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O Impacto do Desmatamento na

Saúde Humana e a Importância das


Áreas de Preservação Permanente e
Áreas Verdes Urbanas

Nome: Eduardo de Almeida Silva Walder 2°c


Gabriel Gandra 2°c
Sumário
• Introdução
• O Desmatamento e seus Impactos na Saúde
Humana
• Importância das Áreas de Preservação
Permanente
• Benefícios das Áreas Verdes Urbanas
• Estratégias para Mitigação dos Impactos do
Desmatamento
• Conclusão
• Referências
Introdução

O desmatamento é um problema global que afeta diretamente a saúde


humana, o equilíbrio dos ecossistemas e a qualidade de vida das
comunidades. Neste trabalho, examinaremos os impactos do
desmatamento na saúde humana, destacando a importância das áreas de
preservação permanente e áreas verdes urbanas na mitigação desses
efeitos prejudiciais.
O Desmatamento e seus Impactos
na Saúde Humana
O ano de 2023 continua sendo marcado por diversas situações graves de
desmatamento na Amazônia. O lar de uma biodiversidade incomparável e
fundamental para a regulação do clima global tem enfrentado desafios
persistentes relacionados à degradação ambiental. Mesmo que soluções e
esforços estejam em andamento para mitigar o desmatamento, os
números ainda continuam sendo alarmantes.

Diversas situações contribuem para o desmatamento na Amazônia,


incluindo a expansão da agricultura, exploração madeireira ilegal, a
mineração e a construção de estradas, que também contribuem para a
destruição da floresta.

E essa situação não afeta somente a perda de biodiversidade ou o


desempenho da Amazônia na regulação do clima global; isso também
afeta diretamente a população. O desmatamento ocasiona impactos nas
populações indígenas e comunidades tradicionais que dependem da
floresta para sua subsistência. Além disso, muitos desses grupos
enfrentam a perda de seus territórios tradicionais, bem como a
contaminação de rios e recursos naturais devido à atividade industrial.

Um problema interligado é o desmatamento e as queimadas, que têm


impactos devastadores na natureza e na vida humana. Essas atividades
humanas têm sido motivo de preocupação crescente nas últimas décadas,
devido aos efeitos negativos que exercem sobre o meio ambiente e a
biodiversidade, além de contribuírem significativamente para as mudanças
climáticas.

Desmatamento afetando a saúde pública


Uma das consequências dessas queimadas advindas do desmatamento na
Amazônia é o impacto da poluição do ar na população. Logo no início de
setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais
de 1.400 focos de incêndios no Sul do estado do Amazonas, atingindo
cidades como Humaitá, Lábrea e Manicoré. Os níveis de poluição do ar no
estado do Amazonas têm atingido níveis insalubres, o que aumenta os
riscos à vida humana.

Essa queima de vegetação libera poluentes atmosféricos prejudiciais,


como partículas finas e gases tóxicos. A exposição a esses poluentes está
associada a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças
respiratórias, cardiovasculares e até câncer de pulmão.

Outra consequência na saúde pública devido ao desmatamento é o


impacto na segurança alimentar. O desmatamento e a degradação
ambiental podem afetar a disponibilidade de alimentos e a subsistência de
comunidades locais. Isso pode levar à insegurança alimentar e à
desnutrição, que, por sua vez, têm efeitos negativos especialmente em
áreas rurais.

Além disso, também é notável o aparecimento de problemas de água e


saneamento, ou seja, as florestas que vêm sendo destruídas podem afetar
a qualidade e a disponibilidade de água, levando a problemas de saúde
relacionados à água contaminada ou até mesmo a escassez.

É uma série de efeitos diretos e indiretos na saúde pública, que vão desde
a poluição do ar e das águas até o aumento das doenças infecciosas e a
insegurança alimentar. Portanto, a conservação das florestas e a adesão de
práticas sustentáveis são fundamentais para proteger a saúde da
população e o equilíbrio dos ecossistemas.
Importância das Áreas de Preservação
Permanente

As Áreas de Preservação Permanente foram instituídas pela Lei nº 12.651,


de 25 de maio de 2012 e consistem em espaços territoriais onde a
exploração humana é estritamente proibida.

O que é considerado área de preservação permanente?


Conforme o Novo Código Florestal, a APP é uma “área protegida, coberta
ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade,
facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-
estar das populações humanas”.

O artigo 4° estabelece as APPs como:

Faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,


excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura
mínima de:
30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de
largura;
50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50
(cinquenta) metros de largura;
100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a
200 (duzentos) metros de largura;
200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura
superior a 600 (seiscentos) metros;
Áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima
de:
100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20
(vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta)
metros;
30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
Áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida
na licença ambiental do empreendimento;
Áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que
seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
Encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a
100% (cem por cento) na linha de maior declive;
Restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
Manguezais, em toda a sua extensão;
Bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em
faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de
100 (cem) metros e inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas
a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura
mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo
plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente
ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da
elevação;
Áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que
seja a vegetação;
Em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima
de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e
encharcado.
Importância das áreas de preservação permanente
As APPs possuem o objetivo de conservar a biodiversidade, controlar a
erosão do solo, o assoreamento e a poluição dos cursos d’água. Outra
função é proporcionar a infiltração e a drenagem pluvial, contribuindo
para a recarga dos aquíferos e evitando enxurradas, inundações e
enchentes.

Já em meio urbano, a APP possibilita a valorização da paisagem e do


patrimônio natural e construído.

Dessa forma, é fundamental que essas áreas sejam monitoradas pelo


poder público, sendo proibida a exploração ou construção sem a
autorização do órgão ambiental, diferente das áreas de Reserva Legal (RL),
que podem ser exploradas de forma sustentável.

