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INTRODUÇÃO

É muito importante atentar para às principais características da água, da bacia


hidrográfica como unidade territorial de planejamento e gestão dos recursos
hídricos, dos aspectos legais e tratamento da água. A Produção textual
interdisciplinar é parte do plano acadêmico desenvolvido a partir dos
conhecimentos aplicados pelo conteúdo das disciplinas ciências ambientais,
química ambiental, poluição e recursos sólidos.

A produção textual é um procedimento metodológico de ensino aprendizagem


que tem por objetivos, conhecer os tipos de poluição que os resíduos podem
gerar; analisar os aspectos ambientais e sociais no âmbito organizacional e
identificar quais práticas poderão ser utilizadas com base na qualidade
ambiental. A água é um composto químico essencial para existência da vida
como conhecemos, pois, além de ser o composto inorgânico mais abundante
na matéria viva, é também o meio de vida para diversas espécies. Para os
seres humanos, a água é um elemento essencial não apenas à constituição
orgânica, e podemos afirmar que o desenvolvimento das sociedades se
realizou em uma relação direta com a oferta natural de água.
DESENVOLVIMENTO

O uso da água não se resume às necessidades biológicas, mas serve ao meio


ambiente, à geração de energia, ao saneamento básico, à agricultura,
pecuária, indústrias diversas, navegação e tantas outras aplicações (GARCIA,
2012). Quando analisamos o desenvolvimento histórico da humanidade,
constatamos que os homens se estabelecem onde há disponibilidade de água,
como próximo de lagos ou rios. As primeiras grandes civilizações foram
construídas nos vales dos rios Nilo, no Egito, Tigre e Eufrates, na
Mesopotâmia, Indo, no Paquistão e Amarelo, na China. Além de se situarem
em vales de grandes rios, essas civilizações tinham em comum também o uso
da água para a irrigação, o que possibilitava uma produtividade suficiente para
abastecer a população. A importância dos rios para a sustentação dessas
sociedades era tamanha que, assim como afirma bruni (1993, p. 56) “essas
civilizações desmoronaram quando o abastecimento de água se extinguiu ou
foi mal aproveitado”. É interessante notar a relação da Roma Antiga com a
água, pois dentre outras obras de engenharia desse antigo império destacam-
se os aquedutos, as fontes públicas e a cloaca. Os aquedutos eram sistemas
que utilizavam a gravidade para que a água pudesse fluir e tinham a finalidade
de abastecer as cidades com água limpa. A água era armazenada em cisternas
e posteriormente distribuída para casas particulares ou para pontos de
abastecimento público. As fontes públicas, que recebiam água dos aquedutos,
tinham grande importância para a população romana, pois, além de servirem
como ponto de coleta de água para cidadãos, eram utilizadas para o banho
público. Para os romanos, o banho tinha finalidades maiores do que a higiene,
pois eram espaços sociais e lúdicos. Hoje, ao pensar em nosso cotidiano,
percebemos que a água está presente quase a todo instante. Quando
acordamos, lavamos nossos olhos e escovamos os dentes. Quando vamos
comer, é necessário que nossos alimentos estejam limpos, ou melhor, que
verduras, frutas e legumes estejam bem lavados.

É importante destacar que diversos países sofrem com escassez decorrente de


fatores naturais, contudo, há lugares onde os efeitos antrópicos promoveram
um cenário de escassez e/ou estresse hídricos. Isso se deve ao fato de o
conceito levar em consideração a possibilidade de uso para consumo da água,
ou seja, mesmo no Brasil há localidades que sofrem com estresse hídrico,
apesar de um volume total de água superior àquele estabelecido pelo conceito.
A distribuição das águas continentais no Brasil também é desigual. A região
Norte tem cerca de 7% da população e 68% da água, enquanto o Sudeste tem
43% da população e 6% da água e a região Nordeste tem 29% da população e
3% da água. De toda forma, um dos problemas mais relevantes na questão
que envolve a água em nosso país é o descaso com seu uso; a abundância às
vezes pode fazer parecer que sempre haverá água em condição de consumo,
o que não justifica o desperdício, tampouco a falta de tratamento dos efluentes,
sobretudo o esgoto doméstico.

Mesmo possuindo grandes bacias hidrográficas, que totalizam cerca de 80%


de nossa produção hídrica, cobrindo 72% do território brasileiro “[...] o Brasil
sofre com escassez de água, devido à má distribuição da densidade
populacional dominante, que cresce exageradamente e concentra-se em áreas
de pouca disponibilidade hídrica, [...]”. Como exemplo, pode-se citar a região
metropolitana de São Paulo, onde atualmente se verificam sérios problemas de
quantidade de água a ser distribuída, devido à sua alta concentração
populacional, destacando-se também a grande degradação da qualidade
destas águas (TELLES; COSTA, 2010, p. 10). Isso não quer dizer, contudo,
que a água possa acabar, ao menos em nosso tempo geológico nada indica
que isso venha a ocorrer, mas temos de levar em consideração as alterações
da qualidade da água, para evitarmos episódios de estresse e, quiçá, escassez
hídrica em escala global. É também um recurso renovável, pois a
movimentação natural da água a renova. É esse movimento que chamamos de
ciclo hidrológico.

A agricultura, atividade econômica que mais consome água, utiliza, muitas


vezes, técnicas rudimentares de irrigação. No mundo é a atividade que mais
desperdiça água, com perdas em torno de 50-60% e, no Brasil, mais de 95%
da área irrigada utilizam métodos pouco eficientes, como o espalhamento
superficial, pivô central e aspersão convencional (REBOUÇAS, 2001, p. 334).
Podemos, então, verificar que a gestão da água é muito mais importante que o
alarmismo, que às vezes soa catastrofista, a respeito da distribuição de água
nos reservatórios naturais. O uso de métodos de irrigação mais eficientes, a
redução do desperdício nos sistemas de distribuição, assim como um melhor
aproveitamento nas residências (como banhos mais curtos, uso de sistemas de
descargas mais econômicos, fechar a torneira ao escovar os dentes ou fazer a
barba etc.) e o reuso da água, sobretudo no setor industrial, trarão, com
certeza, benefícios a todos. Mas tais mudanças demandam um grande esforço
por parte do governo, sociedade civil, cientistas, empresários e ruralistas. O
grau de poluição das águas é medido por meio de características físicas,
químicas e biológicas das impurezas existentes, que, por sua vez, são
identificadas por parâmetros de qualidade das águas. Dessa forma, para estar
apta ao consumo humano, a água interceptada deve passar por uma série de
tratamentos e de testes. O conjunto de normas brasileiras que contém a lista
de parâmetros e valores máximos permitidos para avaliação da qualidade da
água, para fins de potabilidade é a Portaria 518 do Ministério da Saúde (ÁGUA
E SAÚDE, 2014).

Uso na agricultura: poluentes advindos da drenagem de áreas: fertilizantes,


defensivos agrícolas, fezes de animais e material em suspensão. Essa água
impactada pode ser veículo de transmissão de contaminantes e/ou patógenos
por meio de contato dérmico, inalação e ingestão, prejudicando a saúde das
pessoas através de atividades corriqueiras, como ingestão direta, preparação
de alimentos e uso na higiene pessoal, nas atividades de limpeza e no lazer.

É muito importante saber que, para medir a concentração de poluição orgânica


existente nas águas (residuárias ou não), o parâmetro mais usado é o ensaio
de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio). A DQO (Demanda Química de
Oxigênio) também é utilizada para medir a concentração de matéria orgânica
na água. Para entender melhor, vejamos o que diz Soares (2000, p. 12) sobre
a DQO e a DBO: Demanda Química de Oxigênio (DQO): é a quantidade de
oxigênio necessária para oxidar quimicamente toda a matéria orgânica,
levando-a a CO2 e H2O. O método baseia-se na oxidação da matéria orgânica
por dicromato de potássio em meio ácido (com ácido sulfúrico), contendo
sulfato de prata como catalisador, e ebulição por duas horas. Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO): é a quantidade de oxigênio necessária para
oxidar biologicamente a matéria orgânica, degradada no período de tempo (t),
em condições padrão (T = 20° C). A respeito deste parâmetro de qualidade da
água é importante salientar alguns aspectos. A água potável pode ser
encontrada pura na natureza, porém em pequenas quantidades, e esse recurso
não é infinito. Para ser considerada potável, ou seja, própria para consumo
humano, à água deve apresentar os seguintes parâmetros, conforme a já
citada Portaria do Ministério da Saúde no 2.914/2011: pH entre 6,5 e 9,5;
coliformes totais: ausência em 100 mL de amostra; Escherichia coli: ausência
em 100 mL de amostra; cloro residual livre: concentração mínima de 0,2 mg/l
em qualquer ponto da rede distribuidora. Os parâmetros que representam as
características físicas, químicas e biológicas das águas são: cor, turbidez,
temperatura, sabor e odor. É importante destacar que os poderes executivos
do Distrito Federal de dos municípios devem promover a integração de políticas
de saneamento básico e de uso, ocupação e conservação do solo e do meio
ambiente com as políticas federal e estaduais de meio ambiente. De acordo
com a lei que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento no Brasil, Lei
n. 11.445/2007 (BRASIL, 2007), Saneamento Básico é o conjunto de serviços,
infraestruturas e instalações operacionais de

