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ESTUDO DE JURISPRUDÊNCIA – RECURSOS CPP

A admissão da tutela provisória de urgência, para conferir efeito suspensivo a recurso que não o
tem, depende de presença, concomitante, de elementos que evidenciem a probabilidade de êxito da
insurgência e a demonstração do risco de lesão grave ou difícil reparação. CAIU no MP/SC – é
cabível ação cautelar inominada para conferir efeito suspensivo a RESE interposto pelo MP.
- não cabe mandado de segurança para conferir efeito suspensivo a recurso interposto pelo Ministério
Público contra decisão que determina a soltura do paciente.
Caracteriza manifesta ilegalidade, por violação ao princípio da “non reformatio in pejus”, a
majoração da pena de multa por tribunal na hipótese recurso exclusivo da defesa. Isso porque, na
apreciação de recurso exclusivo da defesa, o tribunal não pode inovar na fundamentação da dosimetria
da pena, contra o condenado, ainda que a inovação não resulte em aumento da pena final.
Se existe preliminar e questão de mérito, o Tribunal, ao apreciar o recurso, deverá separar o
julgamento, proclamando inicialmente o resultado da preliminar e, sendo esta rejeitada, colhendo os
votos quanto ao mérito.
A liminar em revisão criminal com base em violação a texto expresso de lei constitui medida
excepcional, somente se justificando quando a ofensa se mostre aberrante, cristalina, em respeito à
segurança jurídica decorrente da coisa julgada.
A decisão que desclassifica a conduta, declinando da competência para o julgamento do feito,
deve ser atacada por RESE, sendo a utilização de recurso de apelação descabida e não passível de
aplicação do princípio da fungibilidade recursal, por se tratar de erro grosseiro - 23/03/2021.
- a desclassificação ocorre no momento do recebimento da denúncia, não cabe RESE. A decisão que
desclassifica o delito por ocasião do recebimento da denúncia não é passível de impugnação por meio
de RESE, por não estar prevista no rol taxativo constante o art. 581 do CPP. Nada impede, no entanto,
que, verificada a ausência de má-fé, o RESE interposto pelo MP seja recebido como correição parcial,
meio idôneo para combater atos e despachos do juiz quando não há previsão de recurso específico.
Essa possibilidade visa a evitar tumulto no processo e observa o princípio da fungibilidade.
Os pedidos de reconsideração carecem de qualquer respaldo no regramento processual vigente.
Eles não constituem recursos, em sentido estrito, nem mesmo meios de impugnação atípicos. Por isso,
não suspendem prazos e tampouco impedem a preclusão.
Republicação de decisão reabre prazo recursal. O prazo para interposição de recurso fluir a
partir da última publicação da decisão a ser impugnada, de modo que a republicação, mesmo que
desnecessária ou feita por equívoco, acarreta a reabertura do prazo recursal.
Não é admissível a impetração de MS contra ato jurisdicional que defere o desbloqueio de bens
e valores. Isso porque se trata de decisão definitiva que, apesar de não julgar o mérito da ação, coloca
fim ao procedimento incidente. O procedimento adequado para a restituição de bens é o incidente
legalmente previsto para este fim. O instrumento processual para impugnar a decisão que resolve esse
incidente é a apelação, sendo incabível a utilização de mandado de segurança como sucedâneo do
recurso legalmente previsto.
Art. 46 da LC 75/93 atribui competência exclusiva à Procuradoria-Geral da República para
oficiar nos processos em curso perante o STF. Caso Moro, petição interposta pelos procuradores da
república que pertenciam a força tarefa da lava jato.
Ofende o enunciado do non reformation in pejus indireta o aumento da pena através de decisão
em recuso especial interposto pelo MP contra rejulgamento de apelação que não alterou reprimenda do
acórdão anterior, que havia transitado em julgado para a acusação e que veio a ser anulado por
iniciativa exclusiva da defesa.
O filho da vítima do homicídio, mesmo que não tenha sido assistente de acusação, tem
legitimidade para ajuizar reclamação contra decisão do TJ que absolveu o réu, se outro membro da
família havia sido assistente de acusação. EXCEÇÃO: por que é incabível o manejo de relação por
quem não tenha sido parte no processo subjetivo que tramitou perante o STF.
