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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ FEDERAL DA JUSTIÇA

FEDERAL DE _________________________________________

XXXXXXXXXXXX, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG nº


XXXXXXXXX, inscrito no CPF sob nº XXXXXXXXX, residente e domiciliado na
rua XXXXXXX, n. XXXXXXXX, bairro XXXXXXXXXXXX, na cidade de
XXXXXXXXX, CEP XXXXXXXXX, vem, por sua procuradora abaixo assinada,
com escritório na rua XXXXXXXXXX, nº XXX bairro XXXXXX, no município de
XXXXXXXXX, CEP XXXXXXX, endereço que indica para os fins do art. 77, V,
do CPC, e-mail:XXXXXXXXXXXXXXXX, vem impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR DE


ANTECIPAÇÃO DA TUTELA SATISFATIVA

com fundamento no artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal, na Lei


nº 12.016/2009 e demais normas que regem a matéria, contra ato ilegal do
Gerente Executivo do INSS, endereço pessoal desconhecido, estando a
autoridade coatora vinculada à pessoa jurídica do INSS, a saber, Agência
XXXXX, do município de XXXXX, do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL, com endereço na rua XXXXXXXXXX, n. XXXXXXXXXXX,CEP
XXXXXXXX, haja vista, processo de revisão do autor encontrar-se para análise
no setor de Serviço de Centralização da Análise de Reconhecimento de Direitos
pertencente a esta unidade, pelos fatos e fundamentos adiante expostos:
I. DOS FATOS

O impetrante realizou o protocolo administrativo de Revisão


Administrativa de Aposentadoria por Tempo de Contribuição, onde postula o
reconhecimento de períodos exercidos em condições especiais e posterior

conversão em Aposentadoria Especial, na data de _________,


perante a Agência da Previdência Social de XXXXXXXXX, pertencente a
Gerência Executiva do INSS sediada em XXXXXXXXXX, na qual o impetrado
atua na condição de Gerente Executivo.

O requerimento foi devidamente instruído com os documentos pertinentes


para verificação do alegado pelo autor, qual seja, a exposição aos agentes
nocivos durante o período laboral.

Em que pese este fato, a Autarquia deixou de proferir qualquer decisão


no prazo traçado pela lei, reforcemos, são cerca de XXX anos

aguardando ato decisório do Instituto, o que se depreende da tela do


andamento do requerimento, onde se mostra inexistir ato decisório, bem como
do comprovante de requerimento, ambos anexos a estes autos.

Sendo assim, constitui-se direito líquido, certo e exigível do impetrante,


o de ver seu pedido decidido em tempo hábil, motivando a utilização do presente
mandamus.

II. DO DIREITO

Conforme o que consta da Lei 9.784/99, a Administração Pública deve


decidir o processo no prazo de 30 (trinta) dias, excepcionando tal prazo apenas
quando houver prorrogação por igual período, motivada expressamente. Veja-
se:
Art. 49. Concluída a instrução de processo
administrativo, a Administração tem o prazo
de até trinta dias para decidir, salvo
prorrogação por igual período expressamente
motivada.
O dever de emitir qualquer decisão, no âmbito dos processos
administrativos, é acompanhado do dever de fazê-la de forma explícita,
consoante se depreende do art. 48, da supracitada legislação.

A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos


processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de
sua competência.

De mais a mais, constitui princípio inerente à Administração Pública, como


também é requisito dos atos administrativos a motivação, pois somente deste
modo poderia o administrado compreender o teor do ato para se guarnecer das
medidas cabíveis.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser
motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
[...]
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara
e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com fundamentos
de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso,
serão parte integrante do ato.

