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Rousseau.
O conceito de Estado de Natureza é uma abstração teórica que se refere a um "momento" em que os seres humanos
organizavam-se apenas sob as leis da natureza.
Vale ressaltar que essa ideia de anterioridade, não se refere a um momento histórico, mas uma metáfora a um
período pré-social dos seres humanos.
Uma característica marcante é a ideia de que os indivíduos viveriam isoladamente ou organizados em pequenos
grupos familiares dedicados à sua estrita sobrevivência.
Estes indivíduos pré-sociais seriam plenamente livres, seguindo sua liberdade natural, e igual, não estando
submetidos a construções sociais ou culturais.
Diferentes autores propõem diferentes visões sobre como seria o estado de natureza. As três principais concepções
remetem à filosofia moderna com Hobbes, Locke e Rousseau.
Por conta de seu intelecto, os seres humanos dominam a natureza, mas encontram em outros seres humanos os
seus grandes rivais, seus verdadeiros predadores naturais.
Os desejos dos indivíduos em estado de natureza gerariam disputas que poderiam levar à morte de uma das partes
do conflito.
Pela necessidade de segurança e, principalmente, por receio de uma morte violenta, os indivíduos preferem abrir
mão de seu direito à liberdade e igualdade dada pela natureza.
Sendo assim, celebram um pacto ou contrato social no qual passam a estar submetidos a um governo que possa,
através das leis, garantir-lhes uma vida segura.
Os seres humanos abandonam o Estado de Natureza e dão origem ao Estado Civil por meio do contrato social.
Para ele, os indivíduos ao nascer receberiam da natureza, o direito à vida, à liberdade e aos bens que tornam
possíveis os dois primeiros. Isto é, o direito à propriedade privada.
Entretanto, o indivíduo em estado de natureza, por seus desejos e por sua liberdade, acabaria entrando em litígio
(disputa) com outros indivíduos. Como cada uma das partes defenderia seu próprio interesse, tornou-se necessária a
criação de um poder mediador ao quais todos se submetessem.
Sendo assim, o indivíduo abandona o estado de natureza, celebrando o contrato social. Com isso, o Estado deve
desempenhar o papel de árbitro nos conflitos, evitando injustiças e, consequentemente, a vingança daquele que se
sentiu injustiçado. Tendo em vista sempre, a garantia do direito natural à propriedade.
"Ser livre é ter a liberdade de ditar suas ações e dispor de seus bens, e de todas as suas propriedades, de acordo
com as leis regentes. Dessa forma, não ser sujeito à vontade arbitrário de outros, podendo seguir livremente a sua
própria vontade."
Locke afirma que a função do estado é interferir o mínimo possível na vida dos indivíduos, atuando apenas na
mediação de conflitos e na defesa do direito à propriedade.
Rousseau afirma que o ser humano é naturalmente bom. Em estado de natureza, viveria uma vida isolada dos
demais, plenamente livre e feliz. O indivíduo seria o "bom selvagem" inocente e incapaz de praticar o mal, como os
outros animais.
Entretanto, esse estado termina quando por algum motivo particular, um indivíduo cerca um pedaço de terra e o
classifica como seu. O surgimento da propriedade privada é o motor gerador de desigualdades e violência.
Surge o estado de sociedade onde os possuidores (aqueles que detêm a posse de algo) lutam contra aqueles que
não possuem bens.
Pela extinção dessa insegurança, o contrato social faz com que os indivíduos abandonem o estado de natureza e
assumam a liberdade civil. Vivam sob o controle de um Estado que deve realizar estritamente a vontade geral.