É possível a interposição de recuso por e-mail com apresentação do original em 5 dias, nos
termos da Lei nº 9.800/99?
- STF sim, com algumas particularidades;
-STJ não, e-mail não configura meio eletrônico equiparado a fac-símile para fins de aplicação do
disposto do art. 1 da Lei supracitada.
Deve ser aplicado o art. 798 do CPP (contagem dos prazos de forma contínua) em caso de
recurso contra decisão que julgou reclamação em matéria penal.
Não caracteriza reformatio in pejus a decisão de tribunal de justiça que, ao julgar recurso de
apelação exclusivo da defesa, mantém a reprimenda aplicada pelo magistrado de primeiro grau, porém
com fundamentos diversos daqueles adotados na sentença. Não viola o princípio da proibição da
reformatio in pejus a reavaliação das circunstâncias judiciais em recurso de apelação penal, no âmbito
do efeito devolutivo, desde que essa não incorra em aumento de pena.
Não há falar em reformatio in pejus se os motivos expendidos pelo julgador em sede de apelação
exclusiva da defesa não representaram advento de situação mais gravosa para o réu.
Excepcionalmente, se a turma, ao condenar o réu, estiver com quórum incompleto, será
possível o cabimento dos embargos mesmo que tenha havido apenas 1 voto absolutório.
- em regra, cabem embargos infringentes para o Plenário do STF contra decisão condenatória
proferida pelas Turmas do STF desde que 2 ministros tenham votado pela absolvição. Neste caso, o
placar terá sido 3x2, ou seja, 3 ministros votaram para condenar e 2 votaram para absolver.
Excepcionalmente, se a Turma, ao condenar o réu, estiver com quórum incompleto, será possível
aceitar o cabimento dos embargos infringentes mesmo que tenha havido apenas 1 voto absolutório.
Isso porque o réu não pode ser prejudicado pela ausência do quórum completo.
O MP não tem prazo em dobro no processo penal. A DP tem prazo em dobro em todos os
prazos. Os prazos são sempre corridos.
Não é extemporâneo recurso interposto antes da publicação do acórdão. Sob o ângulo da
oportunidade, a publicação do acórdão impugnado é elemento neutro, podendo a parte, ciente da
decisão proferida, protocolar o recurso. Assim, por exemplo, admite-se a interposição de embargos
declaratórios oferecidos antes da publicação do acórdão embargado e dentro do prazo recursal.
É possível que o Tribunal, ao julgar um recurso, mantenha a sentença do juiz fazendo a
suplementação da fundamentação da dosimetria e da fixação do regime de cumprimento de pena,
sempre que não haja agravamento da pena do réu. Isso é possível em razão do efeito devolutivo amplo
de recurso de apelação, não se configurando reformatio in pejus.
Não cabimento de MS para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal.
Em matéria penal, o prazo para a oposição dos embargos de declaração é de 2 dias, de acordo
com o art. 619 do CPP.
O prazo de agravo regimental no STJ é de 5 dias corridos.
Cabe sustentação oral no agravo regimental interposto contra a decisão monocrática do
Ministro do STF que negou seguimento ao habeas corpus?
1ª Turma do STF: NÃO.
É incabível sustentação oral em agravo regimental interposto contra decisão monocrática que nega
seguimento a habeas corpus. O art. 131, § 2º do Regimento Interno do STF veda expressamente a
possibilidade de sustentação oral em agravo interno e o art. 937, § 3º do CPC/2015 a admite
unicamente em ação rescisória, reclamação e mandado de segurança. (Info 959).
2ª Turma do STF: SIM.
Cabe sustentação oral no agravo regimental interposto contra a decisão monocrática do Ministro do
STF que negou seguimento ao habeas corpus.
Fundamento: aplicação, por analogia, da regra do § 3º do art. 937 do CPC/2015. (Info 937).
Súmula 709 STF – salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o
recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
Súmula 705 STF – a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do
defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.
Súmula 707 STF – constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor
dativo.
A suspensão dos processos em virtude de reconhecimento de repercussão geral (§ 5º do art.
1.035 do CPC) pode ser aplicada para processos criminais.
- a suspensão não é uma consequência automática e necessária do reconhecimento da repercussão
geral. Em outras palavras, ela não acontece sempre. O Ministro Relator do RE paradigma tem
discricionariedade para determiná-la ou modulá-la;
- a possibilidade de sobrestamento se aplica aos processos de natureza penal. Isso significa que,
reconhecida a repercussão geral em um RE que trata sobre matéria penal, o Ministro Relator poderá
determinar o sobrestamento de todos os processos criminais pendentes que versem sobre a
matéria;
- se for determinado o sobrestamento de processos penais, haverá, automaticamente, a suspensão da
prescrição da pretensão punitiva relativa aos crimes que forem objeto das ações penais
sobrestadas. Isso com base em uma interpretação conforme a Constituição do art. 116, I, do CP.
- em nenhuma hipótese, o sobrestamento de processos penais determinado com fundamento no art.
1.035, § 5 do CPC, abrangerá inquéritos policiais ou procedimentos investigatórios conduzidos
pelo MP.
- em nenhuma hipótese, o sobrestamento de processos penais determinado com fundamento no art.
1.035, § 5º, do CPC abrangerá ações penais em que haja réu preso provisoriamente;
- em qualquer caso de sobrestamento de ação penal determinado com fundamento no art. 1.035, § 5º,
do CPC, poderá o juízo de piso, no curso da suspensão, proceder, conforme a necessidade, à produção
de provas de natureza urgente.
O art. 580 do CPP não se aplica: ao réu que estiver requerendo a extensão da decisão não
participar da mesma relação jurídico-processual daquele que foi beneficiado. O requerente será, neste
caso, parte ilegítima; - se invoca extensão da decisão para outros processos que não foram examinados
pelo órgão julgador. Isso porque, neste caso, o que o requerente está pretendendo é obter a
transcendência dos motivos determinantes para outro processo, o que não é admitido pela
jurisprudência do STF.
Não cabe recurso adesivo no processo penal.
A revisão da dosimetria da pena em recurso especial é admissível apenas diante da ilegalidade
flagrante. Em regra, não cabe Resp. a revisão da dosimetria da pena estabelecida pelas instâncias
ordinárias. EXCEÇÃO: o STJ admite a mudança da pena no Resp. em casos excepcionais quando
ficar constatada ilegalidade flagrante, ou seja, quando houver manifesta violação dos critérios dos art.
59 e 68, do CP.
Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por órgão colegiado presidido
por desembargador, sendo os demais integrantes juízes convocados.
Recursos flagrantemente incabíveis não podem ser computados no prazo da prescrição da
pretensão punitiva, sob pena de se premiar o réu com a impunidade, pois a procrastinação indefinida
de recursos contribui para a prescrição.
Não caracteriza reformatio in pejus a decisão de Tribunal de Justiça que, ao julgar recurso de
apelação exclusivo da defesa, mantém a reprimenda aplicada pelo magistrado de primeiro grau, porém,
com fundamentos diversos daqueles adotados na sentença.
A divergência estabelecida na fixação da dosimetria da pena não enseja o cabimento de
embargos infringentes no STF.
No caso de recurso interposto por fax, a apresentação dos originais deve ocorrer em até 5
(cinco) dias, conforme determina o art. 2º da Lei n.º 9.800/99, cujo prazo é contínuo, iniciando no dia
imediatamente subsequente ao termo final do prazo recursal, ainda que não haja expediente forense.
A ausência de interposição de recurso pelo defensor, por si só, não é suficiente para comprovar
eventual prejuízo sofrido pelo réu com consequente nulidade processual. Assim, a ausência da
interposição de recurso cabível pelo advogado do réu, ainda que este seja assistido por defensor
público ou dativo, não constitui falta de defesa, uma vez que, no art. 574, caput, do CPP, é adotado o
princípio da voluntariedade dos recursos.
É nulo o julgamento de apelação no qual não foram apresentadas as razões do recurso. No caso,
a defesa apelou e pediu para que as razões fossem juntadas apenas em 2ª instância (art. 600, § 4º do
CPP), tendo, contudo, o advogado deixado de apresentá-las. O Tribunal julgou o recurso mesmo sem
as razões, incidindo, portanto, em nulidade.
