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PRA
GERAL
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PARTE 1
M ate r i a l d i sp o n i b i l i z a d o n o cu rs o :
PROVA OBJETIVA PGM-BH
SUMÁRIO
I – RECURSOS E SUCEDÂNEOS RECURSAIS...................................................................................... 3
II – ORDEM DOS PROCESSOS E RECURSOS NOS TRIBUNAIS........................................................ 25
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I – RECURSOS E SUCEDÂNEOS RECURSAIS
Dentro do gênero “meios de impugnação das decisões judiciais”, existem duas
espécies de instrumentos processuais: os recursos e os sucedâneos recursais.
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sobre o instituto do Reexame Necessário na hipótese do decisum que
acolhe a Exceção de Pré-Executividade, porque se trata de criação
jurisprudencial. Em outras palavras, a lei não disciplina o referido
instituto. 3. O reexame necessário, nos Embargos à Execução Fiscal, cabe
na hipótese de sentença proferida contra o ente público, decorrente
do julgamento de procedência do pedido neles deduzido, que pode se
referir à questão processual (nulidade do título executivo, ilegitimidade
ativa ou passiva, falta de interesse em razão de parcelamento concedido
de forma prévia e com as prestações em dia) ou de fundo (prescrição,
compensação já realizada e informada em DCTF, pagamento, inexistência
de responsabilidade tributária, etc.). 4. Em qualquer dessas hipóteses -
questões de direito processual ou material -, o acolhimento do pedido
enseja reexame necessário, razão pela qual o intérprete deve ter cautela
máxima ao analisar o que se deve entender por julgamento de mérito.
5. Se a extinção da Execução Fiscal decorre do acolhimento de Exceção
de Pré-Executividade, o Reexame Necessário só deve ser dispensado
na hipótese em que a Fazenda Pública, intimada para se manifestar
sobre a referida objeção processual, expressamente concordou com a
procedência do seu conteúdo. 6. A lógica que justifica esse entendimento
encontra amparo na constatação da necessidade de conferir o mesmo
tratamento que seria dispensado caso a matéria tivesse sido suscitada
nos Embargos à Execução Fiscal.(...)” (STJ - Segunda Turma, REsp
1415603/CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/05/2014).
Segundo o §3º do art. 496, não haverá duplo grau de jurisdição quando a condenação
ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a mil salários
mínimos para a União, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; quinhentos
salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de
direito público, e o Municípios que constituam capitais dos Estados; cem salários mínimos para
todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
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I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou
de assunção de competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito
administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou
súmula administrativa.
Obs.: Essa última hipótese é de importante memorização, haja vista a sua possível
grande incidência nas provas objetivas.
Atenção 1: Também não será possível o reexame necessário nos Juizados Especiais,
em razão do previsto no art. 13 da Lei 10.259/2001 (Lei dos Juizados Federais) e no art.
11 da Lei 12.153/2009 (Lei dos Juizados da Fazenda Pública). Ambos os dispositivos
são enfáticos em afastar o reexame necessário no âmbito do juizado, justamente em
razão desse instituto não ser compatível com os princípios que regem os juizados.
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Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública.”
(i.1) Recurso ordinário: tem por escopo a defesa do direito subjetivo da parte,
protegendo o seu interesse particular. É evidente que se obterá a preservação do direito
objetivo por meio da melhor aplicação da lei, mas essa é uma mera consequência do
provimento do recurso, cuja existência se justifica na proteção do direito subjetivo
da parte. Essa categoria comporta a maioria dos recursos, excetuados o Recurso
Especial, Recurso Extraordinário e Embargos de Divergência.
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(iii) Quanto à abrangência da matéria impugnada:
(iii.1) Recurso total: tem por objeto a integralidade da parcela da decisão que tenha
gerado sucumbência à parte recorrente.
(iii.2) Recurso parcial: são aqueles nos quais somente uma parcela da decisão que
gerou a sucumbência da parte recorrente é objeto do recurso.
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recurso adesivo, não se admite a desistência do recurso principal de apelação. Isso
porque a apresentação da petição de desistência logo após a concessão dos efeitos
da tutela recursal teve a nítida intenção de esvaziar o cumprimento da determinação
judicial, no momento em que o réu anteviu que o julgamento final da apelação lhe
seria desfavorável, sendo a pretensão, portanto, incompatível com o princípio da
boa-fé processual. Esse foi o entendimento do STJ no REsp 1.285.405-SP, da relatoria
do Ministro Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/12/2014, tendo esse julgado sido
divulgado no informativo 554.
