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RECURSOS

CONCEITO – recurso é o meio de impugnação de uma decisão, visando a sua


anulação ou reforma. Decorre do princípio do duplo grau de jurisdição.

Duplo grau de jurisdição


Conceito: Deve ser entendido como a possibilidade de reexame integral da decisão
do juízo a quo a ser confiado a órgão jurisdicional diverso do que a proferiu e de
hierarquia superior na ordem judiciária. Tanto questões de fato, de direito e de
matéria probatória.

PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL


Quando um tribunal /juiz de 1ª instancia vai julgar um recurso vai fazer duas
análises, dois juízos em momentos distintos.

Juízo de admissibilidade do recurso/ juízo de prelibação


Num primeiro momento analisará se vai ou não apreciar o recurso, se presentes ou
não os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade recursal. Essa análise
é feita tanto pelo juízo a quo, quanto pelo juízo ad quem. Quem vai decidir ao final
é este último. A consequência da presença dos pressupostos de admissibilidade é o
conhecimento do recurso. A partir do momento em que o recurso é conhecido pelo
tribunal, o julgamento substituirá a decisão recorrida no ponto que tiver sido
objeto de impugnação, independentemente do provimento ou não recurso (efeito
substitutivo). Art.512 do CPC: o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a
sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso.

PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL


Cabimento
A decisão impugnada deve estar sujeita a recurso previsto em lei.

Adequação
O recorrente deve utilizar a impugnação correta para questionar a decisão.
Essa adequação acaba sofrendo uma mitigação pelo princípio da fungibilidade,
que consiste na possibilidade de um recurso não adequado ser conhecido como se
fosse o instrumento correto, desde que não haja má-fé por parte do recorrente
(art.579 do CPP).

Tempestividade
O recurso deve se interposto no prazo correto, sob pena de preclusão temporal.
No processo penal primeiro interpõe a petição do termo de interposição e depois
junta às razões recursais, mas pode ser feito tudo de uma única vez.
Ex.: art.600 do CPP – apelação, a interposição são 5 dias e as razões poderão ser
apresentadas em 8 dias.
A tempestividade deve ser aferida em virtude da data da interposição do recurso,
sendo que a apresentação de razões recursais fora do prazo é tida pela
jurisprudência como mera irregularidade.
PRAZOS RECURSAIS
48 horas – Carta Testemunhável
Só pode contar esse prazo em horas se no mandado de intimação tiver a certificação da
hora da intimação. Se não consta, o prazo será contado em 2 dias.

2 dias –Embargos de declaração na 1ª (art.382 do CPP)e na 2ª instância.

5 dias – apelação, Rese, Protesto por Novo Júri*, Agravos (Súmula 700 do STF: é de 5 dias
o prazo par a interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal), Correição
Parcial (conhecida também como Reclamação: prevista nos regimentos internos dos
tribunais, serve para corrigir error in procedendo do magistrado que cause tumulto no
processo, e desde que não haja recurso legal cabível contra tal decisão), Embargos de
declaração nos Juizados e Recurso Ordinário para o STF/STJ (ROC – lei 8.038/90 no
art.30).

10 dias – Embargos Infringentes e de Nulidade

15 dias – RE e REsp.

20 dias –REse contra lista dos jurados

Inexistência de fato extintivo do direito de recorrer


O fato extintivo na verdade vai acontecer durante a tramitação do recurso.
O recurso estava tramitando e um fato surge e produzirá a extinção do recurso, é
chamada de extinção anômala do recurso.

Hipóteses de extinção anômala:


1 Desistência do recurso - durante o trâmite do recurso.
Pode desistir o acusado, o defensor. O MP de acordo com o art.576 do CPP não
pode desistir.
2- Deserção
Deserção por falta de preparo
Pagamento das custas processuais. Art.806, §2º: a falta de pagamento das custas,
nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz, importará a renúncia a diligencia
ou deserção do recurso interposto.
Essa deserção, somente se aplica ao recurso do querelante nas ações penais
exclusivamente privadas, e desde que o mesmo não seja beneficiário da justiça
gratuita.

PRESSUPOSTOS RECURSAI DE NATUREZA SUBJETIVA


Legitimidade recursal
Art.577 do CPP: o recurso poderá ser interposto pelo MP, querelante, ou pelo réu......
Podem recorrer: MP; querelante; acusado; defensor; assistente da acusação.