Nesse caso, deveria o Tribunal ter intimado pessoalmente o réu para constituir novo defensor em
determinado prazo e, caso o recorrente se mantivesse inerte, deveria ser-lhe nomeado um defensor
público ou dativo para oferecer as razões do recurso de apelação
- Se as razões de apelação forem apresentadas fora do prazo legal, o recurso deverá ser considerado
intempestivo?
NÃO. A jurisprudência do STJ firmou entendimento no sentido de que a apresentação das razões de
apelação fora do prazo legal constitui mera irregularidade, não caracterizando a intempestividade do
recurso.
É cabível RESE contra decisão que revoga medida cautelar diversa da prisão. As
hipóteses de cabimento do RESE são exaustivas, não admitem interpretação extensiva e não admitem
interpretação analógica. Entretanto, cabe interpretação extensiva do art. 581, v, CPP, pois revogar
prisão preventiva é similar ato de revogar medida cautelar diversa da prisão.
É possível que o STF, reconhecendo que há uma demora muito grande determine ao STJ que
julgue o recurso pendente.
Se o Presidente do Tribunal de origem nega seguimento ao RE ou Resp. (em matéria criminal)
e a parte deseja interpor agravo contra esta decisão, ela terá o prazo de 15 dias CORRIDOS (não são
dias úteis).
Não há previsão legal de contrarrazões ao recurso ordinário em HC , sendo dispensada a
intimação do MPE para apresentar resposta ao recurso da defesa. A participação do MP no recurso é
suprida pela manifestação do subprocurador-geral da república que oferece parecer.
A matéria suscitada em apelação criminal interposta pelo MP deve ser apreciada quando,
embora não tenha sido especificada na petição de interposição, fora explicitamente delimitada e
debatida nas razões recursais.
Manutenção do regime inicial fixado, mas com fundamentação diversa. O Tribunal, na análise
de apelação exclusiva da defesa, não está impedido de manter a sentença condenatória recorrida com
base em fundamentação distinta da utilizada em primeira instancia, desde que respeitados a imputação
deduzida pelo órgão de acusação, a extensão cognitiva da sentença impugnada e os limites da pena
imposta no juízo de origem. Isso não viola o princípio do non reformatio in pejus.
Princípio da fungibilidade: apelação interposta contra decisão que julga inepta a denúncia
pode ser recebida como RESE. Pode ser conhecida como RESE a apelação erroneamente interposta
contra decisão que julga inepta a denúncia, com a condição de que, constatada a ausência de má-fé,
tenha sido observado o prazo legal para a interposição daquele recurso e desde que o erro não tenha
gerado prejuízo à pare recorrida no que tange ao processamento do recurso.
Impossibilidade de deserção de recurso em ação penal pública por falta de pagamento de
cópias. Julgar deserto em recurso em ação penal pública, por falta de pagamento de fotocópias,
significa um rigor formal excessivo, por impossibilitar o exercício da ampla defesa.
No julgamento de apelação interposta pelo MP contra sentença de absolvição sumária, o
Tribunal não poderá analisar o mérito da ação penal para condenar o réu. Isso viola os princípios do
juiz natural, do devido processo legal, da ampla defesa e do duplo grau de jurisdição. Neste caso,
entendendo que não era hipótese de absolvição sumária, o Tribunal deverá dar provimento ao recurso
para determinar o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau, a fim de que o processo prossiga
normalmente, com a realização da instrução e demais atos processuais, até a prolação de nova sentença
pelo magistrado.
No âmbito de recurso exclusivo da defesa, o Tribunal não pode agravar a reprimenda imposta
ao condenado, ainda que reconheça equívoco aritmético ocorrido no somatório das penas aplicadas.
Configura inegável reformatio in pejus a correção de erro material no julgamento da apelação — ainda
que para sanar evidente equívoco ocorrido na sentença condenatória — que importa em aumento das
penas, sem que tenha havido recurso do Ministério Público nesse sentido.
Assim, se o juiz cometeu um erro na sentença ao somar as penas, mas o Ministério Público não
recorreu contra isso, não é possível que o Tribunal corrija de ofício em prejuízo do réu.