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jurídica, fenômeno, inclusive, bastante frequente quando há no caso concreto
sucumbência recíproca ou litisconsórcio. Há exceções ao princípio em comento, a
saber: a) Interposição simultânea de Recurso Especial e Recurso Extraordinário contra
o mesmo acórdão; b) havendo mandado de segurança de competência originária
do Tribunal de segundo grau (TJ ou TRF) parcialmente acolhido, desse capítulo da
decisão caberá Recurso Especial e/ou Recurso Extraordinário, enquanto do capítulo
denegatório caberá Recurso Ordinário Constitucional.
Atenção: Com efeito, o STJ (1º Seção, AgRg na Rcl 23.177/SC, Rel. Min. Assusete
Magalhães, j. 25/03/2015) entende que a fundamentação recursal deve impugnar
especificamente os fundamentos da decisão recorrida, sob pena de inadmissão do
recurso. Contudo, não obstante a referida exigência, também é entendimento do STJ
a possibilidade da parte recorrente reproduzir os fundamentos da petição inicial ou
da contestação nas razões de apelação, desde que da fundamentação recursal seja
possível se extrair a irresignação com a decisão prolatada, não havendo que se falar
em violação ao princípio da dialeticidade, considerando-se o recurso fundamentado.
Senão vejamos a seguinte ementa:
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do cabimento, considerando-se que, em regra, recurso que não é cabível não é
conhecido. A fungibilidade se funda no princípio da instrumentalidade das formas,
amparando-se na ideia de que o desvio da forma legal sem a geração do prejuízo não
deve gerar a nulidade do ato processual.
b) Art. 1.033 - Afirma que, se o STF considerar como reflexa a ofensa à Constituição
afirmada no Recurso Extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação da lei
federal ou tratado, remetê-lo-á ao STJ para julgamento como Recurso Especial;
c) Art. 1.032 - Aduz que, se o relator, no STJ, entender que o recurso especial versa
sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para o
recorrente demonstrar a existência de repercussão geral e se manifestar sobre a
questão constitucional. Cumprida a diligência, remeterá o recurso ao STF, que, em
juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao STJ (art. 1.032, parágrafo único).
(i) Dúvida fundada a respeito do recurso cabível: A primeira condição para a aplicação
do princípio da fungibilidade no caso concreto é a existência de uma dúvida objetiva
a respeito de qual o recurso cabível. Se a dúvida decorrer única e exclusivamente de
interpretação feita pelo próprio recorrente, tratando-se assim de dúvida de caráter
subjetivo, será inaplicável o princípio da fungibilidade recursal.
(ii) Inexistência de erro grosseiro: Não serve o princípio da fungibilidade para tutelar
o erro crasso, gerado pela extrema imperícia do advogado do recorrente, mas para
evitar injustiças diante de erros justificáveis, não se aplicando o princípio quando o
recurso for manifestamente incabível.
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(iii) Inexistência de má-fé - Teoria do prazo menor: O princípio da fungibilidade
não protege o recorrente de má-fé, que se vale de recurso incabível somente para
ter um benefício injustificável no processo. O STJ, sob a égide do CPC/73, vinha
sistematicamente aplicando a teoria do prazo menor para se aferir a existência de
má-fé na interposição do recurso. Segundo essa teoria, considerava-se de má-fé
aquele que, na dúvida entre dois ou mais recursos, escolhesse o que o que tivesse o
maior prazo e nele recorresse, o que demonstraria sua malícia em aproveitar de mais
tempo para a interposição de recurso. Assim só era aplicado o princípio em questão
quando o recorrente, ao escolher o recurso interposto, o fazia no menor prazo
sempre que entre os recursos que gerassem a dúvida existissem prazos diferentes.
Esse requisito tende a ser menos recorrente com a unificação do prazo recursal
em 15 (quinze) dias prevista no art. 1.003, §5º, do CPC/2015. Como o único recurso
com o prazo menor serão os embargos de declaração, que terão cinco dias de prazo,
somente nas situações em que a dúvida objetiva quanto ao recurso cabível envolva
o aludido recurso seria possível a aplicação da Teoria do prazo menor.
