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UNISAVE-EXTENSÃO MAXIXE

Nome: Helton Diniz Lambo Timbe Docente: Msc. Rofino Bande

GRH: ANO II Cadeira: Introdução à Direito

Referencias: BONAVIDES, Paulo. CIÊNCIA POLÍTICA. Rio de Janeiro: 10ª edição


(revista, atualizada), 2000.

SILVA, Moisés Rodrigues. Fundamentos do Estado Político em Rousseau. Dezembro 2013


https://jus.com.br/artigos/63999/thomas-hobbes-john-locke-e-jean-jacques-rousseau-leviata-dois-
tratados-sobre-o-governo-o-contrato-social

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Entre os autores podemos notar de forma clara que a interferência estatal na


sociedade, principalmente no tocante do exercício da soberania, é um ponto
essencial para a compreensão de como Estado intervém na liberdade do indivíduo
inserido dentro de tal artificialidade, assim como sua expressão ideal e seus
mecanismos capazes de organizar a vida em sociedade, na medida em que os
indivíduos passam a se organizar ao longo do tempo fora de um estado natural,
sendo considerado impossível seu retorno.

Dessa forma, procuro demonstrar as diferenças e semelhanças no tocante do


exercício da soberania para cada autor e como isso impacta no âmbito da
intervenção estatal na sociedade e qual seria sua identidade em relação aos
indivíduos desta quando delimitamos até onde iria o poder do estado e como este se
daria para cada um dos autores.

Thomas Hobbes

Na visão de Thomas Hobbes, como sugere a clássica passagem “O homem é o lobo


do homem.”, o estado de natureza no qual o homem vive é essencialmente composto
por guerras e disputas, uma vez que a para ele o homem tem o direito fundamental à
vida e para isso a de se valer de qualquer coisa para garanti-la, sendo “mal” por
natureza. Em outras palavras, o indivíduo vive em constante estado preventivo, o
que leva o mesmo a contínuas disputas e segundo ele “...a vida do homem é
solitária, miserável, sórdida, brutal e curta. ”(Hobbes, 1651) apud Bores, 2000.
O estado de natureza, conforme exposto, é marcado pela constante insegurança e
não é dotado da ideia de justiça ou propriedade privada, uma vez que você só está na
posse de algo na medida em que tem a capacidade mantê-lo. Dessa forma, em
segundo momento, o principal motivo para que os indivíduos pactuem para a
formação do Estado seria sua função básica de segurança, embora cite outras
funções do estado, este é o meio necessário para que se crie uma unidade soberana,
indivisível e irredutível.

pressupõe-se que o indivíduo transmitiria seus direitos a alguém que iria personificar
o Estado, o Leviatã, o soberano, sendo instituído de diversas formas (instituição,
aquisição, etc.) que iria manter sua ordem por meios coercitivos se necessário, pois o
Estado para o autor não poderia em qualquer momento ser questionado, sob pena de
não mais ser soberano e retornar ao estado de natureza (guerras), instaurando dessa
forma o Estado de Sociedade.

John Locke

O Estado de natureza para John Locke, diferente de Hobbes, já tem certos


reconhecimentos, dentre eles o direito à vida, a propriedade privada (dá subsistência
ao direito à vida) reconhecida ante seus membros e a figura do poder punitivo
proporcional a ser exercido contra aquele que usurpar a propriedade privada (direito
natural de punir), sendo que o mesmo introduz a ideia de Lei (Leis da Natureza e
Leis de Deus).

Para ele, o homem não é “mal” por natureza, mas se encontra em uma neutralidade,
que pressupõe que ele é bom (não necessariamente todos os homens). Isso nos leva a
crer que levaram determinados indivíduos à fazerem o pacto para a formação de um
Estado são absolutamente diversos dos de Hobbes, uma vez que o homem, no
contexto daquele, não vivem em constante conflito e não tem a necessidade de
sobreviver a qualquer custo, pois sua propriedade privada é, em tese, reconhecida e
respeitada pelos outros.

E assim sendo, para que o homem seja livre e faça a manutenção dessa liberdade por
algum meio, no caso o Estado, este deve participar da criação de suas próprias leis,
sendo elas estabelecidas, reconhecidas e aprovadas por meio do consentimento, em
resumo, participar da criação das leis as quais se submete.
O Estado só tem o papel de garantir a boa vida que o indivíduo já tinha no estado de
natureza, quando necessário, tendo um viés bem menos intervencionista no âmbito
privado que o proposto por Hobbes, sendo ele criador do Estado Liberal Clássico.

Assim, para Locke, com um estado limitado a garantir o exercício da liberdade


individual, que seria alcançado na medida em que o homem participasse da criação
de um novo conjunto de leis que regessem suas relações se instauraria pra ele o
Estado de Sociedade com viés oposto à Hobbes.

 Jean-Jacques Rousseau
Para Rousseau o desenvolvimento do estado para se tornar algo bom se dá com uma
etapa a mais, que seria o chamado Contrato Social.

Em sua visão, o homem no seu estado de natureza é bom e não é um ser sociável,
pois viveria em tese isoladamente, entretanto, na medida em que houve um
crescimento populacional e uma consequente inserção do homem na sociedade,
havendo o acréscimo em suas relações sociais, a sociedade o corrompe e este passa a
vislumbrar necessidades maiores (ambição). Na medida em que essas necessidades
artificiais surgem advém dela a ideia de propriedade privada, o que considera ser o
cerne da desigualdade, pois a partir desse momento o indivíduo passaria a olhar para
o caso concreto e deixar seus princípios de lado, cobiçando o alheio.

Para Rousseau a sociedade não é igual e seus indivíduos são gritantemente desiguais
no tocante econômico, fato esse que apenas criaria uma falsa ideia de liberdade e
igualdade entre os indivíduos, uma vez que os mesmos sempre estariam limitados
pelo viés econômico, não só no exercício participativo da política.

o indivíduo precisa se dar conta que não é livre; instaurar uma democracia direita e
não representativa, participando diretamente da criação das leis; seguir a vontade
geral, o que não é a vontade de todos, mas aquilo que é certo; ter a figura do
legislador.

Baseado nesses conceitos Rousseau cria o conceito de soberania popular de forma o povo
não mais irá transmitir ou ceder seus direitos à alguém que os represente, mas irá exercer
seus direitos naturais de forma direita e participar sem que haja terceiros que os represente,
desconstruindo também a ideia de Locke de separação dos poderes.

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