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Introdução à Hidrologia

Apresentação dos conceitos fundamentais.


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AUTOR(A)
PROF. ANA CRISTINA ZORATTO
AUTOR(A)
PROF. ANA CARLA DE SOUZA MASSELLI

INTRODUÇÃO A HIDROLOGIA
“Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação
e distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua reação com o meio
ambiente, incluindo sua relação com as formas vivas” (Definição do U.S.
Federal Council of Service and Technology, citada por Chow, 1959, apud
Tucci, 2000).
É uma ciência recente que tem evoluído significativamente em função aos
problemas crescentes, resultados do aumento significativo da utilização das
águas, da ocupação das bacias hidrográficas e dos impactos resultantes
sobre o meio ambiente.
A importância da Hidrologia é facilmente compreendida quando se considera
o papel da água para a existência e a manutenção da vida no planeta. O
desperdício e a escassez da água doce representam séria ameaça ao
desenvolvimento sustentável e a proteção do meio ambiente.
IMPORTANCIA DA HIDROLOGIA NA ENGANHARIA
Na Engenharia a Hidrologia é aplicada para realizar a estimativa dos
recursos hídricos, ou seja, a capacidade de mananciais superficiais e
subterrâneos, previsão e interpretação de variações e na quantidade e
qualidade das águas naturais, projetos e construção de obras hidráulicas,
como, bueiros, galerias de drenagem pluvial, barragens e canais.
Água na natureza
A água é um recurso mineral presente em toda a natureza nos estados
sólido, liquido e gasoso. Cerca de 70% da superfície do planeta é coberta
por esse recurso. De acordo com Mihelcic e Zimmerman (2012) 96,5% do
volume total de água estão nos oceanos e apenas 0,001% encontra-se na
atmosfera. Calcula-se que apenas 2,5% da quantidade de água do mundo
sejam de água doce, distribuídas conforme a Tabela 01.
Tabela 01. Porcentagem do total da água doce mundial em diferentes locais.
Água Doce Mundial
Local
(%)

Geleiras e cobertura permanente de


68,7
água

Água Subterrânea 30,1

Lagos 0,26

Umidade do solo 0,05

Atmosfera 0,04

Brejos e pântanos 0,03

Água biológica 0,003

Rios 0,0026

Fonte: UNESCO - WWAP (2003).


As informações apresentadas mostram que apenas uma pequena
porcentagem do total de água doce está disponível como água superficial
(lagos, rios, represas) ou como água subterrânea recarregada em curto
período de tempo.
O uso excessivo da capacidade hídrica das bacias tem agravado ainda mais
a escassez no mundo. A escassez da água é o resultado da combinação da
variabilidade hidrológica e do elevado consumo humano. Melhoras na
eficiência do uso da água são consideradas fundamentais para mitigar e/ou
solucionar a projeção de que, em 2030, haverá um déficit de 40% entre a
procura e a disponibilidade de água.
ÁGUA NO BRASIL
Segundo a ANA (2013) o Brasil possui 13% da água doce disponível no
planeta, distribuída em doze Regiões Hidrográficas.
Figura 01. Apresentar as Regiões Hidrográficas do Brasil.

No Brasil, segundo Agência Nacional de Águas - ANA (2015) a Região


Hidrográfica do Paraná (Figura 02) que abrange seis estados e o Distrito
Federal possui 6,5% da disponibilidade hídrica do pais e aproximadamente
32,1% do total da população nacional, a Região também possui o maior
desenvolvimento econômico do país.
Já a Região Hidrográfica Amazônica possui apenas 5,1% da população
nacional, e constitui a mais extensa rede hidrográfica do planeta, possui
73,6% do total de água doce do Brasil.
Figura 02. Região Hidrográfica do Paraná e suas principais cidades.
Fonte: ANA (2015).

USOS DA ÁGUA
Nenhum recurso natural apresenta tantos usos quanto a água, por isso, deve
estar presente no ambiente em quantidade e qualidade apropriadas. Dentre
os usos da água estão:
Figura 03. Usos da água.

 Abastecimento humano: considerado o uso mais


importante da água, deve apresentar
características sanitárias e toxicológicas,
prevenindo danos à saúde e ao bem-estar;

 Agricultura: através da irrigação das culturas;

 Geração de energia: geração de vapor d’água


nas usinas termoelétricas ou pelo
aproveitamento de energia potencial ou cinética
da água;

 Navegação: transporte de carga e passageiros


por via fluvial, lacustre e marítima;

 Assimilação e transporte de poluentes:


lançamento de efluentes;

 Preservação da flora e fauna: concentração


mínimas de oxigênio dissolvidos (OD) e
ausência de substancias tóxicas acima de
concentrações críticas para os organismos;

 Aquicultura: criação de organismos aquáticos;

 Paisagismo;

 Recreação: esportes aquáticos, natação e


atividades como pesca e navegação esportiva;

 Abastecimento industrial.

Por sua vez, esses usos podem ser classificados


como CONSUNTIVOS e NÃO CONSUNTIVOS.
Usos CONSUNTIVOS são aqueles em que ocorrem perda entre o que é
derivado e o que retorna ao corpo d’água, já os usos NÃO
CONSUNTIVOS não são observados retiradas de água dos recursos
hídricos onde se encontram.

Figura 04. Usos d´água: a) não consuntivo; b) uso consuntivo.

QUALIDADE DA ÁGUA
A disponibilidade hídrica está relacionada não somente com a quantidade
de água adequada, mas também com a sua qualidade, que deve atender as
necessidades de determinado grupos de seres vivos (biota) (BRAGA et al.,
2005).
A qualidade da água é representada através de diversos parâmetros que
demonstram suas principais características:

Figura . Parâmetros físicos de qualidade da água.

Figura. Parâmetros químicos de qualidade da água.


Figura. Parâmetros biológicos de qualidade da água.

ALTERAÇÕES DA QUALIDADE DAS ÁGUAS


A poluição da água é a alteração de suas características, por ações ou
interferências naturais ou de origem antrópica, que podem ocasionar
impactos fisiológicos, ecológicos ou estéticos.
Os conceitos de poluição e contaminação são diferentes, a poluição
necessariamente não implica em risco para saúde de todos os organismos
que fazem uso dos recursos hídricos afetados, por exemplo, a introdução de
calor no recurso hídrico, pode causar alterações ecológicas, porém
necessariamente pode não causar danos à saúde.
A contaminação é a presença, de substâncias e/ou organismos patógenos
nocivos à saúde. No entanto, se estas substâncias não alterarem as relações
ecológicas existentes na água ao longo do tempo, está contaminação não
será uma forma de poluição, pois a ocorrência de contaminação não implica
necessariamente em desequilíbrio ecológico.
Os poluentes podem ser introduzidos no meio aquático através de fontes de
poluições pontuais (ou fixas) e difusas:
 Poluições pontuais ou fixas: relacionadas a
um ponto específico de lançamento
(individualizados), por exemplo, o despejo de
esgoto sanitário e efluente industrial;
 Poluições difusas: não possuem um ponto de
lançamento específico, ocorrendo ao longo dos
recursos hídricos, por exemplo, drenagem
urbana.
Figura. Fontes de poluição pontual e difusa.
Fonte: Von Sperling (1996).

CICLO HIDROLOGICO
A água constitui recurso natural renovável através dos processos físicos do
ciclo hidrológico. O ciclo hidrológico é fechado (sem começo, meio e fim) e
corresponde à dinâmica da água no meio ambiente.
Figura 05. Ciclo hidrológico.
Fonte: Braga et al., (2005).

Quiz
Exercício
Introdução à Hidrologia
INICIAR

Referências
Agência Nacional de Águas – ANA (Brasil). Conjuntura dos recursos
hídricos no Brasil: regiões hidrográficas brasileiras – Edição Especial. --
Brasília: ANA, 2015. Disponível
em: http://www3.snirh.gov.br/portal/snirh/snirh-1/conjuntura-dos-
recursos-hidricos . Acesso em: 22 de março de 2016.
Agência Nacional de Águas – ANA (Brasil). Conjuntura dos recursos hídricos
no Brasil: 2013/ Agência Nacional de Águas -- Brasília: ANA, 2013.
Disponível
em: http://arquivos.ana.gov.br/institucional/spr/conjuntura/PDFs%20ag
regados/ANA_Conjuntura_Recursos_Hidricos_Brasil_capitulos_.pdf .
Acesso em: 24 de março de 2016.
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J.G.L.; MIERZWA, J.C.; BARROS,
M.T.L.; SPENCER, M.; PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO, N.; EIGER, S.
Introdução à Engenharia Ambiental - Desafio do Desenvolvimento
Sustentável. 2ª. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

MIHELCIC, J.R.; ZIMMERMAN, J.B. Engenharia Ambiental: Fundamentos,


Sustentabilidade e Projeto. Autores colaboradores: Martin T. Auer... [et al.];
tradução Ramira Maria Siqueira da Silva Pires; revisão técnica Eduardo
Cleto Pires. – Rio de Janeiro: LTC, 2012.

PINTO, N.L.S., HOLTZ, A.C.T.; MARTINS, J.A.; GOMIDE, F.L.S. Hidrologia


Básica. São Paulo: Blucher, 1976.

United Nations Educational, Scientific, and Cultural Organization (UNESCO)


and World Water Assessment Programme (WWAP). 2003. WATERFOR
People, Water for life: The United Nations World Water Development Report.
New York: UNESCO/ Bergahn Books.

VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de


esgoto. – 2. Ed. – Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e
Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 1996.
Bacias Hidrográficas
Compreender o conceito de Bacia Hidrográfica, sua importância e suas
características fisiográficas.
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PROF. ANA CRISTINA ZORATTO
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PROF. ANA CARLA DE SOUZA MASSELLI

BACIA HIDROGRÁFICA
Bacias hidrográficas, também chamadas bacias de captação ou de
drenagem, são áreas delimitadas espacialmente pelos divisores de água,
constituídas por uma rede de drenagem interligada, cujo escoamento
converge para uma seção comum, denominada de seção de controle ou
exutório da bacia (MELLO, 2013).
Figura 01 - Bacia hidrográfica
Fonte: MMA (2006)

A área da bacia é definida pela topografia da superfície. A partir dos limites


geográficos ocorre a captação da água proveniente da atmosfera
(precipitação) e a drenagem de uma parte que é convertida em escoamento,
para a seção de controle (exutório), considerando como perdas
intermediárias os volumes evaporados, transpirados e infiltrados (TUCCI,
2015).
As bacias se estruturam segundo uma hierarquia, que em geral tem o relevo
como fator determinante. As sub-bacias são áreas de drenagem dos
tributários do curso d’água principal. Possuem áreas maiores que 100 km² e
menores que 700 km² (FAUSTINO, 1996).
Figura 02 - Representação de uma bacia hidrográfica dividida em sub-bacias e
diagrama esquemático demostrando os percursos da água até a saída da bacia
Fonte: Baseado em Maidment (1993)

A Lei 9.433/97, define a bacia hidrográfica como a unidade territorial para a


implementação da Política de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Na bacia hidrográfica a gestão dos
recursos hídricos deve se dar de forma integrada, descentralizada e
participativa, considerando as diversidades sociais, econômicas e
ambientais do País.
No Brasil, existem as regiões hidrológicas em caráter mais amplo, as
grandes bacias em suas divisões em várias sub-bacias hidrográficas.
Figura 03 - Bacias hidrográficas do Brasil
Fonte: ANA (2012)

PRINCIPAIS PARÂMETROS FISIOGRAFICAS DA BACIA


HIDROGRAFICA
DIVISORES DE ÁGUA
A delimitação da área de captação da Bacia Hidrográfica é realizada através
do divisor de águas, que pode ser classificado em:
 Divisor Topográfico: condicionado pela topografia, diz
respeito a linha que liga os pontos mais elevados do terreno.
Delimitando assim a área da qual provém o deflúvio superficial
da bacia;
 Divisor Freático (ou geológico): varia ao longo do ano em
função das estações. Este divisor estabelece os limites dos
reservatórios de água subterrânea de onde é derivado o
deflúvio básico da bacia, muda de posição com as flutuações
do lençol.

Figura 04 - Divisores de água


Fonte: Villela e Mattos (1975)

DELIMITAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA


Área de uma bacia hidrográfica pode ser estimada a partir da delimitação
dos divisores da bacia em um mapa topográfico.

 Primeiro passo para delinear a bacia hidrográfica (bacia de


drenagem) é definir o ponto, no curso d´água onde a bacia
começa, denominado ponto de saída do escoamento ou
exutório;

 O divisor deve ser traçado perpendicular às linhas de contorno


(quando as linhas de contorno representam uma curva de nível
e a respectiva cota topográfica);
 Divisor não corta drenagem exceto no exutório;

 Divisor passa pela região mais elevada da bacia, mas não


necessariamente pelos pontos mais altos.

Figura. Delimitação da bacia hidrográfica.

ÁREA DA BACIA
Elemento mais importante da bacia hidrográfica, corresponde à área
projetada no plano (projeção horizontal) delimitada pelos divisores de água.
E a base para a quantificação de parâmetros e grandezas fisiográficas e
hidrológicas (MELLO, 2013).
Pode ser obtida de forma manual, trabalhando-se com cartas topográficas
(IBGE) e ferramentas manuais típicas (planímetro), ou por método
automático (Modelo Numérico do Terreno - MNT).

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA HIDROGRAFICA


O desenvolvimento urbano ocasiona a impermeabilização do solo da bacia
hidrográfica, através pavimentação, calçamentos, telhados entre outros.
Dessa forma a parcela de água que deveria infiltra no solo diminui,
aumentando assim a quantidade de água livre na superfície (aumento do
escoamento superficial).
O hidrograma típico de uma bacia natural e aquele resultante da urbanização
são apresentados na Figura 05.

