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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 1ºSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DA X

REGIÃO FEDERAL DE CIDADE/ESTADO.

qualificações, por intermédio de sua procuradora que esta subscreve, devidamente


constituída através da procuraçã o anexa, com endereço profissional nesta Capital na
xxxxxxx e com endereço eletrô nico, a saber, xxxxxxadv.oabsp.org.br ,vêm, respeitosamente
à presença de Vossa Excelência com fulcro no artigo 5º, inciso LXIX da Constituiçã o
Federal/1988, bem como na Lei 12.016/2009, impetrar;

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Contra ato manifestamente ilegal do Senhor GERENTE EXECUTIVO DO INSTITUTO


NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) - Agencia da Previdência Social Recife Casa Amarela
– PE, pessoa jurídica de direito pú blico na pessoa do seu representante legal xxxxx,
funcional xxxx situado na xxxxxxxx, com fundamento no art. 5º, incisos XIII e XXIL, da
Constituiçã o Federal e no artigo 1º da Lei 1.533, de 31 de dezembro de 1951, e art 6º Lei
12.016/09, pelas razõ es e fundamentos legais que passa a expor.

I – DA JUSTIÇA GRATUITA
Oportuno salientar que o impetrante é pessoa pobre no sentido jurídico do termo, nã o
dispondo de condiçõ es financeiras para arcar com as despesas processuais e honorá rios
advocatícios, sem abster-se de suas necessidades bá sicas para sustentar-se e a sua família,
o impetrante pleiteia neste ato os benefícios da justiça gratuita, assegurados pelo art. 5º,
LXXIV da Constituiçã o Federal/88 e art. 98 e seguintes do CPC/15, acostando-se pelo
presente, a inclusa declaraçã o de hipossuficiência nos termos da Lei nº. 1.060/50, art. 4º, §
1º. No mesmo sentido, conforme o artigo da Lei nº. 7.115/83.

II – DOS FATOS
No dia xxxxx, o impetrante solicitou através do portal “Meu INSS” o pedido do Benefício
Assistencial ao Idoso - LOAS (NB: xxxx). O pedido foi corretamente instruído com as provas
exigidas e necessá rias, conforme documentos anexos. No entanto, a autarquia deixou de
observar fatores essenciais para uma decisã o justa, indeferindo o pedido do Benefício
Assistencial ao Idoso em favor do impetrante.
Inconformado com a r. decisã o, vez que preenche os requisitos do art. 20 da LEI
Nº8.742/93, interpô s Recurso Ordiná rio em xxx, o recurso fora encaminhado à Junta de
Recursos para julgamento, e encontra-se seu status em aná lise desde entã o, conforme
documentos anexos.
No entanto, até a presente data nã o houve julgamento do Recurso, por parte da Autarquia.
É direito líquido e certo de todos terem seu pleito respondido no prazo legal. Dessa forma,
nã o resta outra alternativa à parte que nã o impetrar o presente Mandado de Segurança.

II – DO DIREITO
II.I - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA
Conforme o Artigo 5º LXIX, da Constituiçã o Federal/1988, conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, nã o amparado por “habeas-corpus” ou
“habeas-data”, quando o responsá vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pú blica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuiçõ es do Poder Pú blico.
Nesse mesmo sentido é a redaçã o do artigo 1º da Lei 12.016 de 2009 ao assegurar que
conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, nã o amparado
por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder,
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violaçã o ou houver justo receio de sofrê-la por
parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funçõ es que exerça.
No caso em tela, o direito líquido e certo está sendo violado por ato ilegal do INSS – na
figura do GERENTE EXECUTIVO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), da
Agencia da Previdência Social Recife Casa Amarela – PE, eis que a analise do recurso até o
presente momento, nã o foi apreciada dentro do prazo legal, estando presentes os
requisitos legais o que requer a decisao do recurso.
De acordo com O PROVIMENTO CRPS/GP/n. º 99, de 1º de abril de 2008 estabelece prazo
má ximo de permanência dos processos nas Juntas de Recursos e Câ maras de Julgamento de
85 (oitenta e cinco) dias, a contar da data de entrada na Secretaria da instâ ncia julgadora
até o seu efetivo encaminhamento ao ó rgã o de origem, vejamos:
Art. 7º . O período má ximo de permanência dos processos nas Juntas de Recursos e
Câ maras de Julgamento será de 85 (oitenta e cinco) dias, a contar da data de entrada na
Secretaria da instâ ncia julgadora até o seu efetivo encaminhamento ao ó rgã o de origem.

