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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO

- UNIRP

SILVIO BEIRA ARCHILLA FILHO


20222791

Direito à vida é direito humano fundamental: uma


responsabilidade do Estado em tempos de Pandemia do
Covid-19.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2023
SILVIO BEIRA ARCHILLA FILHO
20222791

Direito à vida é direito humano fundamental: uma


responsabilidade do Estado em tempos de Pandemia do
Covid-19.

Dissertação referente à disciplina de


Direitos Humanos do curso de
Psicologia do Centro Universitário de Rio
Preto, elaborada por Silvio Beira Archilla
Filho.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2023
ORIENTAÇÕES

No sexto guia de estudos da disciplina de Direitos Humanos, você teve


acesso a informações acerca de um dos mais valiosos direitos humanos
fundamentais, protegido por nossa Constituição Federal: o direito à vida. O direito à
vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em prerrequisito à
existência e ao exercício de todos os demais direitos. Nesse guia de estudos, você
certamente leu o seguinte trecho (grifos nossos):

Todo ser dotado de vida é indivíduo, não podendo dividir-se sob pena de
deixá-lo de ser; assim, o homem é um indivíduo; porém, mais do que isso, é
uma pessoa, já que, além dos caracteres do indivíduo biológico, ele tem os
de unidade, os de identidade e os de continuidade substanciais; portanto, o
objeto da proteção constitucional é a vida humana, integrada de
elementos físicos, psíquicos e espirituais1 e, assim, decorrem desta
proteção o direito à existência, à integridade física, à integridade moral.

Conforme dito no sexto guia de estudos, “ao lado desse aspecto do direito à
vida, caminha a ideia de dignidade do homem, que passa a apresentar-se como
pensamento, independentemente de suas origens nos movimentos religiosos
cristãos”, a fim de que seja vista como uma qualidade essencial à vida humana. Em
consonância palavras de Eliana Franco Neme2:

Não há vida sem dignidade, e assim os dois preceitos encontram-se em


situação de igualdade como princípios de direito. Vida e dignidade são
valores essencialmente independentes e necessariamente correlatos, num
paradoxo necessário para a manutenção do seu conteúdo, e do mais alto
grau de importância como determinantes da positivação jurídica.

Ainda no sexto guia de estudos (grifos nossos), é dito que, de fato, “sem o
gozo da vida, não é possível nem ter, nem usufruir de nenhuma outra prerrogativa,
devendo o Estado assegurá-lo em dupla acepção”: uma vinculada ao direito de
continuar vivo e outra relativa ao sentido de dignidade quanto à subsistência3.
No que tange à proteção do Estado quanto ao direito à vida, em 2020, frente
à pandemia causada pelo coronavírus ou pela COVID-19 no Brasil, algumas
1
SICHES, Recasén. Vida humana, sociedad y derecho. México: Porrúa, 1952.
2
NEME, Eliana Franco. Dignidade, igualdade e vagas reservadas. In: ARAUJO, Luiz Alberto David
(coord.). Defesa dos direitos das pessoas portadoras de deficiência. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2006, p. 136
3
MORAES, Alexandre. Direitos humanos fundamentais. São Paulo: Atlas, 2005, p. 76.
publicações acerca da proteção da vida ou da inviolabilidade do direito à vida foram
feitas. A advogada e historiadora Ana Paula Dias Messias Sales 4, publicou, em julho
de 2020, o seguinte artigo: “A lei 13.979/20: uma garantia do direito à vida e à saúde
pública em tempos de covid-19”5. Nesse artigo, diz-se sobre a edição dessa lei no
intuito de se proteger à vida naquela conjuntura, conforme se pode observar no
resumo desse texto:

O covid-19 foi uma pandemia que assolou o mundo no início de 2020 e


persiste até os dias atuais. A propagação do vírus assolou de forma rápida
na China e em outras partes do mundo, levando assim a milhares de
pessoa ficar doente e até mesmo a óbito. O covid-19 acabou gerando uma
crise sanitária no mundo, colocando o sistema de saúde de alguns países
em colapso, como no caso da Itália e do Brasil. A crise acabou gerando
alterações no direito de ir e vir, fazendo com que a OMS estabelecesse
ordem de isolamento social no mundo. No Brasil, foi editada a lei 13.979/20
como forma de combate ao vírus e de proteção ao direito à saúde e à
vida, estabelecendo o isolamento, quarentena e a realização de exames
para combate a pandemia. A lei mudou a rotina da vida dos brasileiros e da
saúde pública, levando ao judiciário ações para resolver as questões
relativa à saúde pública. É importante analisar a lei, como forma de garantia
de vida e saúde, mas também para evitar que se tenha a saturação da
saúde, mas também como uma forma de garantir o acesso do cidadão e de
quem precisa a saúde.

