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EXCELENTÍSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA

COMARCA DE xxxxxx. SP

xxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, divorciado, inscrito no CPF/MF sob nº xxxxxxxx e portador da


cédula de identidade RG nº xxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxx - CEP:
xxxxxx e sua ex esposa xxxxxxxxx, brasileira, casada, aposentada, portadora da cédula de
identidade RG nº xxxxxxxxx e inscrita no CPF/MF sob nº xxxxxxxxxxx, residente e
domiciliada na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vem, por seu advogado, infra assinado, propor a
presente AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA e o faz com fulcro no que dispõ e o
artigo 825 I do C.P.C, artigos 1417 e 1418 do CC e sú mula 239 do STJ contra o ESPÓLIO DE
xxxxxxx representado pelos herdeiros xxxxxxxxxxx (qualificação completa) e pelo
inventariante dativo Dr. xxxxxx OAB/SP xxxxxxx com endereço à xxxxxxxxxxx no
processo xxxxxxxxxxxxx que ora tramita na 1º Vara de Família e Sucessõ es do Fó rum
Regional xxxxxxx – Sã o Paulo, conforme documentos ora anexos, o que faz na forma das
razõ es de fato e de direito adiante aduzidas:
DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA

MM. Magistrado, os ora requerentes devido à s dificuldades econô mico-financeiras


enfrentadas no momento pleiteiam concessã o da JUSTIÇA GRATUITA, assegurados pela Lei
nº 1060/50 e consoante o art. 98, caput, do novo CPC/2015, verbis:
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de
recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorá rios advocatícios tem
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.”
Mister destacar, ainda, que, em conformidade com o art. 99, § 1º, do CPC, o pedido de
gratuidade da justiça pode ser formulado por petiçã o simples e durante o curso do
processo, tendo em vista a possibilidade de se requerer em qualquer tempo e grau de
jurisdiçã o os benefícios da justiça gratuita, ante a alteraçã o do status econô mico.
Os Requerentes preenchem os requisitos para concessã o dos benefícios da justiça gratuita,
especialmente por nã o possuírem outro imó vel, nã o possuem bens mó veis, nã o possuem
aplicaçõ es financeiras. (DOC. ANEXOS).

DOS FATOS:
De proêmio, D. Magistrado, mister se faz destacar os fatos ocorridos e que justificam a
necessidade da presente açã o.
Certo é que em 25 de fevereiro de 2003 os ora requerentes adquiriram do espó lio de
xxxxxxx entã o representada pela entã o inventariante xxxxxxxxxx, brasileira, divorciada,
portadora da cédula de identidade RG: xxxxxxxx e de CPF/MF:xxxxxxxxxx, residente à Rua
xxxxxxxxxxxxx. um apartamento de nú mero xxxx situado na Rua xxxxxxxxxxxx e inscrito no
Cartó rio do Registro de Imó veis de xxxx sob a Matricula xxxxxxx, (DOC. anexo).
O valor acordado na transaçã o foi de R$ 40.000,00(quarenta mil reais) a serem pagos da
seguinte forma :
R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais) pagos à vista através dos cheques abaixo relacionados
e o restante do saldo em 20 (vinte) parcelas de R$ 400,00 (quatrocentos reais) cada.
(DOCS. ANEXOS).
Certo é que os pagamentos avençados no compromisso de venda e compra foram
totalmente cumpridos pelos ora requerentes, conforme documentos ora anexos a esta.
Destaque-se que a avença foi contratada em cará ter irrevogá vel e irretratá vel pelos
contratantes.
Contudo, recentemente os ora requerentes foram surpreendidos pela Carta Precató ria
oriunda da Comarca de Sã o Paulo (Foro Regional do xxxxxxx) e expedida nos autos da açã o
de nú mero em epígrafe e com a finalidade de que se constatasse a ocupaçã o do imó vel.
(DOC. ANEXO).
MM Juiz, os Requerentes informam à Vossa Excelência que sã o adquirentes de boa-fé,
conforme se observa no contrato de venda e compra firmado entre as partes.
Diante de tais fatos, verifica-se que os ora requerentes cumpriram com todas as suas
obrigaçõ es, tendo pago regiamente à sra. XXXXXXX as parcelas convencionadas conforme
se denota através dos recibos acostados à presente (DOCS. ANEXOS).
Ademais disso, os Requerentes estã o na posse do bem imó vel há 19 (DEZENOVE) anos, sem
nunca terem sofrido oposiçã o ou turbaçã o da posse que mantém, e mais, pagam em dia
TODOS os impostos, condomínios e laudêmios.
É direito do promitente comprador, apó s adquirir o imó vel, a transcriçã o imobiliá ria no
registo de imó veis, conforme 1.227 e 1.245 CC.
Nessa toada, a adjudicaçã o compulsó ria, trata-se de remédio processual que visa a
transferência obrigató ria de um imó vel ao comprador, desde que firmada uma promessa de
compra e venda, seja particular ou pú blica, e que nã o haja uma clá usula de arrependimento
entre as partes.
Ante a evidente quitaçã o dos valores devidos no contrato de compra e venda, é de
obrigaçã o da requerida a outorga de escritura pú blica, a fim de renunciar a propriedade do
bem ora adquirido e transmiti-la aos promitentes compradores, ora requerentes.
Com relaçã o à adjudicaçã o compulsó ria, vejamos o que diz o art. 1.418 do CC:
“Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente
vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura
definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver
recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.”
Ainda sobre o tema, extrai-se o art. 16 do decreto lei 58/1937:
“Art. 16. Recusando-se os compromitentes a outorgar a escritura definitiva no caso do artigo
15, o compromissário poderá propor, para o cumprimento da obrigação, ação de adjudicação
compulsória, que tomará o rito sumaríssimo. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)”
Os requerentes cumpriram com as obrigaçõ es de pagar quantia certa, e caberia ao espó lio
cumprir sua obrigaçã o de fazer, no entanto, o mesmo se manteve inerte, sem apresentar
razã o justificada e culminando no recebimento do Oficial de Justiça no imó vel para fins de
constataçã o.
Aos requerentes restou buscar o poder judiciá rio para alcançar ordem de adjudicaçã o e
lhes transferir a propriedade do bem que lhes pertencem por direito.
Neste passo, a emissã o de declaraçã o de vontade, esta por força de sentença, deverá suprir
a sua falta, conforme art. 501 do CPC:
“Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração
não emitida.”

