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AFS ADVOCACIA E CONSULTORIA

AO JUÍZO FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE


JANEIRO-RJ

ELISABETE FERREIRA DE NEGREIROS, brasileira, viúva, pensionista,


RG:03893314-9, cpf; 60608382787, residente a rua
Marins Loreiro, 108, casa 6, Vicente de Carvalho,RJ, CEP:
21220-280, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do
sua Advogada, estabelecido no endereço descrito no
rodapé desta, infra assinado, ajuizar
MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO DE LIMINAR
em face do ato omissivo do GERENTE EXECUTIVO DO INSS-RIO
DE JANEIRO localizado a Avenida Marechal Floriano, 199 -
Centro - Rio de Janeiro – RJ, CEP: 20080-006 , pelos
fundamentos jurídicos a seguir dispostos.
BREVE SÍNTESE DOS FATOS
A Impetrante é titular de benefício de pensão por morte
junto ao INSS desde 15/02/2015.
Ocorre que a Impetrante teve seu benefício dividido com sua
filha em 24/03/2017 sendo descontados valores que seriam de
direito da mesmo, porém os descontos permanecem até os dias
atuais, sendo neste período descontado o valor de R$ 528,43.
Desta forma até a presente data já foram descontado em torno
de R$ 20.000,00 ( vinte mil reais), não tendo mais o direito de ser
descontados pois o valor já foi totalmente pago.
Em 21/12/202 os Impetrantes solicitaram

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administrativamente o pedido para suspender os descontos de


seu benefício, sendo que a data prevista para resposta era de
30 dias .
Sendo novamente solicitado ao INSS em 20/08/2021
Ocorre que, após quase dois anos sem nenhuma
resposta foi obtida junto ao INSS conforme extrato do processo
atualizado que junta em anexo.
Afinal, trata-se de morosidade infundada,
consubstanciada na inércia na obtenção de um
posicionamento da autarquia pública, ferindo direito líquido e
certo do Impetrante, devendo ser concedida a segurança para
que seja determinado o imediato posicionamento do INSS.
DO CARÁTER ALIMENTAR DO PEDIDO
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Pelo caráter alimentar envolvido há grave prejuízo aos Autores
aguardarem o retorno dos prazos para seguimento do processo,
especialmente em meio ao caos econômico advindo pela
pandemia.
Assim, o pedido tem caráter de urgência, razão pela com qual
a sua continuidade e deferimento é imprescindível para efetiva
garantia do direito ao Autor.
DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA
Cabe destacar que a previsão de recurso administrativo, não
impede a análise do presente mandamnus, conforme sumulado
pelo STF:
Súmula 429 STF: A existência de recurso administrativo com

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efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança


contra omissão da autoridade.
Todo procedimento assim como qualquer ato administrativo
deve ser conduzido com estrita observância aos princípios
constitucionais, sob pena de nulidade.
DA MOROSIDADE DO INSS EM RESPONDER O SEGURADO
Nos termos da Lei 9.784/99, que regulamenta o processo
administrativo, a Autarquia Pública, tem o prazo de 30 (trinta)
dias para proferir um posicionamento, exceto nos casos de
expressa prorrogação devidamente motivada. No presente
caso, atendidos todos os requisitos legais para a concessão do
pedido, passados mais de 210 dias, não houve qualquer
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posicionamento, ou mesmo alguma prorrogação do prazo,
ferindo o prazo previsto expressamente no do art. 174, do
Decreto 3048/99, que prevê: Art. 174.
O primeiro pagamento do benefício será efetuado até
quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo
segurado, da documentação necessária à sua concessão.
No mesmo sentido, a lei que dispõe sobre o processo
administrativo, Lei 9.784/99, prevê:
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou
reclamações, em matéria de sua competência. Art. 49.
Concluída a instrução de processo administrativo, a
Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo

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prorrogação por igual período expressamente motivada.


Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
(...) § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
Usualmente tem-se aplicado por analogia o prazo de 45
(quarenta e cinco) dias previstos no art. 41-A, § 5º da Lei
8.213/91:
Art. 41-A (...) § 5º.O primeiro pagamento do benefício será
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efetuado até quarenta e cinco dias após a data da
apresentação, pelo segurado, da documentação necessária a
sua concessão.
Ocorre que, além de o tratar-se, na verdade, do prazo que o
INSS tem para implantar o benefício após o deferimento, ou
seja, não aplicável ao caso em questão, igualmente não foi
cumprido.
Portanto, tem-se evidente quebra do princípio da duração
razoável do processo, previsto no Art. 5º, LXXVIII da Constituição
Federal.
Afinal tratam-se de verbas de caráter alimentar! Sendo
indiscutível a urgência e importância do seu deferimento. Assim,
não observado um prazo razoável para proferir um
posicionamento, tem-se por urgente a concessão da ordem

