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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS


CURSO DE DIREITO

JOSÉ RAFAEL LINS GUIMARÃES

PROVA SOBRE DIREITOS HUMANOS

São Luís
2022
JOSÉ RAFAEL LINS GUIMARÃES

PROVA DE DIREITOS HUMANOS

Prova apresentada à disciplina de


Direitos Humanos, ministrada pelo
professor Dr. Carlos Henrique Rodrigues
Vieira, para a obtenção de nota.

São Luís
2022
1. Estabeleça um conceito de DDHH e explique a necessidade do discurso dos
DDHH ser único.
Direitos Humanos podem ser conceituados como o conjunto básico de Direitos
que todos possuem pelo fato de ser humano. É o mínimo existencial. Compreende os
direitos econômicos, sociais e culturais, além de direitos civis e políticos. Nesse sentido,
o Estado Moderno marcado pela universalidade e impessoalidade possui o dever de
garantir essas mínimas condições para a efetivação da vida digna, proposta pela
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no artigo 1°, inciso III.
Dessa forma, grandes famílias jurídicas modernas contribuíram para a formação
dos Direitos Humanos, perpassando pela formação e concretização, como o Luigi
Ferrajoli, com a teoria do direito e da democracia, Noam Chomsky, Immanuel Kant e
outros. Logo, com os precedentes históricos, como a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão de 1789 e do Direito Natural e Positivo, foi engendrada a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, a fim de consagrar direitos e proporcionar
o desenvolvimento do mínimo necessitado para o ser humano conseguir uma vida
digna.
Ademais, a Carta Magna do Brasil, a Constituição Federal de 1988, possui
mecanismos legais que retratam os objetivos da cultura dos Direitos Humanos, como o
artigo 3, inciso III, da Constituição Federal que trata da redução das desigualdades
sociais: “Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;” e o artigo 1° da Constituição Federal de 1988 que trata sobre a garantia da
vida digna.
Dessa maneira, o documento que ratifica esse conceito é a Declaração Universal
dos Direitos Humanos criado pelo Comitê de Redação da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, principalmente pelo canadense John Peters Humphrey e aceito pela
Organização das Nações Unidas em 1948, logo após a 2° Guerra Mundial, com 30
artigos voltados aos Direitos Humanos.
Logo, para efetivar os objetivos da cultura dos Direitos Humanos, é necessário a
Legitimação do Estado e do Governo, defendido pela Carta Magna de 1988 no seu
artigo 4°. Além disso, é necessário a justiça social, convertida em igualdade de
oportunidades, respeito às diferenças e às minorias. Portanto, Direitos Humanos são o
mínimo existencial para qualquer indivíduo, por nascer ser humano, possuir a fim de
efetivar uma vida digna e ter acesso ao conjunto básico de direitos essenciais, como
direitos civis e políticos, direitos econômicos, sociais e culturais, direitos difusos e
coletivos.

2. Diferencie Crescimento Econômico de Desenvolvimento Econômico e diga qual


situação proporciona a concretização dos DDHH.
Crescimento e Desenvolvimento Econômico são termos da Economia que
comumente são confundidos no senso comum. Crescimento Econômico é um aumento
na atividade econômica, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB). Dessa forma, mais
bens circulam e são produzidos em determinada localidade, gerando riquezas e
lucratividade em setores primários e secundários da economia, mas não necessariamente
esse capital é distribuído de forma a produzir o Desenvolvimento Econômico. Além
disso, os três pilares do Crescimento Econômico são o capital físico, o capital humano e
a tecnologia. Na equação do crescimento, são variáveis o consumo da população,
investimento das empresas, gastos do governo e exportações.
Por outro lado, o conceito de Desenvolvimento Econômico é mais amplo que o
anterior, pois além de envolver o Produto Interno Bruto, diferentes índices são
contabilizados, como o Índice de Desenvolvimento Urbano (IDH) ou Índice de Gini,
que engloba condições gerais de vida ratificadas pelos Direitos Humanos, assim como
as condições de manutenção do meio ambiente. Possui a coalização entre diferentes
vertentes do conhecimento científico para a sua efetivação, com mistura entre o
aumento da produtividade, crescimento, distribuição da riqueza e Direitos Humanos.
Portanto, um país com um bom Crescimento Econômico não é necessariamente
uma nação com um bom Desenvolvimento Econômico. Por exemplo, a Índia, segundo
pesquisa realizada do Austin Rating possui 3,53 trilhões de dólares em Produto Interno
Bruto e ocupa a 4° posição mundial em 2021. Entretanto, na última pesquisa realizada
sobre o Índice de Desenvolvimento Urbano (IDH), a Índia obteve a pontuação de 0,645
e 131° na classificação mundial. Por outro lado, a Noruega ocupa a 26° posição entre as
economias mundiais, com 434,167 bilhões de dólares, segundo o Fundo Monetário
Internacional (2020), e está na primeira posição de IDH, com o valor de 0,957, no
mesmo ano que foi medido na Índia.
Logo, a situação que possibilita a concretização dos Direitos Humanos é de um
alto Desenvolvimento Econômico, pois permite o processo democrático, econômico,
ideológico e político que junto com a legalidade e valores, geram a legitimidade para a
efetivação dos Direitos Humanos. Nesse sentido, possuir apenas o Crescimento
Econômico como fator orientador é gerar mais desigualdade: “Assim como a tendência
da riqueza é a concentração, a tendência natural do poder é abuso”

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