Além disso, tal Provimento estabelece também priorizaçã o de julgamento para


beneficiá rios com idade superior a 60 (sessenta) anos e aqueles relativos à s prestaçõ es de
auxílio doença, aposentadoria por invalidez, pensã o por morte e benefício assistencial de
que trata o artigo 20 da Lei 8742/93. Vejamos o que diz o artigo 4º:
Art. 4º. Os Presidentes das Juntas de Recursos e Câ maras de Julgamento deverã o
estabelecer mecanismos de controle das atividades da Secretaria e metas de produtividade
a serem alcançadas pela Unidade Julgadora, adotando-se, dentre outros, os seguintes
procedimentos:
(...)
III – priorizar aná lise e soluçã o dos recursos que tenham como parte beneficiá rios com
idade superior a 60 (sessenta) anos e aqueles relativos à s prestaçõ es de auxílio doença,
aposentadoria por invalidez, pensã o por morte e benefício assistencial de que trata o artigo
20 da Lei 8742/93. (grifo nosso)
Ocorre que, até a presente data, ou seja, passados xxxxx meses, um total de xxx dias desde o
protocolamento do recurso, nã o houve por parte da impetrada o julgamento do mesmo.
Tal motivaçã o deve ser explícita, clara e congruente, nos termos do art. 48, § 1º da lei
9.784/99. Vejamos:
Lei 9.784/99
Art. 48. A Administraçã o tem o dever de explicitamente emitir decisã o nos processos
administrativos e sobre solicitaçõ es ou reclamaçõ es, em matéria de sua competência.
(...)
§ 1º A motivaçã o deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaraçã o de
concordâ ncia com fundamentos de anteriores pareceres, informaçõ es, decisõ es ou
propostas, que, neste caso, serã o parte integrante do ato.

A mesma lei, regulamenta ainda o seguinte, o processo administrativo no â mbito da


Administraçã o Pú blica Federal, dispõ e que os prazos processuais administrativos sã o
contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento
(art. 66, § 2º).
Ademais, o Supremo Tribunal Federal já estabeleceu que as decisõ es administrativas
devem ser proferidas no prazo legal, já que o princípio da razoá vel duraçã o do processo
aplica-se também no â mbito administrativo. Neste sentido:

“A Turma, por votaçã o unâ nime, deu parcial provimento ao recurso ordiná rio em mandado
de segurança, concedendo a ordem para que a autoridade impetrada decida
motivadamente o pleito do Recorrente (...) no prazo má ximo de trinta dias a contar da
comunicaçã o dessa decisã o, nos termos do voto da Relatora (...).”
(Recurso Ordiná rio em Mandado de Segurança 28.172 / DF, Relatora: Ministra Carmen
Lú cia, Julgado em 24/11/2015).

Assim, a mora excessiva no julgamento do recurso do impetrante demasiadamente para


apresentar decisã o no processo administrativo relativo ao benefício nº NB: 708.032.826-9
o Impetrado fere direito líquido e certo da Impetrante, ensejando o presente mandado de
segurança.

