Você está na página 1de 2

Ética Cristã

Refugiado Climático

Primeiramente, antes de falar de refugiado climático, precisa saber o seu significado, na


qual pela Convenção da ONU relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1951 são: pessoas
em condição de refúgio são aquelas obrigadas a abandonar o país de origem por
fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social
ou opiniões políticas, bem como pessoas fugindo de um contexto de grave violação de
direitos humanos e conflitos armados.

Contudo, essa definição apresentada não inclui diretamente os que tiveram abandoar sua
terra em razão dos problemas ambientais, sendo este termo aparecendo em 1985 pelo
professor Essam El- Hinnawi, do Programa da ONU para o Meio Ambiente, na qual se
define como: “pessoas que foram forçadas a deixar seu habitat tradicional, temporária
ou permanentemente, por causa de uma perturbação ambiental acentuada (natural e/ou
desencadeada por pessoas) que comprometeu sua existência e/ou afetou seriamente a
qualidade de vida.” De acordo com Essam a perturbação ambiental seria qualquer
modificação, seja física, química ou biológica no ecossistema, tornando-se de forma
temporária ou permanente sua habitação para seres humanos.

Também existem outros tipos de refugiados climáticos pela classificação de Jacbson, a


primeira seria aqueles que migram por um desastre ambiental, como terremotos e
tsunamis. O segundo são que a destruição do ambiente afetou suas vidas e saúde dos
indivíduos. Por fim, são que mudaram de forma permanente em razão da instabilidade
ambiental que impede de fixar na sua terra natal.

Em razão disso, no Brasil uma das áreas que pode ocorrer esse fenômeno é a
savanização da Amazônia, sendo este um fenômeno quando há uma redução acentuada
da biomassa vegetal com impactos diretos nos produtos e serviços ecossistêmicos, bem
como na ecologia e na biodiversidade da floresta. Em alguns casos o nível de
degradação do solo é tamanho que áreas antes ocupadas por floresta amazônica têm
adquirido fisionomia de caatinga. Resultando no aumento de gases do efeito estufa,
também possui como outro efeito a desertificação de outras regiões, como o Sul e
Centro-Oeste, na qual essas regiões caracterizadas pelos pampas e cerradas viraram
desertos como o Saara resultando não só na perda ecológica, mas a casa de milhares de
pessoas.

Igualmente, a iniciativa do Governo Federal, em investir e suportar o agronegócio


ativamente prejudica a floresta Amazônia e contribui para sua savanização. Devido ao
fato que para expandir essa indústria precisa terra livre, para plantar gado e soja com o
objetivo de vender para mercado externo. Assim, essa política ativamente está
destruindo uma das maiores florestas do mundo e causando prejuízo enorme não só
meio ambiente, mas também para os seres humanos.
Além disso, de acordo com os cientistas a floresta Amazônica tem até certo limite de
quanto pode aturar essa destruição, estando na faixa de 20% a 25%, sendo estes
números o ponto de não retorno, atualmente está a 17%. Como consequência essa
savanização do bioma seria retroalimentado pelo aquecimento global e vice e versa,
escapando ao controle e podendo levar a conversão em savana de cerca de metade do
bioma, o que por sua vez acarretaria a uma acentuada emissão de gases de efeito estufa
decorrente da perda da biomassa florestal. O colapso da floresta amazônica teria o
efeito de reduzir drasticamente a precipitação pluviométrica da região Sudeste do
Brasil, inaugurando uma nova frente de desertificação no país, na qual pode resultar na
intensificação da fome, já que os dados pela Confederação de Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA), o Sudeste é responsável por 40,87% de toda produção de frutas e
hortaliças no país, em especial São Paulo.

Assim caso nada for feito para impedir o desmatamento da floresta Amazônia, podemos
ter nos próximos anos milhões de refugiados climáticos buscando por comida, moradia
e alguma esperança para ter uma vida normal, antes desse desastre natural.

Você também pode gostar