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1) A natureza jurídica da remessa necessária é de recurso (é um recurso de ofício).

Segundo o autor, é, enfim, um recurso de ofício, interposto, geralmente, na


própria sentença. É condição para a eficácia da decisão, portanto, impedindo a
produção do efeito de se formar a coisa julgada. Isso, porém, não autoriza a
afirmação segundo a qual o reexame necessário seria condição de eficácia ou
condição para a formação da coisa julgada.

2) Segundo a jurisprudência do STJ, não está sujeita ao reexame necessário,


previsto no art. 475 do CPC, a sentença que extingue o processo sem
julgamento de mérito. (STJ - AgRg no AREsp: 601881 RJ 2014/0272732-3,
Relator: Ministro BENEDITO GONÇALVES, Data de Julgamento: 15/09/2015, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/09/2015). Assim, as sentenças
que tenham em um dos polos processuais o IBAMA (autarquia) – PJ de direito
público –, em regra, sujeitam-se à remessa necessária. Contudo, caso não haja
resolução do mérito, não há que se falar em reexame necessário.

3) Nesse caso, há remessa necessária, uma vez que cabe o reexame das sentenças
de ação popular que sejam desfavoráveis à parte autora, havendo ou não
resolução de mérito. Isso implica dizer que a remessa necessária no MS
independe da resolução de mérito, desde que a sentença seja contrária ao
autor.

Lei n. 4.717/1965 (regula a Ação Popular) – Art. 19. A


sentença que concluir pela carência ou pela
improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de
jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação
procedente caberá apelação, com efeito suspensivo.     
(Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973).

4) No que se refere ao reexame necessário ou remessa necessária, aplica-se à


Ação Civil Público e à Ação de Improbidade Administrativa, por analogia, as
mesmas regras aplicadas à Ação Popular. Portanto, cabe remessa necessária
para ACP que tem como autor o MP. Também, cabe para remessa necessária
para ação de improbidade administrativa.

5) Segundo jurisprudência do STF – RE 726035 – a competência para julgar o MS


contra atos de dirigentes das Sociedades de Economia Mista é da Justiça
Federal. Nesse caso, há a necessidade de reexame necessário, pois,
independentemente do polo passivo do Mandado de Segurança, havendo a
concessão da segurança, haverá a remessa necessária. Ademais, a súmula 333
do STJ permite o MS contra ato de agente ou funcionário de Empresa Pública
ou Sociedade de Economia Mista.
6) Não. Só cabe remessa necessária nesses casos se os embargos forem julgados
procedentes parcialmente ou em sua totalidade.

7) Não. Só cabe remessa necessária se os embargos forem julgados procedentes


no todo ou em parte. Art. 496, II – CPC.

8) Não cabe remessa necessária, uma vez que o assistente simples não se sujeita à
coisa julgada material. Sendo o Banco do Brasil, portanto, uma pessoa jurídica
de direito privado, não há necessidade de reexame necessário.

9) Não. Ainda que o Poder Público se submeta à arbitragem (art. 1°, § 1°, da Lei
9.307/1996), por se tratar de um processo convencional e não haver instâncias,
não há de se falar em remessa necessária, uma vez que não há para onde a
sentença ser remetida.

10) Não haverá remessa necessária porque ela depende de apelação. Uma vez
interposta apelação, não há a necessidade de reexame. Por outro lado, caso
não seja interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos
autos ao tribunal. Se a apelação for parcial, deve haver remessa necessária para
a parte não recorrida.

11) Sim. A apelação deve abranger até mesmo as decisões interlocutórias não
agraváveis. Portanto, aplica-se apelação ou, na falta desta, a remessa
necessária para todas as decisões interlocutórias. Ademais, há um equívoco do
legislador ao usar a terminologia “sentença” no caput do art. 946 do CPC, pois,
a remessa necessária também se aplica às decisões.

12) Nesse caso não cabe remessa necessária, pois o disposto no art. 496, §3°, I,
defende que não se aplica o reexame quando a condenação ou o proveito
econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a 1000 (mil)
salários mínimos.

13) Não. Pois, conforme o inc. II, §4°, Art. 496, não se aplica remessa necessária a
acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos.

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