Figura 05 - Hidrograma típico de uma bacia natural e aquele resultante da urbanização


Fonte: Tucci (2015)

Importante pela influência que exerce no tempo de concentração. O tempo


de concentração de uma bacia é o tempo necessário para que ocorra a
transformação da precipitação em escoamento superficial direto.
a. COEFICIENTE DE COMPACIDADE (KC): relação entre o
perímetro da bacia e a circunferência (perímetro) de um círculo
de área igual a bacia.

Onde:
K C: coeficiente de compacidade (adimensional).
A BH: área da bacia hidrográfica (Km2 );
P BH: perímetro da bacia hidrográfica (Km).
Quanto maior for a semelhança da bacia hidrográfica a um círculo, maior
será a sua capacidade de proporcionar grandes cheias.

Figura 06 - Distribuição do escoamento superficial direto em duas bacias, uma circular


e outra elipsoidal
Fonte: Mello (2013)

Tabela 01. Interpretação para Kc.

Tabela 01 - Interpretação para Kc

b. FATOR DE FORMA OU ÍNDICE DE GRAVELIUS (Kf): relação entre a


largura média da bacia e o seu comprimento axial (linha que liga os extremos
do polígono assim construído).
Onde:
Kf: fator de forma (adimensional);
L: largura média da bacia hidrográfica (Km);
Lax: comprimento axial da bacia hidrográfica (Km).

Figura 07 - Representação gráfica do comprimento axial (Lax) e das larguras do


polígono para cálculo do fator de forma (kf)
Fonte: Mello (2013)

b. FATOR DE FORMA OU ÍNDICE DE GRAVELIUS (Kf): relação entre a


largura média da bacia e o seu comprimento axial (linha que liga os extremos
do polígono assim construído).

Onde:
Kf: fator de forma (adimensional);

L : largura média da bacia hidrográfica (Km);


Lax: comprimento axial da bacia hidrográfica (Km).
c. ÍNDICE DE CONFORMAÇÃO (I C): relação entre a área da bacia e a de
um quadrado de lado igual ao comprimento axial da bacia. Também
expressa a capacidade da bacia em gerar enchentes.

Onde:

I C: índice de conformação (adimensional);


A BH: área da bacia hidrográfica (Km2 );
Lax: comprimento axial da bacia hidrográfica (Km).

SISTEMA OU REDE DE DRENAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA


Constituída por um corpo hídrico principal e seus tributários, está associada
à eficiência de drenagem da bacia. Podem ser classificados em:
 Perene: contém água durante todo o tempo, o lençol
subterrâneo mantém uma alimentação contínua;
 Intermitente: escoam durante as estações de chuvas e
secam nas de estiagem. Nas estações chuvosas, transportam
todos os tipos de deflúvio, escoamento superficial e
escoamento subterrâneo, já que o lençol freático se conserva
acima do leito fluvial;
 Efêmeros: existem apenas durante ou imediatamente após os
períodos de precipitação e só transportam escoamento
superficial, pois o lençol freático se encontra em um nível
inferior ao do leito fluvial.

Classificação dos rios – Método de HORTON-STRAHLER


A classificação de Horton modificado por Strahler reflete o grau de
ramificação ou bifurcação dentro de uma bacia hidrográfica, sendo realizada
da seguinte maneira:

 Rios de 1ª Ordem: são todos os rios sem afluentes, mesmo


que correspondam à nascente do rio principal;
 Rios de 2ª Ordem: formados pela união de 2 ou mais rios de
1ª Ordem;

 Rios de 3ª Ordem: formados pela união de 2 ou mais rios de


2ª Ordem, podendo receber afluentes de 2ª e 1ª ordem, e
assim sucessivamente.

Figura 08 - Ordem dos cursos d'água

DENSIDADE DE DRENAGEM (Dd)


Relação entre o comprimento total dos rios e a área da bacia hidrográfica.

Fonte:

Onde:
Dd: densidade de drenagem (Km/Km2 );
∑L: comprimento total dos rios (Km);
A BH: área da bacia hidrográfica (Km2 ).
A classificação em faixas para a densidade de drenagem foi sugerida por
Beltrame (1994).

Tabela 03. Classificação da Densidade de Drenagem


(Dd) de uma bacia hidrográfica.

Dd (km/km2) Denominação

< 0,50 Baixa

0,50 - 2,00 Mediana

2,01 - 3,50 Alta

> 3,50 Muito Alta

DENSIDADE DA REDE DE DRENAGEM (DR)


Relação entre o número de rios e a área da bacia.

Onde:
DR: densidade de drenagem (adimensional);
N: número de rios;
A BH: área da bacia hidrográfica (Km2 ).

Para período de tempo muito grande (um ano ou mais) admite-se que ,
assim:

EXTENSÃO MÉDIA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL (Cm)


Importante no cálculo do tempo de concentração da bacia hidrográfica.
Relaciona a densidade de drenagem da bacia hidrográfica com o
comprimento médio lateral da rede de drenagem.
Onde:
Cm: extensão média do escoamento superficial;
Dd: densidade de drenagem.

Figura 09 - Representação do comprimento médio lateral do escoamento superficial


numa bacia hidrográfica
Fonte: Mello (2013)

SINUOSIDADE DO CURSO D’ÁGUA PRINCIPAL (S)


Relação entre o comprimento do rio principal é o comprimento do seu
talvegue medido em linha reta, quanto maior seu valor maior a sinuosidade
do rio principal.

Onde:
S: sinuosidade do curso d’água principal (adimensional);
L: comprimento do rio principal (Km);
L t: comprimento do talvegue (Km).
Figura 10 - Representação do dreno principal e seu talvegue
Fonte: Baseado em Mello (2013)

DECLIVIDADE DO CURSO D’ÁGUA PRINCIPAL (ÁLVEO)


Importante para o manejo de bacias hidrográficas, influência diretamente na
velocidade de escoamento da água no rio principal e, consequentemente,
no tempo de concentração da mesma. Dentre os diversos métodos, 3 são
considerados principais:

 Método Direto: Declividade baseada nos extremos


(S1): obtida através da divisão da diferença total de elevação
do leito pela extensão horizontal do curso d’água principal
entre esses dois pontos.

Onde:
S1: declividade do curso d’água principal (m/m);
H1: variação da cota entre os pontos extremos
(m);
L: comprimento do canal principal (talvegue) (m).
 Área equivalente (compensação de área) – Declividade
Ponderada (S2): consiste em se traçar um gráfico do perfil
longitudinal do curso d’água e definir uma linha tal que, a área
compreendida entre ela e o eixo das abscissas seja igual à
compreendida entre a curva do perfil e a abscissa. Calcula-se
a área do triangulo (dividindo-se em áreas menores) e calcula-
se a área total.

Onde:

S2: declividade do curso d´água principal (m/m);


ATR: área abaixo do perfil (m2 );
L: comprimento em planta do rio (m).
 Declividade equivalente ou Média harmônica
(S3): Considera o tempo de percurso da água ao longo da
extensão do perfil longitudinal, considerando o perfil com
declividade constante igual uma declividade equivalente.

Onde:
S3: declividade do curso d’água principal (m/m);
L: comprimento total do talvegue (m);
Li: comprimento horizontal dos respectivos trechos (m);
Ii: declividade em cada um dos trechos (m);
â¿¿Hi: desnível entre as extremidades do trecho i (m).

Quiz
Exercício
Bacias Hidrográficas
INICIAR

Referências
BELTRAME, A. V. Diagnóstico Do Meio Ambiente Físico De Bacias
Hidrográficas: Modelo De Aplicação. Florianópolis: UFSC, 1994. 112 p.

FAUSTINO, J. Planificación y Gestión de manejo de cuencas. turrialba:


catie,p.90, 1996.

Maidment, D.R. GIS and hydrologic modeling. In: Goodchild, M.F.; Parks,
B.O.;Steyaert, L.T.; ed. Environmental modeling with GIS. New York, Oxford
University Press, 1993.

MELLO, C.R.; SILVA, A.M. Hidrologia princípios e aplicações em sistemas


agrícolas. Lavras: Ed UFLA, 2013. 455p. ISBN: 978-85-8128-029-6.

STRAHLER, A. N. Hypsometric (area-altitude) analysis of erosional


topography. Geological Society of America Bulletin, v. 63, n. 11, p. 1117-
1142, 1952. http://dx.doi.org/10.1130/0016-7606 (1952)63[1117:HAAOET]
2.0.CO;2
VILLELA, S.M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do
Brasil, 1975. 245p.

TUCCI, C.E.M. INUNDAÇÕES URBANAS. Disponível


em: http://4ccr.pgr.mpf.mp.br/institucional/grupos-de-
trabalho/encerrados/residuos/documentos-
diversos/outros_documentos_tecnicos/curso-gestao-do-terrimorio-e-
manejo-integrado-das-aguas-urbanas/drenagem1.PDF. Acesso: 30 de
março de 2015.
Maidment, D.R. GIS and hydrologic modeling. In: Goodchild, M.F.; Parks,
B.O.;Steyaert, L.T.; ed. Environmental modeling with GIS. New York, Oxford
University Press, 1993.

MELLO, C.R.; SILVA, A.M. Hidrologia princípios e aplicações em sistemas


agrícolas. Lavras: Ed UFLA, 2013. 455p. ISBN: 978-85-8128-029-6.

STRAHLER, A. N. Hypsometric (area-altitude) analysis of erosional


topography. Geological Society of America Bulletin, v. 63, n. 11, p. 1117-
1142, 1952. http://dx.doi.org/10.1130/0016-7606 (1952)63[1117:HAAOET]
2.0.CO;2
VILLELA, S.M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do
Brasil, 1975. 245p.

TUCCI, C.E.M. INUNDAÇÕES URBANAS. Disponível


em: http://4ccr.pgr.mpf.mp.br/institucional/grupos-de-
trabalho/encerrados/residuos/documentos-
diversos/outros_documentos_tecnicos/curso-gestao-do-terrimorio-e-
manejo-integrado-das-aguas-urbanas/drenagem1.PDF. Acesso: 30 de
março de 2015.
Precipitação
Compreender o conceito de precipitação e suas principais características.
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PRECIPITAÇÃO
A precipitação é toda água proveniente da atmosfera que, em função das
condições termodinâmicas desta, precipita, constituindo o principal
componente de entrada da fase terrestre do ciclo hidrológico.

FORMAS DE PRECIPITAÇÃO
 Chuva: principal forma de precipitação em regiões tropicais e
subtropicais. A precipitação atinge a superfície da Terra na
forma líquida, gerando uma das principais interações da
hidrologia (chuva – infiltração – escoamento);
 Granizo: partículas irregulares de gelo, com tamanho mínimo
de 5 mm. Ocorre através do congelamento rápido das
gotículas (ascensão atmosférica do vapor);
 Neve: flocos de gelo com formatos normalmente hexagonais
formados em nuvens muito frias (abaixo de 0ºC);
 Orvalho: condensação e precipitação da água contida na
atmosfera na forma de vapor sobre superfícies frias;
 Geada: deposição de cristais de gelo, fenômeno semelhante
ao orvalho, porém ocorre quando a temperatura é inferior a
0ºC.
Figura 01. Formas de precipitação.

MECANISMO DE FORMAÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES


A camada de ar que envolve a Terra (atmosfera) é constituída por uma
mistura complexa de gases que variam em função do tempo, da geografia,
altitude e estações do ano.
O vapor d’água presente na atmosfera origina-se, em sua maior parte, da
evaporação dos oceanos, lagos, lagoas, reservatórios, rios e solos unidos,
e da transpiração da vegetação.
A umidade atmosférica, a presença de núcleos higroscópicos (gelo, poeira
e outras partículas) e o mecanismos de resfriamento do ar (ascensão do ar
úmido) são requisitos importantes para que haja a condensação do vapor
d’água e o crescimento das gotas.
O vapor d´água condensa, formando minúsculas gotas em volta dos núcleos
higroscópicos, permanecendo em suspensão até adquirirem tamanho
suficiente para vencer as forças de ascensão e então retornar a superfície
da Terra em forma de precipitação.

PRINCIPAIS PROCESSOS DE CRESCIMENTO DE GOTAS


 Colisão-coalescência: aumento ocorre através da colisão
com outras gotas, durante a queda gotas maiores entram em
contato com gotas menores, incorporando-as e por ação da
resistência do ar acabam partindo-se liberando gotas
menores;
 Difusão do vapor: o ar mesmo após atingir o nível de
condensação, continua evoluindo e difundindo o vapor
supersaturado e sua consequente condenação em torno das
gotículas, as quais aumentam seu tamanho (MELLO e SILVA,
2013).
As nuvens são formadas por gotículas com tamanhos que variam de 0,01 a
0,03 mm de diâmetro, enquanto as gotas de chuva variam de 0,5 a 2,0 mm,
podendo atingir valores de até 5 mm.
TIPOS DE PRECIPITAÇÃO
As precipitações são classificadas de acordo com o fator responsável pela
ascensão da massa de ar.
 Frontais ou ciclônicas: interação de massas de ar quentes e
frias. O ar quente e úmido é impulsionado para cima nas
regiões de convergência atmosférica, resultando no seu
resfriamento e na condensação do vapor d´água. Chuvas de
longa duração, em grandes áreas com média intensidade,
podem ocasionar cheias em grandes bacias hidrográficas.

Figura 02. Chuva frontal ou ciclônica.


 Orográficas: ventos quentes e úmidos soprando do oceano para o continente
quando encontram um grande obstáculo do relevo, como uma barreira
montanhosa (cordilheira ou serra muito alta) elevam-se, em maiores altitudes
a umidade do ar resfria-se ocorrendo a condensação do vapor, formando
nuvens e as chuvas. Chuvas orográficas são caracterizadas por pequena
intensidade, longo duração em pequenas áreas.
Figura 03. Chuva orográfica.
Fonte: sem fonte.
 Convectivas: causada pelo aquecimento diferenciado da superfície terrestre, o
que provoca diferentes aquecimentos das camadas atmosféricas,
ocasionando estratificação térmica (instável), qualquer modificação rompe o
equilíbrio provocando ascensão brusca do ar, atingindo assim grandes
altitudes. São caracterizadas por chuvas de grande intensidade e de duração
relativamente curta, restritas a pequenas áreas. Na maioria das vezes
problemas de inundações em áreas urbanas estão, muitas vezes,
relacionados às chuvas convectivas.
Figura 04. Chuva convectiva.
Fonte: sem fonte.