Destaca-se que o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias em que o INSS


fundamenta seus processos quando do requerimento administrativo de
benefícios reflete, de fato, o prazo para implantação do benefício, após o seu
julgamento favorável.
Art. 41-A, § 5º O primeiro pagamento do
benefício será efetuado até quarenta e cinco
dias após a data da apresentação, pelo
segurado, da documentação necessária a sua
concessão.
Outrossim, extrai-se da jurisprudência do 4º Tribunal Regional Federal
excelente dissertação acerca do tema, nos seguintes dizeres:

“Em casos análogos ao presente, tenho


defendido que o administrado não pode ter
seu direito inviabilizado pelo fato de o
Poder Público não dispor de recursos humanos
suficientes para o efetivo processamento dos
inúmeros pedidos protocolados perante a
Administração. Com efeito, a demora no
processamento e conclusão de pedido
administrativo equipara-se a seu próprio
indeferimento, tendo em vista os prejuízos
causados ao administrado, decorrentes do
próprio decurso de tempo.
(TRF4, APELREEX 5019033-50.2012.404.7200,
Sexta Turma, Relatora p/ Acórdão Vânia Hack
de Almeida, juntado aos autos em 22/05/2015)

Deste modo, a mora excessiva na resposta ao requerimento do benefício


ao segurado, viola direito líquido e certo do Impetrante, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, ensejando o presente mandado de
segurança.

III. DO PEDIDO LIMINAR

Segundo o art. 300, do CPC/15, e art. 7, III, da Lei 12.016/09, a tutela de


urgência será concedida sempre que houver elementos capazes de evidenciar
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo.

Ademais, está prevista no parágrafo segundo do mesmo códex


processualista a possibilidade de sua concessão por meio liminar, antes
mesmo da citação da parte adversa, de modo a garantir a sua efetividade.
A probabilidade do direito (fumus boni iuris) é demonstrada pelos
documentos acostados, que garantem o próprio direito perseguido, pois delimita
a data do requerimento e a pendência de julgamento, tendo decorrido o prazo
previsto na lei.

O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in


mora) é imanente aos processos deste gênero, pois que o benefício apesar de
possuir caráter indenizatório, será de extrema importância para subsistência do
Autor, tendo em vista, redução na sua capacidade laborativa e por conseguinte,
na renda auferida.

Por medidas de justiça social, a morosidade do processo não pode ser


imputada ao jurisdicionado, que não enseja o acionamento do judiciário por mera
liberalidade. A provocação desta via dá-se por razões de indiferença da
Autarquia Ré com os direitos do segurado, devendo possuir a seu favor uma
tutela célere e eficiente.

Por conseguinte, requer a este insigne juízo a concessão da tutela de


urgência em caráter liminar, inaudita altera parte, com vistas a guarnecer os
direitos mais altíssimos da vivência humana.

IV. DOS REQUERIMENTOS


Ante todo o exposto, requer:

a) Os benefícios da gratuidade da justiça, na medida em que o Autor não


possui condições de custear o processo sem prejudicar seu sustento ou de sua
família, nos termos do art. 5º, LXXIV, da CRFB/88 e do art. 98 e seguintes, do
CPC/15, conforme os documentos anexos;
b) A antecipação dos efeitos da sentença, pela concessão da tutela de
urgência em caráter liminar, determinando-se que a Autoridade Coatora
proceda ao julgamento do pedido administrativo, nos termos do art. 300 e
seguintes do CPC/15, c/c art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09, sob pena de arcar com
a multa diária (astreintes) de R$ 1.000,00, caso haja o descumprimento da
medida.
c) a notificação da autoridade coatora para que preste as informações que
entender necessárias, bem como a notificação do órgão ao qual a autoridade
se encontra vinculada, qual seja, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,
agência nº XXXXXX, para que tome ciência das negativas ora questionadas;
d) a procedência do pedido, com a concessão do presente writ, impondo ao
INSS a obrigação de fazer para que decida no procedimento administrativo do
benefício nº XXXXXXXXXX no prazo de 10 dias, fixando‐se penalidade de multa
para caso de descumprimento da obrigação;
e) tratando-se de pedido de obrigação de fazer, requer, em caso de
desobediência, seja aplicada multa diária (astreintes) no valor de R$
1.000,00, na forma prevista nos arts. 497; 536, § 1º; 537 do CPC, valor este que
deverá ser revertido em favor do Impetrante;
f) a intimação do Ministério Público Federal para que se manifeste nos autos.

Dá‐se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para fins meramente


procedimentais.

Nestes termos, pede deferimento.

XXXXXXXXX, ______ de ________ de __________.

Advogado
OABXXXXXXX

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