Embora na esfera penal não seja viável a fixação de multa por litigância de má-fé, é
perfeitamente possível o reconhecimento do abuso de direito da parte, em razão da superveniência de
inúmeros recursos contestando o não conhecimento do agravo em recurso especial, com nítido caráter
protelatório e intuito de impedir o trânsito em julgado da condenação. Ex: a superveniência de
inúmeros recursos contestando a negativa de seguimento ao habeas corpus, sem que traga tese apta à
reversão dos julgados proferidos, revela nítido caráter protelatório. Trata-se de abuso de direito em
razão da violação dos deveres de lealdade processual e comportamento ético no processo, além do
desvirtuamento do próprio postulado da ampla defesa.
Situação de reformatio in pejus mesmo tendo havido redução da pena final.
João foi condenado em 1ª instância a uma pena de 2 anos pela prática do crime de furto qualificado
pela escalada (art. 155, § 4º, II, do CP). O Ministério Público não recorreu, transitando em julgado a
sentença para a acusação. A defesa do réu interpôs apelação. O Tribunal de Justiça entendeu que não
estavam presentes os requisitos necessários para a configuração da qualificadora da escalada (art. 155,
§ 4º, II) e, por isso, a retirou, transformando em furto simples. Até aí, tudo bem. Esse era um dos
pedidos do recurso. Ocorre que os Desembargadores foram além e decidiram reconhecer a presença da
causa de aumento prevista no § 1º do art. 155 do CP, em virtude de estar provado nos autos que o furto
ocorreu durante o repouso noturno. Assim, o TJ afastou a condenação pelo art. 155, § 4º, II, do CP e
condenou o réu pelo art. 155, § 1º, do CP. Com base nessa nova capitulação, o TJ fixou a pena do réu
em 1 ano e 4 meses. Agiu corretamente o TJ? NÃO. O STF entendeu que a decisão do TJ violou o
princípio do non reformatio in pejus, devendo ser refeita a dosimetria. O TJ acrescentou uma causa de
aumento de pena (art. 155, § 1º) que não havia sido reconhecida na sentença em 1ª instância. Como o
recurso era exclusivo da defesa, o TJ não poderia ter inserido na condenação uma circunstância
contrária ao réu e que não estava presente anteriormente. Assim, mesmo aparentemente a decisão do
TJ tendo sido benéfica ao réu (por ter reduzido a pena), na verdade, houve, na parte referente à causa
de aumento, uma reforma para pior.
O prazo do agravo interno contra decisão monocrática do Ministro Relator em matéria criminal
no STF e STJ continua sendo de 5 dias corridos.
É de 5 dias (art. 536 do CPC/1973) — e não de 2 dias (art. 619 do CPP) — o prazo para a
oposição, por quem não seja parte na relação processual penal, de embargos de declaração contra
acórdão que julgou agravo de instrumento manejado em face de decisão, proferida por juízo criminal,
que determinara, com base no art. 3º do CPP, o pagamento de multa diária prevista no CPC/1973 em
razão de atraso no cumprimento de ordem judicial de fornecimento de informações decorrentes de
quebra de sigilo no âmbito de inquérito policial.
É possível que o Tribunal, no julgamento de um recurso contra a sentença, faça emendatio
libelli. No entanto, se o recurso era exclusivo da defesa, o Tribunal não pode causar uma piora na
situação do réu, já que isso significa reformatio in pejus.
No caso concreto, a pena imposta permaneceu a mesma. No entanto, mesmo assim houve um
agravamento na situação do réu. Isso porque uma condenação por crime contra a Administração
Pública (peculato) é mais grave e traz maiores efeitos deletérios do que uma condenação por crime
contra o patrimônio (furto). Segundo o art. 33, § 4º, do CP, os condenados pela prática de crime contra
a Administração Pública somente podem obter a progressão de regime se efetuarem previamente a
reparação do dano causado ou a devolução do produto do ilícito praticado.
Na espécie, apesar de ter sido aplicado o regime inicial aberto ao condenado, não se pode descartar
que, durante a execução da reprimenda, ele poderá eventualmente sofrer a regressão de regime e, nesse
caso, seria prejudicado.