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
A precipitação em forma é medida por:
 Pluviômetros: consiste em um recipiente coletor com
medidas padronizadas. O “Ville de Paris” é o modelo mais
usado no Brasil, possui forma cilíndrica com uma área superior
(horizontal) de captação da chuva de 400 cm2, de modo que
um volume de 40 ml de água acumulado no pluviômetro
corresponda a 1 mm de chuva. O dispositivo deve ser
instalado a uma altura padrão de 1,50 m do solo e a uma certa
distância de obstáculos que possam interferir no volume de
água captado.

Figura 05. Características de um pluviômetro.


 Medições pluviométricas diária em horários pré-estabelecidos (normalmente
07:00h);

 Não indicam intensidade da chuva ao longo das horas, somente altura média
durante o período de 24 horas.

 Pluviógrafo: para superar as limitações dos pluviômetros são usados


pluviógrafos, que registram analogicamente ou digitalmente a precipitação ao
longo do dia. Mecanismo de relojoaria faz com que cilindro com papel
graduado se movimento ao longo do tempo, registrando a movimentação da
pena que traça a curva que permite determinar altura pluviométrica (mm) ao
longo do dia.

Figura 06. Pluviógrafo.

Nos aparelhos de registro analógico existe um mecanismo que registra


graficamente a chuva acumulada (nas ordenadas) contra o tempo (nas
abscissas), conforme pode ser observado no pluviograma.
Figura 07. Pluviograma.
Fonte: Barbosa Júnior (2015).

 Radar meteorológico (Radar de Doppler): mede a direção e a velocidade de um


objeto em movimento, como gotas de precipitação, determinando se o
movimento atmosférico se distancia ou se aproxima horizontalmente do
radar.

Figura . radar meteorológico.

MEDIDA DAS PRECIPITAÇÕES

As precipitações são caracterizadas pelas seguintes variáveis:


 Altura pluviométrica ou altura de precipitação
(h): quantidade de água precipitada (altura da lâmina de água)
por unidade de área horizontal (mm ou cm), (h = 1 L de água
de chuva/ 1 m2 de terreno = 1 mm de chuva);
 Duração (t): intervalo de tempo decorrido do início até o
término da precipitação (horas ou minutos);

 Intensidade (I): é a precipitação por unidade de tempo (


apresenta variabilidade temporal (mm/h ou mm/min) (TUCCI e
SILVEIRA et al., 2015);
 Frequência: número de ocorrências de uma determinada
precipitação no decorrer de um intervalo de tempo fixo, para
aplicação em engenharia a frequência teórica é expressa em
termos de tempo de recorrência ou período de retorno
(GARCEZ e ALVAREZ, 1988).

Hietograma
São gráficos que indicam a altura pluviométrica (em mm), ou a intensidade
média (em mm/h), obtida em intervalo parcial. O método dos Blocos
Alternados é de simples aplicação, se comparado a outros métodos de
determinação da chuva de projeto.

Figura 08. Hietograma - Método dos Blocos Alternados.

VARIABILIZADADE ESPACIAL E SAZONAL DA CHUVA


A chuva caracteriza-se por grande variabilidade espacial, ou seja, sua
distribuição não ocorre de maneira uniforme sobre a bacia hidrográfica.
A variabilidade espacial da chuva pode ser representada, para um
ano inteiro de dados ou para a precipitação média anual ao longo de
um período de 30 anos por linhas de mesma precipitação (isoietas)
desenhadas sobre um mapa.
Existem regiões com grande variabilidade sazonal da chuva,com estações
do ano muito secas ou muito úmidas. Na maior parte do Brasil o verão é o
período das maiores chuvas, enquanto o inverno é caracterizado por um
período com poucas precipitações.

Postos PLUVIOMÉTRICOS
o objetivo de um posto pluviométrico é obter uma série ininterrupta de
precipitações ao longo dos anos ou permitir o estudo da variação das
intensidades de chuva ao longo das tormentas.
No banco de dados da ANA (www.hidroweb.ana.gov.br) estão cadastradas
14189 estações pluviométricas de diversas entidades, mas apenas 8760
estão em atividade atualmente.

PRECIPITAÇÃO MÉDIA SOBRE A BACIA HIDROGRÁFICA


Segundo Tucci e Silveira (2015), precipitação média é uma lâmina de água
de altura uniforme sobre toda a área considerada, associada a um
determinado período de tempo. Os métodos de cálculo de precipitação
média em uma bacia são:

 Método da média aritmética;

 Método de Thiessen;

 Método das isoietas.

Quiz
Exercício
Precipitação
INICIAR

Referências
GARCEZ, L.N.; LAVAREZ, G.C. Hidrologia. 2. Ed. Ver. E atual. – São Paulo:
Blucher, 1988.

MELLO, C.R.; SILVA, A.M. Hidrologia princípios e aplicações em sistemas


agrícolas. Lavras: Ed UFLA, 2013. 455p. ISBN: 978-85-8128-029-6.

RIGHETTO, A. M., Hidrologia e Recursos Hídricos, EESC-USP, 1998, 398p.

WILKEN, P.S., Engenharia de Drenagem Superficial, CETESB, São Paulo,


1978, 276p.
Precipitação média sobre a
bacia (Thiessen e Isoietas)
Precipitação média sobre a bacia (Thiessen e Isoietas). Chuva de Projeto.
Equações de chuvas intensas. Equações IDF.
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PROF. ANA CRISTINA ZORATTO
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PROF. ANA CARLA DE SOUZA MASSELLI

PRECIPITAÇÃO MÉDIA SOBRE A BACIA HIDROGRÁFICA

Segundo Tucci e Silveira (2015), precipitação média é uma lâmina de água


de altura uniforme sobre toda a área considerada, associada a um
determinado período de tempo. Os métodos de cálculo de precipitação
média em uma bacia são:

 Média Aritmética: aplicável em regiões com boa distribuição


de postos pluviométrico, relevo da bacia hidrográfica plano ou
suave e regime de chuva uniforme. A American Society of Civil
Engineers (ASCE) recomenda o uso deste método para bacias
menores que 5000 km2;

Pm: precipitação média (mm);


Pi: soma das alturas de precipitação registradas nos postos pluviométricos
da bacia hidrográfica (mm);
n: número de postos pluviométricos.
 Polígonos de Thiessen: considera a distribuição espacial dos postos, sendo a
média obtida pela ponderação do valor da precipitação de um posto (Pi) pela
sua área de influência (Ai). O método é desenvolvido da seguinte forma:
Fonte:

Figura 01. Método de Thiessen.

Ai: área de influência;


Pi: precipitação de um posto (mm);
A: área total da bacia hidrográfica.
 Métodos das isoietas: isoietas são curvas que unem pontos de mesma altura
pluviométricas. O traçado dessas curvas é extremamente simples,
semelhante ao traçado de curvas de nível, onde a altura de chuva substitui a
cota do terreno. O método é desenvolvido da seguinte maneira:
Pelo método das isoietas, a precipitação média sobre uma área é calculada
multiplicando-se a precipitação média entre isoietas (normalmente fazendo-
se a média dos valores de duas isoietas) pela área entre as isoietas,
totalizando-se esse produto e dividindo-se pela área total, ou seja:

Pm: precipitação média da bacia hidrográfica (mm);


A i: área entre cada par de isoietas;
P i: precipitação média entre as isoietas (mm);
A: área total da bacia hidrográfica.
PERÍODO DE RETORNO OU TEMPO DE RECORRENCIA (T)

Período de tempo médio que um determinado evento hidrológico é igualado


ou excedido em um ano qualquer. Parâmetro fundamental, para projetos de
obras hidráulicas como, reservatórios, canais, vertedores, bueiros e galerias
pluviais (RIGHETTO, 1998).
Ao determinar, que uma obra será projetada para uma vazão com período
de retorno (T anos), automaticamente, decide-se o grau de proteção
conferido a população.
Níveis altos de segurança implicam em custos elevados e grande
interferência no ambiente urbano, por esses motivos para a determinação
do período de retorno (T) os critérios políticos, sociais, econômicos e os
fatores hidrológicos devem ser considerados.
A escolha do Período de Retorno para projeto de uma determinada obra de
drenagem é realizada em função do tipo e da importância da mesma para a
população que irá utilizá-la, em função da sua localização e do seu entorno.
Alguns fatores como, densidade populacional da região, volume e trafego do
sistema viário local, proximidade de equipamentos públicos ou comunitários
como escolas, hospitais, estações ferroviárias ou de metrô, tipo e porte da
obra e recursos financeiros envolvidos.
A escolha do Período de Retorno para projetos de drenagem e determinados
tipos de obras de intervenções no município de São Paulo é baseada nos
valores apresentados na Tabela abaixo.
Tabela 01. Matriz de aplicabilidade de projetos - Tempo de Retorno.

Tabela 02. Períodos de retorno para diferentes ocupações da área.


Fonte: DP-H01 (1999).
RISCO
Risco é a probabilidade de uma determinada obra vir a falhar pelo menos
uma vez durante sua vida útil, ou seja:

P: probabilidade;
T: período de retorno (ano).

Segundo Righetto (1998), a probabilidade de ocorrência de um evento que


ponha em risco a obra e todo o sistema fluvial a jusante de uma barragem
ao longo de um período de “n” anos de utilização (vida útil), é definida como
risco “R” é expressa por:

R: risco de ocorrência de um evento (%);


T: período de retorno (ano);
n: vida útil da obra (ano).

Tabela 03. Risco em função da vida útil e do período de retorno.


PRECIPITAÇÕES MÁXIMAS
A caracterização da precipitação constitui importante ferramenta de apoio
para realização de obras hidráulicas, planejamento e gestão dos recursos
hídricos.
A precipitação máxima é considerada como a ocorrência extrema, com
duração, distribuição temporal e especial acima do verificado normalmente
para uma bacia hidrográfica. As curvas de intensidade – duração –
frequência retratam as precipitações máximas.
Figura. São Paulo: Curvas I-D-F em função do período T (anos).

EQUAÇÃO DE CHUVAS INTENSAS


Onde:
i: intensidade (mm/h);
Tr: tempo de retorno (anos);
t: duração da chuva (mim);
a, b, c e d: são parâmetros determinados em cada local.

Tabela 04. Parâmetros de equações de intensidade – duração – frequência


(TUCCI et al., 1995).

Localidade a b c d

São Paulo 3462,7 0,172 22 1,025

Curitiba 1239,0 0,150 20 0,740

Rio de 5949,2 0,217 26 1,150


Janeiro

Belo 1487,9 0,100 20 0,840


Horizonte

EQUAÇÃO DE CHUVAS INTENSA – MUNICIPIO DE SÃO PAULO


(WILKEN, 1978).

Onde:
i: intensidade (mm/h);
Tr: tempo de retorno (anos);
t: duração da chuva (mim).
 Precipitações intensas no estado de São Paulo: Alguns
municípios do Estado de São Paulo possuem equações tipo
“lnln” para determinação da intensidade (i) (DAEE, 2014).

Equação de precipitações intensas para São Paulo, Wilken (1972)

Onde:
i: intensidade da chuva, correspondente à duração t e período de retorno T
(mm/min);
t: duração da chuva (min);
T: período de retorno (anos).

Quiz
Exercício
Precipitação média sobre a bacia (Thiessen e Isoietas)
INICIAR

Referências
DAEE. Departamento de Águas e Energia Elétrica. Precipitações intensas
no estado de São Paulo, 2014. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/0B4t5iKKyDAByeG1zZlgzRE81b28/e
dit?pli=1. Acesso em: 27 de março de 2016.
GARCEZ, L.N.; LAVAREZ, G.C. Hidrologia. 2. Ed. Ver. E atual. ¿ São Paulo:
Blucher, 1988.

MELLO, C.R.; SILVA, A.M. Hidrologia princípios e aplicações em sistemas


agrícolas. Lavras: Ed UFLA, 2013. 455p. ISBN: 978-85-8128-029-6.

RIGHETTO, A. M., Hidrologia e Recursos Hídricos, EESC-USP, 1998, 398p.

WILKEN, P.S., Engenharia de Drenagem Superficial, CETESB, São Paulo,


1978, 276p.
Infiltração. Definição.
Grandezas características e
fatores intervenientes.
(climáticos e fisiográficos).
Métodos de avaliação
Conceito de infiltração, suas grandezas características, os fatores que
intervêm na sua capacidade de infiltração. Método de Horton e Método de
Soil Conservation Service (SCS).
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PROF. ANA CARLA DE SOUZA MASSELLI

INFILTRAÇÃO
A passagem de água da superfície para o interior do solo.
IMPORTÂNCIA:

 Crescimento da vegetação;

 Recarga dos aquíferos;

 Armazenamento de água para manter fluxo de água nos rios


durante as estiagens;

 Redução do escoamento superficial, responsável pelos


processos de erosão e inundações.
Figura 01. Infiltração.

Figura 02. Perfil de umidade do solo durante a infiltração.

FASES DA INFILTRAÇÃO

 Fase de intercâmbio: a água está próxima a superfície do solo,


podendo retornar à atmosfera pela ação da evaporação ou
pela transpiração da vegetação;
 Fase de descida: deslocamento vertical da água ocasionado
pelo seu próprio peso;

 Fase de circulação: o acúmulo de água no solo constitui os


lençóis subterrâneos, que se movimentam por ação da
gravidade.

