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UNIVERSIDADE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO HUAMBO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E MECÂNICA

ANTE-PROJECTO DO TRABALHO DE FIM DE CURSO

PROPOSTA DE ACÇÕES DE MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS


HIDRÁULICOS DA BARRAGEM DO GOVE

Autor: Osvaldo Camilo da Silva Livuvu


Orientador (a): Engº. João Pedro Fonseca, Phd

HUAMBO - 2020
INTRODUÇÃO

A água é, paradoxalmente, o elemento mais abundante na superfície terrestre e o


mais disputado pelo ser humano. Muitas pessoas, sabendo da maior parte da composição do
nosso planeta, afirmam categoricamente que ele não deveria se chamar “Terra”, e sim
“Água”, uma vez que cerca de 70% de sua superfície é composta por essa substância.

O problema da água para o ser humano reside no fato de a sua maior parte não estar
viável para consumo. Apesar disso, mesmo com o fato de a proporção de água potável
disponível ser reduzida, ainda sim estamos falando de uma quantidade muito grande de
água. No entanto, o seu mau uso vem reduzindo drasticamente a sua disponibilidade, seja
através da péssima manutenção dos rios, seja pela sua poluição. Por esse motivo, estima-se
que a água seja um dos principais fatores geopolíticos ao longo do século XXI.

Outro fato agravante é a má distribuição dessa água potável pelo mundo. Algumas
regiões do Oriente Médio e da África, por exemplo, apresentam uma significativa crise
quanto ao abastecimento de água, o que se agrava com a ausência de saneamento básico
para boa parte da população.

A escassez ou o esgotamento de recursos hídricos, em algumas regiões, emerge


como um dado consensual, apesar da incerteza do conhecimento e dos limites das
previsões. Face a este potencial estado de necessidade , a tendência dominante inclina-se
para a apologia de processos decisórios e modalidades de apropriação que tenham em
consideração a previsível limitação deste recurso. Essa tendência é traduzida por políticas
ambientais de perfil antecipatório-preventivo que incorpore o longo prazo.

Adiar, até ao limite do possível, a alteração de hábitos e de práticas cristalizadas


afigura-se como uma hipótese plausível no quadro do funcionamento das sociedades. Quase
só em estado de necessidade se promove a mudança e, por vezes, os suportes técnico-
científicos que a sustenta. Esta tendência pode ser lida à luz da lei do menor esforço que,
como lembra Raison [1986], tende no imediato a privilegiar o menor esforço na satisfação
de necessidades, mesmo que isso signifique aceitar um regime de livre acesso aos recursos,
logo a uma maior probabilidade para o seu desperdício e escassez no futuro.

Para este autor, a concentração populacional nas cidades fez despertar a necessidade
de alterar práticas de apropriação (uso) da água, bem como desenvolver técnicas para o seu
armazenamento e distribuição. Os movimentos migratórios em direcção às cidades, ou o
estado de necessidade dele resultante, podem, assim, ter estado na origem de limitações de
acesso à água e talvez tenham conduzido à adopção das primeiras medidas de uso eficiente
dos recursos hídricos.

Os usos da água encerram, de facto, diversos paradoxos. Enquanto recurso natural


vital poderia desencadear uma racionalidade intuitiva na sua utilização. Tal porém nem
sempre ou raramente acontece. Das múltiplas hipóteses passíveis de formulação para
explicar estes comportamentos, destacaremos duas: por um lado, quem dele usufrui, como
inerente à normalidade social, não interioriza que esse hábito é privilégio de uma minoria
da população mundial e, por outro lado, a ideia de um recurso natural que se renova suscita
passividade. Mas o que os dados disponíveis demonstram é que à escala do planeta a água
doce é um bem muito escasso, representa apenas 2,5% do total da água existente [ONU
2003] e as possibilidades de renovação não são uma inevitabilidade natural.

A discussão sobre a apropriação dos recursos hídricos é tributária de noções que


procuram compreender a relação entre as comunidades humanas e os recursos naturais
renováveis, enquanto bens comuns. Essa relação pressupõe atitudes e comportamentos
assentes em valores (de aproximação, afastamento, domínio, respeito), aqui designados por
representações da natureza [Godard 2002].

Angola é um país com grandes reservas hídricas, mas apesar disso tem graves
problemas de escassez. Este facto coloca desafios particulares ao sistema institucional e
confere-lhe centralidade na resolução de dificuldades e tensões. O país exibe elevadas taxas
de crescimento económico a par de uma muito precária distribuição de água potável. Este
défice questiona a capacidade de resposta institucional para satisfazer as necessidades
básicas de consumo de água das populações e para suster a proliferação descontrolada dum
sector informal ligado à venda da água. Note-se que esta situação repercute-se nos
indicadores de desenvolvimento e na persistência de graves problemas de saúde pública. A
abordagem privilegiada alicerça-se numa matriz que discute os desafios que se colocam à
apropriação e ao uso dos recursos naturais renováveis, num contexto marcado por apelos à
adopção de políticas que atendam aos princípios do “desenvolvimento sustentável” e da
gestão integrada dos recursos hídricos.Uma discussão sobre esta temática não pode
escamotear o contexto hidro-geográfico e geopolítico de âmbito regional, corporizado
na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

As barragens foram, desde o início da civilização, fundamentais ao


desenvolvimento da espécie humana. A sua construção visava sobretudo a combater a
escassez de água no período seco de forma mais ou menos empírica. Em nível mundial,
algumas das barragens mais antigas de que há conhecimento situavam-se, por exemplo,
no Egito, Médio Oriente e Índia.

A primeira barragem de relativo grande porte que se tem conhecimento é a da represa


de Sadd-al-Kafara, no Egito. Ela foi operada por volta de 2500 AC e teve 15 anos para sua
construção). Segundo o historiador Heródoto, essa barragem se deve a Menes, unificador
dos reinos do alto e baixo Nilo. Sua finalidade era proteger Mênfis das inundações de
alguns afluentes (“wadis”) do rio Nilo.

Na Índia, apareceram barragens de aterro de perfil homogêneo com descarregadores


de cheias para evitar acidentes provocados pelo galgamento das barragens. Com
a Revolução Industrial, houve a necessidade de se construir um crescente número de
barragens, o que permitiu o progressivo aperfeiçoamento das técnicas de projeto e
construção. Apareceram, então, as primeiras barragens de aterro modernas, assim como
as barragens de betão.

As barragens são feitas de forma a acumularem o máximo de água possível, tanto


através da chuva como também pela captação da água caudal do rio existente. Faz-se a
barragem unindo as duas margens aprisionando a água na albufeira (represa artificial das
águas correntes ou pluviais, para irrigação). As barragens são muito importantes para o
mundo moderno, pois são elas que permitem que haja água potável canalizada nas
grande metrópoles mundiais. Contudo, toda a zona onde a barragem e a sua albufeira se
encontram e também a área circundante, nomeadamente a jusante, por onde o rio passava, é
afectada. É por esse facto que antes de se construir uma barragem é necessário fazer
estudos de impacto ambiental. Dessa forma, a barragem deixa passar um caudal
ecológico que tem como função preservar os ecossistemas já existentes no rio e respectivas
margens

As Barragens contribuem para o desenvolvimento da economia e para o


desenvolvimento humano de um país, permitindo a irrigação agrícola, o abastecimento de
água potável, a produção de energia eléctrica e a navegação e recreação no rio e na
albufeira.

Do inventário existente no INRH (instituto nacional de recursos hídricos)


sobressaiem as seguintes barragens: Capanda, Cambambe, Laúca, Matala, Lomaum,
Mabubas, Gove, Luachimo, Biópio, Gandjelas, Chicapa e Tchiumbue Dala – de caracter
hidroeléctrico, e Quiminha, Calima, Sendi, Chicungo, Neves, Cambumbe – de caracter
hidroagrícola. Do ponto de vista constructivo, entre as barragens citadas constam algumas
de gravidade com betão compactado a cilindro, de alvenaria de pedra e de terra.

A barragem do Gove encontra-se situado a 119 Km do município da Caála na


província do Huambo.
As obras de Construção do referido Aproveitamento tiveram início em 1969. Porém, após
paralisação em 1975 devido a guerra, foram retomadas em 2008.
Foi inaugurada pelo chefe de estado angolano Eng.º José Eduardo dos Santos em 22 de
agosto de 2012. A sua principal bacia hidrográfica é constituída pelo rio Cunene, tem uma
potência instalada de 60 MW e produz em médio ano 223 GWh, fornecendo energia para as
províncias do Huambo e Bié.
BARRAGEM DO GOVE
O surgimento da manutenção se deu em virtude da necessidade de manter algo em
funcionamento. O termo manutenção, segundo Viana (2002), citado por Trombeta (2020),
vem do latim manus tenere, que significa manter o que se tem, e nos dá uma ideia de
manter um item em pleno funcionamento, para atender às expectativas a ele associadas.

A manutenção, embora despercebida, sempre existiu, mesmo nas épocas mais


remotas. Começou a ser conhecida com o nome de manutenção por volta do século XVI na
Europa central, juntamente com o surgimento do relógio mecânico, quando surgiram os
primeiros técnicos em montagem e assistência. Tomou corpo ao longo da Revolução
Industrial e firmou-se, como necessidade absoluta, na Segunda Guerra Mundial. No
princípio da reconstrução pós-guerra, Inglaterra, Alemanha, Itália e principalmente o Japão
alicerçaram seu desempenho industrial nas bases da engenharia e manutenção. Nos últimos
anos, com a intensa concorrência, os prazos de entrega dos produtos passaram a ser
relevantes para todas as empresas. Com isso, surgiu a motivação para se prevenir contra as
falhas de máquinas e equipamentos. Essa motivação deu origem à manutenção preventiva.
Em suma, nos últimos vinte anos é que tem havido preocupação de técnicos e empresários
para o desenvolvimento de técnicas específicas para melhorar o complexo sistema
Homem/Máquina/Serviço.( Introdu o manuten o (essel.com.br))

Sendo a barragem do Gove de extrema importância hidroelétrica e não só, define-se


como Situação Problemática do presente trabalho o seguinte:

 A necessidade de um sistema de manutenção eficiente para o bom uso e


conservação dos equipamentos hidráulicos da mesma.

.
A situação problemática acima levantada remete-nos ao seguinte Problema
Científico: Como melhorar o sistema de manutenção, a fim de que haja um bom uso e
conservação dos equipamentos hidráulicos da barragem do Gove?
Como objecto de Investigação: Sistema de manutenção.
Para elaboração do projeto definiu-se como campo de acção: os processos de
manutenção dos equipamentos hidráulicos da barragem do Gove, província do Huambo,
município da Caala, sector do Gove.

Objectivo Geral: Propor um sistema de manutenção que seja mais eficiente para os
equipamentos hidráulicos da barragem do Gove.

Objectivos específicos:

 Retratar a situação actual do sistema de manutenção dos equipamentos hidráulicos


da barragem do Gove;
 Identificar os problemas existente no sistema de manutenção dos equipamentos
hidráulicos da barragem do Gove;
 Avaliar se o sistema de manutenção dos equipamentos hidráulicos usados na
barragem do Gove foram os mais adequados;
 Propor a partir dos resultados obtidos possíveis melhorias para o Sistema de
manuntenção dos equipamentos hidráulicos da barragem do Gove.

defende se a ideia de que os sistemas de manutenção sendo procedimentos e tarefas


realizadas a nível dos equipamentos, tem como objectivo evitar o aparecimento das mais
diversas falhas, o mal funcionamento e as quebras em sistemas de maneira precoce.

Metodos de investigação :
Métodos teoricos:
Histórico-lógico: O método em questão foi utilizado para obtenção de conteúdos
sobre as motivações q levaram com que fosse utilizado o sistema de manutenção dos
equipamentos na barragem do Gove e quiçá em outros projectos da mesma natureza em
Angola.
Analise: Para compreender de forma técnica e teórica o processo de manutenção
dos equipamentos hidráulicos do campo de estudo acima referenciado.

Analise documental: o método em causa facultar-nos-á um conjunto de


informações, sendo que, serão necessários socorrer-se aos relatórios referentes as
manutenções realizadas, os documentos elaborados pela direcção da instituição (barragem),
bibliografia relativas ao tema em analise.

Observação Científica: Permite fazer analogia dos conhecimentos teóricos


assimilados durante a formação com o campo de estudo.

Entrevista: Por meio da entrevista, realizada aos responsáveis do departamento de


manutenção da barragem, será possível compreender de forma aprofundada o sistema de
manutenção usado e as possíveis falhas.

