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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE

CIDADE – ESTADO

NOME DO ARREMATANTE, brasileiro, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade


RG nº xxx SSP-SP e inscrito no CPF/MF sob nº xxx, residente e domiciliado em endereço, por
seu advogado que esta subscreve (doc. 1), que tem o endereço eletrônico xxx, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 30 da Lei nº 9.514/97 e
nos arts. 538, 806, parágrafo 2º c/c art. 300 do Código de Processo Civil propor

AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face de

NOME DO OCUPANTE, brasileiro, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG


nº xxx SSP-SP e inscrito no CPF/MF sob nº xxx, residente e domiciliado em endereço.

DOS FATOS

O Requerente arrematou, em Venda Direta Online promovida pela Caixa Econômica


Federal, o imóvel objeto da matrícula nº XXX do Registro de Imóveis de XXX, que consiste em
uma casa residencial situada na XXX (doc. 2):

Referido imóvel havia sido alienado fiduciariamente pela Requerida à Caixa Econômica
Federal em garantia da dívida decorrente de um financiamento a ela concedido.
Como não houve o pagamento da dívida, após a devidas intimações à devedora para
satisfazer as prestações vencidas, a Caixa Econômica Federal consolidou a propriedade do
imóvel.

E, após a realização de dois leilões negativos, o Requerente adquiriu o imóvel por


Escritura Pública de Compra e Venda (doc. 3) após apresentar proposta de aquisição em
venda online (doc. 4), devidamente quitada (doc. 5).

Após o pagamento do ITBI (doc. 6), essa Escritura de Compra e Venda foi devidamente
registrada na matrícula do imóvel (doc. 2), mantida junto ao Cartório de Registro de Imóveis
de XXX, ocasião em que o Requerente adquiriu a propriedade plena do referido imóvel.

De posse desse título de propriedade, o Requerente se dirigiu pessoalmente ao imóvel


para informar à Requerida a respeito da arrematação e solicitar sua desocupação para que
pudesse tomar posse do bem, ocasião em que foi recebido com ameaças e intimidações por
parte dos ocupantes do imóvel, que se recusaram a desocupá-lo e a entregar amigavelmente
sua posse.

Diante disso, não restou alternativa senão buscar o Poder Judiciário para fazer valer o
seu direito à posse do bem da qual está sendo injustamente privado.

DO DIREITO

O Requerente é o atual proprietário do imóvel acima descrito, localizado na XXX,


conforme se verifica na Certidão atualizada da matrícula nº XXX do Cartório de Registro de
Imóveis de XXX (doc. 2) e por força do art. 1.245 do Código Civil:

“Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título


translativo no registro de Imóveis”
Ao deixar de pagar as prestações do financiamento, a Requerida perdeu todos os
direitos que detinha em relação ao imóvel, que agora vem ocupando de forma precária, sendo
que o Requerente, na qualidade de atual proprietário tem legitimidade para propor esta Ação
em face da Requerida, que ali permanece indevidamente, impedindo que o novo proprietário
exerça sua posse e posse ocupar o imóvel que é seu de direito:

Número do processo: 2.0000.00.502330- 1/000(1)


Relator: HELOISA COMBAT
Data do acordão: 20/09/2005
Data da publicação: 04/10/2005
Ementa:
“AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE – ARREMATAÇÃO TRANSCRITA NO REGISTRO
IMOBILIÁRIO - PROPRIEDADE DO ADQUIRENTE DEMONSTRADA - NECESSIDADE
DE SER IMITIDO NA POSSE DO BEM. - A ação de imissão de posse é a via
adequada para que o adquirente do imóvel, proprietário, obtenha também a
posse do bem, de quem injustamente a detenha. – Havendo execução
extrajudicial do bem, a discussão a respeito da regularidade desse
procedimento desafia procedimento próprio. - Ocorrendo a arrematação e a
transcrição desse ato no Registro Imobiliário, deve-se imitir o novo adquirente
na posse do imóvel.”