GRANDEZAS CARACTERISTICAS

 Capacidade de infiltração: potencial que o solo tem de


absorver água através da sua superfície horizontal, em
condições preestabelecidas, em um determinado intervalo de
tempo, pode ser medida como altura de água que se infiltrou
(mm/hora; mm/dia);

 Porosidade: relação entre volume de vazios do solo e seu


volume total (%);

 Velocidade de infiltração: velocidade média de escoamento de


água através do solo saturado (m/s, m/dia, m3/m2.dia ou
mm/s);
 Coeficiente de permeabilidade: velocidade de infiltração da
água em solo saturado com perda de carga unitária, varia
conforme a temperatura (alteração da viscosidade) (m/dia ou
m3/m2.dia);

 Retenção específica: quantidade de água retida no solo por


adesão ou capilaridade, após drenagem natural (% do volume
do solo);

 Nível estático: nível piezométrico de um lençol subterrâneo em


um determinado ponto em determinado instante, sem a ação
de obras de aproveitamento;

 Nível dinâmico: nível em um ponto em um determinado


instante, decorrente de obras de aproveitamento.

FATORES INTERVENIENTES
Principais fatores que influem capacidade de infiltração são:

 Tipo de solo: a porosidade e o tamanho das partículas do solo


influenciam diretamente na capacidade de infiltração;

 Umidade do solo: corresponde à ocupação (parcial ou total)


dos poros do solo pela água, quanto mais o solo estiver
saturado menor a sua capacidade de infiltração;

 Topografia: as declividades favorecem o escoamento


superficial direto diminui a infiltração e as depressões
diminuem o escoamento superficial direto, provoca a retenção
da água, aumentando assim a infiltração;
 Temperatura: quanto maior a temperatura maior a infiltração
de água no solo, devido a viscosidade da água;

 Cobertura vegetal: densa dificulta o escoamento superficial da


água favorecendo assim a capacidade de infiltração;

 Presença de ar: ar retidos nos vazios do solo comprimido pela


água retarda temporariamente a infiltração.

DETEMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO


INFILTRÔMETRO DE INUNDAÇÃO
Constituído de dois anéis concêntricos de chapa metálica (medindo 40 a 16
cm de diâmetro) que são colocados no solo com profundidade de 10 a 15
cm, aplicando água em ambos os cilindros (mantendo altura de lâmina de
água de 1 a 5 cm). A medição da capacidade de infiltração é feita no anel
interno em intervalos de tempo determinado. Os dados coletados são
empregados na seguinte equação:

V: volume infiltrado durante tempo (cm3/t);


a: área do cilindro interno (cm2 );
h: altura de água infiltrada (cm).

Para calcular a capacidade de infiltração:

f: capacidade de infiltração (mm/h).


Figura 03. Infiltrômetro de anel.

INFILTRÔMETRO COM APLICAÇÃO DE ÁGUA POR ASPERSÃO


(SIMULADOR DE CHUVA)
Equipamento no qual a água é aplicada por aspersão, com intensidade de
precipitação superior à capacidade de infiltração do solo em determinada
área (0,10 a 40 m²).
Mede o escoamento superficial originada pela aplicação de uma chuva com
intensidade superior à capacidade de infiltração do solo.
A taxa de infiltração é obtida pela diferença entre a intensidade de
precipitação e a taxa de escoamento resultante.
Figura 04. Infiltrômetro de aspersão rotativo.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Os métodos para quantificar a infiltração do solo são:

MÉTODO DE HORTON
A infiltração pode ser representada pela equação de Horton, utilizada para
quantidade de água disponível ao solo é superior à taxa de infiltração.

fo: taxa de infiltração no instante inicial (mm/h);


fc: taxa de infiltração constante
f: taxa de infiltração no tempo t (mm/h);
k: constante que depende do tipo de solo;
t: intervalo de tempo (h).

Integrando a equação, tem-se:

F: quantidade infiltrada (mm).


Figura . Capacidade de infiltração (inicial e final) e constante da curva.

MÉTODO DO “SOIL CONSERVATION SERVICE” (SCS)


Desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos,
aplicado especialmente quando não se dispõem de dados hidrológicos.
Método adaptado para as condições do Estado de São Paulo.
(Boletim Técnico DAEE V2. N°02 maio/agosto 1979).

Q = escoamento superficial direto (mm);


P = precipitação (mm);
S = retenção potencial do solo (mm), depende do tipo de solo e determinado
por tabelas;
0,2 . S = estimativa das perdas iniciais (interceptação e retenção).
P > 0,2.S

Alteração da variável:

CN = número de curva.
CN depende dos seguintes fatores:

 Tipo de solo;

 Condições de umidade antecedente do solo;

 Ocupação do solo.

CN: Índice entre 0 a 100:

 0 = bacia com condutividade hidráulica “infinita”;

 100 = bacia totalmente impermeável.

TIPO DE SOLO
O Método adaptado para o Estado de São Paulo, classifica os solos
conforme descrito na Tabela abaixo.
Tabela 01. Grupos e características do solo.
Grupo
Características do solo
de solo

Solos arenosos com baixo teor de argila total, inferior a 8%, não
havendo rocha nem camadas argilosas e nem mesmo desinficadas até a
A profundidade de 1,5m. O teor de húmus é muito baixo, não atingindo
1% (Porto, 1979 e 1995).
Solos que produzem baixo escoamento superficial e alta infiltração.
Solos arenosos profundos com poucos silte e argia (Tucci et al, 1993).

Solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor teor


de argila total, porém ainda inferior a 15%. No caso de terras roxas,
esse limite pode subir a 20% graças à maior porosidade. Os dois teores
B
de húmus podem subir, respectivamente, a 1,2 e 1,5%. Não pode haver
pedras e nem camadas argilosas até 1,5m, mas é, quase sempre,
presente a camada mais densificada que a camada superficial (Porto,
1979 e 1995).
Grupo
Características do solo
de solo

Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos


profundos do que o tipo A e com permeabilidade superior à média
(Tucci et al, 1993).

Solos barrentos com teor total de argila de 20% a 30%, mas sem
camadas argilosas impermeáveis ou contendo pedras até profundidade
de 1,2m. No caso de terras roxas, esses dois limites máximos podem
ser de 40% e 1,5m. Nota-se a cerca de 60m de profundidade, camada
C
mais densificada que no Grupo B, mas ainda longe das condições de
impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).
Solos que geram escoamento superficial acima da média e com
capacidade de infiltração abaixo da média, contendo percentagem
considerável de argila e pouco profundo (Tucci et al, 1993).

Solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda com camada


densificada a uns 50cm de profundidade. Ou solos arrenosos como do
Grupo B, mas com camada argilosa quase impermeável ou horizonte
D
de seixos rolados (Porto, 1979 e 1995).
Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com baixa
capacidade de infiltração, gerando a maior proporção de escoamento
superficial (Tucci et al, 1993).

CONDIÇÕES DE UMIDADE ANTECEDENTE DO SOLO


O método do SCS determina três condições de umidade antecedente do
solo:

 CONDIÇÃO I - solos secos (chuvas nos últimos 5 dias que não


ultrapassam 15 mm).

 CONDIÇÃO II – situação intermediária na época das cheias


(as chuvas nos últimos 5 dias totalizaram entre 15 e 40 mm).

 CONDIÇÃO III – solo úmido (próximo da saturação) - (chuvas


nos últimos 5 dias foram superiores a 40 mm e as condições
meteorológicas são desfavoráveis a altas taxas de
evaporação).
Tabela 02. Valores de CN para bacias urbanas e suburbanas.
Grupo de solos
Utilização ou cobertura do solo
A B C D

Zonas cultivadas: sem conservação do solo 72 81 88 91

Zonas cultivadas: com conservação do solo 62 71 78 81

Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89

Baldios em boas condições 39 61 74 80

Prado em boas condições 30 58 71 78

Bosques ou zonas com cobertura ruim 45 66 77 83

Floresta: cobertura boa 25 55 70 77

Espaços abertos, relvados, parques, campos de golfe, cemitérios, boas


39 61 74 80
condições

Com relva em mais de 75% da área 49 69 79 84

Com relva de 50% a 75% da área

89 92 94 95
Zonas comerciais e de escritórios

81 88 91 93

Zonas industriais

Zonas residênciais

Lotes de (m²) % média impermeável

<500 65 77 85 90 92

1000 38 61 75 83 87

1300 30 57 72 81 86

2000 25 54 70 80 85

4000 20 51 68 79 84

Parques de estacionamentos, telhados, viadutos, etc. 98 98 98 98

Arruamentos e estradas

Asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98

Paralelepípedos 76 85 89 91
Terra 72 82 87 89

Segundo McCuen (1998), conhecendo o CN para a condição II de saturação


da tabela anterior, encontra-se o CN para as condições I e III de saturação,
Tabela 03.
Tabela 03. Ajustamento do número CN da condição normal II para a
condição para solo seco (I) e para solo úmido (II).
Número CN correspondente para a devida Condição
Condição normal II do número CN
Condição I Condição III

100 100 100

95 87 99

90 78 98

85 70 97

80 63 94

75 57 91

70 51 87

65 45 83

60 40 79

55 35 75

50 31 70
45 27 65

40 23 60

35 19 55

30 15 50

25 12 45

20 9 39

15 7 33

10 4 26

5 2 17

0 0 0

Bacia com diversos tipos de solos e de ocupação deve ser adotado o valor
de CN obtido pela média ponderada dos diversos CNs correspondentes as
áreas homogeneas.

CN: médio.

Quiz
Exercício
Infiltração. Definição. Grandezas características e fatores intervenientes. (climáticos e
fisiográficos). Métodos de avaliação
INICIAR
Referências
MELLO, C.R.; SILVA, A.M. Hidrologia princípios e aplicações em sistemas
agrícolas. Lavras: Ed UFLA, 2013. 455p. ISBN: 978-85-8128-029-6.

TUCCI, C.E.M. Hidrologia Aplicada: Ciências e Aplicação/ organizado por


Carlos E. M. Tucc; André L. L. da Silveira... [et al.]. - 4.ed. 7ª reimp. - Porto
Alegre: Editora da UFRGS/ ABRH. 2015.

TOMAZ, P. Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais


Capítulo 86 - Infiltração Método de Horton. 30/10/2010. Disponível
em: http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/capitulo_86_infiltracao_hrton
.pdf. Acesso em: 19 de abril de 2016.
Escoamento, tipos de
escoamento. Escoamento
superficial
Coeficiente de escoamento superficial (Coeficiente de Runoff). Tempo de
concentração (Fórmula de Kirpich). Hidrograma e Análise do hidrograma. Período
de retorno como fator de definição da segurança dada a uma obra hidráulica.
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AUTOR(A)
PROF. ANA CRISTINA ZORATTO
AUTOR(A)
PROF. ANA CARLA DE SOUZA MASSELLI

ESCOAMENTO
O movimento das águas na superfície do solo, na interface entre a superfície e o
interior do solo e no lençol subterrâneo, é governado fundamentalmente pela ação
da gravidade e caracterizado quantitativamente por variáveis como velocidade e
vazão.
Figura 01. Escoamento.

ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Escoamento superficial é a etapa mais importante do ciclo hidrológico para estudos
de aproveitamento hídrico, dimensionamento de obras hidráulicas e manejo
integrado da bacia hidrográfica.
Tem origem nas precipitações, parte das chuvas que caem sobre bacia hidrográfica
é interceptada pela vegetação e outros obstáculos evaporando posteriormente.
O volume de precipitação que chega ao solo, parte fica retida em depressões do
terreno, parte infiltra. Quando a intensidade da precipitação supera a capacidade de
infiltração no solo e os espaços nas superfícies retentoras, ocorre o escoamento
superficial.

Figura 02. Origem do escoamento.

Pode ser dividido em três componentes:


 Escoamento superficial direto (ES): conhecido também na
hidrologia como precipitação efetiva ou escoamento (deflúvio).
Ocasionado pelo excesso de precipitação que escoa diretamente
sobre a superfície, ocorre em função da saturação do solo (redução
da capacidade de infiltração) e intensidade elevada da precipitação.
Importante para dimensionamento de obras hidráulicas, estudo da
erosão e no transporte de sedimento;
 Escoamento sub-superficial (ESS): ocorre em uma camada de
solo mais próxima da superfície, abaixo ocorre algum tipo de
impedimento (adensamento, compactação e rochas);
 Escoamento de base ou subterrâneo (Esub): drenagem
natural do aquífero, importante para produção de água na bacia
hidrográfica. Responsável pela alimentação do curso de água
durante a estiagem.

Figura 03. Formas de escoamento.

Figura 04. Componentes do escoamento superficial.

O escoamento superficial é influenciado por fatores físicos e antrópicos como:


 Características da precipitação (intensidade): precipitações
convectivas (alta intensidade e curta duração) são importantes para
o estudo de cheias em pequenas bacias hidrográficas, já as
precipitações ciclônicas são importantes para o manejo de grandes
bacias;
 Condições meteorológicas: favoráveis à evaporação, à
movimentação das massas de ar e à condensação do vapor d´água –
temperatura, ventos, pressão barométrica e acidentes topográficos;
 Área e forma da bacia: conformação topográfica da bacia,
declividade, depressões acumuladoras e represamentos naturais;
 Atributos hidrológicos do solo: maior permeabilidade pode
gerar vazões de pico (ou vazões máximas) como menores valores,
enquanto que solos com menor permeabilidade pode ocasionar
maior escoamento sobre a superfície;
 Manejo do solo: associado ao uso do solo (vegetação, agricultura,
pecuária e industrial), ou seja, aspecto antropogênico, fortemente
influenciado pelas atividades humana e está vinculado às
características pedológicas da bacia e sua topografia;
Figura 05. Alterações nas etapas de infiltração e escoamento em diferentes fases da
urbanização.