Atenção: O STJ entende não haver violação ao princípio da reformatio in pejus com a
alteração do termo inicial dos juros e da correção monetárias (AgRg no Ag 1.056.885/
SP, 6º Turma, j. 16/12/2014; AgRg no AREsp 468.256/PR, 3º Turma, j. 20/03/2014),
assim como no caso de alteração do termo na adoção de fundamentos diversos dos
adotados pela decisão impugnada (AgRg no RMS 28.147/MS, 6º Turma, j. 19/03/2015)
ou a alteração da natureza da responsabilidade civil (AgRg no AREsp 369.691/RJ, 2º
Turma, j. 18/03/2014).
Atenção – importantíssimo: Apesar do reexame necessário não ter natureza recursal,
aplica-se o princípio da proibição da reformatio in pejus em seu julgamento, não se
admitindo a piora na situação da Fazenda Pública, conforme a Súmula nº 45 do
STJ: “No reexame necessário, é defeso, ao tribunal, agravar a condenação imposta à
Fazenda Pública”.
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(viii) Princípio da complementariedade: preconiza que as razões recursais devem ser
apresentadas no ato de interposição do recurso, não se admitindo que o recurso seja
interposto num momento procedimental e as razões apresentadas posteriormente.
Aplica-se a preclusão consumativa no momento da interposição do recurso, de
forma que, após esse momento, é vedado ao recorrente complementar seu recurso
já interposto com novas razões. Esse princípio está consagrado expressamente no
§3º do art. 1.024 do CPC/2015, permitindo que a parte recorrente complemente
as razões de recurso já interposto sempre que no julgamento dos embargos de
declaração opostos pela parte contrária for criada uma nova sucumbência. Essa
complementação será limitada à nova sucumbência. Bastante atenção a esse
dispositivo, pois, no Código anterior, não havia disposição similar a ele.
(i) Efeito obstativo: diz respeito à preclusão temporal e sua relação com a
interposição do recurso. O referido efeito impede a geração da preclusão temporal,
com o consequente trânsito em julgado, que somente se verificará após o devido
julgamento do recurso.
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devolução automática ao tribunal, dentro dos limites fixados pela extensão, de todas
as alegações, fundamentos e questões referentes à matéria devolvida. O art. 1.013,
§1º do CPC/15 preconiza que a profundidade da devolução inclui todas as questões
suscitadas e discutidas, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que limitada
ao capítulo da sentença impugnado, ou seja, à extensão da devolução.
“...a afirmação de que o recurso tem efeito suspensivo não pode ser
considerada correta, porque na realidade não é o recurso que suspende a
eficácia da decisão, mas sim sua recorribilidade, ou seja, a mera previsão
de um recurso que tenha como regra efeito suspensivo. Havendo a
previsão em lei de recurso a ser ‘recebido com efeito suspensivo’, a
decisão recorrível por tal recurso já surge no mundo jurídico ineficaz, não
sendo a interposição do recurso que gera tal suspensão, mas a previsão
legal de efeito suspensivo. O recurso, nesse caso, uma vez interposto,
prolonga o estado inicial de ineficácia da decisão até seu julgamento.
Essa é a razão pela qual não se admite execução provisória de sentença
no prazo de interposição do recurso de apelação, porque, sendo esse
recurso recebido no efeito suspensivo, dever-se-á aguardar o transcurso
do prazo, sendo certo que a interposição da apelação continuará a
impedir a geração de efeitos da sentença até o seu julgamento, ao passo
que a não interposição produz o trânsito em julgado, com a liberação
de seus efeitos” (Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito
processual civil – volume único. 8º ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016,
pág. 1470).
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Atenção 1: Nem todo recurso tem efeito suspensivo previsto em lei, mas em todos
eles é possível a sua obtenção no caso concreto, por meio de simples petição do
recorrente ou pedido nas razões do próprio recurso, desde que preenchidos os
seguintes requisitos (art. 995, parágrafo único, do CPC/15): (i) risco de dano grave,
de difícil ou impossível reparação, gerado pela geração imediata de efeitos da
decisão; e (ii) ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. O efeito
suspensivo previsto em lei, que de nada depende para ser gerado, é chamado de
efeito suspensivo próprio, enquanto o efeito suspensivo obtido no caso concreto, a
depender do preenchimento de determinados requisitos, porque em regra o recurso
não o tem, é chamado de efeito suspensivo impróprio.
Atenção 2: O art. 1.012, §4º, do CPC/15 prevê que os requisitos para a concessão
de efeito suspensivo a apelação que não o tenha por previsão legal. Segundo esse
dispositivo, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante
demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. O §3º do aludido
dispositivo prevê que o pedido de efeito suspensivo deve ser formulado por simples
requerimento dirigido ao relator, quando a apelação já tiver sido distribuída (II) ou
dirigida ao tribunal o período compreendido entre a interposição e distribuição do
recurso, hipótese em que será o requerimento livremente distribuído, ficando o
relator que o receber prevento para o exame e julgamento da apelação (I).
Atenção 3: Quanto aos recursos extraordinário e especial, o art. 1.029, §5º do CPC/15,
também prevê que o pedido de efeito suspensivo seja formulado por meio de simples
requerimento, dependendo do estágio procedimental o destinatário de tal peça: I
– ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da
decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para
seu exame prevento para julgá-lo; II – ao relator, se já distribuída o recurso; III – ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido
entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso,
assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
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mesmo que se trate de matéria de ordem pública. Nesse sentido, é a jurisprudência
do STF e do STJ, inclusive já havendo acórdão prolatado sob a égide do CPC/2015:
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6. Embargos de declaração rejeitados.
(STJ – Primeira Turma, EDcl nos EDcl no REsp 1436249 / AC, Rel. Min.
Olindo Menezes (desembargador convocado do TRF 1º Região), julgado
em 03/12/2015, Dje 11/12/2015).
(v) Efeito expansivo: será gerado o efeito expansivo sempre que o julgamento do
recurso ensejar decisão mais abrangente do que a matéria impugnada ou, ainda,
quando atingir sujeitos que não participaram como partes o recurso, apesar de serem
partes na demanda. Na primeira hipótese, haverá efeito expansivo objetivo, que ainda
poderá ser interno ou externo, a depender da matéria atingida pelo julgamento do
recurso estar localizada dentro ou fora da decisão impugnada. Na segunda hipótese,
tem-se o efeito expansivo subjetivo. O efeito expansivo objetivo interno refere-se a
capítulos não impugnados da decisão recorrida que serão atingidos pelo julgamento
do recurso. O efeito expansivo objetivo externo se verifica sempre que o julgamento
do recurso atinge outros atos processuais que não a decisão recorrida. O efeito
expansivo subjetivo se verifica quando o julgamento do recurso atinge um sujeito
processual que não tenha feito parte desse recurso.
Assim, com base nos ensinamentos do aludido autor, não sendo recebido ou
conhecido o recurso, não há que falar em efeito substitutivo, porque, nesse caso, o
julgamento do recurso não toma o lugar da decisão recorrida, que se mantém íntegra
para todos os fins jurídicos. Por outro lado, sendo o recurso conhecido e julgado em
seu mérito, cabe a análise do resultado de tal julgamento para aferir a existência ou
não do efeito substitutivo. Sendo a causa de pedir do recurso fundada em error in
judicando e o pedido em reforma da decisão, qualquer que seja a decisão de mérito
do recurso substituirá a decisão recorrida. Sendo a causa de pedir composto por
error in procedendo e sendo o pedido de anulação de decisão, o efeito substitutivo
somente será gerado na hipótese de não provimento, porque o provimento do recurso
implica na anulação da decisão e, por consequência lógica, não haverá substituição,
devendo ser proferida nova decisão pelo juízo a quo.
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(vii) Efeito regressivo: permite que por via do recurso a causa volte ao conhecimento
do juízo prolator da decisão, permitindo que seja exercido o juízo de retratação. Esse
efeito está presente em todas as espécies de agravo. No recurso de apelação, ele terá
aplicabilidade no caso de sentença de indeferimento da petição inicial (art. 331), na
improcedência liminar (art. 332, §3º) e na extinção do processo sem julgamento do
mérito, ou seja, nas sentenças terminativas (art. 485, §7º).
Para que o mérito de uma demanda seja julgado, o juiz precisa anteriormente analisar
os pressupostos processuais de existência e de validade, considerados genericamente como
pressupostos de admissibilidade do julgamento de mérito. No âmbito recursal, existe o mesmo
fenômeno, devendo o órgão julgador fazer uma análise de aspectos formais do recurso para só
então, superada positivamente essa fase, analisar o mérito recursal.
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razão da aplicação do princípio da fungibilidade, o que permitirá o julgamento do
mérito recursal, desde que os outros requisitos também sejam preenchidos, ainda
que o órgão jurisdicional entenda que o recurso interposto não é o cabível.
(ii) Legitimidade recursal: Segundo o art. 996 do CPC/15, o recurso pode ser
interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público nos
processos em que participou como parte ou como fiscal da ordem jurídica. O parágrafo
único do mesmo dispositivo aduz que o terceiro prejudicado deverá demonstrar a
possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial
atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto
processual.
Atenção 2: A intervenção do amicus curiae passou a ser prevista pelo art. 138 do CPC/15
como modalidade típica de intervenção de terceiros, podendo ele ser considerado
parte processual, mas não da demanda, possuindo, portanto, legitimidade recursal.
Contudo, a legitimidade recursal do amicus curiae é limitada, pois os §§1º e 3º do art.
138 somente permitem que ele interponha o recurso de embargos de declaração e
recurso especial e extraordinário contra julgamento do Incidente de Resolução de
Demandas Repetitivas (IRDR) no tribunal de segundo grau.
Atenção 3: Nos processos em que atua como fiscal da ordem jurídica, a legitimidade
recursal do Ministério Público é autônoma, significando dizer que, mesmo que as
partes no processo não interponham recurso, é admissível o recurso interposto pelo
Ministério Público.
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(iii) Interesse recursal: A mesma ideia de utilidade da prestação jurisdicional
presente no interesse de agir verifica-se no interesse recursal, entendendo-se que
somente será julgado em seu mérito o recurso que possa ser útil ao recorrente. Essa
utilidade deve ser analisada sob a perspectiva prática, sendo imperioso observar no
caso concreto se o recurso reúne condições de gerar uma melhora na situação fática
do recorrente. Não sendo possível a obtenção de uma situação mais vantajosa sob o
aspecto prático, não haverá interesse recursal. É por essa razão que, em regra, não se
admite recurso somente com o objetivo de modificar a fundamentação da decisão,
porque nesse caso a situação prática do recorrente se mantém inalterada. Inclusive,
assim já se manifestou o STF no MS 33.729/DF, julgado em 03/09/2015 e divulgado no
informativo nº 797.
iv.1) Desistência: Segundo o art. 998 do CPC/15, o recorrente poderá desistir de seu
recurso – total ou parcialmente – a qualquer momento, o que significa dizer que
o recorrente poderá abdicar de seu direito de ter seu recurso julgado. O STJ (AgRg
no AgRg no Ag 1.392.645/RJ, 2º Turma, j. 21/02/2013) entende que a desistência
pode ocorrer até o encerramento do julgamento do recurso, admitindo-se depois
de iniciado o julgamento, inclusive já tendo sido prolatado o voto do relator, mas
nunca após o julgamento, ainda que pendente a publicação do acórdão. Inclusive,
a desistência não depende de anuência dos litisconsortes, inclusive na hipótese de
litisconsórcio unitário, no qual o recurso poderia beneficiar o litisconsorte que não
recorreu, assim como independe da aceitação da outra parte (art. 998 do CPC/15).
iv.2) Renúncia: Aduz o art. 999 do CPC/15 que a parte recorrente pode renunciar ao
recurso, independentemente de concordância da parte contrária. A renúncia diz
respeito ao direito de recorrer, de forma que só pode ser realizada antes da interposição
do recurso, porque depois disso já estará consumado o direito recursal, não havendo
mais sobre o que se renunciar. O termo inicial da renúncia é o surgimento concreto
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e específico do direito de recorrer, não se admitindo no direito brasileiro a renúncia
prévia, nem mesmo quando resultado de acordo de vontade das partes.
iv.3) Aquiescência: Segundo o art. 1.000 do CPC/15, a parte que aceitar expressa ou
tacitamente a decisão não poderá recorrer. Trata-se do fenômeno da aquiescência, que
gera uma preclusão lógica a impedir a admissão do recurso, em nítida manifestação
do princípio da boa-fé objetiva. A aquiescência somente é possível entre a intimação
da decisão impugnável e a interposição de recurso. Há aquiescência sempre que a
parte que poderia recorrer pratica um ato, sem nenhuma reserva, incompatível com
a vontade de recorrer, demonstrando a concordância com a decisão.
