UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS - DCH - CAMPUS V

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

Thaís Dos Santos Neris

Ánalise dos Impactos Socioambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Una (Valença-BA)

Santo Antônio de Jesus- BA

2023
 Thaís Dos Santos Neris

Ánalise dos Impactos Socioambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Una (Valença-BA)

Pré-projeto sobre a Bacia Hidrográfica do Rio

Una (VAlença-BA) apresentado ao curso de
Licenciatura em Geografia, da Universidade
Estadual da Bahia - Uneb de Santo Antônio
de Jesus-BA, solicitado pelo Professor André
Luiz Dantas Estevam.

Santo Antônio de Jesus- BA

2023
 RESUMO

Este trabalho tem como objetivo identificar a atual condição físico-ambiental da bacia
hidrográfica do Rio Una - Valença-BA, bem como o crescimento da agropecuária e pecuária,
que apesar de serem necessários para a economia local, podem acarretar problemas de
ordem ambiental, pois, ambos geram desmatamento da mata ciliar ao redor do percurso do
rio, atrelado a isso, têm-se o descarte direto de resíduos da fábrica da C.V. I e do esgoto
hospitalar da Santa Casa De Misericórdia de Valença. Buscando então dar destaques
aos impactos e as consequências que estes trazem para a bacia hidrográfica do Rio Una
como também para a população. Para isso, utilizamos de pesquisas bibliográficas e visita
in loco ao Rio Una (Valença), objetivando mostrar o índice de poluição e a condição da
característica física da Bacia Hidrográfica do Rio Una (Valença).

Palavras-chave: Poluição Hídrica, Desmatamentos ambientais, Rio Una(valença-BA).

 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

3 DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.1 Características gerais da bacia hidrográfica do Rio Una (Valença-BA) 7
3.2 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.3 Referências: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
 4

1 INTRODUÇÃO

As bacias hidrográficas compõem uma área de drenagem de um rio principal e seus

afluentes, compreendem também uma porção do espaço em que as águas das chuvas,
montanhas, subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso
d’água, abastecendo-o, sendo assim, atualmente a principal unidade de análise ambiental.
(PENA, 2018, apud SILVA, 2021).
O Rio Una faz parte da bacia hidrográfica do Recôncavo Sul, situada no limite norte
da Região Sudeste da Bahia, com área de 1.185 Km² e delimitada pelas Bacias Litorâneas
a nordeste e sudeste, pela bacia do Rio Jequié a sul-sudoeste, pela grande Bacia do Rio
Jiquiriçá de norte a oeste, e pelo Oceano Atlântico a leste.
Bacia hidrográfica é uma unidade geográfica e fundamental para a gestão ambiental,
sendo uma área de captação da água da chuva que, através do escoamento superficial pela
rede de drenagem converge para exultório. Nesse sentido, torna-se evidente a importância
de estudos das bacias hidrográficas, como também, a compreensão do ciclo hidrológico que
se integra na gestão e manejo ambiental. O embate sociedade-ambiente gera situações de
perdas e descontroles por vezes incorrigíveis. O ideário de planejar e gerenciar toda a ação
do homem no meio ambiente torna-se mais viável quando o primeiro ainda não atuou de
forma totalmente degradante sobre o segundo.
A criação das cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas têm contribuído
para o crescimento de impactos ambientais negativos. No ambiente urbano, determinados
aspectos culturais como o consumo de produtos industrializados e a necessidade da água
como recurso natural vital à vida, influenciam como se apresenta o ambiente. Os costumes
e hábitos no uso da água e a produção de resíduos pelo exacerbado consumo de bens
materiais são responsáveis por parte das alterações e impactos ambientais.
Alterações ambientais físicas e biológicas ao longo do tempo modificam a paisagem
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no e do ambiente se intensifiquem, especialmente no ambiente urbano.
A preservação dos recursos hídricos em uma bacia hidrográfica e a prevenção e
minimização de acidentes estão diretamente relacionadas à preservação da cobertura
vegetal e à identificação de impactos que resultam da ocupação antrópica das bacias
principalmente em áreas de alta densidade demográfica. A mata ciliar é a cobertura vegetal
nativa que margeia rios, igarapés, lagos, nascentes e represas.”. Elas são de extrema
importância para o equilíbrio ecológico, oferecendo a proteção contra a erosão do solo,
reduzindo o assoreamento e a força da água que atinge o canal fluvial, contribuindo para
manutenção do lençol freático e vazão do rio, mantendo a qualidade de água e impedindo a
Capítulo 1. Introdução 5