 Obras de controle e utilização da água: canalização, derivação de água para outra


bacia, retificação.
GRANDEZAS CARACTERISTICAS DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL
 Bacia hidrográfica: área geográfica coletora de água de chuva,
que escoando pela superfície, atinge a seção considerada;
 Vazão: principal grandeza que caracteriza um escoamento, volume
de água escoada na unidade de tempo em uma determinada seção
do curso d´água (m3/s ou L/s);
 Vazão média diária: média aritmética das vazões ocorridas
durante o dia (quando se dispõe de aparelho registrador;
 Vazão específica (q): relação entre a vazão e a área de drenagem
da bacia (L/s.km²).
 Velocidade: Expressa em m/s.
 Frequência: número de ocorrência da mesma vazão em um
determinado intervalo de tempo;
 Coeficiente de Deflúvio, Coeficiente de Escoamento
Superficial ou Coeficiente de “Runoff” (C): relação entre a
quantidade total de água escoada pela seção e quantidade de água
precipitada na bacia hidrográfica, pode ser relacionado a uma chuva
isolada ou um período de tempo onde ocorreu várias chuvas:

Existem Tabelas que relacionam o coeficiente de escoamento superficial relacionado


com a natureza da superfície onde ela ocorre.

Tabela 01. Tabela 01. Coeficiente de escoamento superficial direto (runoff),


adotados pela Prefeitura do Município de São Paulo (Paulo Sampaio Wilken, 1978).
 Tempo de concentração: intervalo de tempo contado a partir do
início da precipitação, até que toda a bacia contribua na seção de
estudo;
 Altura linimétrica (h) ou altura na régua: leitura do nível
d’água, em um determinado momento, em um posto fluviométrico.
 Tempo de concentração: intervalo de tempo contado a partir do início da
precipitação, até que toda a bacia contribua na seção de estudo;
 Altura linimétrica (h) ou altura na régua: leitura do nível d’água, em um
determinado momento, em um posto fluviométrico.

Figura 07. Nível d´água em determinados momentos.


A medida do nível da água constitui base dos estudos fluviométricos, relacionado
aos problemas ligados ao controle de inundações, à navegação, à localização de
obras de margens e etc.. Os níveis de água são medidos pelos:

 Linímetros (fluviômetros): observação direta, tipo mais comum


é constituído de uma escala (linimétrica) graduada em centímetros,
permite a fácil leitura;

Figura 08. Réguas linimétricas.

 Linígrafos (fluviógrafos): aparelhos que registram continuamente as variações do


nível da água.

Figura 09. Linígrafo.

MEDIDA DE VELOCIDADES
Dado importante para a determinação da vazão que passa por uma seção do curso
d´água, para a navegação e para problemas relacionados ao equilíbrio morfológico
do leito e ao transporte de sólidos. Grandeza essencialmente variável de ponto para
ponto da seção e ao longo do tempo. Em uma seção transversal pode-se admitir que
a velocidade da água decresce da superfície para o fundo e do centro para as
margens.
EQUIPAMENTOS DE MEDIDAS
 Flutuadores: maneira simples de medir a velocidade da água
através do tempo de deslocamento de um flutuador em um
determinado percurso;

Figura 10. Flutoador.

 Molinetes: determinada a velocidade da água através da rotação de uma hélice ou


conjunto de pás;

Figura 11. Molinete.

Equação do molinete.

Onde:

a e b: constantes do equipamento;
n: número de rotações/tempo (50 segundos).
 Micromolinetes: mede velocidades menores que 0,20 m/s,
empregado geralmente em laboratórios;
 Tubo Pitot: baseado no teorema de Bernoulli;
 Correntômetros marítimos: determina a velocidade e a direção
das correntes.

DETERMINAÇÃO DE VAZÃO
Dentre as várias maneiras de se medir vazão em um curso d´água, as mais utilizadas
são:

 Medidas por vertedores ou calhas:

- Vertedor Retangular.

- Vertedor Triangular.

Equação válida para ɵ = 90º.

 Medidas por área-velocidade: a vazão é obtida pela equação da


continuidade.
Onde:
Q: vazão (m3/s);
V: velocidade (m/s);
A: área (m 2) pode ser obtida por batimetria (medindo várias verticais e respectivas
distâncias e profundidades).
HIDROGRAMA
Gráfico que relaciona a vazão de um curso d´água ao longo do tempo, resultado da
interação de todos os componentes do ciclo hidrológico entre a ocorrência da
precipitação e a vazão na bacia.

Figura 13. Representação do hidrograma e seus principais componentes.

O hidrograma e o comportamento da bacia são caracterizados utilizando alguns


valores de tempo (abcissa), relacionados a seguir:
 Tempo de retardo (ti): intervalo de tempo necessário para a
propagação do escoamento na bacia, tempo de inércia em função
das características da bacia ao escoamento;
 Tempo de pico (tp): tempo entre centro da gravidade do
hietograma e a vazão de pico;
 Tempo de concentração (tc): tempo necessário para água
precipitada no ponto mais distante na bacia, deslocar-se até a seção
principal;
 Tempo de ascensão (ta): tempo entre o início da chuva e o pico
do hidrograma;
 Duração (D): duração da precipitação;
 A e C: inflexões da hidrologia;
 CG: centro da gravidade do hietograma;
 Qp: vazão de pico;
 CGh: centro de gravidade do hidrograma.

O hidrograma pode ser caracterizado por três partes principais:


 Parte de ascensão: correlacionado com a intensidade da
precipitação;
 Região de pico: próximo ao valor máximo, quando o hidrograma
começa a mudar a inflexão;
 Parte de declínio ou recessão: nessa fase, somente
escoamento subterrâneo contribui para a vazão do rio, pode ser
representada por uma equação exponencial:

Onde:
Qt: vazão após t intervalo de tempo;
QO: vazão no tempo de referência;
α: coeficiente de recessão obtido através de plotagem num papel monolog dos
valores de vazão defasados de t intervalos de tempo.

Figura 14. Principais partes do hidrograma.

A forma do hidrograma depende de um grande número de fatores, como:


 Cobertura da bacia (a);

 Modificações artificiais no rio (b);

 Distribuição, duração e intensidade da precipitação (c);

 Relevo (d);

 Solo.

Figura 15. Hidrogramas.

SEPARAÇÃO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL


Para a separação dos escoamentos, num hidrograma isolado as formas mais usadas
de separação estão descritas a seguir:

MÉTODO 1
A curva de recessão e extrapolada a partir do ponto C até encontrar o ponto B,
localizado abaixo da vertical do pico. Os pontos A, B e C, o volume acima da linha
ABC é o escoamento superficial e o volume abaixo é o escoamento subterrâneo.

MÉTODO 2
Método simples, basta ligar os pontos A e C por meio de uma reta.

MÉTODO 3
Consiste em extrapolar a tendência anterior ao ponto A até a vertical do pico,
encontrando o ponto D. ligando os pontos D e C obtém-se a separação dos
escoamentos.

Figura 16. Métodos de separação gráfica dos escoamentos.

TEMPO DE CONCENTRAÇÃO
Tempo necessário para que toda a água precipitada na bacia hidrográfica passe a
contribuir na seção considerada.

EQUAÇÃO DE KIRPICH
Recomendado para áreas menores que 1000 ha e áreas relativamente homogêneas.
Onde:
tc: tempo de concentração (min);
L: comprimento do talvegue (Km);
H: representa o desnível entre a cabeceira e a seção de controle da bacia (m).

Onde:
tc: tempo de concentração (min);
Ieq: declividade equivalente em m/km;
L: comprimento do curso d’água em km.

EQUAÇÃO DE VENTURA

Onde:
A: área da bacia hidrográfica (km2);

I: declividade média da bacia hidrográfica (%).

EQUAÇÃO DE VEM TE CHOW


Aplicada para bacias hidrográficas com áreas menores que 2500 ha.
Onde:
Tc: tempo de concentração (min);
L: comprimento do talvegue (Km);
S 0: declividade média do talvegue do talvegue (m/Km).

EQUAÇÃO DE PICKING

Onde:
Tc: tempo de concentração (min);
L: comprimento do talvegue (Km);
S 0: declividade média do talvegue do talvegue (m/Km).

EQUAÇÃO DE GIANDOTTI

Onde:
Tc: tempo de concentração (horas);
A: área da bacia (Km 2);
H: diferença entre as cotas média e a mais baixa (m).

Método Cinemático do Soil Conservation Service (SCS)


Onde:
t c: tempo de concentração (s);
L i: comprimento de um trecho i do talvegue principal (m);
V i: velocidade do escoamento no trecho i de comprimento L i (m/s).

Quiz
Exercício

Escoamento, tipos de escoamento. Escoamento superficial


INICIAR

Referências
GARCEZ, L.N.; LAVAREZ, G.C. Hidrologia. 2. Ed. Ver. E atual. – São Paulo:
Blucher, 1988.

MELLO, C.R.; SILVA, A.M. Hidrologia princípios e aplicações em sistemas


agrícolas. Lavras: Ed UFLA, 2013. 455p. ISBN: 978-85-8128-029-6.

VILLELA, S.M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do


Brasil, 1975. 245p.
Determinação de vazão
máxima. Método Racional.
Método I-PAI-WU
Determinação de vazão de projeto pelos Métodos Racional I-PAI-WU.
NESTE TÓPICO
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AUTOR(A)
PROF. ANA CRISTINA ZORATTO
AUTOR(A)
PROF. ANA CARLA DE SOUZA MASSELLI

VAZÃO DE PROJETO
Máxima vazão a ser considerada para o dimensionamento de obras
hidráulicas como, vertedores de barragens, diâmetro de bueiros, área de
galerias pluviais, diâmetro de túneis de desvios, área de canais de adução
e muitas obras afins.

MÉTODO RACIONAL
Surgiu na Inglaterra em 1889, utilizado em bacias hidrográficas que não
apresentam complexidade e que tenham até 2 km2, e, eventualmente, 5
km 2 de área de drenagem (TABELA 01).

Tabela 01. Valores limites da fórmula racional.


O Método Racional não calcula o escoamento antes ou depois do pico,
simplesmente calcula a maior vazão produzida (pico) por uma determinada
bacia hidrográfica.
Sua aplicação em bacias complexas tende a superestimar as vazões,
resultando em obras de drenagem superdimensionadas.
Os princípios básicos desta metodologia são:

 Considera a duração da precipitação intensa de projeto igual


ao tempo de concentração da bacia hidrográfica;

 As condições de permeabilidade da superfície da bacia


permanecem constantes durante a ocorrência da precipitação;

 O pico do escoamento superficial direto ocorre quando toda a


área de drenagem, a montante do local em estudo, passa a
contribuir no escoamento.

As equações do Método Racional são as seguintes:

Q: vazão (m³/s);
C: coeficiente de escoamento superficial;
I: intensidade da precipitação (mm/h);
A: área da bacia (Km²).
Q: vazão de pico (m3/s);
C: coeficiente de escoamento superficial;
I: intensidade média da chuva (mm/h);
A: área da bacia (ha).

MÉTODO RACIONAL MODIFICADO


Para bacias de maior porte, o coeficiente de retardamento procura corrigir o
fato do escoamento superficial sofrer um retardamento em relação ao início
da precipitação.

Q: vazão de pico (m3/s);


C: coeficiente de escoamento superficial;
I: intensidade média da chuva (mm/h);
A: área da bacia (ha).

: coeficiente de retardamento.
INTENSIDADE
Quantidade de chuva que ocorre na unidade de tempo adotada, para uma
dada frequência e com uma duração igual ao tempo de concentração. A
intensidade é calculada através das equações de chuva intensa.
COEFICIENTE ESCOAMENTO
Determinado em função de uma série de fatores, dentre os quais, o tipo de
solo, a ocupação da bacia, a umidade antecedente, a intensidade da chuva
e outros de menor importância.
O uso de um valor constante para C, é uma hipótese pouco realista e deve
ser feita da seguinte maneira:

 Valor de C deve ser determinado para as futuras condições de


urbanização da bacia;

 Se a bacia hidrográfica apresentar ocupação muito


heterogênea, deve-se estimar o valor C pelo método da média
ponderada;

 Em períodos de retorno maiores que a faixa de 5 a 10 anos


deve ser realizada a correção através da expressão:
CT: coeficiente de escoamento superficial para o período de retorno T (anos);
C10 : coeficiente de escoamento superficial para período de retorno de 10
anos.

Para bacia hidrográfica com ocupação muito heterogênea, é recomendável


calcular um valor médio de C pela média ponderada dos diversos valores de
C para cada ocupação específica:

C: coeficiente médio de escoamento superficial;


A: área de drenagem da bacia;
Ci: coeficiente de escoamento superficial correspondente à ocupação "i ";
Ai área da bacia correspondente à ocupação "i ".
TEMPO DE CONCENTRAÇÃO
Determinado em função de características físicas da bacia, da sua ocupação
e intensidade da chuva.
A maioria das expressões para determinar o Tempo de Concentração são
empíricas e, portanto, só valem para condições semelhantes às de sua
determinação.
A adoção de qualquer destas fórmulas deve ser precedida de análise
cuidadosa para evitar, por exemplo, o equívoco de utilizar, em áreas
urbanas, fórmulas desenvolvidas para áreas rurais.
Método cinemático é a forma mais correta para calcular o Tempo de
Concentração, neste método a bacia é dividida em vários trechos
homogêneos (N), após a divisão é calculado a velocidade de escoamento
em cada um deles.
O tempo de concentração, em minutos, será determinado pela equação:
tc: tempo de concentração (min);
Li: comprimento de cada trecho homogêneo (m);
Vi = velocidade do escoamento no trecho “i” (m/s).

Em áreas urbanas o tempo de concentração pode ser dividido em duas


partes:
 Tempo para chuva atingir a primeira boca-de-lobo ou sarjeta –
tempo inicial (ti);
 Tempo de translação na rede de drenagem (tt).

ti: tempo inicial ou tempo de escoamento em superfície (“overland flow”)


(min);
C: coeficiente de escoamento superficial para período de retorno de 5 a 10
anos;
L: comprimento de escoamento (m) (no máximo 150 m);
S: declividade média da bacia (%).
Tabela 02. Coeficiente de escoamento superficial (“RUNOFF”).

