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INTRODUÇÃO
A escassez hídrica na região nordeste do Brasil, constitui uma grande barreira para o
desenvolvimento sócio econômico. Visando amenizar os problemas acarretados pela seca, a
construção de açudes se tornou uma das mais importantes iniciativas para garantir água para a
população. Outra alternativa é a perfuração de poços, todavia, é necessário que esteja dentro
dos mecanismos legais e normativos e que o uso seja controlado. Os mesmos podem gerar
impactos, seja por problemas associados à superexploração, pela retirada sem controle,
fazendo com que a extração seja superior à recarga ou pela contaminação que muitas vezes
leva à degradação irreversível da qualidade das águas (HIRATA, 1993).
A construção dos reservatórios (açudes) causa impactos ambientais que implicam em
alterações da fauna, da flora, desmatamento da área, degradação e erosão dos solos, alteração
do clima e dos costumes da sociedade local, entre outros. Esses reservatórios foram
construídos para distintas finalidades, tais como: recreação, irrigação, produção de energia
elétrica, abastecimento das populações e produção pesqueira.
Os açudes são de grande importância para a região, contudo é um recurso
extremamente limitante, pois são constantemente ameaçados pelas ações impróprias do ser
humano, tais como deposição de lixos, lançamento de efluentes domésticos não tratados e
descarte de resíduos de agrotóxicos, prejudicando a qualidade da água, o que acaba resultando
em prejuízo para a própria humanidade.
Inserido em tal contexto, tem-se o açude no município de Lucrécia/RN, o qual foi
construído nas terras que pertenciam por direito de posse a uma mulher negra, chamada
Lucrécia, que residia nas proximidades do Riacho Pé de Serra e o Rio Mineiro vivendo da
lavoura. No Governo Getúlio Vargas em 1930, começou a construção do açude, ocupando
cerca de 2.500 homens, finalizando em 1934 e sendo entregue ao poder público em 1939.
Com a construção do açude, foi se formando o povoado, o qual ganhou o nome de Lucrécia
por razão de sua primeira habitante (CÂMARA CASCUDO, 1984).
O Açude Lucrécia, construído com a finalidade de abastecimento humano e irrigação
(DNOCS, 2015), vem sofrendo mudanças impulsionadas pelo seu baixo nível de água, e
principalmente por atividades antrópicas, como por exemplo, desmatamento de matas ciliares,
práticas agrícolas dentro do seu perímetro, assoreamento, poluição, dentre outras (PMSB,
2019).
Nesse contexto, alternativas tecnológicas e educacionais devem ser desenvolvidas
para sensibilizar e conscientizar a população a respeito dos problemas relacionados ao meio
ambiente e, em especial, a água, para garantir que esse recurso tão precioso seja melhor
utilizado, podendo garantir água de qualidade para a nossa geração e para as futuras. Dessa
forma, a percepção ambiental pode ser utilizada como instrumento para se identificar como
acontece a relação entre o homem e a natureza, bem como, compreender o grau de
conscientização do mesmo quanto à problemática ambiental (MACEDO, 2005).
Diante da necessidade de se compreender como algumas comunidades agem perante
ao meio ambiente em que vivem, este estudo tem como objetivo principal abordar os impactos
ambientais decorrentes das atividades antrópicas que utilizam dos recursos hídricos,
procurando perceber a concepção ambiental, seus usos, as consequências da escassez hídrica e
interferências antrópicas, como também qual a importância desses recursos para a população
do município.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
Metodologia
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O açude de Lucrécia/RN que por muitos anos era ponto turístico da cidade, todos os
anos era comemorado com festa e competições esportivas, visto como um grande tesouro para
cidade e orgulho para os moradores. Eram muitas as utilidades e funções do açude, no
abastecimento, o açude armazenava água no inverno para abastecer a população com água
potável. Servia para irrigação agrícola, garantindo as culturas e plantios, era utilizado também
para a finalidade de lazer, para a prática de esportes, para a pesca e para a criação de animais.
Em 2017, esse cenário mudou, pois todas as funções e utilidades do açude foram
interrompidas devido à escassez hídrica pela primeira vez na sua história, mostrando uma
baixa recuperação nos anos seguintes. A baixa pluviosidade e irregularidade das chuvas,
provocou uma série de prejuízos aos agricultores, como perda de plantações e animais,
principalmente deixando de abastecer a população com água potável.
A perfuração de poços deve ser feita seguindo as orientações ambientais devendo ser
registrada no órgão competente, no caso do RN junto ao IGARN. Os poços fazem parte da
Política Nacional de Recursos Hídricos, devem seguir os parâmetros estabelecidos. De acordo
com a política nacional de recursos hídricos, perfurar poços para extração de água subterrânea
ou operá-los sem a devida autorização é considerado infração, passível de advertência e multa
(PNRH, 1997).
No entanto, no município de Lucrécia/RN não existe um controle sobre a perfuração
desses poços, alguns foram perfurados através de programas do governo, nas comunidades
rurais e órgãos públicos, mas também existem poços particulares, sendo que não possuem um
registro da quantidade existente. O IGARN (Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio
Grande do Norte), que é o órgão responsável pela outorga de direito de uso de recursos
hídricos, também não existe registro de todos os poços. Sendo o mesmo um dos seis
instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, esse instrumento tem como objetivo
assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos
direitos de acesso aos recursos hídricos. Embora a construção desses poços traga benefícios
para população que vivem em áreas com escassez de recursos hídricos, existem alguns fatores
que interferem na qualidade da água, e consequentemente na preservação desse recurso e do
meio ambiente.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS