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Introdução..........................................................................................................................2
Objectivos..........................................................................................................................2
Geral..................................................................................................................................2
Específicos.........................................................................................................................2
Vida: Direito Fundamental................................................................................................3
Vida e direito.....................................................................................................................3
Os Direitos Humanos Fundamentais.................................................................................3
O direito à vida..................................................................................................................4
Direito à vida: o seu duplo sentido na Constituição..........................................................4
O direito de permanecer vivo............................................................................................4
O direito de se ter uma vida digna quanto à subsistência..................................................4
Uma nova acepção do direito à vida: a qualidade de vida................................................5
Pessoa humana e dignidade: A dignidade do (ser) homem...............................................5
O princípio constitucional da dignidade da pessoa humana..............................................6
Dignidade e qualidade de vida na Constituição................................................................6
DIREITOS FUNDAMENTAIS........................................................................................6
A interpretação da Lei.......................................................................................................8
Interpretação quanto à origem...........................................................................................9
Interpretação quanto aos meios.........................................................................................9
Efeitos da interpretação.....................................................................................................9
As lacunas da lei................................................................................................................9
Conclusão........................................................................................................................11
Referencias......................................................................................................................12
Introdução
Todo estudo científico carece de um método correto. A ausência desse método poderá
resultar em conclusões não corretas.
Foi assim, que através de um corte metodológico sobre o tema Direito e as situações da
vida escolhido, isolamos o objecto geral deste trabalho, qual seja, a interpretação da Lei
como Direito Fundamental decorrente do próprio direito à vida, para em um segundo
momento, através de outro corte metodológico.
O presente trabalho envolve o estudo de um dos principais Direitos Fundamentais: o
Direito à Vida, não em uma dupla acepção (direito de permanecer vivo e direito de se
ter uma vida digna quanto à subsistência), mas em uma tríplice acepção, onde se
vislumbra a qualidade de vida como Direito Fundamental.
Para tanto, em um primeiro momento, após abordar o direito fundamental à vida e seu
duplo sentido na Constituição (o direito de permanecer vivo e o direito de se ter uma
vida digna quanto à subsistência), apresentamos uma terceira acepção desse direito: a
qualidade de vida. Para cuidar do direito à qualidade de vida foi imperioso adentrar no
campo do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.
Objectivos
Geral
Analisar de forma comparativa as situações de vida e a interpretação da lei.
Específicos
Avaliar as diversas situações de vida com base no Direito Fundamental;
Descrever os níveis da sua aplicação a luz da constituição em análise;
Identificar os tipos de acepções do Direito Fundamental;
Vida: Direito Fundamental
O tema vida, por si só, enseja várias discussões sob os mais diversos aspectos que
envolvem o seu conceito, em face da sua amplitude e importância para todos os ramos
das ciências.
Não se buscará aqui uma definição para o vocábulo vida, até para não se incorrer em
equívocos que não conduzirão ao objeto do presente trabalho. A tarefa, como se pode
constatar, transcende os limites da ciência do direito.
Vida e direito
A vida pode ser entendida como um processo de evolução natural que se aperfeiçoa até
a transformação para o estado morte. Tudo que interfere obstando esse curso espontâneo
e contínuo contraria a vida.
Noutro giro, ela é um direito inato adquirido já no momento da fecundação do óvulo
pelo espermatozóide, formando o embrião, portanto, intransmissível, irrenunciável e
indisponível, onde o homem tem o direito de gerenciar, administrar, defender e
conservar a sua vida, mas dela não pode dispor. É por isto, o direito humano mais
sagrado, consistindo no supremo bem individual.
A vida constitui-se em verdadeiro pré-requisito da existência dos demais direitos
consagrados constitucionalmente, ou nos dizeres de José Afonso da Silva, “de nada
adiantaria a Constituição assegurar outros direitos fundamentais, como a igualdade, a
intimidade, a liberdade, o bem-estar, se não erigisse a vida humana num desses direitos.
Ainda sobre o direito de continuar vivo, merece algumas palavras, mesmo que a voo de
pássaro, a figura da eutanásia. O vocábulo eutanásia (morte bela, morte doce, morte
suave e tranquila) tem por conteúdo o direito a uma morte digna, sem sofrimento. A
matéria gera inúmeras discussões por envolver emocionalmente a opinião e a
compaixão pública, em face de um caso de padecimento doloroso. A eutanásia não
possui no direito pátrio o status de exclusão de antijuridicidade ou ilicitude, sendo
considerada crime de homicídio.
O direito de se ter uma vida digna quanto à subsistência
A segunda acepção do direito à vida que deve ser assegurada pelo Estado, é o direito de
se ter uma vida digna quanto à subsistência. Nesta sede, uma boa parte das opiniões
doutrinárias praticamente se repete, com um ou outro acréscimo sobre o sentido do que
vem a ser o direito à vida com uma subsistência digna.
Leda Pereira Mota e Celso Spitzcovsky defendem que esse segundo desdobramento do
direito à vida diz respeito às condições mínimas de sobrevivência, onde se inclui o
direito ao trabalho remunerado, habitação, saúde, alimentação, educação, lazer, dentre
outros direitos. Destacam ainda a dignidade da pessoa humana com a proibição da pena
de morte e penas cruéis.