Tabela 03. Valores do coeficiente C (ASCE, 1969).


Os coeficientes para áreas agrícolas dão determinados conforme a ocupado
da bacia hidrográfica, e podem ser calculados pela fórmula:

Tabela 04. Valor de C para áreas rurais (WILLIAMS, 1949).

MÉTODO I-PAI-WU (2 Km2 < área de drenagem ≤ 200 km2 )


Aprimoramento do Método Racional, podendo ser aplicado para bacias com
áreas de drenagem de até 200 km2. Existem no Estado de São Paulo órgãos
que recomendam a adoção deste método.
A expressão-base para aplicação do método advém no método racional,
qual seja:

Q: vazão de cheia (m3 /s);


C: coeficiente de escoamento superficial;
i = intensidade da chuva crítica (mm/h);
A: área da bacia de contribuição (km2 );
K = coeficiente de distribuição espacial da chuva (ábaco).
Em cada bacia hidrográfica deverão ser avaliados os seguintes fatores
intervenientes:

a) Forma, área e declividade da bacia hidrográfica;


b) Intensidade e distribuição da chuva crítica;
c) Características da superfície da bacia hidrográfica envolvendo:

 Provável utilização futura dos terrenos;

 Grau de impermeabilização do solo;

 Existência de depressões ou bacias de acumulação que


diminuam os picos de cheias;

 Grau de saturação do solo devido a chuvas antecedentes.

d) Tempo de escoamento superficial (ts);


e) Tempo de concentração (tc);
f) Tempo de pico (tp).
CÁLCULO DO COEFICIENTE C DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL

C: coeficiente de escoamento superficial;


C2: coeficiente volumétrico de escoamento;
C1: coeficiente de forma;
F: fator de forma da bacia.
COEFICIENTE DE FORMA C1
Em bacias alongadas no sentido do talvegue, o tempo de concentração
poderá ser superior ao tempo de pico, pois a chuva que cai no ponto mais
remoto da bacia chegará tarde o suficiente para não contribuir para a vazão
máxima. Assim em bacias alongadas, deve-se esperar um valor de C1 <1 de
acordo com a equação:

tp: tempo de pico de ascensão (h);


tc: tempo de concentração (h).

Fórmula sintética:

F: fator de forma.
FATOR DE FORMA DA BACIA

F: fator de forma da bacia;


L: comprimento do talvegue (km);
A: área da bacia (km2).

COEFICIENTE DE FORMA C2
Tabela 05. Grau de impermeabilização do solo em função da cobertura ou
do tipo de solo e do uso ou grau de urbanização.

ÁBACO PARA DETERMINAR O COEFICIENTE K


A chuva de projeto é determinada para um ponto específico da área, o
grafico do US Weather Bureau (ASCE, 1997), apresenta a relação entre
a chuva em umponto e a chuva na área.
Gráfico do US Weather Bureau.
Fonte: DAEE, 1994.

Quiz
Exercício
Determinação de vazão máxima. Método Racional. Método I-PAI-WU
INICIAR

Referências
MELLO, C.R.; SILVA, A.M. Hidrologia princípios e aplicações em sistemas
agrícolas. Lavras: Ed UFLA, 2013. 455p. ISBN: 978-85-8128-029-6.

TOMAZ, P. Curso de Manejo de águas pluviais Capitulo 66- Método de I PAI


WU.
Disponivel: http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/capitulo_66_metodo_
de_ipaiwu.pdf. Acesso em: 20 de abril, 2016.

TUCCI, C.E.M. Hidrologia: Ciências e Aplicação. Organizado por Carlos E.


M. Tucci; André L. L. da Silveira... [et al.]. – 4.ed. 7ª reim. – Porto Alegre:
Editora da UFRGS/ABRH. 2015.
Determinação de vazão
máxima. Hidrograma Unitário
Triangular
Compreender o conceito de hidrograma unitário, determinar vazões de
cheia a partir do hidrograma unitário triangular e representar o hidrograma
unitário triangular.
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PROF. ANA CRISTINA ZORATTO
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PROF. ANA CARLA DE SOUZA MASSELLI

No dimensionamento de estruturas hidráulicas deve-se considerar a vazão


máxima (vazão de cheia ou vazão de enchente) em uma determinada seção
de um curso de água. Em situações nas quais medições diretas de vazões
máximas são difíceis de serem obtidas, são adotados métodos indiretos para
estimativa de tal vazão, dentre eles tem-se o método indireto denominado
Hidrograma Unitário (GARCEZ e ALVAREZ, 1988).
O hidrograma unitário é definido como um hidrograma resultante de uma
unidade de precipitação (1 mm) caindo sobre a bacia de drenagem em uma
unidade de tempo t (GRIBBIN, 2008) e seu objetivo é estimar o
comportamento de cheias numa determinada bacia hidrográfica provocada
por diferentes eventos de precipitação (MELO e SILVA, 2013).
A Figura 01 representa os elementos presentes em um hidrograma unitário.
Figura 01. Características do hidrograma.
Fonte: Tomaz (2013).
 Princípio da independência dos deflúvios: o tempo de escoamento do
deflúvio direto (escoamento superficial) de uma determinada chuva não
depende do deflúvio direto da chuva anterior que, por acaso, esteja ocorrendo
simultaneamente (Garcez e Alvarez, 1988).
 tc (tempo de concentração): tempo desde o término da
chuva até o ponto de inflexão.
 tp (tempo de pico): tempo entre o centro do hietograma e o
pico de vazão no hidrograma, sendo estimado como 60% do
tempo de concentração.
 ta (tempo de subida ou de ascensão): tempo entre o início
da chuva e o pico de vazão no hidrograma.
 tb (tempo de base): duração do escoamento superficial direto.
 D: duração da chuva excedente unitária.
 Vesd: volume unitário de escoamento superficial direto,
resultante de uma chuva efetiva com intensidade e duração
unitárias.

A forma da hidrograma depende das características da bacia hidrográfica,


sendo que para cada bacia hidrográfica há um diferente hidrograma unitário
(GRIBBIN, 2008). No entanto, em todos os hidrogramas unitários a área
abaixo do hidrograma representa o volume total de escoamento, que
corresponde a 1 cm multiplicado pela área da bacia hidrográfica (GRIBBIN,
2008).
A obtenção e utilização de hidrogramas unitários se baseia nos seguintes
princípios empíricos:
 Princípio da constância do tempo de base: a duração do
escoamento superficial é a mesma para chuvas de intensidade
constante e de mesma duração (GARCEZ e ALVAREZ, 1988).

Figura 02. Princípio da constância do tempo de base.


Fonte: Tomaz (2013).
Figura 03. Princípio da proporcionalidade de descargas.
Fonte: Tomaz (2013).
 Princípio da independência dos deflúvios: o tempo de escoamento do
deflúvio direto (escoamento superficial) de uma determinada chuva não
depende do deflúvio direto da chuva anterior que, por acaso, esteja ocorrendo
simultaneamente (Garcez e Alvarez, 1988).

Figura 04. Princípio da independência dos deflúvios.


Fonte: Tomaz (2013).

Hidrograma Unitário Sintético


Hidrogramas unitários sintéticos são utilizados em situações em que não há
dados que permitam estabelecer o hidrograma unitário. São estabelecidos a
partir de dados de observados em bacias hidrográficas de uma região
hidrológica homogênea e são aplicados fora da região para a qual foram
estabelecidos.

Hidrograma Unitário Sintético Triangular - SCS


No hidrograma unitário sintético triangular, desenvolvido pelo Soil
Conservation Service, admite-se que o hidrograma aproxima-se de um
triângulo definido pela vazão de pico (Qp), tempo de pico (tp) e pelo tempo
de base (tb), conforme demonstrado pela figura 6.

Figura 06. Representação do hidrograma unitário triangular.


Fonte: Mello e Silva (2013)
No hidrograma unitário triangular representado acima, o tempo de subida ou
de ascensão (ta ) é o tempo de pico mais a metade da duração da chuva,
podendo ser estimando pela equação:

Onde, D é o tempo de duração da chuva unitária em horas e o tempo de pico


t p corresponde ao tempo (em horas) em que ocorre a vazão máxima a partir
do centro do hidrograma, estimado em 60% do tempo de concentração tc,
conforme a equação abaixo:

Já o tempo de base do hidrograma é dado pela equação abaixo, onde t b (em


horas) é o tempo de base do hidrograma e t a (em horas) o tempo de subida
ou ascenção:

Já o tempo de recessão (te) é representado pela equação:

A vazão de pico para o hidrograma unitário triangular é dada pela equação:

Onde:
Qp = vazão de pico unitária para uma chuva efetiva (Pe) correspondente a
1 mm (m³/s.mm);
A = área da bacia drenada (km²);
t a = tempo subida ou tempo de ascensão (horas).
Em uma bacia hidrográfica, com área drenada correspondente a 2 km²,
admitindo duração de chuva igual a 30 minutos e sabendo que o tempo de
concentração é de 1,0 hora, para a determinação do hidrograma unitário
triangular, inicialmente deve-se calcular o tempo de pico:

Com base no tempo de pico e duração da chuva, calcula-se o tempo de


ascensão:

A vazão de pico do hidrograma unitário triangular é dada por:

O tempo base (tb ) é determinado por:

Utilizando o método de Soil Conservation Service, determina-se a


precipitação efetiva para tempo = 30 minutos. Considerando CN = 85 e
precipitação acumulada (Pac) em 30 minutos igual a 10 mm, tem-se:
Portanto, a precipitação efetiva (Pe ) para o período de 30 minutos equivale
a 2,18 mm. Sabendo que para 30 minutos a vazão de pico do hidrograma
unitário triangular é igual a 0,489 m³/s.mm, para a precipitação efetiva de
2,18 mm a vazão de cheia ou vazão de pico é dada por:

Determinação do Hidrograma Unitário Triangular


Com base nos dados acima, obtém-se as duas retas representadas pela
figura abaixo:

Figura 06. Retas obtidas com o tempo de pico, tempo de base e vazão de pico
calculados.

Abaixo tem-se a determinação da equação das duas retas:


Portanto:
Para tempo entre 0 e 0,60 hora:
Para tempo entre 0,60 e 2,27 horas:
A figura abaixo representa o hidrograma unitário triangular resultante.

Figura 08. Hidrograma unitário triangular resultante.

Quiz
Exercício
Determinação de vazão máxima. Hidrograma Unitário Triangular
INICIAR
Referências
GARCEZ, L. N. ; COSTA, A. G.. Hidrologia. 2.ed. São Paulo:Edgard Blücher,
1988.

GRIBBIN, J. E.. Hidráulica, Hidrologia e Gestão de Águas Pluviais, 3 ed. São


Paulo: Editora Cengage Learing, 2009.

MELLO, C. R.; SILVA, A. M.. Hidrologia: Princípios e aplicações em sistemas


agrícolas. Lavras: UFLA, 2013.

TOMAZ, P.. Curso de Manejo de águas pluviais - Capítulo 38 - Método do


SCS, 2013. Disponível em:
<http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/Novos_livros/livro_metodo
_calculos_vazao/capitulo38.pdf>. Acesso em 12 de maio de 2016.
Conceituação e Determinação
de vazão mínima. Conceituação
e Definição de Vazões de
Permanência. Ex: Vazão Q95%
e Q90%
Conceituar vazões mínimas e vazões de permanência, calcular Q7,10,
Q95% e Q90%.
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Durante o período de seca ou de estiagem, com longos períodos de tempo


sem ocorrência de precipitação, cursos de água perenes são alimentados
pela lenta drenagem da água armazenada em lençóis subterrâneos (Heller
e Pádua, 2006). Em tal situação as descargas são inferiores aos valores
médios anuais, podendo afetar os diferentes tipos de uso da água, reduzir a
capacidade de autodepuração dos corpos hídricos e a manutenção de
ecossistemas aquáticos (Heller e Pádua, 2006).
A resolução nº 129/2011 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos
estabelece que “as vazões mínimas remanescentes devem ser utilizadas
como limitantes quando da emissão de manifestações prévias, de outorgas
de direito de uso de recursos hídricos e nas autorizações de intervenções
hidráulicas”. Barbosa Júnior (2016) define vazões mínimas como valores
numéricos representativos da quantidade de água que permanece no leito
do rio, após retirada da água para atender usos consuntivos (abastecimento
de água, uso industrial, irrigação) e em determinados casos para geração de
energia elétrica e até mesmo atividades de recreação.
Com base no valor da vazão mínima, são realizados cálculos de alocação
de água para os diferentes usuários, de modo que, quando a vazão mínima
ocorra, os usuários ou usos prioritários mantenham suas retiradas de água
(ANA, 2011).
Os principias tipos de vazões mínimas são
 Q90 ou Q95: calculadas de forma estatística (probabilística) com
base em dados de um posto fluviométrico em certo período de
tempo, em que 90% (para Q90) ou 95% (para Q95) daquele
período as vazões forem iguais ou superiores a ela (Q90 ou Q95)
(ANA, 2011).
 Q7,10: corresponde a menor vazão média consecutiva de setes
dias que ocorreria em um período de retorno de dez anos.
Calculada com base em análise de frequências (ANA, 2011).
Determinação de Q90% ou Q95%
Para determinação de Q90 ou Q 95 utiliza-se a curva de permanência de vazão.
A curva de permanência ou curva de duração, é um traçado gráfico que
informa com que frequência a vazão de dada magnitude é igualdada ou
excedida durante o período de registro de vazões (Barbosa Júnior, 2016),
relacionando a vazão com sua probabilidade de ocorrência.
As seguintes etapas são recomendadas por Tomaz (2012) para
determinação de Q90 ou Q95 :

1. Colocar em ordem decrescente todas as vazões médias


mensais do corpo hídrico em análise.