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para que o INSS proceda na análise do processo no prazo de 10


dias, sob pena de multa diária, conforme precedentes sobre o
tema:
ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE
SEGURANÇA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO
ORDINÁRIO
ADMINISTRATIVO. MOROSIDADE NA ANÁLISE DO
REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. PERDA DE OBJETO. INOCORRÊNCIA. MULTA
EXCLUSÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE
PROVIDO.
No caso dos autos, o controle de legalidade dos atos
administrativos pelo Poder Judiciário não caracteriza violação
ao princípio da separação de Poderes.
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A alegação de inobservância à reserva do possível exige
comprovação, que, no caso dos autos, não foi produzida. Da
mesma forma, não cabe falar em ofensa à isonomia e à
impessoalidade, porque o administrado que se achar
prejudicado não é obrigado a esperar que todos os que
protocolaram requerimentos administrativos antes dele se
insurjam contra a demora da autarquia previdenciária.
Inexistência de ofensa aos princípios mencionados. Cabe ao
Poder Judiciário tutelar o direito do jurisdicionado a fim de
que seu pedido seja apreciado em tempo razoável.
O atraso do INSS, devidamente comprovado, ofendeu os
princípios da razoável duração do processo e da eficiência

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administrativa, violando direito líquido e certo da parte


impetrante.
A inércia administrativa, na hipótese vertente, afronta
inequivocamente os princípios constitucionais da eficiência,
da duração razoável do processo e, diante da natureza
alimentar do benefício previdenciário requerido, da
dignidade humana (arts. 1º, III, 5º, LXXVIII, e 37, todos da
CF/1988).
A diminuição no quadro de servidores ativos do INSS, ou o
aumento no número de pedidos de aposentadoria, como
decorrência da reforma previdenciária, não podem ser
enquadrados como motivos de força maior, aptos a justificar
a demora na análise do pleito administrativo objeto deste
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feito.
É vedado ao Poder Judiciário se imiscuir na questão de
fundo da postulação direcionada ao INSS, cabendo-lhe,
porém, tutelar o direito do jurisdicionado a fim de que seu
pedido seja apreciado em tempo razoável.
Precedentes deste TRF5: AG/PE nº 0801433- 63.2019.4.05.0000.
Rel. Des. Fed. Elio Wanderley de Siqueira Filho, Primeira Turma,
Julgamento: 10/06/2019; AC/PE nº 0803647- 56.2019.4.05.8300.
Rel. Des. Fed. Edilson Pereira Nobre Junior, Quarta Turma,
Julgamento: 11/06/2019. 10. (...). Relativamente à cobrança
de multa diária (astreintes), esta Corte Regional,
acompanhando entendimento firmado no STJ, decidiu ser

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legítima a sua imposição contra a Fazenda Pública, pelo


descumprimento de obrigação de fazer, não-fazer ou de
entregar coisa (art. 536 e 537 do CPC).
Precedentes: STJ, AgInt no REsp nº 1.409.022/SP, Rel. Min. Og
Fernandes, Segunda Turma, DJe de 11/09/2017; STJ, AgRg no
AREsp nº 646126/PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
Primeira Turma, DJe de 05/04/2017; TRF5, AC522334/RN, Rel.
Des. Fed. Rogério Fialho Moreira, Terceira Turma, DJE de
17/10/2017; TRF5, APELREEX nº 34751/SE, Rel. Des. Fed. Élio
Wanderley de Siqueira Filho, Primeira Turma, DJE de
11/10/2017. 14. (...)
Agravo de instrumento parcialmente provido, apenas para
excluir a multa fixada pelo juízo a quo. Antecipação da tutela
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recursal revogada. RWN/rvm (TRF-5, PROCESSO:
08113149320214050000, AGRAVO DE INSTRUMENTO,
DESEMBARGADOR FEDERAL ROBERTO WANDERLEY
NOGUEIRA,
1ª TURMA, JULGAMENTO: 17/02/2022, #94331483) #4331483
Portanto, tratando-se de processo administrativo que deve
observar os rigores da lei, a não observância de um prazo
mínimo razoável impõe o deferimento do presente pleito com
a concessão do pedido para que seja apreciado o pedido
administrativo imediatamente.
DO PEDIDO LIMINAR
A Lei 12.016/09, ao dispor sobre a tutela de urgência, previu

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claramente o cabimento do pedido liminar ao dispor sobre a


possibilidade de suspensão do ato coator sempre que
"houver fundamento relevante e do ato impugnado puder
resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente
deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução,
fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o
ressarcimento à pessoa jurídica." (Art. 7º, inc. III) No presente
caso, referidos requisitos restam perfeitamente demonstrados,
vejamos:
FUNDAMENTO RELEVANTE:
Como ficou perfeitamente demonstrado, o direto dos
Autores são caracterizado pela ausência de decisão. Luiz
Guilherme Marinoni ao lecionar sobre a tutela de evidência,
destaca: "Se o fato constitutivo é incontroverso não há
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racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo
necessário à produção da prova dos fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se
desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova
dos fatos cuja prova incumbe ao réu certamente o
beneficia." (in Tutela de Urgência e Tutela da Evidência.
Editora RT, 2017. p. 284)
Ademais, insta consignar sobre a REVERSIBILIDADE DA
MEDIDA, de forma que o seu deferimento não confere
qualquer risco ou possua algum reflexo irreversível.
Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de