entrada de poluentes para o meio aquático. (AUGUSTUS, 2012).

Além dos impactos que afetam a vegetação nativa, a forma de ocupação e as ações
antrópicas podem resultar também na presença de depósitos tecnogênicos construídos,
induzidos e modificados, dispostos em interflúvios, encostas e fundos de vale que acarretam
uma série de problemas socioambientais, com a impermeabilização do solo, a ocorrência
de processos erosivos que podem evoluir para voçorocas, assoreamento do curso hídrico e
escorregamentos, afetando direta e indiretamente a população que ocupa a superfície da
bacia.
O presente estudo tem como objetivo identificar, caracterizar e apontar os impactos
socioambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Una (Valença). A importância de se estudar
essa realidade se deve a necessidade de entendimento da relação sociedade-natureza que
possui o potencial de explicar a segregação socioespacial da oferta de serviços básicos na
cidade e a contaminação da água subterrânea.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A bacia hidrográfica é o elemento fundamental de um ciclo hidrológico, em fase terrestre,

engloba a infiltração e o escoamento superficial. (TEODORO et. al., 2007). É definida como
uma área limitada por divisor de águas, onde, separa-se das bacias adjacentes e que serve
de captação natural da água de precipitação através das superfícies vertentes. (ARAÚJO et
al., 2009). Isso significa que as bacias hidrográficas podem ser definidas como uma parte
do relevo abastecida por um rio principal, seus afluentes e subafluentes, que por sua vez,
são pequenos rios que desaguam em rios intermediários, e desaguam em um rio principal.
Desta forma, o rio principal é o maior rio que existe nessa porção do relevo, e assim é o
que se denomina o nome para a bacia hidrográfica. E assim, os rios que desaguam nele
compõem todo o restante da hidrografia regional. (SOUSA et al, 2017).
A ação antrópica é a grande causa do desenvolvimento destes problemas. A mi-
gração da população dos campos para as cidades é um fator intrínseco na redução da
biodiversidade com o desmatamento desenfreado objetivando a expansão horizontal da
malha urbana. (OLIVEIRA et al., 2016).
As práticas inadequadas das atividades humanas, assim como a exploração irres-
ponsável do solo e da água, são fatores que mais provocam a degradação em áreas de
mananciais. Neste sentido, a poluição ambiental pela falta de saneamento básico e a falta
infraestrutura, dentre outras ações, põe em risco a disponibilidade destes recursos. (SILVA
et al., 2018).