DA TUTELA DE URGÊNCIA
O artigo 300 do Có digo de Processo Civil, dispõ e que quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano será concedida a Tutela de
Urgência.
A concessã o da tutela de urgência tem como maior finalidade cessar dano irrepará vel ou de
difícil reparaçã o percebido.
No caso em epígrafe os Requerentes tem negado seu direito a outorga de escritura do bem
que adquiriram e estã o sob o risco de serem retirados do imó vel tendo em vista a
intimaçã o do Oficial de Justiça que receberam.
Neste passo, segue art. 497 do CPC:
“Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.”
No caso concreto, os Autores demonstram satisfatoriamente, a existência de instrumento
particular de compromisso de compra e venda, e ainda o efetivo pagamento do preço pelo
bem, evidenciando assim, a probabilidade do direito.
O perigo de dano, evidencia-se pela necessidade de publicitar a presente pretensã o autoral
através de averbaçã o a ser registrada no cartó rio de registro de imó veis competente, a fim
de evitar risco de perda do imó vel por eventual adquirente de boa-fé
Sendo assim, preenchidos os requisitos autorizadores e demonstrada a urgência, a
concessã o da TUTELA DE URGÊNCIA para que seja a presente demanda registrada na
matrícula nº xxxxxxx – Registro Geral do Ofício de Registro de Imóveis de xxxxxxx é a
medida que se suplica, a qual pretende o deferimento, e ainda, que seja aplicada por Vossa
Excelência, media garantidora da efetiva realizaçã o, através de multa diá ria por
descumprimento.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se respeitosamente:

a) O recebimento da presente exordial com todos os documentos que a instruem, pois


presentes os requisitos que condicionam o seu processamento;
b) Seja deferida a Antecipaçã o de Tutela a fim de determinar, inaudita altera parte, a
averbaçã o da existência da presente demanda na matrícula nºxxxxxx – Registro Geral do
Ofício de Registro de Imóveis de xxxxxxx, com fulcro no art. 300 do CPC, sob pena de
multa diá ria no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais);
c) Seja citado o espó lio Requerido nas pessoas de seus futuros herdeiros e do
representante dativo para que, desejando, apresentem resposta em 15 dias, sob pena de
revelia;
d) Seja recebida e julgada procedente a presente açã o a fim de proceder a outorga da
escritura pú blica referente ao contrato de compra e venda de um imó vel na Rua xxxxxxxxxx
na matrícula nº xxxxxx, no Ofício de Registro de Imó veis de xxxxxxxx, bem como condenar
Os Requeridos ao pagamento das custas processuais e honorá rios de sucumbência;
e) Que seja concedido o benefício da gratuidade de justiça por nã o terem os requerentes
condiçõ es para arcar com as custas processuais;
f) A produçã o de todos os meios de provas em direito admitidas, inclusive documental,
testemunhal, depoimento pessoal dos herdeiros requeridos e do inventariante dativo, além
da juntada de novos documentos.
Dá -se à causa, o valor de R$ 78.156,90 (setenta e oito mil, cento e cinquenta e seis reais e
noventa centavos).
xxxxx, 06 de novembro de xxxxx.
Nesses termos,
Pedem deferimento.

GABRIEL BORGES GONZALES


OAB/SP:337.602

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