Se você possui uma propriedade e não sabe se deveria ter uma Área de
Preservação Permanente, entre em contato com a Couto Ambiental.
Benefícios das Áreas Verdes Urbanas

Estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do


Paraná (PUCPR) revela que há menos internações hospitalares por
doenças respiratórias em municípios com mais áreas verdes. A pesquisa,
que envolveu ciência de dados, usou bases de informações públicas como
o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil
(Datasus), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
Secretaria Nacional de Trânsito e o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná.

O objetivo do trabalho era avaliar como a infraestrutura verde urbana


(IVU), composta por praças, parques, jardins planejados, fragmentos
florestais, reservas florestais urbanas, bosques e arborização, impacta na
saúde da população.

“Combinamos várias informações e fizemos um estudo que envolve


aplicação de ciências de dados, realizando, primeiro, uma análise
multivariada de tais dados e, depois, análise de padrão. E chegamos à
conclusão com base nesses estudos”, disse à Agência Brasil a engenheira
civil Luciene Pimentel, professora do Programa de Pós-Graduação em
Gestão Urbana da PUCPR e uma das autoras da pesquisa.

A pesquisa usou também dados censitários, porque o estudo, que envolvia


somente a questão das internações por doenças respiratórias, analisou
também indicadores de pobreza. “Encontramos resultados interessantes
nesse sentido. Na verdade, os municípios que têm índices de pobreza mais
altos também apresentam mais internações hospitalares na comparação
com municípios em que os índices são menores.”

A pesquisa envolveu 397 dos 399 municípios paranaenses, porque dois


apresentavam falhas de dados. As informações foram coletadas em 2021 e
2022, sendo os resultados divulgados agora. Artigo referente ao estudo,
intitulado Ecosystems services and green infrastructure for respiratory
health protection: A data science approach for Paraná, Brazil (Serviços
ecossistêmicos e infraestrutura verde para a proteção da saúde
respiratória: Uma abordagem de ciência de dados para o Paraná, Brasil,
em tradução livre), foi publicado na liga internacional de revistas científicas
MDPI e pode ser acessado na íntegra neste link.

O estudo é assinado por Luciene Pimentel e pelos professores Edilberto


Nunes de Moura e Fábio Teodoro de Souza, da PUCPR, e pelo doutorando
da mesma universidade Murilo Noli da Fonseca.

Importância
Luciene salientou a importância do resultado, porque a Organização
Mundial da Saúde (OMS) reporta 4 milhões de mortes anuais por doenças
respiratórias, das quais 40% são por doenças pulmonares obstrutivas
crônicas. “O mundo inteiro está muito preocupado com essa situação.”

Ainda de acordo com a OMS, 99% da população mundial respiram ar que


excede os limites de qualidade recomendados. Além de inúmeros
problemas de saúde, a poluição atmosférica causa 7 milhões de mortes
anuais em todo o mundo.

Luciene ressaltou a existência de uma dúvida na literatura científica sobre


até que ponto a vegetação realmente contribui para diminuir a poluição
do ar, tendo em vista que as doenças respiratórias são fortemente
conectadas com esse problema nas áreas urbanas, ou se a forma como se
dispõe a vegetação urbana pode até piorar a saúde respiratória pela
dispersão de pólen.

A professora disse acreditar que os resultados do estudo podem subsidiar


políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental e a gestão da
saúde urbana. A redução das taxas de internações por doenças
respiratórias traz acoplada a redução dos custos com hospitalizações por
agravos de saúde e outras infecções, podendo contribuir ainda para a
queda das faltas ao trabalho e à escola.

Continuidade
A equipe de pesquisadores pretende dar continuidade agora ao estudo
envolvendo a capital paranaense, Curitiba, em escala intraurbana, e não
mais municipal, com participação da rede de pesquisa Novos Arranjos de
Pesquisa e Inovação, financiada pela Fundação Araucária, no âmbito de
emergências climáticas. Será medida, por exemplo, a distribuição de pólen
na cidade. De acordo com Luciene, as medições serão usadas para analisar
dados em uma escala mais detalhada.

“O que estamos querendo fazer agora é começar a olhar por tipologia de


doenças respiratórias, como a asma, por exemplo, que tem aumentado
muito no mundo. A asma é uma doença que preocupa. Na faixa de
crianças, que interessa à nossa pesquisa, a doença vai comprometer a vida
adulta. Asma não tem cura, é doença crônica. A pessoa vai depender de
remédios o tempo todo. Enquanto crianças, faltam à escola por causa da
doença; os pais faltam ao trabalho”, disse Luciene.

As doenças respiratórias têm sinais diferentes. Daí a razão de o estudo


continuar, no sentido de esmiuçar os detalhes. O objetivo dos
pesquisadores, mais adiante, é estender a pesquisa para outros estados do
país. “A ideia é termos uma pesquisa nacional.”
Estratégias para Mitigação dos Impactos
do Desmatamento
Soluções para o desmatamento
As soluções para o desmatamento em nível global e regional devem estar
concentradas na possibilidade de diminuir-se o volume desmatado,
preservar-se a biodiversidade e garantir-se condições de vida adequadas
para a população. Desse modo, as soluções para o desmatamento
perpassam por:

Implementação de um modelo econômico de produção baseado no


desenvolvimento sustentável;

Participação do poder público e da iniciativa privada no desenvolvimento


de ações de preservação ambiental;

Aplicação da legislação ambiental por meio da fiscalização e da punição de


crimes ambientais;

Bonificação para produtores rurais e outros atores econômicos que


contribuem para a preservação de áreas de floresta;

Criação de unidades de conservação e preservação ambiental com foco


em regiões com alta biodiversidade;

Promoção de políticas de reflorestamento de áreas devastadas com


espécies nativas e repovoamento de animais..

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