Interesse recursal
Para que se possa recorrer, deve ser demonstrado interesse recursal, o qual está
relacionado à sucumbência, que é uma situação de desvantagem jurídica oriunda
da emergente decisão recorrida.
EFEITOS DOS RECURSOS
Efeito substitutivo
Caso o recurso seja conhecido, a decisão proferida pelo tribunal tem o condão de
substituir a decisão recorrida naquilo que tiver sido objeto de impugnação, ainda
que seja negado provimento ao recurso.
Quando o recurso é conhecido, a decisão do tribunal substitui a decisão recorrida,
no que tiver sido objeto de recurso, conforme art.512 do CPP.
É importante para saber em qual juízo será impugnada a revisão criminal.

Efeito devolutivo
Consiste na devolução da matéria impugnada para reexame ao juízo ad quem, para
que confirme, reforme, integre ou invalide a decisão recorrida ( tantum devolutum
quantum apelatum).

Esse efeito devolutivo é mitigado pelo princípio da reformatio in mellius: em favor


do acusado é possível que o tribunal aprecie questões que sequer foram
impugnadas em eventual recurso da acusação ou da defesa.
O efeito devolutivo está presente em todo e qualquer recurso.

Efeito suspensivo
O efeito suspensivo consiste no impedimento da eficácia da decisão recorrida
diante da interposição do recurso. Mas o certo é dizer que a suspensividade do
recurso tem início com a publicação da decisão, porque quando uma decisão é
publicada e ainda estamos dentro do prazo recursal, o efeito suspensivo já está
produzindo efeitos, independentemente da interposição do recurso. Caso o recurso
seja interposto, os efeitos da decisão ficarão sobrestados até a decisão final.

*Apelação contra sentença condenatória tem efeito suspensivo, enquanto que a


apelação contra sentença absolutória não é dotada de efeito suspensivo.

Efeito regressivo/ iterativo/ diferido


Consiste na devolução da matéria impugnada ao mesmo órgão jurisdicional que
prolatou a decisão recorrida em casos que há juízo de retratação: REse, agravo em
execução.
O art.589 do CPP diz que o REse tem juízo de retratação e o juiz pode em 2 dias
reformar ou manter o despacho que mandará instruir o recurso com os traslados
necessários.

Efeito extensivo
Quando a decisão do tribunal estiver fundamentada em motivos de natureza
objetiva, seus efeitos serão extensivos aos demais acusados, mesmo que estes não
tenham recorrido (art.580 do CPP).

PRINCÍPIOS
Princípio da voluntariedade
A parte recorre se quiser.
Aplica-se mesmo ao MP e a defensores públicos e dativos.
Há exceção desse princípio nas hipóteses de recurso de ofício/ reexame necessário/
duplo grau obrigatório.

Princípio da unirrecorribilidade
Se cabível recurso contra determinada decisão, será cabível apenas um recurso.

Princípio da non reformatio in pejus


Em um recurso exclusivo da defesa a situação do acusado não poderá ser agravada
pelo tribunal, nem mesmo em se tratando de um erro material.
É vantajoso ao acusado e advogado recorrer, por essa razão.
O tribunal não pode prejudicar o acusado.

O art.617 do CPP traz esse princípio: No julgamento das apelações poderá o tribunal,
câmara ou turma proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas
ou determinar outras diligências.
No art.626, parágrafo único é usado também na revisão criminal:Julgando procedente a
revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar
a pena ou anular o processo.
De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.

Non reformatio in pejus indireta: em um recurso exclusivo da defesa, caso o


tribunal anule a decisão recorrida, a situação do acusado não poderá ser agravada
pelo juízo a quo por ocasião da nova decisão a ser proferida. Quem não pode
agravar é o juiz de 1ª instância.