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fundado receio de dano irreparável, sendo imprescindível o


deferimento do pedido inaudita altera pars, para o fim de
liberação dos valores referente ao pagamento do antigo
benefício, nos termos do Art. 7º, inc. III da Lei 12.016/09.
1.DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
Nos termos do Art. 311, "a tutela da evidência será
concedida, independentemente da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
A tutela de evidência tem a finalidade de efetivar o direito
do Autor face à possível morosidade do processo, uma vez
que demonstra de forma inequívoca o seu direito. Luiz
Guilherme Marinoni ao lecionar sobre a tutela de evidência,
destaca:
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"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade
em obrigar a autora a esperar o tempo necessário à
produção da prova dos fatos impeditivos, modificativos ou
extintivos, uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da
prova e a demora inerente à prova dos fatos cuja prova
incumbe ao réu certamente o beneficia." (in Tutela de
Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p. 284)
DO ABUSO DE DIREITO
- inciso I: Conforme demonstrado, O Réu cometeu abuso de
direito diante a inércia do pedido MANIFESTO PROPÓSITO
PROTELATÓRIO DA PARTE –
inciso I: Conforme conduta do Réu, ficou caracterizado o

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intuito protelatório ao deixar o processo em análise por mais


de 120 dias; PROVA DOCUMENTAL PRÉ-CONSTITUÍDA - incisos II
e IV: Para fins de comprovação de seu direito, junta-se à
presente ação os seguintes documentos como prova
suficiente do direito. Trata-se de pedido cabível em sede de
mandado de segurança, conforme precedentes sobre o
tema:
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
REQUISITOS PARA O DEFERIMENTO DA LIMINAR. TUTELA DE
EVIDÊNCIA.
1. É possível o deferimento parcial do pedido liminar, com
fundamento no art. 311 do CPC (tutela de evidência)
desde que a tese pontuada no mandamus esteja
#4331483 Tue Nov 8 11:13:49 2022
sufragada ou no STJ ou no STF. 2. A Lei do mandado de
Segurança que é de 2009, explicita a possibilidade de
aplicação subsidiária do CPC, sobretudo, quando a sua
disposição geral não é afrontosa do seu micro sistema 5.
Agravo de instrumento provido, em parte. (TRF4, AG
5000939-47.2017.404.0000, Relator(a): ROBERTO FERNANDES
JÚNIOR, SEGUNDA TURMA, Julgado em: 04/04/2017,
Publicado em: 05/04/2017) Posto isso, requer ordem liminar
inaudita altera parte, nos termos do art. 9º, Paragrafo
Único, inciso II, do CPC, ordem para pagar os valores
devidos aos impetrantes
PEDIDOS ISTO POSTO, requer-se a Vossa Excelência que:

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1. Defira a medida liminar pleiteada, nos termos do Art. 7º,


inc. III da Lei 12.016, determinando ao Impetrado que
proceda a conclusão do procedimento administrativo sob
nº 132153444, para a devida suspensão dos descontos;
2. Seja concedida a Gratuidade de Justiça nos termos do
Art. 98 do Código de Processo Civil;
3. Ao final, conceda a ordem, para determinar à
Autarquia Pública que promova a análise imediata do
pedido do Impetrante, sob pena de multa diária;
4. Seja o Impetrado, condenado à sucumbência, em fase
de cumprimento de sentença, se favorável, nos termos do
Art. 85, § 11, do NCPC, aplicado, subsidiariamente, à Lei
Federal nº 12.016/09.
REQUERIMENTOS
#4331483 Tue Nov 8 11:13:49 2022
1. Determine a intimação da Autoridade Coatora para,
querendo, responder à presente demanda;
2. Determine ao INSS que disponibilize a conclusão do
requerimento sob nº 132153444, o documento COM os
cálculos já pagos e informe se ainda há valores a receber
no prazo de 10 dias, pois necessário à prova do alegado
nesta inicial, nos termos do Art. 6º, §1º da Lei 12.690;
3. Seja notificado o órgão público impetrado por meio de
sua procuradoria de representação;
4. Que seja deferido a gratuidade de justiça conforme lei.
Valor da causa: R$ 1.000,00(mil reais) para efeitos fiscais.

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Nestes termos, pede deferimento.


Rio de janeiro,17 de novembro de 2022.
GRACE KELLY DE J. FERNANDES
OAB/RJ 202856

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