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JURISDIÇÃO E

COMPETÊNCIA
PROFESSORA: BRENDA LEAL
JURISDIÇÃO
■ É o atributo ou a capacidade de, genericamente, dizer o direito de modo definitivo. Todo órgão que
tem tal capacidade detém a jurisdição
■ Capacidade de dizer o direito de forma definitiva
■ O poder é uno, mas o Estado exerce esse poder por meio de 3 funções:
Legislativa, executiva e jurisdicional
■ A jurisdição possui 5 características
Indelegabilidade: a jurisdição não pode ser exercida por outros que não sejam juízes
Inércia: O poder Judiciário só age quando é acionado, em regra
Inafastabilidade: Nem Lei, Nem a CF, nem portaria, nem regulamento podem definir que a jurisdição
não aprecie determinadas questões. (art.3, CPC)
Imparcialidade: A jurisdição pressupõe julgamento imparcial
Definitividade: Somente os órgãos detentores de jurisdição podem dizer o direito de modo definitivo.
(diretamente ligada a coisa julgada do art 502)
Diferentemente da função legislativa e da executiva, o único órgão que dá a Palavra definitiva e
imutável sobre determinados temas
OBSERVAÇÕES

■ A jurisdição, em regra, é exercida pelo Estado-juiz


■ Função típica do judiciário é exercer a jurisdição
■ Outros poderes e particulares, podem exercer a jurisdição em sua função atípica,
exemplo: Poder legislativo julga o presidente em casos de impeachment e a arbitragem
(art 515,cpc)
■ As 5 características da jurisdição aplica-se ao legislativo, executivo e particulares
OBSERVAÇÕES

■ O entendimento predominante é de que o exercício de jurisdição pelo poder judiciário nacional é UNO
■ A jurisdição é nacional e os juízes de todo o Brasil estão sujeitos a mesma disciplina normativa
( LOMAN- Lei Orgânica da Magistratura Nacional) e sujeitos ao CNJ
■ EX: Sentença de divórcio
■ CPC, art. 16
■ CPC, art 42
■ CPC, art 44
■ A investidura é pressuposto do exercício da jurisdição, só pode exercer a kurisdição quem possui
investidura. Ex: arbitragem (investidura particular), investidura publica por concurso público, e
investidura publica por nomeação (ex: 5º constitucional)
COMPETÊNCIA
■ É a capacidade ou atribuição de dizer o direito no caso concreto
■ Todos os juízes do brasil tem jurisdição, mas apenas um juiz, eleito por critérios
infraconstitucionais e constitucionais terá a competência atribuída no caso concreto
■ Divisão administrativa da atividade jurisdicional
■ Organização administrativa do Judiciário
■ A competência não é genérica
■ TRASLATIO IUDICI: brocardio jurídico que defende que “na urgência, cessa a competência”
exemplo: caso urgente da justiça do trabalho, ocorrido no final de semana em cidade que não
possui plantão judicial dessa justiça, nesse caso, pode-se procurar o plantão judiciário da justiça
comum
CPC, art. 64, paragrafo 4.
Previsão legal: art. 16,42 e 44, CPC
CF, Constituição Estadual, Leis Federais (9.099- Juizados), Leis de Organização Judiciaria dos
Estados e da União (LOJ) e Tratados internacionais o qual o Brasil participa
COMPETÊNCIA INTERNA

■ Criterios de organização judiciária na CF e Lei Federal/Estadual (LOJ)