II.II - DO INTERESSE DE AGIR


No presente caso o interesse processual do Impetrante assenta-se no indeferimento ao
pedido de concessã o de Benefício Assistencial ao Idoso, em razã o de o INSS, nã o esclarecer
o motivo do indeferimento, tendo em vista que o impetrante preenche os requisitos
necessá rios elencados no art. 20 da LEI Nº8.742/93 para a sua concessã o, mesmo apó s a
atualizaçã o cadastral do CadÚ nico em 02/2020;
“Art. 20. O benefício de prestaçã o continuada é a garantia de um salá rio-mínimo mensal à
pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem
nã o possuir meios de prover a pró pria manutençã o nem de tê-la provida por sua família. ”
(Redaçã o dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
(Vide Lei nº 13.985, de 2020).

Nessa esteira, aludida decisã o denegató ria caracteriza o interesse de agir do Impetrante, na
medida em que o ato ilegal emanado pelo Administrador somente poderá ser reparado pela
atuaçã o do Poder Judiciá rio, por meio do processo, instrumento ú til e adequado para
persecuçã o deste fim.

III - DA LIMINAR

Conforme dispõ e o artigo 7º, da Lei 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz poderá
conceder liminar antecipando a pretensã o do writ, desde que existente fundamento
relevante.

In casu, inequívoco o direito líquido e certo do Impetrante, amparado por Lei e com
entendimento já pacificado nos Tribunais Superiores, de modo em que a concessã o de
liminar é medida que se impõ e.
Esclareça-se que o presente mandado de segurança, busca aqui, nã o a concessã o do
benefício, mas sim que o Impetrado analise o requerimento e verifique se estã o presentes
os requisitos e julgue o recurso proposto.

Assim, a liminar nã o trará qualquer prejuízo à administraçã o pú blica ou a terceiros.

Deste modo, deve ser concedida a medida liminar inaudita altera pars, determinando que o
Impetrado analise o requerimento de concessã o de benefício do Impetrante no prazo de 10
(dez) dias, sob pena de multa diá ria, além de eventual apuraçã o de crime de desobediência
e responsabilidade funcional.

IV - DOS PEDIDOS:
Por todo o exposto, é a presente para requerer:

1. A concessã o dos os benefícios da Assistência Judiciá ria Gratuita, conforme declaraçã o


anexa, por ser a Autora pessoa pobre na acepçã o legal do termo, com isençã o de
custas, despesas processuais e ô nus sucumbenciais porventura existentes;

1. A concessã o da MEDIDA LIMINAR, “INAUDITA ALTERA PARTS”, determinando que o


Impetrado analise o requerimento de concessã o de benefício do Impetrante para que
decida no procedimento administrativo do benefício nº 708.032.826-9 no prazo

1. de 10 (dez) dias, sob pena de multa diá ria, além de eventual apuraçã o de crime de
desobediência e responsabilidade funcional;

1. A prioridade de tramitaçã o devido à idade do Impetrante (65 anos), conforme previsto


no artigo 1.048, inciso I, do Có digo de Processo Civil;

1. A notificaçã o da autoridade coatora para que preste as informaçõ es que entender


necessá rias, bem como a notificaçã o do Ó rgã o ao qual a autoridade se encontra
vinculada, qual seja, Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, agência Agencia da
Previdência Social Recife Casa Amarela – PE, para que tome ciência das negativas ora
questionadas;
1. Tratando-se de pedido de obrigaçã o de fazer, requer, em caso de desobediência, seja
aplicada multa diá ria (astreintes) no valor de R$ 1.000,00, na forma prevista nos arts.
497; 536, § 1º; 537 do CPC, valor este que deverá ser revertido em favor do
Impetrante;

1. A intimaçã o do Ministério Pú blico Federal para que se manifeste nos autos.

A Advogada subscritora da presente petiçã o declara autêntica todas as peças formadas no


translado do presente mandado de segurança, nos termos do incisos IV e VI do art. 425, do
CPC.

Dá ‐se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para fins fiscais.

Termos em que pede deferimento.


Pede deferimento
Estado, data
Advogado OAB/xx nº

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