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3 DISCUSSÃO

3.1 Características gerais da bacia hidrográfica do Rio Una (Valença-BA)

A cidade de Valença localiza-se na Bacia Hidrográfica do Una, um importante rio

que circunda a região. A bacia do Rio Una (Valença) localiza-se entre os paralelos 13º12’ e
13º36’ de latitude Sul e os meridianos 39º03’ e 39º35’de longitude Oeste, estando no limite
norte da Região Sudeste da Bahia. Sua área está delimitada pelas Bacias Litorâneas a
nordeste e sudeste, pela Bacia do Rio Jequié a sul-sudoeste, pela Grande Bacia do Rio
Jequiriçá de norte a oeste, e pelo Oceano Atlântico a leste. Englobando os municípios de
Valença, Presidente Tancredo Neves, Mutuípe e Laje, tendo três principais rios tributários:
Piau, Una Mirim e do Braço. O rio está inserido na região de planejamento e gestão das
águas (RPGA) do Recôncavo Sul. Sua foz se dá no município de Valença, no sistema
estuarino Tinharé-Boipeba.
Possuindo clima quente e úmido; temperatura em média 20°C; umidade relativa do
ar em média 90%; velocidade média dos ventos entre 1,29 m/s a 2,9 m/s e a influência
antrópica ocorre pela “ocupação urbana e, sobretudo pelas atividades socioeconômicas,
como agropastoris sem planos de manejo e exploração extrativista ilegal” (SILVA, 2016). O
relevo é suave, plano e ondulado e composição vegetal por Manguezal, Capoeira, Pasto
Sujo, Cacauais e Floresta Ombrófila Densa (MARTINS et.al., 2004).
Figura 1 – Fonte: o SIG ArcView 3.2.

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Possuindo um padrão de drenagem dendrítico subparelelo, seu escoamento global

exorreico é representado pelo principal curso d’água, o rio Una, este que dá nome à bacia.
Devido ao grande número de rios com o nome de Una, sobretudo no Sudeste da Bahia,
Capítulo 3. Discussão 8

neste utiliza-se entre parênteses o nome representativo da principal cidade banhada por
ele, nessa ocasião, Valença.
As características físicas, com destaque para o clima, solo e relevo, possibilitaram
condições ideias ao cultivo de diversas culturas. Um plano e execução à gestão da baia do
Rio Una (Valença) torna-se de extrema necessidade, sobretudo com a diversificação da
lavoura e crescimento da pecuária, ambos, apesar de serem importantes para a economia
local, podem acarretar problemas de ordem ambiental.
Advindos deste acentuado crescimento das atividades agrícolas foi se desenvol-
vendo nas áreas de bacias hidrográficas, e consequentemente, trazendo alguns impactos
proveniente da abertura de novas áreas, como redução da fauna e flora, degradação e
perdas da fertilidade dos solos, assoreamento de rios, e erosão, além das contaminações
devido a utilização de produtos veterinários na pecuária, agrotóxicos e fertilizantes químicos
na agricultura, nas quais são carreados para os mananciais influenciando na qualidade da
água (Costa; Sodré e Rosseto, 2018). Como também a ocupação das atividades agrícolas
nos topos das serras marginais, ocorrendo dessa maneira a substituição das matas por
atividades econômicas.
A poluição dos rios e o desmatamento afetam, além da qualidade, a quantidade da
água doce disponível nas bacias hidrográficas. A poluição hídrica, causada pela atuação
indevida das práticas humanas, pode gerar grandes impactos sobre as espécies e provocam
futuramente, ao longo dos anos, a escassez desse recurso natural.
A poluição da água é qualquer alteração da característica e qualidade desse recurso.
Tal impacto ambiental é resultante da alteração dos aspectos físicos, químicos e biológicos
das fontes hídricas. são causas da poluição da água as atividades agropecuárias, industriais,
comerciais e domésticas. Diante desse exposto, em destaque para a Bacia Hidrográfica do
Rio Una (Valença), no que diz respeito a poluição das águas, o rio encontra-se em estado
deplorável, com altos índices de poluição. Além dos desmatamentos das matas ciliares
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A contaminação da água subterrânea inflige variados riscos à sociedade, promo-
vendo aumento de casos de doenças, além de diminuir a disponibilidade hídrica e degradar
os aquíferos, que são estratégicos para a sustentabilidade hídrica da sociedade. Schirmer,
Leschik e Musolf (2013) afirmam que “é necessário relacionar melhor as características
da cidade aos problemas ambientais relativos à água com base em abordagens metodo-
lógicas comparáveis” (p.289). Ademais, condições de uso e ocupação do solo, além da
qualidade sanitária, devem ser melhor investigadas quanto a sua influência na qualidade da
água, buscando entender os mecanismos de contaminação, promovendo subsídios para
conservação.
Capítulo 3. Discussão 9