RECURSOS EM ESPÉCIE

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581 CPP)

As decisões interlocutórias no processo penal em regra, são irrecorríveis, salvo se


porventura listadas no rol do art.581 do CPP.
O recurso em sentido estrito possibilita ao próprio juiz recorrido uma nova
apreciação da questão antes da remessa dos autos à segunda instância - o que se
denomina juízo de retratação. Se ele o fizer a parte contrária, por simples petição,
poderá recorrer da nova decisão, se for recorrível, não podendo mais o juiz
modificá-la.
O prazo para sua interposição é de 05 (cinco) dias. As razões devem ser
apresentadas em 02 dias e no mesmo prazo as contrarrazões (art. 588 do CPP). Na
hipótese que impugna a lista geral dos jurados, o prazo é de 20 dias e o recurso
deve ser endereçado ao Presidente do Tribunal de Justiça.

1. Rol taxativo do art.581 do CPP - Para parte da doutrina o art. 581 do CPP traz um
rol taxativo (posição tradicional da doutrina). Para uma doutrina mais moderna, é
perfeitamente possível a interpretação extensiva do rol do art.581 do CPP quando ficar
clara a intenção da lei de também abranger aquela hipótese;
APELAÇÃO (art. 593 CPP)

É o recurso interposto das sentenças definitivas de condenação ou absolvição e das


decisões definitivas ou com força de definitiva, quando não caiba recurso em
sentido estrito.
Art. 593, III CPP – caberá apelação das decisões proferidas pelo tribunal do Júri
quando:
- ocorrer nulidade posterior a pronuncia;
- a sentença do juiz presidente for contrária à lei expressa ou à decisão dos
jurados;
- houver erro ou injustiça na aplicação da pena;
- decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos.

Reforma: a Lei nº 11.689/08 extinguiu a possibilidade de recurso em sentido estrito


para impronúncia e absolvição sumária. Nesses casos, cabe apelação.

O prazo para a interposição da apelação é de 05 (cinco) dias e para apresentação


das razões é de 8 (oito) dias, o mesmo para as contrarrazões. Na lei 9099/95, o
prazo é de 10 (dez) dias, com razões já inclusas.

Materialização do duplo grau de jurisdição


Pode ser devolvida ao tribunal tanto matéria de fato quanto de direito.

2. Hipóteses de cabimento (art. 593)


 sentença condenatória ou absolutória proferida por juiz singular;

 decisões definitivas ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular,


desde que não seja cabível REse;
Decisões definitivas são aquelas que extinguem o processo sem julgamento do mérito,
bem como aquelas que resolvem o procedimento incidental de maneira definitiva.

 decisões proferidas pelo Júri.

3. Procedimento da apelação
A interposição da apelação deverá se dar em 5 dias e depois apresentar as razões
em mais 8 dias.
A petição de razões apresentada fora do prazo será mera irregularidade, o que
importa é a interposição.
Nos Juizados a interposição deverá ser apresentada com as razões em 10 dias, não
há fracionamento.

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE


(art. 609, parágrafo único do CPP)
São recursos distintos. Embargos Infringentes: discutem questões relacionadas ao
mérito da causa; Embargos de Nulidade: quando discutir determinados vícios
processuais.
São recursos cabíveis quando não for unânime decisão de segunda instância
prejudicial ao acusado, no julgamento de recurso em sentido estrito e de apelação (
e agravo em execução, para alguns). Trata-se portanto de recurso exclusivo da
defesa
Diferenciam-se os recursos apenas pela matéria neles veiculada. Os infringentes
versam sobre matéria de mérito, e os de nulidade, sobre questão processual, ou
como o próprio nome diz, nulidades. Só pode ser matéria de discussão dos
embargos a matéria divergente, desfavorável ao acusado.
O prazo para oposição é de 10 dias.

Pressupostos:
 decisão proferida por tribunal;
Não cabe contra uma decisão de juiz de 1ª instância.
A doutrina inclui no tribunal as Turmas Recursais.

 Decisão não unânime;


O voto vencido funciona como o limite dos embargos.

Se houver divergência entre os 3 votos, prevalecerá o voto intermediário.

 Só serão cabíveis embargos, em decisão não unânime no julgamento de


apelação, REse e, para alguns doutrinadores, agravo em execução;
 A decisão deve ser desfavorável ao acusado.

Procedimento
Os embargos deverão ser apresentados por meio de petição escrita (já acompanhada das
razões) no prazo de 10 dias, nunca por termo.

