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COMARCA DE xxxxxx. SP
DOS FATOS:
De proêmio, D. Magistrado, mister se faz destacar os fatos ocorridos e que justificam a
necessidade da presente açã o.
Certo é que em 25 de fevereiro de 2003 os ora requerentes adquiriram do espó lio de
xxxxxxx entã o representada pela entã o inventariante xxxxxxxxxx, brasileira, divorciada,
portadora da cédula de identidade RG: xxxxxxxx e de CPF/MF:xxxxxxxxxx, residente à Rua
xxxxxxxxxxxxx. um apartamento de nú mero xxxx situado na Rua xxxxxxxxxxxx e inscrito no
Cartó rio do Registro de Imó veis de xxxx sob a Matricula xxxxxxx, (DOC. anexo).
O valor acordado na transaçã o foi de R$ 40.000,00(quarenta mil reais) a serem pagos da
seguinte forma :
R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais) pagos à vista através dos cheques abaixo relacionados
e o restante do saldo em 20 (vinte) parcelas de R$ 400,00 (quatrocentos reais) cada.
(DOCS. ANEXOS).
Certo é que os pagamentos avençados no compromisso de venda e compra foram
totalmente cumpridos pelos ora requerentes, conforme documentos ora anexos a esta.
Destaque-se que a avença foi contratada em cará ter irrevogá vel e irretratá vel pelos
contratantes.
Contudo, recentemente os ora requerentes foram surpreendidos pela Carta Precató ria
oriunda da Comarca de Sã o Paulo (Foro Regional do xxxxxxx) e expedida nos autos da açã o
de nú mero em epígrafe e com a finalidade de que se constatasse a ocupaçã o do imó vel.
(DOC. ANEXO).
MM Juiz, os Requerentes informam à Vossa Excelência que sã o adquirentes de boa-fé,
conforme se observa no contrato de venda e compra firmado entre as partes.
Diante de tais fatos, verifica-se que os ora requerentes cumpriram com todas as suas
obrigaçõ es, tendo pago regiamente à sra. XXXXXXX as parcelas convencionadas conforme
se denota através dos recibos acostados à presente (DOCS. ANEXOS).
Ademais disso, os Requerentes estã o na posse do bem imó vel há 19 (DEZENOVE) anos, sem
nunca terem sofrido oposiçã o ou turbaçã o da posse que mantém, e mais, pagam em dia
TODOS os impostos, condomínios e laudêmios.
É direito do promitente comprador, apó s adquirir o imó vel, a transcriçã o imobiliá ria no
registo de imó veis, conforme 1.227 e 1.245 CC.
Nessa toada, a adjudicaçã o compulsó ria, trata-se de remédio processual que visa a
transferência obrigató ria de um imó vel ao comprador, desde que firmada uma promessa de
compra e venda, seja particular ou pú blica, e que nã o haja uma clá usula de arrependimento
entre as partes.
Ante a evidente quitaçã o dos valores devidos no contrato de compra e venda, é de
obrigaçã o da requerida a outorga de escritura pú blica, a fim de renunciar a propriedade do
bem ora adquirido e transmiti-la aos promitentes compradores, ora requerentes.
Com relaçã o à adjudicaçã o compulsó ria, vejamos o que diz o art. 1.418 do CC:
“Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente
vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura
definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver
recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.”
Ainda sobre o tema, extrai-se o art. 16 do decreto lei 58/1937:
“Art. 16. Recusando-se os compromitentes a outorgar a escritura definitiva no caso do artigo
15, o compromissário poderá propor, para o cumprimento da obrigação, ação de adjudicação
compulsória, que tomará o rito sumaríssimo. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)”
Os requerentes cumpriram com as obrigaçõ es de pagar quantia certa, e caberia ao espó lio
cumprir sua obrigaçã o de fazer, no entanto, o mesmo se manteve inerte, sem apresentar
razã o justificada e culminando no recebimento do Oficial de Justiça no imó vel para fins de
constataçã o.
Aos requerentes restou buscar o poder judiciá rio para alcançar ordem de adjudicaçã o e
lhes transferir a propriedade do bem que lhes pertencem por direito.
Neste passo, a emissã o de declaraçã o de vontade, esta por força de sentença, deverá suprir
a sua falta, conforme art. 501 do CPC:
“Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração
não emitida.”
DA TUTELA DE URGÊNCIA
O artigo 300 do Có digo de Processo Civil, dispõ e que quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano será concedida a Tutela de
Urgência.
A concessã o da tutela de urgência tem como maior finalidade cessar dano irrepará vel ou de
difícil reparaçã o percebido.
No caso em epígrafe os Requerentes tem negado seu direito a outorga de escritura do bem
que adquiriram e estã o sob o risco de serem retirados do imó vel tendo em vista a
intimaçã o do Oficial de Justiça que receberam.
Neste passo, segue art. 497 do CPC:
“Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.”
No caso concreto, os Autores demonstram satisfatoriamente, a existência de instrumento
particular de compromisso de compra e venda, e ainda o efetivo pagamento do preço pelo
bem, evidenciando assim, a probabilidade do direito.
O perigo de dano, evidencia-se pela necessidade de publicitar a presente pretensã o autoral
através de averbaçã o a ser registrada no cartó rio de registro de imó veis competente, a fim
de evitar risco de perda do imó vel por eventual adquirente de boa-fé
Sendo assim, preenchidos os requisitos autorizadores e demonstrada a urgência, a
concessã o da TUTELA DE URGÊNCIA para que seja a presente demanda registrada na
matrícula nº xxxxxxx – Registro Geral do Ofício de Registro de Imóveis de xxxxxxx é a
medida que se suplica, a qual pretende o deferimento, e ainda, que seja aplicada por Vossa
Excelência, media garantidora da efetiva realizaçã o, através de multa diá ria por
descumprimento.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se respeitosamente: