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Resumo: A Declaração Universal dos Direitos Humanos não dissocia a saúde dos
outros condicionantes necessários para que se possa ter uma vida digna. Isto é, não
se pode avaliar a existência ou não de uma saúde que responda às necessidades
dos usuários desses sistemas sem considerar os elementos sociais, culturais e
econômicos, os quais influem nos meio sociais em que as ações serão
desenvolvidas. Em respeito aos direitos econômicos, sociais e culturais, dentre os
quais se insere o direito à saúde, estes foram desenvolvidos no Pacto Internacional
de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Na seara dos documentos internacionais
que tratam sobre o direito à saúde, ressalta-se a importância das Conferências
Internacionais. Um ponto referencial em todas as Cartas/Declarações que traduzem
os resultados dos debates nessas conferências é a superação de uma concepção de
saúde vinculada ao modelo biomédico e a adoção de um modelo de saúde, inclusivo,
que respeite as diversidades regionais, locais e culturais, que não vislumbre a
promoção da saúde somente como um processo de cura de doenças. Dentro dessa
nova realidade, o fortalecimento da participação comunitária, tanto no planejamento
quanto na execução e controle das ações de saúde é fundamental.
Palavras-chave: Direitos humanos; participação comunitária; direito à saúde;
conferências internacionais de saúde.
Key-words: Human rights; community participation; right to health; international
conferences on health.
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Introdução
Este estudo objetiva analisar como o direito à saúde e a participação
comunitária em saúde tem sido tratados (direta ou indiretamente), em documentos
internacionais que rezam sobre os direitos humanos de formal geral ou naqueles
originários dos fóruns da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para este estudo, destacaremos a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH); o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP); o Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC); e as
Conferências Internacionais de Alma-Alta, URSS (1978), Ottawa, Canadá (1986),
Adelaide, Austrália (1988), Sundsvall, Suécia (1991), Bogotá, Colômbia (1992),
Jacarta, Indonésia (1997), Cidade do México, México (2000) e Bangkok, Tailândia
(2005).
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Conforme o inciso VI da Declaração de Alma-Ata (1978): Os cuidados primários de saúde são
cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem
fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da
comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam manter
em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e automedicação. Fazem parte
integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constituem a função central e o foco principal,
quanto do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. Representam o primeiro nível
de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, pelo qual os
cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e
trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo de assistência à saúde.
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4. Conclusão
A participação comunitária em saúde constitui instrumento necessário para a
concretização do direito à saúde, conforme é declarado nos documentos internacionais
sobre direitos humanos.
As declarações e cartas das conferências internacionais de saúde,
sinergicamente exigiram – como condição para existir a promoção da saúde – que
haja a participação concreta da sociedade no planejamento e na realização de tais
ações.
Nesse sentido, a Declaração de Jacarta (1997 – grifo no original) consegue
sintetizar paradigmaticamente essa concepção de direito à saúde vinculada a
participação da sociedade em sua elaboração e concretização, quando prescreveu que
“a promoção da saúde efetua-se pelo e com o povo, e não sobre e para o povo”.
Referências
CADH. Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/anexo/andec678-92.pdf>.
Acesso em: 28.01.2010.
CARTA DE BANGKOK. 6ª Conferência Internacional de Promoção da Saúde, 2005.
Disponível em: <http://www.bvsde.ops-oms.org/
bvsdeps/fulltext/cartabangkokpor.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2013.
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