Competência para julgamento dos embargos


Quem julga os embargos infringentes e de nulidade?
Depende do regimento interno do tribunal. Há dois hipóteses:
1ª: os embargos serão julgados pela mesma Câmara ou Turma, porém, em sua
composição plena (5 desembargadores). Neste caso, os embargos serão dotados de juízo
de retratação. Adotado por SP.

2ª: os embargos serão julgados por uma Câmara ou Turma distinta, ou seja, não haverá
juízo de retratação (RJ).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (arts. 382 e 619 CPP)


Recurso que é cabível contra toda e qualquer decisão obscura, contraditória, dúvida.

È o recurso endereçado ao próprio prolator da decisão, seja juiz ou tribunal, a fim


de declarar isto, esclarecer ou complementar a decisão que contenha obscuridade,
ambigüidade, contradição ou omissão. No CPP o prazo para interposição é de 02
dias , tendo como efeito a interrupção do prazo dos demais recursos. Já na lei
9099/95, o prazo é de 05 dias , tendo como efeito a suspensão do prazo dos demais
recursos.
Previsão nos art.382 do CPP: Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias,
pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade,
ambiguidade, contradição ou omissão.; art.619 do CPP: Aos acórdãos proferidos pelos
Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de
declaração, no prazo de 2 (dois) dias contado da sua publicação, quando houver na
sentença ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Na Lei dos Juizados são previstos no art.83: Caberão embargos de declaração quando, em
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

CPP JECRIM
Prazo de 2 dias. Prazo de 5 dias.
Interrupção do prazo para outro recurso. Suspensão dos demais prazos recursais (Opostos
contra sentença).
Em caso de: obscuridade, ambiguidade, Em caso de: obscuridade, contradição, omissão e
contradição ou omissão. dúvida
Somente por escrito. Pode ser por escrito ou oral.

Embargos de declaração com fim de prequestionamento


De modo a preencher os requisitos de admissibilidade dos RE, é plenamente possível a
oposição de embargos declaratórios com fim de prequestionamento, os quais não têm
caráter protelatório.

Súmula 356 do STF:O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o
requisito do prequestionamento.

Súmula 98 do STJ:Embargos de declaração manifestados com notório propósito de


prequestionamento não têm caráter protelatório.

CARTA TESTEMUNHÁVEL(art. 639 CPP)

Recurso cabível da decisão que não recebe ou nega seguimento ao recurso em


sentido estrito (e, para alguns, do agravo em execução). Deve ser requerida, no
prazo de 48 hs ao escrivão diretor do Cartório judicial, com indicação das peças
que formarão o instrumento. O escrivão dará recibo da petição à parte e, no prazo
máximo de 05 dias, fará entrega da carta. O escrivão que se negar a dar o recibo
ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto será suspenso por trinta dias. As
razões e contrarrazões devem ser apresentadas no prazo de 2 dias. Também conta
com o juízo de retratação por parte do magistrado. Na instância superior, o
recurso seguirá o rito do recurso denegado. O tribunal mandará processar o
recurso, ou se a carta estiver suficientemente instruída, julgará diretamente o
recurso. A carta testemunhável não tem efeito suspensivo. A falta de razões na
carta não impede seu conhecimento. Testemunhante é o recorrente;testemunhado
é o juiz que denega o recurso.

AGRAVO EM EXECUÇÃO (ART. 197 DA Lei nº. 7.210/84)


É recurso cabível de todas as decisões proferidas pelo Juízo das Execuções
Criminais, tais como unificação de penas, progressão de regime, saída temporária,
livramento condicional, entre outras. Por falta de previsão legal, segue o mesmo
procedimento do recurso em sentido estrito, incluindo o prazo de 5 dias para a
interposição e 2 dias para a apresentação de razões e contrarrazões, admitindo-se
também, o juízo de retratação.

REVISÃO CRIMINAL (ART. 621 CPP)

Ação penal de caráter rescisório dirigida contra sentença condenatória transitada


em julgado. È admitida nas seguintes hipóteses:
a- Sentença contra texto expresso de lei ou contra a evidência dos autos.
b- Sentença fundada em provas falsas.
c- Quando surgirem novas provas de inocência do condenado ou de
circunstância que autorize a redução da pena.

