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Campus de Três Lagoas

Discentes: Ana Clara Suares, Beatriz Camargo, Gabriela Barbosa e Marcus Vinicius.
Docente: Prof.º João Francisco de Azevedo Barretto.
Disciplina: Ciência Política e Teoria Geral do Estado.
Curso: Direito (Integral).

RESENHA – JOHN LOCKE E O INDIVIDUALISMO LIBERAL

John Locke era defensor da liberdade e da tolerância religiosa. Através da “Teoria da


Tabula Rasa”, Locke acreditava que a mente humana seria como um papel em branco, sem
qualquer conhecimento, e ele é adquirido através das experiências. Essa teoria é uma crítica à
teoria das ideias inatas (em que o conhecimento humano existe independentemente da
experiência).
De acordo com Locke, existem dois tratados sobre o governo civil. O primeiro
tratado refuta a obra “Patriarca” de Robert Filmer, que defende o direito divino dos reis com
base no princípio da autoridade paterna de Adão. Já o segundo tratado, Locke sustenta a tese
de que nem a tradição nem a força, mas sim o consentimento expresso da população é a única
fonte do poder político legítimo.
John Locke afirmava que a teoria de propriedade existia no estado de natureza, sendo
uma instituição anterior a sociedade. Tendo uma base individualista, o fundador do empirismo
acreditava que os homens originalmente viviam em estágios pré-sociais e pré-políticos,
representando a perfeita liberdade e igualdade. Nesse estado pacífico, os homens ja tinham
razão e desfrutavam da propriedade, que designava a vida, liberdade e os bens como direitos
naturais do ser humano.
Inicialmente, o limite da propriedade era determinado pela capacidade de trabalho. O
aparecimento do dinheiro alterou as formas de aquisição de propriedades privadas, através da
evolução de trocas úteis pelo ouro, pela prata e, consequentemente, o surgimento do comércio
e do dinheiro. Deste modo, o uso da moeda levou a concentração de riquezas e a distribuição
desigual de bens entre os homens. A propriedade limitada (movida pelo trabalho) passou a ser
ilimitada (pela acumulação do dinheiro).
Segundo Locke, é preciso estabelecer um contrato social, feito pelos homens, para
que não haja a violação de bens, realizando assim a transição do estado de natureza para a
sociedade política com o objetivo de preservar os direitos naturais (vida, liberdade e
propriedade) e proteger a comunidade, por meio de leis e da força comum de um corpo
político unitário.
Fixado o estado civil, é necessário escolher uma forma de governo, respeitando o
direito de decisão da maioria, tendo em vista os princípios fundamentais da coletividade
social: consentimento dos indivíduos para o estabelecimento da sociedade e para a formação
do governo; a proteção dos direitos de propriedade pelo governo; o controle do poder
executivo pelo legislativo e o controle do governo pela sociedade.
Locke afirma que os poderes do governo devem seguir as leis por eles estabelecidas,
logo, quando as violam eles não estarão fazendo sua parte, os tornando impróprios. A tirania é
o poder intimado à uma comunidade visando o próprio bem, desfocando do bem estar do
povo, portanto a violação das leis e a pressão imposta na sociedade são motivos, segundo o
filósofo, para rebeldia. Esse estado de guerra desestrutura o estado civil, abrindo brechas para
a única alternativa, a autoridade do povo sobre o governo.
A força é utilizada em legitima defesa do povo contra o uso do poder ilegal exercido
sobre ele, caso não haja ajuda por outros meios. O direito natural do ser humano, à liberdade,
propriedade e à vida, para John Locke, é a base do estado civil e, por isso, é considerado o pai
do individualismo liberal. A influência de Locke chegou à revolução norte-americana, os
direitos naturais estavam presentes no rompimento do colonialismo britânico e aos
pensamentos de Voltaire e Montesquieu.
Sendo assim, Locke foi um grande pensador individualista que influenciou grandes
acontecimentos ao redor do mundo, sendo o fundador do pensamento empírico e um grande
defensor da liberdade e da tolerância religiosa.

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