. 228 – DESPACHO

12 – FLS. 229 E 230 – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

13 – FLS. 231 – SENTENÇA DECLARATIVA

14 – FLS. 232 E 233 - PETIÇÃO DIVERSA

15 – FLS. 234 – JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA PARA O CASO.

[1]Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

(...)

III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;

[2] PODER JUDICIÁRIO. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO.


APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002.01.00.038745-1//BA. Processo na Origem: 675957
[3] JRBS. Nº 71005433370 (Nº CNJ: 0014439-98.2015.8.21.9000). 2015/Cível

[4] A qual, diga-se de passagem, lida com o Direito Constitucional de Ir e Vir.

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