Atenção: Nos termos do art. 520, §3º, do CPC/15, havendo o depósito do valor
exequendo no cumprimento de sentença no prazo de 15 dias da intimação do
executado se livra da aplicação da multa e não torna prejudicado seu recurso contra
a decisão exequenda. Entende Daniel Amorim Assumpção Neves que
“Nos termos do art. 190 do Novo CPC as partes podem celebrar um acordo
procedimental, sendo sem dúvida a modificação do prazo recursal um
dos objetos possíveis de tal acordo. Respeitando-se a isonomia, entendo
que tanto a majoração como a redução do prazo legal são possíveis de
acordo entre as partes. Por outro lado, o juízo poderá, unilateralmente,
majorar qualquer prazo processual, nos termos do art. 139, VI, do Novo
CPC, em regra aplicável ao prazo recursal” (Neves, Daniel Amorim
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Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8º ed.
Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016, pág. 1524).
Atenção 1: Nos termos do §4º do art. 1.003 do CPC/15, para aferição da tempestividade
do recurso remetido pelo correio, será considerada como data da interposição a data
da postagem. Então, fica superado o entendimento consolidada na Súmula nº 216
do STJ, conforme apontou o Enunciado 96 do Fórum Permanente de Processualistas
Civis (FPPC).
Atenção 3: Ocorrendo feriados locais, a parte recorrente deverá anexar provas de sua
ocorrência no momento da interposição do recurso (art. 1.003, §6º, do CPC/15). O STF
(AI 741.616 AgR/RJ, 1º Turma, j. 25/06/2013) e o STJ (AgRg no AREsp 137.141/SE, Corte
Especial, j. 19/09/2012) já admitiram a comprovação do feriado local em momento
posterior ao da interposição do recurso. Porém, em provas objetivas, aconselha-se
que o candidato adote a redação do §6º do art. 1.003 do CPC/15, pois se trata de
dispositivo recente e cuja literalidade não confere margens à dubiedade. Frise-se que
não é admissível a mera alegação de feriado local, é necessária sua comprovação.
Atenção 4: Segunda já decidiu o STF, o fato de o protocolo ter sido realizado em setor
indevido, chegando ao local correto somente depois de transcorrido o prazo não
é motivo para inadmissão do recurso por intempestividade, afinal, a culpa do erro
deve ser compartilhada entre o advogado e o órgão que recebeu o recurso sem ter
competência para tanto (RE 755613 AgR – ED/ES, 1º Turma, j. 22/09/2015).
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Atenção 5: Segundo o art. 229 do CPC/15, os litisconsortes que tiverem diferentes
procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados
em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento, o que inclui o prazo em dobro para
a interposição de recurso. Contudo, o gozo desse benefício na seara recursal
dependerá da existência de sucumbência para mais de um litisconsorte, uma vez
que a Súmula nº 641 do STF aduz que deve ser simples o prazo recursal se somente
um dos litisconsortes sucumbiu. Por óbvio, se houver sucumbência de mais de um
litisconsorte, o prazo será simples se eles forem representados pelo mesmo advogado
ou pelo mesmo escritório de advocacia, pois a prerrogativa do prazo em dobro
somente beneficia aqueles representados por procuradores distintos, de escritórios
igualmente diversos.
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4º, parágrafo único, da Lei nº 9.289/96 (Dispõe sobre as custas devidas à União, na
Justiça Federal de primeiro e segundo graus e dá outras providências).
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os possíveis vícios que o recorrente poderá alegar no recurso. Há os vícios formais (error
in procedendo) e vícios de conteúdo (erro in judicando), sendo que de cada espécie de vício
é derivada uma diferente espécie de pedido. Em razão da preclusão consumativa, cabe ao
recorrente cumular a impugnação de todos os vícios existentes na decisão recorrida, devendo
o órgão jurisdicional enfrentar antes o error in procedendo em razão de sua prejudicialidade em
relação ao error in judicando.