Tem legitimidade para figurar no pólo ativo o próprio sentenciado ou procurador


habilitado. Se for ele falecido, poderão ingressar o cônjuge, ascendente,
descendente, ou irmão (CADI). Nota-se, então, que não há prazo para a
propositura da revisão criminal, podendo ocorrer o ingresso até mesmo depois da
morte do sentenciado, bem como antes da extinção da pena ou após. A revisão
sempre será interposta perante o tribunal prolator da decisão, sendo o tribunal de
segunda instância o competente, quando se impugna decisão de primeiro grau.
Acolhido o pedido revisional, o tribunal poderá absolver o sentenciado, reduzir sua
pena ou declarar a nulidade do processo (art. 626 CPP).

HABEAS CORPUS (ART. 5º, LXVIII CF E ART. 647 CPP)

É ação de impugnação, destinada a fazer cessar coação ou ameaça de coação a


direito de locomoção da pessoa, por ilegalidade ou abuso de poder (ou seja
constrangimento ilegal).
O CPP em seu art. 648 traz enumeração do que se entende por constrangimento
ilegal:
a- Quando houver falta de justa causa (para ação, prisão ou investigação).
b- Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei.
c- Quando quem ordena a coação não tiver competência para fazê-lo.
d- Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação.
e- Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei
autoriza.
f- Quando o processo for manifestamente nulo
g- Quando estiver extinta a punibilidade.

A ordem será impetrada sempre perante o órgão judiciário imediatamente


superior à instância da autoridade coatora que poderá requisitar as informações
desta. Não há prazo estabelecido para a impetração de Habeas Corpus.

MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA CRIMINAL

Ação de natureza constitucional , de rito sumaríssimo e fundamento constitucional,


destinada a proteger direito líquido e certo não amparado por Habeas Corpus ou
Habeas Data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público (Art. 5º, LXIX CF). Só pode concedido diante de direito líquido e
certo, isto é, direito apto a ser comprovado de plano, mediante prova documental.
Ilegalidade – é a desconformidade de atuação ou omissão do agente público ou
delegado, em relação à lei. Abuso de poder – ocorre quando a autoridade tem
competência para praticar o ato, realiza-o com finalidade diversa daquela prevista
em lei (desvio de poder) ou quando a autoridade, embora competente e observando
as formalidades legais, ultrapassa os limites que lhe eram permitidos por lei
(excesso de poder). Impetrado tanto contra autoridade civil como criminal.

PROTESTO POR NOVO JÚRI

Consiste no pedido de realização de novo Júri, sempre que, em razão de um único


crime, tivesse sido imposta pena de reclusão igual ou superior a vintes anos.
Foi abolido pela Lei 11.689/2008.
A norma do Art. 607 CPP é de natureza penal e (mais benéfica) aplicando-se aos
réus condenados 20 ou mais anos de reclusão, por delitos de competência do júri,
cometidos antes da vigência da lei 11.689/08, mais gravosa e irretroativa (novatio
legis in pejus; parágrafo único do art. 2º CP).
Por essa orientação réus processados pelo rito do Júri, cometidos antes da lei
11.689/08, se condenados, na vigência da nova regra extintiva, na quantidade
fixada pela norma, terão direito a um segundo julgamento.
O Art. 4º da Lei 11.689/08 contem norma processual penal, por isso de aplicação
imediata, de maneira que réus processados pelo Tribunal do Júri, cometido antes
da Lei 11.689/08, se condenados a 20 ou mais anos de reclusão, ainda que na
vigência da nova regra extintiva, não terão direito a um segundo julgamento.
HÁ DISCUSSÃO.