1. Hierárquico ou funcional (foro privilegiado, ações privilegiadas)
2. Material (JF, JE, JT, JC)
3. Valorativa (juizado ou foro regional)
4. Territorial (PI, MA, BA)
De 18.000 juízes vamos chegar em 1 juiz competente
Critério de exclusão
ATENÇÃO: se ao fim restar + um juiz competente: distribuição (art. 284, CPC)
COMPETENCIA INTERNA
1. Critério hierárquico ou funcional
Analisa a função que o juiz exercerá nesse processo, observará as partes.
a) Ações originárias (ADI,ADC,ADPF, etc)
São ações que eventualmente já iniciam nos tribunais, em função do tema delas
Já iniciam nos Tribunais
Art. 102,I, 105,I, 108,I, 114,V da CF + Constituições Estaduais
As ações originárias das Justiças Estaduais estão na C.E
b) Foro Privilegiado
Além das ações originárias, algumas raras hipóteses em ações cíveis(MS,HD E MI), em
que Algumas autoridades tem foro privilegiado em razão da função que ocupam
Em razão da pessoa que está no processo (ratione personae)
Art. 102,I, d CF
■ Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
■ Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
■ Existem também os Foros Privilegiados das Constituições Estaduais
■ Na área civil só existe foro privilegiado de writes constitucionais (MS, MI,HC, HD). Para
outras ações cíveis, é 1ª instancia
■ O foro privilegiado é para proteger o cargo e não a pessoa (acabou o mandato, acabou o foro)
COMPETENCIA INTERNA

2 – CRITÉRIO MATERIAL
■ Antes de mais nada, é importante ressaltar que só se procede a analise do critério material se a
resposta do critério funcional/hierárquico for negativa
■ Se a resposta for negativa para o critério hierárquico, é possível afirmar 2 coisas:
1. A ação será em 1 instancia
2. Qualquer juízo pode receber o processo
O critério material serve para definir qual é o órgão da justiça com competência para cada caso.
Assim a justiça brasileira é dividida por ramos, conforme a matéria
A analise do critério material é feita na seguinte ordem: Justiça eleitoral, Justiça do Trabalho,
Justiça Federal e Justiça Estadual
■ Observações:
1. Costuma-se chamar a Justiça Eleitoral e Justiça do trabalho de justiças especializadas.
2. As Justiças Federal e Estadual de Justiça comum
3. Justiça Estadual (residual)
4. É de extrema importância para definir a competência material que os elementos da ação
estejam dominados (partes, pedido, causa de pedir)
5. A Justiça militar não possui competência cível e, por esse motivo, ela não consta na
nossa analise.
JUSTIÇA ELEITORAL

■ A competência é dada pela causa de pedir (art. 121, CF = Código eleitoral)


■ Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos
juízes de direito e das juntas eleitorais.
■ A lei complementar citada é o Código Eleitoral, o qual foi recepcionado pela CF como Lei
Complementar
■ A justiça eleitoral julga na área cível assuntos relacionados a sufrágio e questões político-
partidárias
■ Sufrágio: Qualquer tipo de consulta popular (eleição, plebiscito e o referendo)
■ Questões politico-partidárias: São as relacionadas aos partidos politicos,. Ex: Ações de
infidelidade partidária
Justiça do Trabalho (art.114, cf)
■ A justiça do trabalho também tem sua competência baseada na causa de pedir
■ Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) (Vide ADIN 3392) (Vide ADIN 3432)
■ I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
■ II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
■ III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
■ IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
■ V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
■ VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
■ VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das
relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
■ VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
■ IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
COMPETÊNCIA

■ A competência é determinada no momento da distribuição/protocolo da ação


■ Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.
■ Principio da perpetuatio jurisdictionis = A ação deve ser preservada onde ela foi
inicialmente registrada (exceção: supressão da vara ou modificação de competência
absoluta)
■ O próprio julgador tem a competência de reconhecer sua competência ou
incompetência, ainda que diante de regras de incompetência absoluta.
Competência Absoluta e Relativa
■ ABSOLUTA: Não pode ser alterada ou modificada (prorrogação de competência)
É absoluta em razão:
a) Da matéria: diz respeito a matéria debatida nos autos ( exemplo: Justiça do Trabalho)
b) Pessoa : parte no processo (exemplo: união – Competencia Federal)
c) Hierarquia: Grau de Jurisdição ( ex: O RESP é julgado pelo STJ)
d) Funcional: Processo Anterior (ex: embargos de terceiros deve ser distribuído onde foi
distribuído o processo inicial) art. 62, cpc
A incompetência absoluta pode ser declarada de oficio ou a requerimento da parte em
qualquer tempo e grau de jurisdição
É tão grave que cabe ação rescisória (art. 966, II, CPC)
Quando um processo é conduzido por Juiz absolutamente incompetente?
Os atos praticados são mantidos e caberá ao juiz competente decidir se manterá os atos.
■ A competência absoluta jamais pode ser modificada, pois é determinada de acordo com o
interesse público, não sendo passível de mudança pelas circunstâncias processuais ou
vontade das partes.
■ Assim, devido ao interesse do Estado na ação, não existe a possibilidade alterar o foro por
convenção das partes.
■ Art. 62.  A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
■ Conforme o quadro a seguir, a competência será absoluta quando fixada em razão da
matéria (natureza da ação, como ação civil ou ação penal etc), da pessoa (das partes do
processo) ou por critério funcional (função do órgão julgador ex: julgamento de recurso).
Absoluta (Interesse do Estado) Relativa (Interesse das Partes)