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II – ORDEM DOS PROCESSOS E RECURSOS NOS
TRIBUNAIS
Cabe ao Regimento Interno de cada tribunal regulamentar a forma de distribuição
dos recursos, processos de competência originária e reexame necessário de sua competência. A
distribuição será realizada por sorteio eletrônico, de forma ALTERNADA E ALEATÓRIA, garantindo
a publicidade desse processo, com o fito de garantir o princípio do juiz natural. Observe-se o
teor dos arts. 930 e 285 do CPC/15:
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II.2 – Dos poderes do relator:
O art. 932 do CPC/15 versa sobre a competência delegada ao relator para a prática de
atos processuais e condução dos recursos, reexame necessário e de processos de competência
originária do Tribunal. Importante registrar que a competência para a prática dos atos descritos
no dispositivo legal ora comentado é do órgão colegiado, havendo uma delegação de poder
para que o relator possa decidir, de forma incidental ou final, monocraticamente.
DICA DE APROFUNDAMENTO:
Nos termos do art. 932, I, do CPC/15, incumbe ao relator “dirigir e ordenar o processo
no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar
autocomposição das partes”.
Segundo o art. 932, II, do CPC/15, cabe ao relator “apreciar o pedido de tutela
provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal”. Ressalte-se que
qualquer tipo de tutela provisória pode ser concedida na via recursal, antecipada, cautelar ou
de evidência.
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Defende Daniel Amorim que, embora o dispositivo seja omisso, essa regra também de
aplica ao reexame necessário e, por uma questão de isonomia, a mesma regra deve ser aplicada
ao pedido de efeito suspensivo, o que, inclusive, consta em alguns dispositivos do CPC/15 (art.
1.002, §3º; art.1.019, I; art. 1.026, §1º; e art. 1.029, §5º).
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II.2.5 – Decisão monocrática que dá provimento:
DICA DE APROFUNDAMENTO:
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DICA DE APROFUNDAMENTO:
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II.3 – Fato superveniente em sede recursal:
Mantendo a regra do CPC/73 (art. 517), o art. 1.014 do CPC/15 previu que as questões
de fato, não propostas no juízo inferior, poderiam ser suscitadas na apelação, se a parte provasse
que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Mas essa regra somente se aplica aos fatos cuja
ocorrência data de período anterior à interposição do recurso.
O art. 933 do CPC/15 foi além, inovando a ordem jurídica, prelecionando que
Assim, pode-se levantar, em sede recursal, questões de fato que ocorreram após a
interposição do recurso, sanando a anterior omissão do CPC/73.
É possível a sustentação oral nas seguintes hipóteses: (i) no recurso de apelação; (ii)
no recurso ordinário; (iii) no recurso especial; (iv) no recurso extraordinário; (v) nos embargos de
divergência; (vi) na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação; (vii) no agravo de
instrumento interposto contra as decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias
de urgência ou de evidência; (viii) em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno
do tribunal.
O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da
sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais
(§1º).
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Atenção 2: Novidade do CPC/15 é a permissão ao advogado com domicílio profissional
em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral
por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de
sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão
(§4º). Candidatos, atentem para esse dispositivo, pois ele tem grandes chances de ser
explorado em prova objetiva.
O CPC/15 retirou o recurso de embargos infringentes do rol recursal (art. 994). Porém,
em seu art. 942, cria uma inovadora técnica de julgamento com propósitos muito semelhantes
aos do recurso de embargos infringentes, mas com natureza de incidente processual, e não de
recurso.
Atenção: Ainda que presentes os requisitos previstos pelo art. 942, caput e §3º do
CPC/15, não se adotará a técnica de julgamento ora analisada nas situações de
julgamento (§4º): (i) do incidente de assunção de competência e ao de resolução de
demandas repetitivas; (ii) da remessa necessária; e (iii) não unânime proferido, nos
tribunais, pelo plenário ou a corte especial.
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II.6 – Saneamento de vício no Tribunal:
O art. 938, §1º, do CPC/15 permite que o relator, constatando a ocorrência de vício
sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, determine a realização ou a
renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas
as partes.
Atenção: Em razão da previsão expressa do art. 938, §4º, do CPC/15, tanto o relator
quanto o órgão colegiado poderão determinar o saneamento do vício sanável,
considerando-se que ambos fazem juízo de admissibilidade recursal.
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