CORREIÇÃO PARCIAL

Correição parcial é uma providência administrativo-judiciária contra


despacho do juiz que importe em inversão tumultuária do processo, sempre que
não houver recurso específico previsto em lei. Criado pelo Decreto-Lei Estadual nº.
14.234 de 16 outubro de 1944. A lei Estadual nº. 8.040 de 13 de dezembro de 1963,
estabeleceu ser de cinco dias o prazo para sua interposição e que seu
processamento seria o mesmo do agravo de instrumento. O decreto Lei
Complementar nº. 3 de 27 de agosto de 1969 Código Judiciário do Estado de São
Paulo, no seu art. 94 – ouvido sempre o Ministério Público. Na esfera Federal
encontra previsão na Lei 5.010 de 30 de maio de 1966. Tem legitimidade para
interpor o réu, o MP, o querelante e o assistente de acusação. Esse recurso objetiva
corrigir o erro cometido pelo juiz em ato processual, que provoque inversão
tumultuária no processo (error in procedendo). Não é adequada a correição
quando se pretende impugnar error in judicando, ou seja, quando seu objeto versar
sobre decisão que envolve matéria de mérito. De acordo com as novas regras da
Lei 9.139 de 30 de novembro de 1995: o prazo de interposição será de 10 dias, de
acordo com o art. 522 CPC, a contar da ciência do despacho impugnado; a petição
será dirigida diretamente ao tribunal competente, contendo a exposição do fato e
do direito e as razões do pedido da reforma da decisão; deverão integrar o
instrumento cópia da decisão recorrida, da decisão da respectiva intimação e
outras peças que o corrigente entender úteis; recebida e distribuída a correição, o
relator poderá requisitar informações do juiz, que as prestará no prazo de 10 dias,
podendo ser atribuído efeito suspensivo ao recurso; o corrigido será intimado para
apresentar as suas contrarrazões em 10 dias; em seguida manifesta-se o MP, salvo
quando este for o próprio corrigente, e os autos irão para julgamento, a menos que
o juiz comunique que reformou a decisão. (a correição em regra não terá efeito
suspensivo. Corrigente é o recorrente; corrigido é o recorrido.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

É o recurso destinado a devolver ao Supremo Tribunal Federal a


competência para conhecer e julgar questão federal de natureza constitucional,
suscitada e decidida em qualquer tribunal do país, ou seja, é aquele interposto
perante o STF das decisões judiciais em que não mais caiba recurso ordinário.
Tem como finalidade, antes de constituir um instrumento voltado à correção de
equívocos ocorridos nos julgamentos das causas judiciais pelos órgãos da instância
inferior, é conferir aplicação uniforme ao direito constitucional, a fim de garantir a
autoridade e a unidade da Constituição Federal em todo território brasileiro, haja
vista ser ela o fundamento e a condição de validade de todo o ordenamento
nacional. Condições de admissibilidade: causa decidida em única ou ultima
instância; prequestionamento; questão federal de natureza constitucional
(contrariar dispositivo desta Constituição; declarar a inconstitucionalidade de
tratado ou lei federal; julgar válida lei ou ato do governo local contestado em face
desta Constituição; julgar válida lei local contestada em face de lei federal;)

RECURSO ESPECIAL

Recurso especial entende-se como o recurso destinado a devolver ao Superior


Tribunal de Justiça a competência para conhecer e julgar questão Federal de
natureza infraconstitucional, suscitada e decidida perante os Tribunais Regionais
Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

No Supremo Tribunal Federal, o recurso é cabível:


- das decisões dos Tribunais Superiores que julgarem em única instância o
mandado de segurança , habeas data, o habeas corpus e o mandado de injunção,
desde que denegatórios (art. 102, II, a CF)
- das decisões referentes a crimes políticos, previstos na Lei de Segurança Nacional
(art. 102, II, b CF). No caso o recurso é chamado de Recurso Criminal Ordinário
Constitucional, e que a competência para julgamento destes crimes é da Justiça
Federal (art. 109, IV CF).

No Superior Tribunal de Justiça, este recurso é cabível;


- das decisões denegatórias de habeas corpus, proferida em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais, ou pelos Tribunais dos Estados e do
Distrito Federal (art. 105, II, a CF)
- das decisões denegatórias de mandado de segurança, proferidas em única
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do
Distrito Federal (art. 105, II, b CF).
- das decisões proferidas em causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
organismo internacional de um lado, e, do outro, município ou pessoa residente ou
domiciliada no país (art. 105, II, c CF).

É interposto por meio de petição dirigida ao presidente do tribunal recorrido,


dentro do prazo de cinco dias, no caso de denegação do habeas corpus, ou quinze,
no caso de mandado de segurança, com as razões do pedido de reforma. Os autos
vão com vista ao MP, para parecer em dois dias, no caso de habeas corpus, ou
cinco dias no caso de mandado de segurança. Os autos serão distribuídos ao
relator, que marcará data para o julgamento.

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