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Trabalho de Recurso Extraordinário

Por: Pedro Augusto.

Sumário: 1-Introdução 1.1-Previsão no Texto legal 1.2- Prazo do Recurso; 2. Requisitos


de Admissibilidade; 2.1- Repercussão Gera. 3- Agravo Interno 4- Conclusão.

Introdução

O Recurso Extraordinário (RE) é um mecanismo processual, para pedir o Supremo


Tribunal Federal (STF), impugnar de uma decisão sobre questões constitucionais.
Servindo para garantir os julgamentos aconteçam de maneira uniformizada e de acordo
com a previsão da Constituição Federal. Especialmente na contestação dos acórdãos dos
Tribunais Federais, Estaduais ou de Turmas Recursais.

Além disso, a sua competência para julgamento do recurso é exclusiva do STF, sendo o
órgão máximo do Poder Judiciário, responsável pela proteção dos princípios
constitucionais. Com isso, o Recurso Extraordinário é uma ferramenta processual nas
quais, apenas questões de direito podem ser suscitadas, não podendo ser interposto para
simples reexame de prova, conforme já estipulado na súmula 279 do STF:

“SÚMULA 279 Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.”

O recurso extraordinário e o especial.

Esses dois recursos apresentam semelhanças quanto ao seu uso e sua origem legal na
Constituição Federal e no Código de Processo Civil. Contudo, eles são diferentes, já que
o Recurso Especial tendo como função manter a hegemonia das leis federais e proteger
o direito objetivo. É o instrumento processual utilizado para contestar, em face do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma decisão determinada por um Tribunal Estadual
ou um Tribunal Regional Federal.

Em contrapartida o Extraordinário tem a função de rebater decisão que contrarie


a Constituição da República Federativa do Brasil. O Supremo Tribunal Federal (STF) é
o órgão do Poder Judiciário responsável pelo controle da constitucionalidade, e por
resguardar as normas constitucionais e seus princípios fundamentais.

Portanto, são recursos que tratam de legislações diferentes e são julgados por tribunais
diferentes. Ainda, possuem fundamentação restrita, tratando-se apenas de matéria
constitucional ou legislação federal. No caso do recurso especial, ele só é cabível contra
acórdão de tribunais, não sendo possível em face a decisão de primeira instância,
mesmo que em sede de única instância.

Previsão no Texto Legal


O Recurso Extraordinário aparece na Constituição Federal e no Código de Processo
Civil. Na constituição está baseada no artigo 102, inciso III: “Compete ao Supremo
Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:”.

 III — julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou


última instância, quando a decisão recorrida:

a) Contrariar dispositivo desta Constituição;


b) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição;
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Sobre a alínea “d” do artigo mencionado, traz um aspecto distinto: admite-se o recurso
extraordinário para impugnar decisão que valida lei local contestada em face de lei
federal, caso em que o Supremo Tribunal Federal realiza controle de legalidade.

Ao mesmo tempo, o Recurso Extraordinário aparece no Código de Processo Civil, por


meio do artigo 1029, afirmando: O recurso extraordinário e o recurso especial, nos
casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o
vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:

I – a exposição do fato e do direito;

II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;

III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

Nesse sentido o cabimento do Recurso Extraordinário serve para salvaguardar a


aplicação, interpretação e vigência da Constituição Federal. Suas hipóteses de
cabimento, em geral, seguem esta lógica: decisões que contrariam a Constituição
Federal declaram inconstitucionalidade de tratado ou lei federal ou julgam válida lei ou
ato de governo de constitucionalidade contestada podem ser impugnadas por recurso
extraordinário.

Prazo do Recurso Extraordinário

Igualmente, o Recurso tem prazo de se interposto é de 15(quinze) dias, como afirma o


caput do artigo 1.030 do CPC: “Recebida a petição do recurso pela secretaria do
tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze)
dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do
tribunal recorrido, que deverá:”

Requisitos de Admissibilidade do Recurso Extraordinário

Como qualquer outro recurso o RE, possui requisitos de admissibilidade intrínsecos e


extrínsecos, que serão observados pelo Tribunal a quo, ao fazer o juízo
de admissibilidade do recurso, justamente consiste na atividade de verificação da
existência concorrente dos pressupostos extrínsecos e intrínsecos, para que se possa
examinar o mérito do recurso.

