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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

DIREITO

ALINE FERREIRA, ANA CLARA ANDRADE, JULIA CÂNDIDO, SAMARA BRAGA E


SOPHIA RIGOLETO

THOMAS HOBBES

Resenha do capítulo 3 da obra Os Clássicos da Política Vol. 1 de Francisco Weffort

TRÊS LAGOAS - MS

2023
Resenha de Thomas Hobbes

Consoante Hobbes, o homem é um ser imutável, na qual não sofre alterações ao


decorrer do tempo, ou presente na história, e até mesmo na vida social. Pode-se observar que
não apenas Hobbes, mas outros filósofos também costumam citar gregos e romanos quando
vão trazer exemplos do homem em seu tempo presente. Tendo visto que em seu ponto de
vista, ele acreditava que o homem era dividido em duas faculdades, a do corpo e do espírito.
Trás em evidência que é absoluto e que os homens não se diferem. Além disso, um fato
importante que Hobbes aborda é que a política só será de fato uma ciência se soubermos
como o homem é de fato, como ele pensa verdadeiramente, pois mesmo que o homem seja
capaz de ler o outro através de suas ações, isso só lhe serviria de conhecimento, enfatizando
sua escassez.

Ademais, a solução para o conflito seria a criação de um Estado soberano, que tivesse
o poder de impor a paz e a ordem na sociedade. Esse Estado seria capaz de garantir a
segurança dos indivíduos e impor sanções aos que desrespeitassem a lei. Nesse sentido,
Hobbes defendia que os indivíduos deveriam renunciar aos seus direitos naturais em favor do
Estado, que seria o responsável por garantir a vida, a liberdade e a propriedade dos cidadãos.
Assim, o Estado seria o único detentor do poder coercitivo e teria legitimidade para impedir
conflitos e punir aqueles que ameaçassem a paz social.

Ainda convém destacar que seguindo o pensamento de Hobbes, o conceito de


igualdade é negativo, pois para ele é o motivo que contribui à guerra de todos, uma vez que,
os homens são iguais, podem possuir o mesmo interesse ou objetivo, corroborando a vivência
de uma preocupante competição.

Na esteira do pensamento desfavorável do filósofo inglês, liberdade é a ausência de


obstáculos externos às ações que contribuem para a preservação da vida. Todavia, quando o
que impossibilita o deslocamento, pertence à estrutura da própria coisa, ela lhe falta poder de
se mover, logo ela permanece livre.

Em síntese, o homem (súdito) só abriu mão de seu direito para proteger a própria vida,
a fim de prolonga-la. Se esse propósito não for atendido pelo soberano, o mesmo não lhe deve
mais submissão, visto que, a origem de sua obediência torna-se inexistente e não porque o
soberano violou algum compromisso. Sob esse viés, pode-se inferir que a liberdade depende
do silêncio da lei, ou seja, é autorizado fazer tudo que ela não proíbe, assim caracterizando o
Estado como o verdadeiro limite da liberdade.
Hobbes também ressalta acerca do Direito de propriedade, citando sua principal obra:
“Leviatã”, que é um monstro bíblico que aterroriza e põe medo nas pessoas, e então ele alega
que o Estado faz isso com as pessoas. Fazendo um paralelo a isso, ele cita o Direito Penal
como um exemplo, onde o crime precisa ser antecipadamente descrito como crime, para que
as pessoas saibam que aquela conduta é proibida e elas não se imporem nesse comportamento
ilícito. Nessa perspectiva, o Estado estabelece as nossas liberdades, o que nós podemos fazer
ou não, e isso é bem melhor do que viver em nosso estado de natureza, ou seja, o Estado tem
poder absoluto. Se ele está cometendo uma injustiça ou não, não cabe ao súdito questionar.
Em continuidade, o filósofo faz a defesa do sistema tributário, onde ele argumenta que
se nós precisamos do soberano (Estado) para viver e desenvolver todas nossas
potencialidades, esse Estado tem um custo para ser mantido. Então para isso é preciso pagar
os impostos e garantir uma vida mais prolongada e organizada.
Diante do exposto, ao citar: “O conforto em grande parte, deve-se à
propriedade”, Hobbes tenta fazer um movimento político, de tentar estabelecer um tipo de
acordo com a burguesia, que na época era uma classe que já estava bem economicamente, e
que aos poucos iria alcançando capital absolutista. Portanto, existia uma limitação do direito
propriedade na Idade Média. Quando se faz o contrato social, também vai ser necessário fazer
a distribuição da propriedade e quem vai realizar essa distribuição é o soberano. Logo,
Hobbes afirma que a propriedade não é um direito natural, é um direito conferido pelo Estado,
se é ele que confere, ele também pode restringir e tirar.
Em suma, Hobbes como Rousseau e Maquiavel é considerado um dos pensadores
malditos da filosofia política, onde em sua concepção subjuga a religião ao poder político, e
desaprova o direito natural do indivíduo à propriedade. Ele afirmava que seus livros
abordavam a chave para um Estado que fornecesse sobrevivência e ótima condição material.
De acordo com sua corrente de pensamento, apenas aquilo que o homem constrói pode ser
conhecido pelo mesmo, negando dessa forma a sociabilidade natural (a natureza humana se vê
modificada pelas instituições, tanto o aspecto interior do ser humano quanto o seu aspecto
exterior), pois se torna impossível conhece-la, visto que, esta depende da observação. Quando
dependemos da experiência estamos sujeitos a cometer erros de modo a não partir da criação
do próprio indivíduo e sim de uma observação. Entretanto se o Estado existe, foi criado pelo
homem, e devido ao contrato os indivíduos são os criadores da sociedade e do Estado.

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