Além disso, o art. 30 da Lei 9.514 é claro no sentido que ao adquirente de imóvel no
âmbito do Sistema Financeiro Imobiliário é assegurada a concessão liminar da reintegração (a
rigor da imissão, visto ser originária) da posse do imóvel, para desocupação em até sessenta
dias, após comprovada a consolidação da propriedade:

Art. 30. É assegurada ao fiduciário, seu cessionário ou sucessores, inclusive o


adquirente do imóvel por força do público leilão de que tratam os §§ 1° e 2° do
art. 27, a reintegração na posse do imóvel, que será concedida liminarmente,
para desocupação em sessenta dias, desde que comprovada, na forma do
disposto no art. 26, a consolidação da propriedade em seu nome.
Assim, estão preenchidos os pressupostos supracitados para a imissão de posse, quais
sejam a prova do Requerente quanto ao domínio do imóvel mediante o registro do título
aquisitivo junto ao Cartório de Registro de Imóveis, bem como o fato de o Requerente jamais
ter exercido a posse sobre o imóvel.

Além disso, fica caracterizada a posse injusta da Requerida e de quaisquer terceiros


que eventualmente ocupem o imóvel, tendo estes plena consciência que a sua permanência é
indevida e de má-fé.

Ademais, o Requerente corre o risco de que o(s) ocupante(s) venham a destruir ou


danificar o bem por ele adquirido, visto que, sem o auxílio do poder judiciário, o requerente
está à mercê da vontade de tal(is) pessoa(s)

Portanto, não há alternativa senão imiti-lo imediatamente na posse do imóvel de sua


propriedade como medida de Justiça e por força do art. 30 da Lei 9.514.

DA MEDIDA LIMINAR - TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA

O art. 300 do CPC prevê a possibilidade de a parte autora requerer a tutela


jurisdicional de urgência quando algum dos seguintes requisitos estiverem presentes:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.”

A probabilidade do direito exigida pelo artigo é a prova capaz de demonstrar a


existência do direito de quem pretende obter a tutela, neste caso representado pela matrícula
do imóvel onde se constata ser o Requerente o verdadeiro proprietário, após o devido registro
da Escritura Pública de Compra e Venda do imóvel.
Em relação ao perigo de dano, o Requerente não pode aguardar até o final desta lide
para ser imitido na posse, tendo em vista que a Requerida está ocupando indevidamente o
imóvel e nele fazendo o que quer, furtando o Requerente dos seus direitos de propriedade, no
sentido de usar, gozar e dispor da coisa.

Além do que é muito cômodo que a Requerida se utilize da propriedade alheia sem
qualquer gasto, usufruindo do imóvel como quiser, sendo que a má-fé da Requerida surge
clara diante de tal situação.

Portanto, estando comprovada a probabilidade do direito e o perigo de dano, deve-se


ser deferida a tutela de urgência de natureza antecipada a fim de o Requerente seja imitido na
posse do bem urgentemente, sendo que o artigo 30 da Lei nº 9.514/97 também prevê que a
medida será concedida liminarmente e que o imóvel deverá ser desocupado em até 60 dias.

DOS PEDIDOS

Diante do acima exposto, requer-se:

I) A concessão da medida liminar de Tutela de Urgência de Natureza Antecipada,


visto estarem preenchidos os requisitos do art. 300 CPC, por ser medida necessária e
imprescindível à garantia do direito do Requerente quanto à desocupação e à sua imissão na
posse do imóvel, a ser concedida liminarmente conforme o artigo 30 da Lei nº 9.514/97;

II) A determinação da expedição de mandado liminar de desocupação do imóvel


inaudita altera parte contra a possuidora direta injusta descrita nesta exordial, bem como por
qualquer outra pessoa que eventualmente esteja lá residindo ou ocupando o imóvel contra a
vontade do atual proprietário, a fim de imitir o Requerente na posse do imóvel. Requer, caso
haja resistência por parte do(s) ocupante(s), que a medida seja efetivada com auxílio policial.

III) A citação da Requerida no endereço descrito no início desta peça para,


querendo, responder aos termos desta Ação, no prazo legal, sob pena de revelia.

IV) A condenação da Requerida ao pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios.
V) O deferimento da produção de todos os meios de prova em Direito admitidos,
em especial a juntada posterior de documentos, expedição de ofícios, depoimentos pessoais
das partes e quaisquer outras que se façam necessárias, bem como a oitiva de testemunhas.

VI) Por fim, que a ação seja julgada totalmente procedente confirmando-se a
antecipação de tutela de urgência concedida liminarmente.

Dá a causa o valor de R$ XXX (xxx mil reais).

Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade, XX de XXX de 2021.

LUIZ AMARANTE
OAB/SP xxx

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