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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

Saúde Única: Medicina Veterinária,


Zootecnia e o contexto ambiental

Alessandra Rabelo
Amanda Lagares
Ana Ester
Ana Flávia
Bianca Barbara
Maxine Ribeiro

Prof.: Dr. Paulo Hellmeister Filho


Profa. Dra. Raquel Maria de Oliveira

GOIÂNIA
2020
Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem estar para todos, em todas as
idades.

Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão da água e saneamento para todos.

Aqui estão algumas questões que evidenciam a necessidade dos objetivos 3 e 6 da AGENDA
2030 da ONU.

- Mais de 6 minhões de crianças morrem a cada ano antes de completar 5 anos de idade.

- Apenas metade das mulheres em região em desenvolvimento recebem a quantidade


recomendada de assistência médica.

- No mundo, 2,5 bilhões de pessoas não tem acesso a serviço de saneamento básico, como
nabheiro e latrinas.

- Diariamente, uma média de cinco mil crianças morrem de doenças evitáveis relacionadas a
água e ao saneamento.

Vocês acham que esses objetivos se relacionam? Justifiquem sua resposta.

Sim. A falta ou a precariedade do acesso à água de qualidade representa


vulnerabilidade e riscos à saúde humana, uma vez que propicia o desenvolvimento de doenças
infecciosas agudas e aumenta a prevalência de doenças crônicas, sendo incompatível com o
bem-estar.

Serviços de disponibilização de água tratada, coleta e tratamento de esgoto são


essenciais para um país ser considerado desenvolvido, pequenas mudanças podem trazer
diversos benefícios, estudos mostram que a cada 1 real investido em saneamento básico
economiza-se 4 reais em gastos com saúde.

Assegurar água e o saneamento de todos é um papel da gestão pública, que deve


desenvolver ações conjuntas e ajustadas nos setores de desenvolvimento, integrando o
crescimento populacional, saneamento básico e ambiental, destruição ambiental e saúde.
Papel do SUS na qualidade e distribuição da água no Brasil

Poucos sabem, mas o SUS - Sistema Único de Saúde - vai muito além do atendimento
médico gratuito, o SUS é responsável pela atenção primária, média e alta complexidades, bem
como os serviços de urgência e emergência, atenção hospitalar, ações e serviços de vigilância
epidemiológica, sanitária e ambiental, e também atua na assistência farmacêutica, por ser tão
amplo muitas vezes podemos esquecer de enumerar o seu papel no controle de distribuição e
qualidade de água por meio de programas como o Plano de Segurança da Água (PSA) e o
“VigiÁgua”.

Esses programas tem como objetivo promover saúde assegurando o acesso da


população a água em quantidades e qualidade compatível com o padrão disposto na legislação,
com foco no controle da captação, no tratamento e na distribuição da água para consumo
humano.

O SUS é responsável por gerenciar a qualidade da água de forma preventiva,


garantindo o acesso continuo a água e sua segurança para o consumo humano, visando prevenir
doenças que podem ser veiculadas no meio, como amebíase, diarreia por Escherichia coli,
desinterias, esquistossomose, dentre outras enfermidades que acarretam problemas de saúde
pública.

A garantia de segurança da água realizada pelo SUS é baseada em um sistema


complexo, no qual as etapas preliminares consistem no planejamento de atividades,
levantamento de informações e a constituição da equipe, tudo isso leva a construção e avaliação
do sistema com uma detalhada descrição do Sistema de Abastecimento de Água, este realiza a
identificação e analises de perigos potenciais e caracterização de riscos através do
monitoramento e procedimentos de rotinas e emergenciais.

Com isso temos um banco de dados capacitado para antecipar problemas e promover
ações de prevenção para eliminar ou reduzir o perigo em nível aceitável, tornando os riscos
controláveis.

Por mais frágil e falho que seja o programa estatal realizado pelo SUS de forma geral,
nós como cidadãos devemos conhecer os seus programas e feitos, que garante água tratada para
grande parte da população e já preveniu e previne inúmeras doenças. Ainda assim, precisamos
cobrar políticas com maior integração e distribuição da água com qualidade, que é direito de
todos.

Novo marco legal do saneamento

No dia 24 de junho, em sessão remota, o Senado aprovou o novo marco legal do


saneamento básico (PL 4.162/2019). O projeto é de iniciativa do governo, foi aprovado em
dezembro do ano passado na Câmara dos Deputados e agora segue para a sanção presidencial.
Levantando muitas especulações contra a privatização da água, já que as empresas privadas
atuam para lucro e benefício próprio o que dificultaria o acesso a água e ao saneamento em
populações de baixa renda.
Propostas do novo projeto:
• Os estados deverão compor grupos de municípios, ou blocos, que contratarão os
serviços de forma coletiva;
• As companhias estaduais não poderão mais receber a concessão dos serviços de
saneamento nos municípios sem passar por licitação, que será obrigatória, e vão
concorrer com empresas privadas;
• Famílias de baixa renda poderão receber subsídios para cobrir os custos dos serviços e
gratuidade na conexão à rede de esgoto;
• O projeto estende até 2021 para capitais e 2024 para pequenos municípios o prazo para
que as cidades encerrem os lixões a céu aberto;
• Os municípios e o DF passarão a cobrar tarifas sobre serviços como podar árvores,
varrer ruas e limpar as bocas de lobo;
• Os contratos deverão se comprometer com metas de universalização a serem cumpridas
até o fim de 2033: cobertura de 99% da população da área atendida para fornecimento
de água potável e de 90% para coleta e tratamento de esgoto;
• Também deve haver compromisso com a não interrupção dos serviços, com a redução
de perdas e com a melhoria nos processos de tratamento.

Mudanças climáticas e período de chuvas

Falar de mudanças climáticas é falar sobre saúde única, já que as alterações climáticas
envolvem um todo, como saúde, alimentação e bem estar.

Com o passar dos séculos e com a ascensão das indústrias, agricultura e


expansionismos, consequentemente as queimadas, desmatamento e emissão de gases tem
intensificado a concentração de gases de efeito estufa, na qual era um acontecimento natural da
terra, que era responsável por formar uma barreira que permite a passagem da radiação solar e
retém o calor irradiado.

Com base nessas causas, suas consequências estão se tornando cada vez mais
prejudiciais ao planeta e a quem nele habita, pois tem modificado as estações e suas
características, como por exemplo a diferencia de períodos de chuvas em diferentes locais do
brasil.

Dessa forma, como as chuvas dependem diretamente da umidade que as florestas


oferecem, as queimadas e desmatamento estão interferindo diretamente na formação de chuvas
e abastecimento de rios. Com isso, o ciclo da água está diretamente ligado ao clima. Assim, as
mudanças no clima alteram o regime de chuvas, fazendo com que ocorra eventos hidrológicos
extremos, como inundações e secas.

Desse modo, as cidades estão passando a ter suas próprias alterações climáticas, como
a alterações de níveis dos rios e na qualidade das águas, como por exemplo as chuvas acidas,
que se resumem no aumento da acidez das chuvas devido a liberação excessiva de poluentes, o
que resulta na destruição da cobertura vegetal e acidificação dos solos e das aguas. Assim,
tornando a prejudicar a todos aqueles que dependem daquela água e solo.

Assim, suas soluções se resumem a:

• Reduzir o consumo de carne, principalmente de ruminantes, fazendo assim a diminuição de


emissão de gases no efeito estuda e liberando a área para outros plantios;

• Cortar o uso do petróleo e carvão;

•Plantas arvores, que enquanto estão no seu processo de crescimento realizam a fotossíntese,
que se resume na retira de gás carbônico da atmosfera;

•Conscientização da população, sobre consumo, prejuízos e consequências.

Poluição da água
A poluição da água é um fenômeno que ocorre quando elementos químicos, físicos ou
biológicos contaminam a água. A alteração nas propriedades da água traz muitos prejuízos.

Tipos de poluição da água


Poluição sedimentar: ocorre quando existem partículas em suspensão. Essas partículas
vem do solo, em função da erosão, do desmatamento ou da extração de minérios.
Poluição biológica: acusada por detritos domésticos e industriais, lançados nos esgotos
sem tratamento prévio.
Poluição térmica: ocorre quando a temperatura de um ecossistema é elevada ou
reduzida.
Poluição por agentes químicos: decorrente do descarte inadequado de resíduos
contaminantes em cursos d’água, rios e mares.

Causas da poluição da água


A principal causa da poluição da água é a ação humana. Atividades agrícolas,
domésticas e industriais geram resíduos que, se descartados de maneira inadequada,
comprometem os recursos hídricos.
Atividades agrícolas: o uso de pesticidas e fertilizantes químicos pode infiltrar no solo
e atingir o lençol freático.
Atividades industriais: geram diversos tipos de resíduos poluentes que podem ser
lançados nos rios e no mar. A exploração petrolífera em águas subterrâneas ocorre,
principalmente, pelo vazamento do petróleo no mar e geram desastres ecológicos. A
contaminação também pode ocorrer no transporte ou pelo mal estado dos equipamentos de
captação.
Atividades domésticas: uso de detergentes, os quais potencializam o crescimento do
fitoplâncton e algas que, quando morrem, esgotam a oferta de oxigênio. A contaminação da
água também ocorre pelos resíduos de aterros sanitários mal instalados, lixões a céu aberto e
lançamento de esgoto doméstico nas águas. Isso acontece também pela infiltração do chorume
no lençol freático.
A insuficiência dos sistemas de saneamento básico é um agravante da poluição da
água.