Material
Territorial
Pessoal
Valor da Causa
Funcional
Competencia Relativa
■ Admite alteração ou modificação
■ Há prorrogação de competência
■ Art. 63 (clausula de eleição de foro)
■ Ocorre em razão:
A) Do Valor causa
B) Do território
A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio, mas o juiz pode declarar:
a) A abusividade da clausula de eleição de foro
 Exceção: Art. 64, §3º do CPC à Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva,
pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo
do foro de domicílio do réu. (ex: Bradesco)
b) Incompetência na hipótese de juizado especial (nesse caso pode ser reconhecido a
absoluta e a relativa e processo resolvido sem resolução de mérito)
EXCEÇÕES A COMPETENCIA
RELATIVA
■ A parte abrindo mão do valor excedente pode ajuizar ação no juizado civil ou no
procedimento comum, trata-se de competência fixada em razão do Valor da casa
■ Não é possível modificar a hipótese de Juizado federal e juizado especial da fazenda
( tratando-se de território, o foro do domicilio do réu é a regra)
■ Tendo mais de um domicilio, qualquer um dos foros
■ Sendo o réu não encontrado, qualquer lugar em que for encontrado ou no foro do
domicilio do autor
■ Por se tratar de uma competência relativa, admite-se prorrogação de competência,
exceto:
■ Se for uma ação real imobiliária ou uma ação possessória de bem imóvel
■ ART. 47: obrigatório ser no foro da situação do bem (regra de competência absoluta)
Competência Absoluta Competência Relativa

Interesse público Interesse das partes

Indisponibilidade Disponibilidade

Incabível a eleição de foro Possível a eleição de foro

Declarada de ofício Não declarada de ofício

Alegada pela parte, a qualquer tempo, Alegada pela parte, em preliminar de


exceto após o prazo da ação rescisória contestação, sob pena de preclusão

Improrrogável Prorrogável

Material, funcional e pessoal Territorial e valor da causa


AÇÕES PROPOSTAS NO FORO DO
DOMICILIO DO AUTOR DA
HERANÇA
■ A) Inventário
■ B) Partilha de bens
■ C) Arrecadação
■ D) cumprimento de disposições de ultima vontade
■ E) Impugnação/ Anulação de partilha extrajudicial
■ F) Todas as ações em que o espólio for réu
■ ART 48 CPC
■ Se o autor não tiver domicilio?
a) Local do bem imóvel
b) Se tem mais de um bem imóvel, no foro de qualquer um deles
c) Se não tiver bem imóvel, foro que tiver qualquer bem
Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
Maria da Penha); (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de
veículos, inclusive aeronaves.
ALTERAÇÃO DO FORO DE
COMPETENCIA RELATIVA
■ Pode ser alterada por:
a) Cláusula de eleição de foro
b) Inercia do réu na contestação
c) Conexão e continência
d) Conflito de competência
Art. 65
■ Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de
contestação.
■ Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
A alegação de incompetência por si só, não suspende o processo.
Foro de Eleição

