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UNIVERSIDADE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO HUAMBO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E MECÂNICA

ANTE-PROJECTO DO TRABALHO DE FIM DE CURSO

PROPOSTA DE UM PLANO DE MANUTENÇÃ (MANUTENÇÃO)


PARA A ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DO CD1-MALAIAS NO
MUNICÍPIO DO HUAMBO

HUAMBO- 2020
INTRODUÇÃO

A água é um dos poucos recursos que está ligado directamente ao bem-estar dos
seres vivos, pode se afirmar que a água é o bem mais precioso da humanidade, está
presente desde as actividades mais complexas até as mais simples do cotidiano, a água é
essencial para a manutenção da vida no planeta.

A água constitui elemento essencial à vida vegetal e animal. O homem necessita


de água de qualidade adequada e em quantidade suficiente para atender as suas
necessidades, para proteção de sua saúde e para propiciar o desenvolvimento
económico. Os recursos hídricos têm importância fundamental no desenvolvimento de
diversas actividades económicas. (Tundisi, 2003)

O acesso à água e ao saneamento básico constituem direitos humanos


fundamentais para a redução da pobreza e para o desenvolvimento sustentável, tal como
foi consagrado pela Resolução das Nações Unidas 64/292 de 28 de Julho de 2010.

No que tange o abastecimento de água no mundo, verifica-se ainda um deficit


considerável, para alguns a água chega de forma excessiva que até à desperdiçam e
outros vivem em profunda escassez, trata-se sobretudo de uma crise de gestão dos
recursos hídricos ou uma crise de governança da água. E os efeitos desta crise de gestão
da água são maiores nas populações dos países em desenvolvimento, pois são essas que
sofrem o peso das doenças relacionadas com a água, os problemas do saneamento, o
fraco acesso aos recursos energéticos, etc.

Em 2015, cerca de 663 milhões de pessoas em todo mundo ainda usavam uma
fonte de água inadequada (poços e nascentes desprotegidos e águas superficiais). Deste
valor quase metade vivia na África Subsaariana (WHO & UNICEF, 2015)

O consumo diário de água é muito variável ao redor do globo. Além da


disponibilidade do local, o consumo médio de água está fortemente relacionado com o
nível de desenvolvimento do país e com o nível de renda das pessoas. Uma pessoa
necessita de, pelo menos, 40 litros de água por dia para beber, tomar banho, escovar os
dentes, lavar as mãos, cozinhar etc. (ONU, s.d)
No que concerne ao abastecimento de água e saneamento em África há duas
realidades. Os piores indicadores encontram-se entre os países da zona subsaariana, pois
se em 1990 a percentagem da população que utilizava uma fonte melhorada de água
potável situava-se em 49%, todavia embora esta proporção tenha ascendido aos 63% em
2011, estão ainda longe dos 75% necessários para cumprir-se com as metas relacionadas
com os objectivos de desenvolvimento do milénio para 2015.

Por outro lado a África do norte apresenta uma taxa de cobertura alta quanto a
população que utiliza fontes melhoradas de água potável, em 2011 em cerca de 92%,
quando em 1990 representava já cerca de 87% (OMS & UNICEF, 2013)

Sendo a água um dos mais importantes recursos naturais necessários para a vida
e desenvolvimento económico, social e ao equilíbrio ambiental; merece uma grande
atenção dos governos. Em Angola temos a Lei n. º 6/02 de 21 de Junho que normaliza o
uso racional dos recursos hídricos e sua autossustentabilidade.

Angola ainda enfrenta grandes problemas ligado ao Saneamento básico e a


Hidráulica em si. As primeiras tentativas de estabelecimento de uma política hidráulica
no país tiveram lugar nos últimos 20 anos do final do regime colonial, ou seja, entre os
anos 50 do século XX. Angola é um dos países africanos com uma rede hidrográfica
rica e muito diversificada, mas a cobertura do serviço de água e saneamento situa-se por
baixo da média subsaariana.

A gestão da água vem tendo uma prioridade crescente na agenda do governo de


Angola, fundamentalmente desde 2003. Apesar dessa maior atenção ao sector, os dados
actuais da cobertura que Angola ostenta, indica que é um dos países da região Austral
que não poderá alcançar as metas de desenvolvimento do milénio relativo a água e ao
saneamento. (PNEIA, 2012)

Entre as províncias existe uma diferença no acesso a água adequada para o


consumo. A Província de Cabinda é a mais bem servida (73% da população). Segue-se
as províncias de Benguela 59%; Kwanza Norte 57%; Malanje 51%; Zaire 51% e
Huambo 50%. No extremo oposto encontram-se as províncias do Cunene, Lunda Norte,
Lunda Sul, Moxico, Bengo e Kwanza Sul com 23%; 27%; 28%; 28%; 30% e 33% da
população servida, respetivamente. (INE, 2016)

No que tange o abastecimento de água no Huambo, constata-se uma enorme


escassez, os sistemas existentes não satisfazem a demanda. Actualmente 40% da
produção de água da cidade do Huambo não chega a ser consumida pelas populações
(pela população) devido ao avançado estado de degradação da rede de distribuição,
situação que tem obrigado uma parte da população a recorrer a cacimbas e rios para se
abastecerem de água potável.