Como dito anteriormente, o direito à vida caminha junto à ideia de dignidade


da pessoa humana. Para que essa dignidade à vida humana seja preservada, a
atuação estatal também se faz importante. De fato, na conjuntura pandêmica, o
isolamento social promoveu a proteção à vida dos brasileiros; porém, para que a
dignidade desse povo não fosse prejudicada, eram necessários fluxos de renda, o
que implicou a atuação forte do Estado para que esses fluxos fossem mantidos.

Com base nos excertos anteriores – provenientes tanto do sexto guia de


estudos da disciplina de Direitos Humanos, quanto do artigo supracitado – escreva
uma dissertação (um texto dissertativo) de, no mínimo, 30 linhas, e, no máximo,
45 linhas, sobre o seguinte tema:

4
5
SALES, Ana Paula Dias Messias. A lei 13.979/20: uma garantia do direito à vida e à saúde pública
em tempos de covid-19. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-
lei-13-979-29-uma-garantia-do-direito-a-vida-e-a-saude-publica-em-tempos-de-covid-19/#_ftn1
Acesso em: 01 mar. 2021.
A proteção do direito à vida como direito humano fundamental em
tempos da pandemia da COVID-19: uma responsabilidade
essencialmente do Estado?

Para que produza dissertação, siga as seguintes orientações:


a) Não se esqueça de que, em um texto dissertativo, um posicionamento
deve ser defendido: se você concordar que a proteção do direito à vida se
trata de uma responsabilidade apenas do Estado, deve seguir esse
posicionamento no texto todo; se você não concordar que se trata apenas
do Estado essa responsabilidade, você deve também manter esse
posicionamento em todo o texto. Defina um posicionamento e mãos à
obra!;
b) Não fuja do tema: o tema a ser seguido e desenvolvido é “A proteção do
direito à vida como direito humano fundamental em tempos da pandemia da
COVID-19: uma responsabilidade essencialmente do Estado?”. A fuga do
tema resulta na nulidade da sua dissertação;
c) Como se trata de um texto dissertativo, não se esqueça de construir os
seus argumentos pautados em autores renomados que escreveram sobre o
assunto e de mencioná-los. Você pode usar os textos de apoio que foram
aqui trazidos. Você pode também buscar outros textos de outros autores
para fundamentar seus argumentos. Embase ou fundamente seus
argumentos!;
d) Lembre-se de que seu texto deve apresentar um título, uma introdução
(um parágrafo é o suficiente), um desenvolvimento (dois a três
argumentos, ou seja, dois a três parágrafos) e uma conclusão (um resumo
do que escreveu na dissertação, ou seja, um parágrafo);
e) Não use “nós” ou “você”: a dissertação é um texto acadêmico que
requer o uso impessoal dos verbos: use “deve-se”, “pode-se”, “trata-se”, “é
visto”, “é formulado”;
f) Esse trabalho deve ser realizado de forma individual;
g) ATENÇÃO: EM RESPEITO AOS DIREITOS AUTORAIS, A
DISSERTAÇÃO DEVE SER ESCRITA COM SUAS PRÓPRIAS
PALAVRAS. QUAISQUER CÓPIAS DE TRECHOS SEM AS DEVIDAS
REFERÊNCIAS AOS AUTORES ORIGINAIS OU SEM AS MARCAS DE
CITAÇÃO INCORRERÃO NA NULIDADE DO SEU TRABALHO.
h) A avaliação da sua dissertação será feita da seguinte forma:

Critérios Pontuação
Título 1,0
Introdução 2,0
Desenvolvimento 5,0
Conclusão 2,0

i) Use o formulário elaborado a seguir: o mesmo já está em consonância


com as normas de formatação da ABNT:
Direito à vida é direito humano fundamental: uma responsabilidade do Estado em
tempos de Pandemia do Covid-19.

A pandemia de COVID-19 destacou a relevância da preservação do direito à


vida como um princípio fundamental dos direitos humanos. Em momentos de crise
de saúde, a incumbência de assegurar a salvaguarda desse direito recai
primordialmente sobre o governo. A Constituição Federal de 1988 estabelece a
defesa da vida humana como um dos pilares do Estado Democrático de Direito.
Consequentemente, é responsabilidade do Estado implementar medidas voltadas
para a proteção da vida e da saúde da população, especialmente durante situações
de pandemia.

