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Introdução ao Direito
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Postagens introdutórias ao direito
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O ser humano, constata, não possui um caráter social, tendendo a viver isoladamente.
Na natureza, ao contrário de outras espécies, a nossa não se reuniria em grupos
sociais. Essa reunião, portanto, é artificial e depende da celebração de um pacto, o
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contrato social. Para que as pessoas fundem a sociedade, é necessário que exista um
motivo muito forte, pois devem contrariar sua natureza. Qual é esse motivo?
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das pessoas se manifestasse. Tal visão é compreensível, pois, para o filósofo, se o ser
humano não fosse supervisionado pelo Estado, faria coisas ruins para o próximo.
Notamos que Hobbes ainda conserva aspectos do Absolutismo, pois não admite
qualquer limitação à vontade do rei. Nesse sentido, ainda está numa fase anterior ao
Iluminismo, pois não coloca os direitos naturais acima do Soberano. Por outro lado,
ele não mais justifica o poder real como decorrente da vontade divina. Sua explicação
é contratualista, demonstrando que houve uma voluntária transferência de poderes
individuais para o monarca.
John Locke (1632-1704) também não admite a origem divina do poder real. Deus não
conferira poderes especiais a qualquer ser humano, nem escolhera um governante
para agir em seu nome. O poder político seria uma construção humana, derivado de
um ato voluntário e consensual, pelo qual as pessoas celebrariam um contrato e
fundariam a sociedade.
Locke não é pessimista como Hobbes quanto ao caráter natural do ser humano.
Graças ao conhecimento empírico, as pessoas, por meio de suas experiências,
conseguiriam perceber, já na natureza, que existem direitos naturais e, inclusive,
tenderiam a respeitá-los. Haveria, portanto, paz e harmonia.
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Podemos constatar que a obrigação política passa a ser vista de modo bilateral. Até
então, quando se falava nela, pensava-se exclusivamente no dever de obediência dos
súditos ao rei. No caso de Locke, surge uma dupla obrigação: os súditos devem
obedecer ao Estado, mas este deve respeitar os direitos naturais.
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A questão que novamente deve ser levantada, agora com outros contornos: se o ser
humano é tão bom, se vive de modo tão harmônico na natureza, por que fundaria a
sociedade? Segundo Rousseau, a explicação deriva de uma outra característica
humana, a perfectibilidade, ou a busca pelo aperfeiçoamento, pela melhoria.
O dilema inaugurado por Locke é retomado por Rousseau: como garantir a ordem
social sem violar a liberdade? Sua solução é extraordinária e passa pela definição da
lei como manifestação da vontade geral e da liberdade individual como respeito à
própria vontade.
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Segundo o pensador, ser livre significa agir conforme sua vontade, seguindo as
normas criadas por si mesmo. Dito doutro modo, ser livre é obedecer-se. Para que
uma sociedade pudesse ser, ao mesmo tempo, ordenada e livre em sua plenitude,
haveria a necessidade de as pessoas criarem as regras que limitariam seus
comportamentos, obedecendo-se sempre ao cumprir tais regras.
Sendo assim, a lei deve ser a expressão da vontade de todas as pessoas, devendo ser
elaborada de modo diretamente democrático, consistindo em um texto com o qual
todas as pessoas possam concordar, pois verificam que sua vontade individual está,
de algum modo, nela materializada. Quando alguém obedece a uma lei geral como
essa, obedece a sua própria vontade que autorizou a sua criação. Resolve-se o
problema de ordenar-se com liberdade: ser livre é obedecer à lei geral.
Há uma dupla generalidade que marca a lei proposta por Rousseau: 1. no sentido
formal, a lei deriva de um processo de democracia direta, sendo aprovada somente
após a concordância geral de todos; 2. no sentido material, a gênese da lei leva à
busca de valores com os quais todos concordam, sendo a expressão, portanto, de
interesses gerais.
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Referências:
MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2009. (cap. 8).
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