Desse modo, a análise da ocorrência ou não de reformatio in pejus não pode ficar restrita ao quantum
da pena aplicada, devendo ser analisados os outros efeitos da condenação.
Se, em decisão transitada em julgado, decide-se pela improcedência de embargos de terceiro
opostos contra apreensão de veículo automotor — em razão de não ter sido comprovada a propriedade,
a posse ou a origem lícita dos recursos utilizados na aquisição do automóvel — o autor dos referidos
embargos, na condição de terceiro prejudicado, não tem interesse de recorrer contra parte da sentença
condenatória que, ao final da ação penal, decretou o perdimento do bem em favor da União. Isso
porque há identidade de demandas entre os embargos de terceiro que se dirigiram contra a apreensão
do veículo e a apelação interposta contra a decretação de perdimento do automóvel em favor da União.
Isto é, há identidade de partes e de pedidos (devolução do bem), bem como em relação à causa de pedir
(a suposta propriedade do automóvel). Desse modo, constatado o trânsito em julgado da decisão que
julga improcedente os embargos de terceiro, observa-se a ocorrência de coisa julgada que retira o
interesse do autor dos embargos de recorrer, na condição de terceiro prejudicado, contra a parte da
sentença condenatória que, ao final da ação penal, decretou o perdimento do veículo.
Em julgamento ocorrido no STF, havendo empate quanto à decisão de condenar ou absolver o
acusado, deverá prevalecer o entendimento mais favorável ao réu.
O STF admitiu que as partes (MP e defesa) tivessem prazo em dobro para recorrer (embargos
de declaração) no caso do “Mensalão”, utilizando como argumento o fato de que havia, no caso, um
litisconsórcio passivo (vários réus), com advogados diferentes, devendo, portanto, ser aplicada, por
analogia, a regra prevista no art. 191 do CPC/1973 (art. 229 do CPC/2015).
Se, em decisão transitada em julgado, decide-se pela improcedência de embargos de terceiro
opostos contra apreensão de veículo automotor — em razão de não ter sido comprovada a propriedade,
a posse ou a origem lícita dos recursos utilizados na aquisição do automóvel — o autor dos referidos
embargos, na condição de terceiro prejudicado, não tem interesse de recorrer contra parte da sentença
condenatória que, ao final da ação penal, decretou o perdimento do bem em favor da União. Isso
porque há identidade de demandas entre os embargos de terceiro que se dirigiram contra a apreensão
do veículo e a apelação interposta contra a decretação de perdimento do automóvel em favor da União.
Isto é, há identidade de partes e de pedidos (devolução do bem), bem como em relação à causa de pedir
(a suposta propriedade do automóvel). Desse modo, constatado o trânsito em julgado da decisão que
julga improcedente os embargos de terceiro, observa-se a ocorrência de coisa julgada que retira o
interesse do autor dos embargos de recorrer, na condição de terceiro prejudicado, contra a parte da
sentença condenatória que, ao final da ação penal, decretou o perdimento do veículo.
Se o juiz rejeita a denúncia, o MP poderá interpor RESE, que é um recurso que não tem, em
regra, efeito suspensivo. Não é possível que o MP interponha MS pedindo que seja concedida liminar
no writ para se atribuir efeito suspensivo ativo a RESE, sobretudo sem a prévia oitiva do réu. A
jurisprudência do STJ é firme no sentido de que não cabe mandado de segurança para conferir efeito
suspensivo a determinado recurso que não o possui. (Info 547).
Nesse sentido, após esse julgado, foi editada a seguinte súmula do STJ:
Súmula 604-STJ: O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso
criminal interposto pelo Ministério Público. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 28/2/2018, DJe 5/3/2018.
São cabíveis embargos infringentes contra decisão do STF que tiver condenado o réu em
processo de competência originária daquela Corte, desde que tenha havido, no mínimo, quatro votos
divergentes. Os embargos infringentes do STF estão previstos no art. 331, I, do RISTF, que foi
recepcionado pela CF/88 com força de lei ordinária e não foi revogado pela Lei nº 8.038/90. STF.
(Info 720).

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