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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA CÍVEL DA

CAPITAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO

BOMPREÇO SUPERMERCADOS DO NORDESTE LTDA., pessoa jurídica de


direito privado, devidamente inscrita no CNPJ/M...., com sede à ...., por seus
advogados a que estas se subscrevem (instrumento de mandato anexo), vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PEDIDO LIMINAR

Em face de (RÉUS DESCONHECIDOS) correspondente a um grupo


indeterminado de pessoas ocupantes, que invadiram área de propriedade da
empresa Autora localizado na Avenida Capitão Gregório de Caldas, nº 121,
Recife, Estado do Pernambuco - CEP 50870-180, pelos fatos e razões a seguir
expostos:
I. DOS FATOS
A parte autora, Hipermercado Bompreço, é uma rede de hipermercado varejista
pertencente ao Grupo Wal-Mart, localizado na Avenida Capitão Gregório de
Caldas Novas, nº 121, Recife, Pernambuco, constando o seu registro perante o
Cartório de Registro de Imóveis da 4ª Circunscrição de Recife, Estado de
Pernambuco sob a Matrícula de nº 25.513.

Em destaque, no dia 12.03.2018, a empresa presenciou um ataque referente a


uma tentativa de invasão organizada por um grupo de moradores pertencentes
a uma comunidade próxima ao terreno onde está localizado Wal-Mart, fazendo
com que a autora não medisse esforços para conter a situação, precisando a
acionar o apoio da Policia Militar para que a questão fosse solucionada, que a
princípio conseguiu retirar os invasores e contornar a situação, tendo registrado
o Boletim de Ocorrência nº…

Vale ressaltar que com a impossibilidade da conclusão da invasão, no dia


13.03.2018 e dia 14.03.2018, os invasores novamente se reuniram em uma
maior quantidade para que obtivessem sucesso ao realizar a nova tentativa de
invasão do terreno pertencente a parte autora, porém, a empresa, em razão do
ataque sofrido, contratou uma empresa especializada em Segurança Privada
para que fosse ofertada uma maior garantia da segurança do imóvel.

Contudo, no dia 15.03.2018, a situação ganhou uma maior proporção e os


esforços da autora para evitar a invasão foram insuficientes.

Portanto, visto que a situação em comento não apresentou uma melhora e a


autora teve seu direito lesionado pelo esbulho possessório praticado pelos
Réus, sendo a Autora a real possuidora e proprietária do bem objeto da presente
ação, as circunstâncias que não podem persistir.

Dessa forma, diante do ato ilegal praticado pelos Réus, presente o concreto
esbulho possessório, o qual, frise-se, persiste até o momento, não restou outra
alternativa senão a de impugnar a Tutela Jurisdicional do Estado Juiz, ajuizando
a presente demanda para a reintegração liminar da posse.

II. DO DIREITO

II.1. DA LEGITIMIDADE ATIVA


Conforme evidenciado, por meio de toda documentação juntada na lide (certidão
e escritura do imóvel, comprovante emitido pela prefeitura, etc), a autora é a
legítima e direta possuidora do imóvel invadido.

Sendo assim, mostra-se indiscutível a devida legitimidade da autora para


interpor a presente medida judicial, vide art. 1.196 do Código Civil, “considera-
se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum
dos poderes inerentes à propriedade, quais sejam: uso, gozo, dispor e sequela)
”.

II.2. DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Como pode-se observar, a ação apresenta em seu polo passivo


um grande número de réus, o que, pelo artigo 554, §1º, do CPC/15, não se
faz necessário a identificação de cada um dos réus.

No mesmo entendimento, a citação exigível para adequação e


seguimento da forma processual, deverá ser realizada por oficial de justiça e
por edital para aqueles em que não é possível a citação pessoal, conforme
autorizado pelo artigo 554 §1º do CPC/15.

Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez


de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos
pressupostos estejam provados.
§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo
passivo grande número de pessoas, serão feitas a
citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados
no local e a citação por edital dos demais,
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério
Público e, se envolver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

Por conseguinte, requer a citação via oficial de justiça dos líderes


da ocupação e também a citação por edital dos demandados na presente ação
de reintegração de posse.

II.3. DO ESBULHO

É importante destacar que o esbulho se caracteriza pela perda total


da posse, de maneira violenta ou não, podendo ser facilmente nos casos e
invasão do imóvel por terceiros estranhos.

Em vista disso, o art. 1.210 do CC determina que:

Art. 1210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse


em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado
de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

Na questão em comento, houve a invasão ilegal da propriedade


pertencente a autora por parte dos réus, revestida de má-fé, o que
correspondendo a prática delituosa eivada de vício insuperável, sendo a autora
revestida de direito a ser protegido e mantido.

Além de tudo, o artigo 561 do Código de Processo Civil expõe


que “o possuidor tem direito a ser reintegrado no caso de esbulho”, incumbindo
a parte autora provar os elementos elencados em seu artigo, correspondendo a:
sua posse, o esbulho praticado pelo réu e a respectiva data, tal como a perda
da posse. Conforme restaram demonstrados através de escritural do imóvel, da
mesma forma a data exata do esbulho (15.03.2018) e a seguir demonstraremos
a perda da posse.

Ademais, o Boletim de Ocorrência nº… juntado nos autos e as


imagens colacionadas abaixo comprovam a existência do esbulho possessório
ocorrido em face da parte autora e que ensejou a propositura da presente ação.
Assim, com a demonstração da realidade vivenciada pela autora
pelas imagens apresentadas anteriormente, é perceptível que o terreno da parte
autora encontra-se em ocupação ilegal por parte dos réus, de forma que se
tornam impeditivos para que o mesmo seja utilizado de forma plena pela
proprietária.

Assim sendo, está demonstrado o preenchimento dos


pressupostos exigidos no art. 561 do CPC.

IV. DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR

Dessa forma, conforme demonstrado nos autos, o terreno em questão


não acarreta, sob nenhum aspecto, direito de posse legal para os réus, visto que
o imóvel é legalmente pertencente a parte autora, recaindo sobre ela todos os
direitos pertencentes ao ocupar o posto de possuidora da propriedade.

Logo, o art. 562 do CPC/2015, evidencia que na situação em que


esteja configurado o esbulho possessório, resta o requerimento pela parte
demandante, da concessão da medida de reintegração liminar da posse.

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o


juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado
liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário,
determinará que o autor justifique previamente o
alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência
que for designada.

Nesse sentido, restam elencados todos os requisitos necessários


para ensejar a concessão do pedido de liminar, medida está que desde se
requer.

Caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, requer,


subsidiariamente, o que se admite apenas por amor ao debate, que seja
designada justificação prévia, conforme conceitua o art. 562 do Código
Processo Civil.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) A concessão liminar da reintegração de posse, nos termos do


art. 562 do CPC, determinando-se a expedição de mandado para
o cumprimento de tal pretensão;
b) A citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local
e a citação por edital dos demais, haja vista a impossibilidade de
identificação dos mesmos.
c) A intimação da Defensoria Pública e do Ministério Público.
d) No mérito, que seja dado efeito definitivo da medida liminar
requerida para que a presente demanda seja julgada
TOTALMENTE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
e) A condenação da parte demandada ao pagamento de honorários
de sucumbência e custas processuais, nos termos da Lei
f) Não há interesse conciliação, art. 319, VII do CPC.

Protesta pela produção de todos os meios de prova legalmente admitidos

Dá-se a causa do valor de R$ 3.5 milhões.


Termos em que pede deferimento
Recife, Data...
Mirelle Diane Almeida Antero da Silva
OAB...

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