Os pressupostos intrínsecos relacionam-se com a própria existência do direito de


recorrer, ou seja, cabimento, a legitimidade recursal, o interesse recursal e a inexistência
de fato impeditiva ou extintiva do direito de recorrer. Enquanto os requisitos extrínsecos
são: o preparo, a regularidade formal e a tempestividade, exigidos para todos os
recursos, inclusive o RE.

Além dos requisitos intrínsecos e extrínsecos podem ser citados alguns requisitos
especiais atinentes ao RE, como a exigência de que o recurso seja interposto contra
causas decididas em única ou última instância, o prequestionamento e da repercussão
geral.

Repercussão Geral

A repercussão geral é um instrumento qualitativo que exerce função de filtragem,


seleção, escolha, desígnio exercido pelo STF ao identificar em algumas causas um valor
diferenciado do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico. Permitindo que o
Supremo decida sobre questões que sejam realmente relevantes para a sociedade
brasileira, concretizando sua função de guardião da Constituição e de órgão
apresentador de pautas de conduta sobre o texto constitucional, atuando não somente
como mais uma instância revisora.

Sendo trazido pelo artigo 1035 do CPC: Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em
decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão
constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.

§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões


relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo.

§ 2º “O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para


apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.”.

Com isso, o recorrente precisa demonstrar que o tema discutido no recurso tem uma
relevância transcende sobre o caso concreto, revestindo-se de interesse geral,
institucional, semelhantemente ao que já ocorria, no passado, quando vigorava no
sistema processual brasileiro, o instituto da arguição de relevância.

Esse requisito tem como objetivo filtrar os recursos extraordinários ao chegarem no


Supremo Tribunal Federal para julgamento, evitando que questões que envolvam
apenas interesses das partes na lide concreta sejam analisadas pelo Excelso Pretório e
deixando para este julgar as causas de maior importância.

O instituto da repercussão geral visa precipuamente:


1. Firmar o papel do STF como Corte Constitucional e não como instância
recursal;

2. Ensejar que o STF somente análise questões relevantes para a ordem


constitucional, cuja solução extrapole o interesse subjetivo das partes;

3. Fazer com que o STF decida uma única vez cada questão constitucional, não se
pronunciando em outros processos com matéria idêntica.

Negativa do Recurso Extraoridnário

Quando houver a negativa se seguimento do RE, é cabível o agravo interno, nos termos
do art. 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil:

“Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os
autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que
deverá: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

I – Negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo


Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso
extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com
entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral;
(Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja


em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos
repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

II – Encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação,


se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do
Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão
geral ou de recursos repetitivos; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

Com isso, a negativa desse recurso permite que seja interposto o agravo interno, para
que seja discuta a questão constitucional, nas quais o Supremo Tribunal Federal não
tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário
interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo
Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral.

Conclusão

Pode observar que o Recurso Extraordinário serve para combater decisões que vão em
desencontro à Constituição Federal, sendo julgado e processado no STF (Supremo
Tribunal Federal). Caracteriza-se pelo fato de que sua cognição é limitada a matérias
específicas, por isso é um recurso de fundamentação vinculada.

Portanto vê-se que a sua importância está no fato de que o mesmo é um instrumento de
que se vale a Suprema Corte brasileira para o cumprimento do seu dever de protetora da
Constituição Federal, mantendo sua unidade e autoridade como carta magna.

Sua excepcionalidade manifesta-se nas hipóteses restritas de cabimento do mesmo, no


sistema de análise da admissibilidade dúplice, que prevê uma análise prévia realizada
pela instância a quo antes da remessa ao STF, na exigência de prequestionamento da
questão constitucional discutida no caso e da repercussão geral do tema.

Mostrando ser um recurso, que atua em excepcionalidades para que seja mantida
uniformidade nos julgamentos em conformidade com a Constituição Federal,
impedindo assim de causar confusão e divergências no ordenamento jurídico.

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