2. Atribuir um número “m” para cada vazão indo de 1 até o


número total de dados de vazões que é “n”.

3. A probabilidade “P” dada uma certa vazão que será igualada


ou superada é definida por: P = 100xm/(n+1)

4. Obtém-se a curva de permanência lançando em um gráfico


valores de vazões em ordenadas e a probabilidade de
ocorrência em abscissas.

Os dados da Tabela 01 correspondem as vazões médias mensais de um


determinado manancial para o período entre 2008 e 2011.
Tabela 01. Vazões médias para o período entre 2008 e 2011.
Na Tabela 02 os valores foram ordenados de maneira decrescente (coluna
3), atribui-se valores “m” variando de 1 a 48 (coluna 1) e calculou-se a
probabilidade “P” de uma certa vazão ser igualada ou excedida (coluna 2).
Tabela 02. Dados para obtenção da curva de permanência.
Tabela 02. Dados para obtenção da curva de permanência.

A partir dos dados da Tabela 02, plotou-se as Figuras 01 e 02.


Com base na Figura 01, verifica-se que o valor de Q90 é de aproximadamente
2,05 m³/s.. Isto indica que em 90% do período analisado a vazão permanece
igual ou superior a 2,05 m³/s.

Figura 01. Curva de permanência representando Q90.

Já o valor de Q95 é de aproximadamente 1,65 m³/s, conforme demonstra a


figura 2. Portanto, em 95% do período analisado a vazão é igual ou superior
a 1,65 m³/s.
Figura 02. Curva de permanência representando Q95.

Barros e Zambon (2016) recomendam que para amostras muito grandes


pode-se definir intervalos de classe a partir das equações:

Onde:
n = número de dados de vazões
A = amplitude da variação de vazões (Qmax-Qmin )
N = número de intervalo de classe
K = amplitude do intervalo de classe
Determinação do Q 7,10 – Método de Weibull
De acordo com Sarmento (2007) a determinação do Q7,10 é feita em duas
etapas. Inicialmente calcula-se o valor de Q 7 para todos os anos do registro
histórico considerado. Na segunda etapa aplica-se uma distribuição
estatística de vazões mínimas para o ajuste dos Q7 calculados, sendo as
distribuições de Gumbel e Weibull as mais comuns.
Conhecendo o valor de Q 7 para um período, calcula-se a média aritmética,
desvio padrão e coeficiente de variação para tais dados. Utilizando o
coeficiente de variação (CV), entra-se com tal valor na Tabela 02 o obtém-
se os valores de “1/ α” e “A(α)” que será utilizado para a determinação do
Q 7 para um determinado período de retorno.
Tabela 2: Relações auxiliares de Weibull.

Tabela 02. Relações auxiliares de Weibull.


Fonte: Heller e Pádua (2006).

O valor de Q7 para um determinado período de retorno é dado por:

Onde:
XT = valor de Q7 para o período de retorno T
T = período de retorno (anos)
β = média dos valores de Q7 dividido pelo valor de A (α) obtido na tabela 1
em função do coeficiente de variância (CV), ou seja,

Para a determinação de Q7,10, a equação ficará:


O método de Weibull pode ser verificado colocando-se os valores de vazões
em ordem crescente e fazendo a divisão (n+1/m), obtendo-se desta maneira
o respectivo período de retorno para os diferentes valores de vazões.
A Tabela 03 representa os valores de Q 7 (m³/s) anuais para o Rio Paraopeba
em Ponte Nova do Paraopeba (HELLER e PÁDUA, 2006):
Tabela 03. Valores de Q7 para o período de 1938 a 1978.
Tabela 03. Valores de Q7 para o período de 1938 a 1978.

A partir dos dados da Tabela 03, calcula-se a média o desvio padrão e o


coeficiente de variação. Entra-se com o valor do coeficiente de variação na
tabela de relações auxiliares de Weibull:
Tabela 04. Relações auxiliares de Weibull para CV = 0,2666.

Tabela 04. Relações auxiliares de Weibull para CV = 0,2666.

Portanto, para os dados da Tabela 03, o valor de Q7,10 é igual a 18,39 m³/s.
Colocando-se os valores de Q7 em ordem crescente e determinando o
período de retorno (T= n+1/m) verifica-se o método, conforme demonstrado
pela tabela 5:
Tabela 05. Verificação do método de Weibull.
Tabela 05. Verificação do método de Weibull.

Verifica-se que para o período de retorno (T) de 10 anos o valor de


Q 7 encontra-se entre 18,8 m³/s e 19,7 m³/s, indicando um bom ajuste do
método.

Quiz
Exercício
Conceituação e Determinação de vazão mínima. Conceituação e Definição de Vazões de
Permanência. Ex: Vazão Q95% e Q90%
INICIAR

Referências
ANA ¿ AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Outorga de direito de uso de
recursos hídricos. Brasília: SAG, 2011. Disponível em:
<http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sge/CEDOC/Catalogo/2012/Ou
torgaDeDireitoDeUsoDeRecursosHidricos.pdf.> Acesso em 21 de maio
de 2016.
BARBOSA JÚNIOR, A. R. Permanência de vazões. Belo Horizonte: UFOP.
2016. Disponível
em: http://www.em.ufop.br/deciv/departamento/~antenorrodrigues/8_p
ermanencia%20de%20vazao.pdf. Acesso em 22 de maio de 2016.
BARROS, M. T.L.; ZAMBON. R. C. Curva de permanência. São Paulo:USP.
2016. Disponível:
< http://www.pha.poli.usp.br/LeArq.aspx?id_arq=11999>. Acesso em 21
de maio de 2016.
HELLER, L.; PÁDUA, V. L. Abastecimento de água para consumo humano.
Belo Horizonte: UFMG, 2006.

SARMENTO, R. Estado da arte da vazão ecológica no Brasil e no mundo.


UNESCO/ANA/CHHSF, 2007. Disponível
em:< http://cbhsaofrancisco.org.br/?wpfb_dl=1583>. Acesso em 21 de
maio de 2016.
TOMAZ, P. Vazão base e vazão mínima ecológica. Disponível em:
<http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/capitulo105_vazao_ecolog
ica.pdf.> Acesso em 21 de maio de 2016.
Regularização de vazões.
Emprego do Método de Rippl e
do máximo déficit acumulado
para regularização de vazões
Utilizar os métodos de Rippl e máximo déficit acumulado para
regularização de vazões em reservatórios.
NESTE TÓPICO
Referências
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PROF. ANA CRISTINA ZORATTO
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PROF. ANA CARLA DE SOUZA MASSELLI

REGULARIZAÇÃO DE VAZÕES
Quando a vazão de um corpo hidrico é inferior a demanda necessária para
determinado uso em certos períodos (estiagem) e há excesso de vazões em
outros períodos (chuvosos) utiliza-se reservatórios para regularização de
vazão. Desta forma, no período chuvoso ocorre armazenamento do excesso
de vazão que poderá ser utilizada no período de estiagem quando a vazão
minima é inferior a vazão de demanda.

CÁLCULO DO VOLUME DO RESERVATÓRIO PARA ATENDER A LEI DA


REGULARIZAÇÃO
A lei de regularizão de um determinado reservatório é dada pela função
descrita abaixo, onde vazão regularizada de um reservatório (Qr(t)) é a soma
de todas as vazões que saem do reservatório no tempo t. Já a vazão média
(Q) é a média das vazões naturais que abastecem o reservatório no tempo
em questão.

Conhecendo a lei de regularização é possível estabelecer a capacidade


minima do reservatório.
A diferença entre o volume acumulado necessário para atender uma
determinada lei de regularização no período mais crítico de estiagem e o
volume acumulado afluente ao reservatório no mesmo período resulta na
capacidade mínima de um reservatório para atender a lei de regularização,
conforme a equação abaixo:

Onde:
Cr: capacidade mínima do reservatório para manter a lei de regularização
(m³);
V n: Volume necessário para atender a lei de reularização no período critico
(m³);
V a: Volume afluente acumulado no mesmo período (m³).

A capacidade mínima do reservatório (Cr ) é representada na Figura 01.


Estabelecendo que a lei de regularização total é y =1, tem-se Qr = Q.
Figura 01. Hidrografa de entrada.

Metodo de Rippl (Diagrama de Massas)


O diagrama de massas ou diagrama de Rippl é definido como a integral da
hidrografa de vazões naturais (entrada do reservatório) representadas
acima, correspondendo a um diagrama de volumes acumulados que afluem
ao reservatório ao longo de um período (VILLELA e MATTOS, 1975)
conforme representado pela Figura 02.

Figura 02. Diagrama de massas ou diagrama de Rippl.


Fonte: Villela e Mattos (1975)
A partir da hidrografa de vazões afluentes representada acima tem-se o
hidrograma de massas descrito pela Figura 03. Considerando a lei de
regularização y =1, obtem-se o diagrama de massas para vazão de
regularização, que é igual a vazão média, representada pela reta AB.

Figura 03. Regularização da vazão média.


Fonte: Fonte: Villela e Mattos (1975).

Para derivar a vazão média (Q), o período crítico corresponde ao intervalo


de tempo t 1 e t2. Para se manter a vazão média durante o intervalo de tempo
t 1 e t2, necessita-se do volume necessário (Vn), portanto:

Como o diagrama de massas é um diagrama integral, as tangentes a essa


curva dão as vazões em cada tempo considerado. O volume necessário para
atender a lei de regularização (V n) é dado pelo segmento EC (Figura 03).
Já o volume que aflui ao reservatório (Va ) no intervalo de tempo t1 a t2 é
representado pelo segmento DC, sendo:
Sabendo que a capacidade do reservatório (Cr) é:

E que, de acordo com a Figura 03, Vn – V a equivale ao segmento ED,


representado pela soma de δ 1 e δ1 da Figura 03, a capacidade do
reservatório é:

Para os diferentes períodos representados na tabela 1, conhece-se as


vazões afluentes (coluna 2) e a vazão de demanda ou vazão de
regularização (coluna 3) de um determinado reservatório. Para a vazão de
demanda (Qr) considerou-se que y=Qr/Q = 1, ou seja, Qr =Q.
Tabela 1: Volumes afluentes e volumes de demanda acumulados.

As colunas 4 e 5, respectivamente, representam os volumes afluentes e


volumes de demanda acumulados, na unidade m³.s-1.mês, representados
também na Figura 04.
Figura 04. Regularização de vazão.

De acordo com a Figura 04, verifica-se que a capacidade do reservatório


(Cr) correspode a aproximadamente 34,8 m³.s-1.mês, ou seja, a capacidade
do reservatório corresponde a distância vertical entre as duas linhas
paralelas tangentes à curva de vazão afluente acumulada. Portanto:
Capacidade do reservatório = 34,8 m³.s-1.x30x86400 s = 90.201.600 m³.
Na utilização do método de Rippl a evaporação da água não é levada em
conta, mas pode ser estimada (TOMAZ, 2013). Além disso o método de Rippl
não fornece probabilidade de falhas ou sucesso (Tomaz, 2013) por se tratar
de um método gráfico.
No exemplo acima foi avaliado somente um período de estiagem. Quando
se dispõe de dados de vários períodos de estiagem, o período mais crítico é
aquele que resulta na maior capacidade de reservatório, adotando-se como
volume mínimo do reservatório a maior capacidade encontrada (VilILLELA e
MATTOS, 1975).
Metodo do máximo déficit acumulado
No método do máximo déficit acumulado, conhencendo-se as vazões
afluentes ao reservatório (coluna 2 – Tabela 02) e a vazão de demanda ao
longo de um período (coluna 3), calcula-se a diferença entre a vazão afluente
e a vazão de demanda (coluna 4). Calcula-se as diferenças acumuladas dos
déficits de volume, considerando somente os valores negativos (coluna 5).
O volume útil do reservatório corresponde ao total da diferença acumulada
dos déficits em módulo.

Tabela 02: Diferenças acumuladas.

Total da diferença acumulada dos déficits = -33,81 m³/s.mês = â¿¿-33,81


m³/s.mês â¿¿, portanto:
Capacidade do reservatório = 33,81 m³/s.mês = 33,81 m³/sx30x86.400 =
87.635.520 m³.

Ressalta-se que para os dois métodos foi avaliado somente um período de


estiagem. Quando se dispõe de dados de vários períodos de estiagem, o
período mais crítico é aquele que resulta na maior capacidade de
reservatório, adotando-se como volume mínimo do reservatório a maior
capacidade encontrada (VILLELA e MATTOS, 1975).

Quiz
Exercício
Regularização de vazões. Emprego do Método de Rippl e do máximo déficit acumulado para
regularização de vazões
INICIAR

Referências
TOMAZ, P. Dimensionamento de reservatórios em rios. Disponível
em: http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/Novos_livros/livro_rese
rvatorios/capitulo110.pdf. Acesso em 21 de maio de 2016.
VILLELA, S. M.; MATTOS. A.. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill,
1975.
Cheia em canais e reservatórios
Algumas diferenciações e caracterizações de sua ocorrência e do seu
controle são necessárias para um melhor entendimento dos fenômenos de
enchente e inundações em canais.
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DIFERENCIAR OS TERMOS: ENCHENTES OU CHEIAS, DE


INUNDAÇÕES E DE ALAGAMENTO.
Todos eles causam transtornos à população, contudo, geralmente a
população se adequa mais aos processos de enchente ou cheia e o de
alagamento (Figura 01).
As enchentes ou cheias ocorrem quando a vazão de escoamento se eleva e
atingi a capacidade hidráulica de transportar a água por um canal ou de
manter um reservatório dentro de sua capacidade, ou seja, o canal ou o
reservatório enchem ocupando o leito maior
As enchentes ou cheias advêm de um processo natural, que faz parte da
dinâmica natural de um canal, em um período de chuvas prolongadas,
ocorrem regularmente em um período do ano, a descarga fluvial se eleva e
acaba por atingir a capacidade hidráulica (leito maior sazonal).
Inundações é o transbordamento do canal devido a fato o escoamento
superar a capacidade hidráulica do canal, ultrapassa o leito maior sazonal e
passa para o excepcional.
O alagamento resulta no acúmulo de água nas ruas e áreas urbanas devido
a problemas de microdrenagem.
Figura 01. Diferença entre enchente e alagamento.
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1247678/

Diferenciar os termos: Canal Natural e Canal Artificial.