A problemática das bacias hidrográficas urbanas envolve a complexidade socio-

ambiental de ocupação e demanda por espaço para usos inerente às cidades. As águas
subterrâneas nessas bacias, sobretudo em aquíferos porosos, possuem notável integração
com as águas superficiais e sofrem influência da falta de esgotamento sanitário que está
ligada aos riscos de contaminação (PEIXOTO e SILVEIRA, 2017).
Tratando-se do meio urbano, somente atributos naturais não respondem satisfato-
riamente o risco de contaminação da água. Isso porque nas bacias urbanas há relações
espaciais de cunho eminentemente social, isso inclui os fixos ou estruturas físicas de uso
e cobertura do solo, além da ausência de serviços urbanos adequados à salubridade da
população, que deve ser melhor estudada quanto ao efeito na qualidade da água (PEIXOTO
e SILVEIRA, 2017).
O Índice de Risco de Contaminação da Água Subterrânea - IRCAS, desenvolvido por
Peixoto e Cavalcante (2019), possui o diferencial de considerar o acesso não somente ao
serviço da água de coleta de esgoto, mas também o de coleta de lixo e de abastecimento
de água. Este último é um indicador da possibilidade de a população consumir a água
proveniente de fontes subterrâneas. Quando trazemos isso para o nosso trabalho, diante
das imagens fotografadas na visita in loco a Bacia Hidrográfica do Rio Una(Valença), que
divide a cidade, rio esse que além de servir de mercado de peixes a céu aberto para os
pescadores da região, é dele que partem os barcos com direção as ilhas de Boipeba e
Morro de São Paulo e também para Salvador.
A importância de se estudar essa realidade se deve a necessidade de entendimento
da relação sociedade-natureza que possui o potencial de explicar a segregação socioespa-
cial da oferta de serviços básicos na cidade e a contaminação da água subterrânea.

3.2 Você precisar adquirir um plano para remover a marca d'água.

Conclusão
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3.3 Referências:

INDA, H.A. & BARBOSA, J.F. - Texto Explicativo para o Mapa Geológico do Estado da
Bahia - Escala 1:1.000.000. Governo do Estado da Bahia, Secretaria das Minas e Energia,
Coordenação da Produção Mineral, Salvador, Bahia, Brasil, 137 p, 1978.
TEODORO, V. L. I.; TEIXEIRA, D.; COSTA, D. J. L.; FULLER, B. B. O conceito de bacia
hidrográfica e a importância da caracterização morfométrica para o entendimento da dinâ-
mica ambiental local. Revista Uniara, nº 20, p. 137-157, 2007. Disponível em . Acesso em:
Capítulo 3. Discussão 10

11/06/2023.
ARAÚJO, Lincoln Eloi de; SANTOS, Maria José dos; DUARTE, Simone Mirtes; OLIVEIRA,
Edinete Maria. “Impactos Ambientais em Bacias Hidrográficas – caso da Bacia do Rio
Paraíba”. TECNO-LOGIA, Revista do depto. de Química e Física, do depto. de Engenharia,
Arquitetura e Ciências Agrárias e do Mestrado em Tecnologia Ambiental, 2009. Disponível
em: http://online.unisc.br/seer/index.php/tecnologica. Acesso em: 11/06/2023.
AUGUSTUS, Ernesto. “A importância das Matas Ciliares”, 04/2012; Guia Ecológico. Dispo-
nível em https://guiaecologico.wordpress.com/2012/04/04/a-importancia-das-matasciliares/ .
Acesso em: 11/06/2023
SILVA, Ana Carolina Vitorio Braga. “Diagnóstico dos impactos ambientais na bacia hidrográ-
fica do córrego Água Branca, na área urbana de Goiânia-GO, 2021. Disponível em: https://r
epositorio.pucgoias.edu.br/jspui/handle/123456789/2331. Acesso em: 11/06/2023.

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