Métodos matemáticos e estatísticos:


Este método Possiblita a obtenção de dados precisos para calcular o tempo de
manutenção necessário para os equipamentos hidraulicos usados na barragem.

CONTRIBUTOS DA INVESTIGAÇÃO

Contributo Teórico:
Tem como contributo teórico, realçar a necessidade de ter um eficiente sistema de
manutenção, fazendo com que haja maior preocupação e atenção nos sistemas de
manutenção.

Contributo Prático:
Tem como contributo pratico, fazer com que os profissionais desenvolvam técnicas
para o melhoramento dos sistemas de manutenção dos equipamentos, buscando assim o
melhor funcionamento e durabilidade dos mesmos.
Contributo Social:
O melhoramento do sistema de manutenção dos equipamentos hidráulicos da
barragem, contribuíra para um funcionamento mais eficiente, fazendo com que todos
aqueles que estejam ao seu redor possam tirar maior proveito das inúmeras vantagens que
uma barragem pode oferecer.

CONCEITOS
Barragem, açude ou represa é uma barreira artificial, feita em cursos de água para
a retenção de grandes quantidades de água. A sua utilização é sobretudo para o
abastecimento de água de zonas residenciais, agrícolas, industriais, produção de energia
elétrica (energia hidráulica), ou regularização de um caudal.( Barragem – Wikipédia, a
enciclopédia livre (wikipedia.org))

Manutenção é o conjunto de ações destinadas a assegurar o bom funcionamento


dos equipamentos e dos sistemas, garantindo que são intervencionados nas oportunidades e
com o alcance certos, de acordo com as boas práticas técnicas e exigências legais, de forma
a evitar a perda de função ou redução do rendimento e, no caso de tal acontecer, que sejam
repostas em boas condições de operacionalidade com a maior brevidade, e tudo a um custo
global otimizado.( Press2016_09_01.pdf)

Sistema de manutenção é definido como o processo de manutenção de ativos e


recursos de uma empresa, controlando tempo e custos, garantindo a máxima eficiência do
processo de fabricação.( sistema de manutenção - Pesquisa Google)

barragem hidrelétrica tem por finalidade represar e armazenar água, matéria-


prima para a produção de energia hidrelétrica. Também é função da barragem obter o
desnível necessário para girar as turbinas das unidades geradoras.( Barragem de
Hidrelétrica (eletrobras.com))
Cronograma
Etapa/Mês Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
Escolha do tema e X
delimitação do título
Elaboração do X
Anteprojecto
Entrega do Anteprojecto X
Elaboração do capítulo I X X
Entrega do capítulo I Dia
11
Elaboração do capítulo II X X X X
Entrega do capítulo II Dia
16
Elaboração do capítulo III X X X X
Entrega do capítulo III Dia
23
Correção e revisão X
linguística do trabalho
Entrega do livro da pré- Dia
defesa 28
Pré-defesa do TFC 02-
07
Entrega dos livros para Dia
defesa 19
Defesa do trabalho 23-
28
Entrega final dos livros Dia
corrigidos 31
Orçamento
Designação Qtd Preço KZ Preço total KZ
Bloco de resma 2 4.000,00 8.000,00
Tinteiro Preto 650 2 9.850,00 19.700,00
Tinteiro Colorido 650 1 10.000,00 10.000,00
Certificado do ensino médio 1 2.500,00 2.500,00
Internet (Angola telecon) 5 (meses) 7.150,00 35.750,00
Envelope 2 500,00 1.000,00
Transporte 2 (viagens) 2.000,00 4.000,00
Total - 80.950,00
Referencias Bibliográficas

 PENA, Rodolfo F. Alves. A distribuição da água no mundo. (uol.com.br).Acesso


em: 22/10/2020.

 UNICEF-Angola-2018-WASH-Budget-Brief.pdf

 CHISSELELE, Adriano. BARRAGEM DO GOVE E SITUAÇÃO


ACTUAL. noticias-o - ANGOP. Acesso em: 25/10/2020.

 CABRAL, José S. Conceitos Básicos de Manutenção. Artigo publicado pela


Navaltik Management Setembro 2016.

 Maringá-PR. Unicesumar, 2020. Introdução a Manutenção.Introdu o manuten o


(essel.com.br). Acesso em:25/10/2020.

 INRH, Instituto Nacional de Recursos Hídricos (Novembro 2016).

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