Consequências da poluição da água


O lançamento e substâncias físicas e químicas na água é potencialmente prejudicial
para a vida aquática de animais e plantas.
Quando as condições químicas da água são alteradas ela não é adequada para o
consumo e pode resultar em doenças para as pessoas. Tais como, infecções gastrointestinais,
disenteria, leptospirose, cólera e hepatite.
O excesso de matéria orgânica proveniente dos esgotos ocasiona o processo de
eutrofização, que é um processo decorrente da acumulação excessiva de matéria orgânica
provinda dos esgotos e pelo desenvolvimento de algas, resultando em mal odor e aspecto turvo
à água.

Como evitar a poluição da água


Os sistemas de esgotos e de tratamentos de resíduos são de responsabilidade do
governo. No entanto, existem ações simples, que podem ser adotadas por toda a população, para
reduzir a poluição da água, tais como:
- descartar os resíduos de maneira adequada
- reduzir o volume de resíduos, reaproveitando e reciclando materiais
- evitar o uso de fertilizantes industriais e pesticidas
- não descartar materiais plásticos na natureza
- reduzir o consumo de água, evitando o desperdício

Tratamento da água
O tratamento de água é feito por químicos, biólogos, ou outros profissionais de áreas
laboratoriais, nas seguintes etapas:
1. Captação: a água é captada em rios e mananciais, ainda com resquícios de sujeira e
bactérias
2. Adução: por meio de bombas, leva a água até a ETA (estação de tratamento de água)
3. Coagulação: consiste na adição de sulfato de alumínio à água captada. Esse produto
favorece a união das partículas e impurezas da água, facilitando a remoção na
decantação
4. Floculação: etapa na qual a água é submetida à agitação mecânica, para que as
impurezas formem flocos maiores e mais pesados
5. Decantação: nos tanques de decantação, os flocos de impureza afundam e são separados
do restante do líquido
6. Filtragem: filtros formados por camadas de areia grossa, areia fina, cascalho, pedregulho
e carvão promovem a completa remoção dos últimos flocos de resíduos
7. Desinfecção: água recebe adição de cloro, flúor e controle do pH
8. Armazenamento: a água filtrada e tratada na ETA é armazenada em reservatórios para
ser distribuída para as residências.

Pegada Hídrica
Segundo Arjen Hoekstra o conceito de Pegada Hídrica na prática é definido como o
volume total de água utilizada na produção de um bem ou serviço de forma direta ou
indiretamente. A Reflexão a cerca desse assunto está no fato de que, segundo a Agência
Nacional de Águas 75% da água consumida no país foi utilizada pela irrigação e 9% para
dessedentação animal. Portanto, a agropecuária representou 84% do consumo do consumo de
água potável no Brasil, cuja distribuição hídrica além de ser desigual e precária em
determinadas áreas, possui grande parte de sua população de baixa renda sem acesso a redes de
esgoto.

Dessa forma, é imprescindível que pesquisas sejam feitas sobre esse setor e como
exemplo, destaca-se o pesquisador da Embrapa Júlio Palhares o qual afirma que zootecnia e
nutrição de precisão, se exercitadas de forma correta, podem contornar o desperdício de água
na pecuária e agricultura. Afinal um pasto degradado, terá menos água em sua composição e
gerará um animal sob maior tempo de pastejo para conseguir atingir o peso de abate esperado
pelo pecuarista, além do fato do animal beber mais água do bebedouro. Porém Júlio afirma que
se alimentado e suplementado de forma correta, o gado irá consumir menor quantidade de água,
e e assim poderemos dizer que produzimos carne, com a máxima eficiência hídrica e produtiva.

Referências

PSA. Plano de Segurança da Água. Um olhar do SUS. Disponível em


(http://www.saude.gov.br/images/pdf/2015/maio/19/plano-seguranca-agua-2013-web.pdf)
Premix Blog. Pegada Hídrica na Pecuária: o consumo consciente que acaba com o
desperdício. 20-03-2020. Disponível em (https://www.premix.com.br/blog/pegada-hidrica-na-
pecuaria-o-consumo-consciente-que-acaba-com-o-desperdicio/).

Razzolini, Maria Tereza Pepe, and Wanda Maria Risso Günther. "Impactos na saúde das
deficiências de acesso a água." Saúde e Sociedade 17 (2008): 21-32. Disponível em
(https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000100003)

Trata Brasil. Saúde: Principais estatísticas. Disponível em


(http://www.tratabrasil.org.br/saneamento/principais-estatisticas/no-brasil/saude)

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