Os direitos fundamentais que assim se qualificam por serem aqueles que figuram ou
deviam figurar da lei fundamental do Estado, a CONSITUIÇÃO DA REPÚBLICA, por
reflectirem o sentido próprio da Constituição material, apresentam-nos como principais
características as seguintes:
São Inalienáveis, o que significa que não podem ser objecto de negócio
jurídico;
São intransmissíveis, uma vez que o titular destes direitos não pode dispô-los e
consequentemente não poderá transmiti-los a título gratuito ou oneroso a
terceiros. A impossibilidade de dispor dos direitos fundamentais é uma
qualidade intrínseca intimamente ligada a característica da intransmissibilidade
dos direitos desta natureza pessoal.
São imensuráveis e ilimitados, os Direitos fundamentais não constam de uma
lista “numerus clausus”. Os que em cada momento constam da lei fundamental
ou nas demais leis ordinárias sejam em forma de código ou de lei avulsa ou
costumeira é apenas uma numeração exemplificativa que corresponde ao
conjunto dos direitos elencados, mas que em revisão subsequente da
Constituição os direitos fundamentais quando objecto de revisão sofrem um
acréscimo qualitativo ou quantitativo;
São objectivos, pois dispõem se para a generalidade e em abstracto para todos
os sujeitos de Direito da Ordem Jurídica, sem descriminação de qualquer
espécie;
São intatos, pois adquirem-se com o nascimento, completo e com vida da
pessoa jurídica, não sendo necessário a prática de qualquer mecanismo
processual legal para a sua aquisição e usufruto;
São essenciais, sendo imprescindíveis da protecção jurídica, pois tem a tutela do
Direito no plano constitucional e deles decorrem os demais direitos subjectivos,
não sendo possível conceber uma noção de individuo, como ser humano, sem ter
como pressuposto o conjunto dos direitos fundamentais de que este seja titular
na Ordem Jurídica;
São absolutos, pois são oponíveis a terceiros, “erga omnes”. Traduzem-se no
facto de serem direitos essenciais e perpétuos;
São extra patrimoniais, ou seja, não são bens do património do seu titular. Não
sendo susceptíveis de avaliação pecuniária com algumas excepções, como é o
caso do uso da imagem, mediante permissão, para publicidades, que possa ter
uma contraprestação pecuniária.
São vitalícios ou perpétua, pois perdura por toda a vida do individuo, nem se
extinguem ou prescrevem com o decurso do tempo, mesmo que o seu titular não
os goza;
São intangíveis e irrenunciáveis, nenhum titular de Direito Fundamental pode
decidir livremente ou por coação negar a sua existência na sua esfera de
titularidade ou pura e simplesmente renunciar o seu gozo, seja qual for a
alegação, por se tratar de um direito que o sujeito o tem sem que tenha requerido
por mecanismos legais, sociais, políticos ou culturais.
A interpretação da Lei
Conceito de interpretação Doutrina o insigne Carlos Maximiliano que “interpretar é
explicar, esclarecer, dar o significado do vocábulo, mostrar o sentido verdadeiro de uma
expressão”51, daí por que incumbe, ao intérprete, “examinar o texto em si, o seu
sentido, o significado de cada vocábulo. Faz depois obra de conjunto; compara-o com
outros dispositivos da mesma lei, e com os de leis diversas, do país ou de fora. Inquire
qual o fim da inclusão da regra no texto e examina este tendo em vista o objetivo da lei
toda e do Direito em geral. Determina por esse processo o alcance da norma jurídica e,
assim, realiza, de modo completo, a obra moderna do hermeneuta.
Os Direitos Fundamentais na história do constitucionalismo Moçambicano Período
colonial – Constituição de 1933 e o Acto Colonial
Efeitos da interpretação
Da conjugação desses elementos, resulta a ratio legis, o sentido, o espírito, a razão, o
alcance da lei. Observe-se, entretanto, que:
(a) se o resultado da interpretação levar à conclusão de que o dispositivo de lei tem um
sentido nocivo, contrário aos interesses que se pretendem superiores, faz-se, então, uma
interpretação corretiva, tendo em conta que a lei é um corpo harmônico e sistemático
das normas;
(b) se a regra legal disse menos, recorre-se à interpretação extensiva, para ampliar-lhe o
sentido; e
(c) se a norma jurídica disse mais, pede-se auxílio à interpretação restritiva para
estreitar-lhe, reduzir-lhe o sentido.
As lacunas da lei
Ao final de todo esse processo hermenêutico, pode ocorrer que o ordenamento jurídico
não contenha nenhuma previsão, no que se denomina de lacuna da lei, que é suprida: (a)
pela analogia (dá-se tratamento igual aos casos semelhantes) legal ou legis (recurso a
disposições normativas semelhantes) ou jurídica ou iuris (segundo princípios gerais
normativos); e (b) pelos princípios gerais do direito (aqueles que decorrem das
necessidades sociais, para uns; princípios de ordem positiva, para outros).