Canal Natural são os canais conforme se encontram na natureza, sem
alterações promovidas pelo homem;
Canal Artificial são os canais que sofrem alterações pelo homem.

Diferenciar os termos: Leito de vazante, Leito Menor e Leito Maior em


Canais Naturais.
Leito de vazante é o espaço ocupado pelo escoamento das águas baixas,
acompanhando a linha de maior profundidade do canal (talvegue).
Leito menor é um espaço bem delimitado, com margens geralmente bem
definidas, e no qual a frequência de escoamento é suficiente para impedir o
estabelecimento de vegetação.
Leito maior, sazonal ou excepcional, o critério de classificação é exatamente
a periodicidade das cheias. No caso do leito sazonal, as cheias ocorrem
regularmente, pelo menos uma vez no ano. Por sua vez, o leito excepcional
compreende o espaço ocupado pelas águas com frequência irregular, e com
períodos não inferiores a um ano. O esquema geral destes leitos pode ser
visto na Figura 02.
Figura 02. Diferença do Leito Vazante, Menor e Maior.
Fonte: http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/interacao/inter11.html

Caracterizações da ocorrência de inundações enchentes e as posições


montante e a jusante em relação a este conceito
O problema de um modo geral em canais naturais seria o fenômeno de
inundação, pois ocupa áreas excepcionais, ou seja, áreas que não são
comumente ocupadas pelas águas dos corpos hídricos.
Contudo, atualmente o homem tende a ocupar o leito maior sazonal, muitas
vezes o leito menor e em alguns casos excepcionais o leito de vazante.
Quando isto acontece os prejuízos podem ser elevados, desde de perdas
financeiras, coo transtornos e até a morte.
Os problemas promovidos por enchente ou por inundações serão maiores
na região onde o canal mais a jusante, onde este ocupa regiões de várzea,
por alguns motivos básicos: como por exemplo as vazões de escoamento
são maiores a jusante que a montante e porque em áreas de várzea os
terrenos são planos e mais suscetíveis a formarem grandes manchas de
inundação, são áreas com grande declividade produzindo escoamento de
alta velocidade, etc.

Medidas de controle contra enchente e inundações

 Medidas estruturais: incluem-se neste grupo obras de


engenharia que atuam diretamente sobre a hidráulica dos
canais, como: canalização, retificação, diques, bacias de
amortecimento, canais de desvio, dentre outros. Incluem neste
grupo também alterações implantadas na bacia com a
finalidade de reduzir o escoamento, por exemplo, controle da
erosão, parques lineares, etc.

 Medidas não-estruturais: incluem-se neste grupo medidas


com cunho legislativo que visam promover alterações de
ocupação do uso do solo por exemplo, ou ainda, medidas que
permitam a convivência das pessoas com os problemas
gerados pelas inundações, onde estas possam conviver com
as enchentes ou inundações sem transtorno. Alguns exemplos
de medidas deste grupo: moradias que estejam adequadas e
protegidas das enchentes e inundações, seguro de enchente,
sistemas de previsão e alerta contra enchentes e alerta de
inundação e zoneamento de ocupação que defina áreas a não
ser ocupadas, conceitos de não ampliação da geração de
escoamentos por um novo empreendimento, dentre outros

Seguindo estas premissas básicas tem-se os conceitos de sistema


drenagem ou manejo de águas pluviais que procuram resolver os problemas
decorrentes de enchentes e/ou inundações.
Há uma diferença básica a ser observada e entendida no contexto de
sistemas de drenagem, esta diferença está ligada as dimensões em
sistemas, que os classifica em:

a. Sistema de microdrenagem, conhecida como sistemas iniciais


de drenagem, neste grupo inclui a coleta e a condução das
águas superficiais por meio de sarjetas e sarjetões, a
transferência da condução superficial da água pluvial para
condução subterrânea por meio de bocas de lobo e a
condução subterrânea por meio de pequenas e médias
galerias;

b. Sistema de macrodrenagem inclui as galerias de grande porte


e os corpos receptores, tais como corpos hídricos superficiais
canalizados ou não.

Existem ações que influenciam na eficácia das soluções de Drenagem


Urbana, conforme cita Andrade e Széliga (1997):

 Políticas que definam os objetivos a serem alcançados e os


meios legais, institucionais, técnicos e financeiros para atingi-
los;

 Políticas de ocupação do solo urbano compatíveis com a


política de drenagem urbana, com destaque para ocupação
das várzeas de inundação;

 Processos de planejamento com medidas de curto, médio e


longo prazos em toda a bacia;
 Entidades eficientes para exercer liderança do setor,
promovendo a participação pública, estabelecendo critérios e
aplicando leis;

 Domínio de tecnologia adequada para planejamento, projeto,


construção e operação das obras;

 Campanhas de educação e esclarecimento da opinião pública.

Na prática, geralmente as soluções de drenagem estimulam a obras, tais


como: canalização de rios, melhorias da situação dos canais existentes,
implantação de microdrenagem eficiente, tudo visando que o sistema de
drenagem tenha sua capacidade hidráulica suficiente para transportar as
precipitações para diferentes períodos de retorno.
Pode-se dizer que o problema de drenagem é advindo de estruturas
hidráulicas que não dão vazão ao escoamento gerado. Contudo, a
adequação deste sistema pode representar grandes custos e grandes
transtornos (desapropriação de moradias, remoção de vias marginais, etc.)
Enchentes em Reservatórios
Uma enchente em um reservatório de água obtido por meio de um
barramento pode apresentar os seguintes efeitos:

 Necessidade de liberar água pelo vertedor;

 Risco de Overtopping, passagem de massa de água por cima


da crista do barramento;

 Risco de rompimento da barragem.

Um barramento de um rio para formação de um reservatório sempre estará


sobre o risco de colapso, isto se deve principalmente ao fato de que o projeto
foi feito para uma determinada chuva de projeto.
Como foi visto em aulas anteriores as obras hidráulicas são realizadas para
uma determinada intensidade de chuva de projeto que irá gerar uma
determinada vazão de projeto.
Está é uma intensidade teórica que pode ser eventualmente superada com
o tempo, e a obra hidráulica não suportará esta vazão.
A primeira resposta para esta situação é construtiva e promove a liberação
de água por uma unidade denominada vertedor. Alguns vertedores escoam
naturalmente quando atingem o ponto de enchimento do reservatório
determinado no projeto, outros vertedores estão conectados a comportas
que são abertas no momento desejado, esta abertura deve ser realizada com
muito critério e seguindo as regras de controle operacional do reservatório,
as consequências de uma abertura fora do ponto indicado pode se tornar
muito grave, principalmente quando não há um esquema de comunicação
aos moradores ribeirinhos, que serão diretamente afetados por este novo
volume recebido a jusante do reservatório. A seguir será apresentado o
conceito de vertedor de uma barragem.
Vertedor é uma estrutura de suma importância em uma barragem, seja para
qual finalidade está tiver. Esta estrutura permite liberar a água quando a
barragem atingir um determinado volume, evitando assim que ela sofra o
processo de overtopping. Esta obra hidráulica consiste numa estrutura de
vertimento conectada a um canal que irá conduzir a água de forma segura
até a um ponto a jusante da barragem, servindo assim como um escape da
água em excesso e impedindo a passagem da água por cima da barragem.
Observar que o vertedor só irá ser utilizado quando o volume do reservatório
estiver muito elevado. A Figura 03 apresenta um reservatório tipo Tulipa em
implantação antes de haver água no reservatório, a Figura 04 demonstra o
reservatório com água, mas o vertedor ainda não foi acionado, Figura 05
demonstra o vertedor em ação e a Figura 06 apresenta um vertedor tipo
Creager também em ação, ou seja, vertendo. Maiores detalhes sobre
vertedores serão vistos em Obras Hidráulicas.

Figura 03. Vertedor tipo Tulipa em implantação antes do enchimento do reservatório.


Figura 04. Vertedor tipo Tulipa que não está em funcionamento.
Fonte: Joe Rohde, Bureau of Reclamation. CC BY-SA 2.0. Disponível em: Flickr
Figura 05. Vertedor tipo Tulipa em funcionamento.
Fonte: A.E. McCloud, Bureau of Reclamation. Disponível em: Wikimedia
Figura 06. Vertedor tipo Creager.
Fonte: The Australian National Committee on Large Dams Incorporated

A segunda resposta ocorre quando o vertedor não dá conta da vazão que


está chegando ao reservatório (isto pode ocorrer por dimensionamento
errado por parte de um engenheiro ou porque a precipitação empregada pelo
projeto foi ultrapassada) e ocorre assim o extravasamento de massas de
água por cima da crista da barragem, um tipo de episódio registrado com
destaque em vários países, conhecido em inglês como “overtopping”, e que
responde pela maioria dos acidentes com prejuízos e com vítimas rio abaixo.
A terceira resposta é o de rompimento da barragem por não resistirem ao
volume ou por desgastes promovidos pelo o overtopping. Em barragens de
solo o fenômeno de overtopping pode promover grandes desgastes na face
a montante da barragem.
Alguns exemplos de barramentos que sofreram overtopping e rompimento
no Brasil:
PAMPULHA (BH) em abri do ano de 1954, menos de 20 anos de sua
inauguração, motivado principalmente pelo emperramento da comporta do
vertedor; ORÓS (JAGUARIBE) em março do no ano de 1960, motivado
principalmente porque o túnel, previsto para tomada d'água, não dava vazão
suficiente àquela cheia excepcional, resultando em danos para mais de 170
mil pessoas, a Figura 07 apresenta o momento do overtopping e a Figura 08
a barragem completamente rompida.

Figura 07. Overtopping do reservatório de Orós.


Fonte: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS
Figura 08. Rompimento do reservatório de Orós.
Fonte: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS

Outros como EUCLIDES DA CUNHA (PARDO) no ano de 1977; LIMOEIRO


(PARDO) no ano de 1977; BOA ESPERANÇA (R. FURNAS) no ano de 1983;
SANTA HELENA (BAHIA B. T) no ano de 1985; EMAS (NORDESTE Laje V)
no ano de 1995; MACACOS (NORDESTE B.T) no ano de 1997; CAMARÁ
(ALAGOAS CCR) no ano de 2004; MIRAÍ (MG-REJEITO B.T) no ano de
2007; APERTADINHO (RONDÔNIA) no ano de 2008 e ESPORA (GOIÁS) no
ano de 2008.

RISCOS DE RESERVATÓRIOS EM SÉRIE


É muito comum a alocação de vários reservatórios em sério num mesmo
corpo hídrico, quer para aproveitamento hídrico, regularização, contenção
de enchentes, abastecimento ou outra finalidade. Contudo, isto pode agravar
os riscos em caso da ocorrência de overtopping ou de rompimento de
barragens, devido a um volume que estava mantido na barragem mais a
montante ir aportar no volume da barragem a jusante, fazendo que está
também não suporte o novo volume aportado.
O Caso das Barragens Euclides da Cunha e Limoeiro, demonstra muito bem
este efeito, a barragem a montante de Euclides da Cunha começou a
extravasar massas de água por cima da barragem (Overtopping) as 20:30
horas do dia 19/01/1977, quando foi 3:30 horas do dia 20/01/1977 ela
acabou por romper deslocando uma grande massa de água que iria aportar
no reservatório da represa de Limoeiro que veio a romper as 4:00 horas do
mesmo dia. A Figura 09 apresenta a localização das Barragens ao Longo
do Rio Pardo, bem como outros exemplos de barramentos em série. A Figura
10 apresenta o rompimento da barragem de Euclides da Cunha, e a Figura
11 o rompimento do barramento do Limoeiro.

Figura 09. Localização de alguns barramentos em série no Estado de São Paulo.


Figura 10. Rompimento da Barragem Euclides da Cunha.
Fonte: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS

Figura 11. Rompimento da Barragem Limoeiro.


Fonte: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS

Quiz
Exercício
Cheia em canais e reservatórios
INICIAR

Referências
ANDRADE FILHO, A. G., SZÉLIGA, M. R. Investigação de Viabilidade de
Implantação de Rede Telemétrica de Observação em Bacias Urbanas de
Ponta Grossa, PROPESP/UEPG, Ponta Grossa, 1997.

Endereço
Eletrônico: http://www.cbdb.org.br/documentos/ErtonCarvalho-
Hidr%C3%A1ulica.pdf. Visitado em: 10/05/2016.
Endereço Eletrônico: http://docplayer.com.br/3510363-Xix-simposio-
brasileiro-de-recursos-hidricos.html. Visitado em: 10/05/2016.
Endereço
Eletrônico: http://www.engenheiromaestri.com/2012/09/esconder-
desastres-nao-e-novidade.html. Visitado em: 10/05/2016.
Endereço
Eletrônico: http://cearaemfotos.blogspot.com.br/2015/11/construcao-e-
tragedia-do-acude-oros.html. Visitado em: 10/05/2016.
Endereço
Eletrônico: http://www.sagarpa.gob.mx/desarrolloRural/noticias/2012/D
ocuments/FICHAS%20TECNICAS%20E%20INSTRUCTIVOS%20NAVA/FI
CHA%20TECNICA_OBRAS%20DE%20EXCEDENCIAS.pdf. Visitado em:
10/05/2016.
Endereço Eletrônico: http://sorisomail.com/partilha/263159.html. Visitado
em: 10/05/2016.
Endereço
Eletrônico: http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/interacao/inter11.h
tml
http://slideplayer.com.br/slide/1247678/. Visitado em: 10/05/2016.

Você também pode gostar