O Artigo 196 da Constituição Federal do Brasil estipula que a saúde é um


direito de todos e uma obrigação do Estado. O governo tem o dever de assegurar o
acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, com o propósito de
promover, proteger e recuperar a saúde da população, através de políticas sociais e
econômicas voltadas para a redução dos riscos de doenças e outros agravos. Em
outras palavras, o Estado assume a responsabilidade de garantir o direito à saúde e
à segurança de todos os cidadãos.

Conforme destacado no artigo "Trabalhadores da Saúde e a COVID-19:


Condições de Trabalho à Deriva", podemos identificar as circunstâncias enfrentadas
pelos profissionais de saúde durante a pandemia da COVID-19. As análises de
reportagens ressaltaram que os profissionais de saúde que estiveram na linha de
frente da pandemia no Brasil enfrentaram condições de trabalho inadequadas. Um
dos principais problemas identificados foi a falta ou a insuficiência de Equipamentos
de Proteção Individual (EPI). Além disso, muitos profissionais de saúde que
possuíam comorbidades continuaram a desempenhar suas funções, aumentando o
risco de contrair a COVID-19 e sofrer com suas consequências, incluindo a
possibilidade de óbito. Os trabalhadores da saúde também relataram vivenciar
tensão e medo constante de serem infectados, além do desafio emocional de lidar
com o adoecimento e a perda de colegas. De acordo com a Legislação de Saúde
Ocupacional (LOS), a saúde dos trabalhadores é concebida como um conjunto de
atividades que busca promover e proteger a saúde dos trabalhadores por meio de
ações de vigilância epidemiológica e sanitária. Isso inclui a recuperação e
reabilitação da saúde dos trabalhadores expostos aos riscos e agravos decorrentes
das condições de trabalho

A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na educação global, e


o Brasil não foi uma exceção a essa tendência. Conforme apontado pela Human
Rights Watch, o governo brasileiro enfrentou dificuldades em lidar com as graves
consequências da pandemia na área educacional, resultando na privação do acesso
à escola para milhões de crianças, em sua maioria desprovido de recursos. Esse
cenário é especialmente preocupante para as crianças mais vulneráveis, que correm
um risco mais elevado de abandonar a educação formal. De acordo com estimativas
da UNICEF, quase 147 milhões de crianças em todo o mundo perderam mais da
metade de suas aulas presenciais no período entre 2020 e 2022. O prolongado
fechamento das escolas também impactou de maneira desproporcional as crianças
pertencentes a comunidades negras, indígenas e famílias de baixa renda. É
fundamental que o governo brasileiro cumpra sua obrigação de prover apoio
financeiro para auxiliar as instituições de ensino a enfrentarem os desafios impostos
pela pandemia.

Em resumo, a pandemia de COVID-19 ressaltou a importância da proteção


dos direitos humanos, em particular o direito à vida e à saúde. Tanto a Constituição
Federal do Brasil quanto a legislação de saúde ocupacional estabelecem claramente
a responsabilidade do Estado em garantir a vida e a saúde de seus cidadãos, bem
como a proteção dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente da
pandemia. Além disso, a crise da COVID-19 também teve um impacto substancial
na educação, deixando muitas crianças em desvantagem, especialmente as mais
vulneráveis. É essencial que o governo brasileiro e as autoridades correspondentes
atuem de acordo com essas obrigações legais para assegurar o bem-estar e o
acesso à educação de todos os cidadãos, protegendo, assim, os princípios
fundamentais dos direitos humanos.
Referências

HUMAN RIGHTS WATCH. Brazil: Failure to Respond to Education Emergency.


Disponível em: https://www.hrw.org/news/2021/06/11/brazil-failure-respond-
education-emergency. Acesso em: 28 out. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde do Trabalhador. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/saude-do-trabalhador. Acesso em:
28 out. 2023.

VEDOVATO, T. G. et al. Trabalhadores(as) da saúde e a COVID-19: condições de


trabalho à deriva? Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 46, 2021.

WARGAS, T.; CRISTIANI VIEIRA MACHADO; DIAS, L. Responsabilidade do Estado


e direito à saúde no Brasil: um balanço da atuação dos Poderes. v. 14, n. 3, p. 829–
839, 1 maio 2009.

BRASIL. Senado Federal. Constituição Federal (Artigos 196 a 200). Disponível em:
https://conselho.saude.gov.br/14cns/docs/constituicaofederal.pdf. Acesso em: 28
out. 2023.

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