a) abastecimento de água potável;

b) esgotamento sanitário;

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

O saneamento básico é um importante indicador de qualidade de vida da


população, pois reflete as condições de saúde da população. Para tanto a
execução de sistemas de coleta e tratamento de esgotos domésticos e
industriais representam uma importante forma de evitar que esses dejetos
poluam os recursos hídricos. Dentre as fontes de poluição da água, estão:

• fontes naturais, tais como minerais dissolvidos, drenagem de águas pluviais;

• decaimento da vegetação, crescimento de plantas aquáticas;

• fontes agrícolas, tais como irrigação e drenagem, erosão;


• excretas de animais, aplicação de fertilizantes e pesticidas;

• por meio de águas residuais: esgotos sanitários, águas pluviais e efluentes


industriais;

• resíduos de abatedouros e resíduos de serviços de saúde;

• outras fontes, tais como aterros sanitários, mineração e reservatórios.

Para Zanta e Ferreira (2003), o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos


deve ser integrado, ou seja, deve englobar etapas articuladas entre si, desde a
não geração até a disposição final, com atividades compatíveis com as dos
demais sistemas do saneamento ambiental. A Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos pode ser entendida como a maneira de “conceber, implementar e
administrar sistemas de manejo de resíduos sólidos urbanos, considerando
uma ampla participação dos setores da sociedade e tendo como perspectiva o
desenvolvimento sustentável” (MESQUITA JÚNIOR, 2007, p. 14). A lei 11.445
de 2007 Ficou estabelecido que a limpeza urbana e o manejo de resíduos
sólidos integrariam o saneamento básico, ou seja, um subproduto dele.

Considerações Finais

Por ter tantas aplicações diferentes, a água deve ter o aspecto e a qualidade
de acordo com suas necessidades específicas. Esta é uma preocupação que
ocorre desde os primórdios da civilização. O homem tem se preocupado e se
esforçado para evitar a poluição dos recursos hídricos. Mesmo possuindo
grandes bacias hidrográficas, que totalizam cerca de 80% de nossa produção
hídrica, cobrindo 72% do território brasileiro “[...] o Brasil sofre com escassez
de água, devido à má distribuição da densidade populacional dominante, que
cresce exageradamente e concentra-se em áreas de pouca disponibilidade
hídrica, [...]”. Como exemplo, pode-se citar a região metropolitana de São
Paulo, onde na água e as espécies químicas encontradas nela estão sob forte
influência do ambiente em que a água é encontrada. A química da água
exposta à atmosfera é muito diferente da química da água no fundo de um
lago. Os microrganismos desempenham um papel essencial na determinação
da composição química da água. Portanto, ao discutir a química aquática é
necessário levar em consideração muitos fatores gerais que a influenciam.
Durante muito tempo não foi dada a devida importância para a gestão dos
resíduos sólidos e consequentemente poucos recursos eram destinados para
este setor, as prioridades sempre foram o abastecimento de água e a coleta de
esgoto.
4. Referências Bibliográficas

DERISIO, J. C. Introdução ao Controle de Poluição Ambiental. 4.ed. São Paulo:


Oficina de Textos, 2012.

GARCIA, G. O. Qualidade de reúso de água na agropecuária. Disponível em: .


Acesso em: 14 set. 2020.

MANAHAN, S. E. Química Ambiental. 9.ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.

PHILIPPI JR, A. Ed. Saneamento, Saúde e Ambiente: Fundamentos para um


Mundo Sustentável. Barueri: Manole, 2005.

SOUZA, Luciana Cordeiro de. Águas e sua Proteção. Curitiba: Juruá, 2004

TELLES, Dirceu D’Alkmin; COSTA, Regina Helena Paaca Guimarães. Reúso


da Água: conceitos, teorias e práticas. São Paulo: Blucher, 2007.

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