■ O foro de eleição é possível apenas na competência relativa


■ O foro de eleição é um negocio jurídico pré-processual típico, pois ocorre antes do processo
e tem previsão expressa e legal
■ É bilateral também, as duas partes devem concordar
■ Sempre renunciável em prol da regra do art.46
■ Requisitos:
1. A competência deve ser relativa
2. Sempre a regra de foro de eleição deve ocorrer por escrito
3. O foro de eleição deve fazer referencia a negocio jurídico específico
FORO DE ELEIÇÃO
■ Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável
por convenção das partes.
■ Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro
onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
■ § 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
■ § 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
■ § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
■ § 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob
pena de preclusão.
Abusividade do foro de eleição
■ Se o foro for considerado abusivo, pode ser reconhecido sua nulidade.
■ Acontece em casos em que uma parte quer dificultar o acesso a justiça da outra parte (ex:
Banco do Bradesco)
■ Momento de reconhecimento do vício:
1. Antes da citação: o juiz pode de oficio, pronunciar o vicio
2. Depois da citação: somente poderá pronunciar o vício mediante provocação da parte (réu)
Se o réu não se manifestar sobre, o direito preclui
■ Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo
foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
■ § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
■ § 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação,
sob pena de preclusão.
CONEXÃO E CONTINÊNCIA
■ AÇÕES SIMILARES, PARCIALMENTE IDENTICAS
■ CONEXÃO= Conexão é o fenômeno que determina a reunião de ações com partes, objeto ou
causa de pedir iguais (CPC, 55), sendo que a reunião das ações semelhantes pode ser determinada
de ofício pelo juiz, ou requerido por qualquer das partes, tendo por fim evitar, além da economia
processual, decisões contraditórias.
■ causa de pedir ou pedidos iguais (art. 55 cpc)
Ex: acidente envolvendo 4 carros, temos 3 ações em locais diferentes, neste caso, os fatos são os
mesmos
■ Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa
de pedir.
■ § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já
houver sido sentenciado.
■ § 2º Aplica-se o disposto no caput :
■ I - a execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
■ II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
■ § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de
decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre
Conexão e Continência

■ Continência= A continência é o fenômeno que determina a reunião de ações com partes


e causa de pedir iguais, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras
(CPC, 56).
■ todos os elementos são iguais, mas uma ação tem um pedido maior, mais abrangente
(art.56, CPC),
■ Ex: “A” entra com uma ação contra “B” pedindo anulação da clausula 1 do contrato,
posteriormente “B” entra com uma ação pedindo a anulação de todo o contrato
■ Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o
das demais.
Continência e Litispendência

■ Quando o pedido da segunda ação for maior que o pedido da primeira, estamos diante
de litispendência
■ Ex: Ação de “A” contra “B” pedindo a anulação de todo o contrato e posteriormente
“B” ingressa em face de “A” pedindo a anulação da clausula 1
■ Art. 57, CPC
■ Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem
resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
PREVENÇÃO

■ Conforme o art. 59 do CPC, tanto na conexão quanto na continência, o critério utilizado


para definir a competência é a PREVENÇÃO
■ Consiste na fixação da competência de um juízo em face de outro, quando ambos forem
competentes. É uma forma de preferência conferida a um desses juízos.
■ Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
■ Para fins do art. 43, CPC, a propositura deve ser entendida como o registro (caso de
vara única) ou a distribuição (quando há mais de uma vara) da ação.
Conflito de Competência
■ Ocorre quando dois ou mais juízos não concordam com a separação ou reunião de
processos perante seu juízo.
■ Art. 66. Há conflito de competência quando:
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a
competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de
processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o
conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
Espécies de conflito de competência

1. POSITIVO:
Quando 2 ou mais juízes afirmam que são competentes para determinado caso (raro)
2. NEGATIVO:
Quando 2 ou mais juízes afirmam que não são competentes para determinada causa
■ Nesses casos, quem julga?
a) Juízes vinculados ao mesmo Tribunal : Nestes casos, o conflito será julgado pelo próprio
tribunal
b) Juízes vinculados a Tribunais Diversos: STJ (art. 105,I, “d”, CF)
c) Entre Tribunais Superiores: STF (art. 102, I, “O”, CF)
■ Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
■ I - processar e julgar, originariamente:
■ d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art.
102, I, o, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados
a tribunais diversos;

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
■ I - processar e julgar, originariamente:
■ o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

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