O rio Culimahala foi desde o tempo colonial a única fonte de abastecimento para
a cidade do Huambo e, de acordo com o crescimento populacional, não responde à
demanda, provocando um défice na ordem dos 50%. Para ultrapassar a situação, foram
executados novos projetos estruturantes para o reforço de abastecimento de água à
cidade do Huambo, a partir do rio Cunhoñgamua, com o objectivo de aumentar o
fornecimento para mais do dobro da distribuição, que é de 1.360 metros cúbicos. (Elias,
2016)

As obras incluíram a construção da nova captação, sistema de tratamento,


condutas adutoras e também a construção de cinco centrais de distribuição, bem como
mais de 16 mil ligações domiciliares. O empreendimento vai melhorar a qualidade de
vida de mais de um milhão pessoas, com acesso ao produto, contra os actuais 21 mil
controlados pela instituição.

Água é vida, porém água sem tratamento pode causar doenças graves. Como
nem toda a água presente na natureza está em condições para consumo imediato, a água
deverá passar por um tratamento até que se encontre em condições de consumo e seja
classificada como água potável. (Marego, J.A, 2006)

O Sistema de Abastecimento de Água constitui-se no conjunto de obras,


instalações e serviços, destinados a produzir e distribuir água a uma comunidade, em
quantidade e qualidade compatíveis com as necessidades da população, para fins de
consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos.
Sistemas de abastecimento de água adequados têm como consequência uma
rápida e sensível melhoria da saúde e das condições de vida de uma comunidade. Sua
implantação tem como principal resultado o controlo e prevenção de doenças, a
promoção de hábitos higiênicos e da limpeza pública, além do aumento da vida média
da população beneficiada e da diminuição da mortalidade, particularmente da
mortalidade infantil. Esses efeitos benéficos se acentuam ainda com a implantação e a
melhoria dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitários. (OLIVEIRA, W.E,
1976)

São unidades de um sistema convencional de abastecimento de água: Captação,


Adução, Estação elevatória/Recalque, Tratamento, Reservação e Distribuição.

A investigação tem como foco as Estações elevatórias, é o local onde é feito o


recalque ou bombeamento da água. Elas transportam a água a fim de conduzi-la aos
pontos de consumo e outras unidades, vencendo os desníveis topográficos e as perdas de
carga ao longo das tubulações. As Estações elevatórias, elas são utilizadas na captação,
adução, tratamento e distribuição de água. Sua importância é fundamental no sistema de
abastecimento de água.

Por outro lado, o uso intensivo das elevatórias em sistemas de abastecimento de


água tem elevado custo de energia, sendo um dos principais itens dos custos
operacionais das prestadoras de serviço de saneamento básico.

Por isso surge a necessidade da optimização dos serviços, e estudo da eficiência


hidráulica e energética desses sistemas, é necessário uma forma de gestão baseado na
eliminação do desperdício proveniente do processo.

Os serviços de infra-estrutura formam a base fundamental das funções sociais e


económicas de uma nação, tais como comunicação, distribuição de energia, transportes,
esgotamento sanitário e distribuição de água. Manter um sistema de distribuição de água
eficiente e confiável é essencial para uma infra-estrutura básica sólida, que é
interdependente com o crescimento económico no longo prazo e com a prosperidade da
nação.
Os recursos públicos, cada vez mais escassos, e o envelhecimento dos sistemas
de abastecimento de água tornam a manutenção uma discussão essencial. A estimativa
da condição de um sistema de tubulações é central para qualquer decisão no que tange a
reposição ou actualização do sistema de abastecimento de água. Embora as tubulações
sejam projectadas para uma determinada vida útil e condições de operação, a sua
deterioração não segue um determinado padrão. Os modelos de processo de
deterioração, assim como os de falha estrutural são, então, complexos e difíceis de
modelar.

Em face das grandes mudanças ocorridas nos sectores tecnológico e de produção


nos últimos anos, com complexidade cada vez maior dos equipamentos e, ao mesmo
tempo, grande exigência de produtividade e qualidade, a função manutenção tem
assumido grandes responsabilidades no sentido de garantir confiabilidade e
disponibilidade, factores refletidos directamente no desempenho operacional da
organização (NUNES & VALLADARES, 2018).

A manutenção é um processo que deve ser tratado isoladamente e necessita de uma


abordagem diferente dos outros processos para ter sucesso, pois trata-se de uma área
que não tem como objectivo a produção de um tradicional processo de fabrico, mas sim
o objectivo de manter em funcionamento os equipamentos que têm essa finalidade, logo
é uma área mais técnica que deve ser abordada não como um elemento acessório mas
como um elemento independente e essencial (REVISTA DE GESTÃO INDUSTRIAL,
s.d).
Face a insuficiência de produtividade, desperdícios, e a necessidade de uma
gestão optimizada dos sistemas, surgem então as seguintes problemáticas:

Situações Problemáticas
 Degradação ou envelhecimento rápido do Sistema;
 Interrupção no Abastecimento por paragem forçada do sistema;
 Baixa eficiência do Sistema;
 Alto custo de Energia.
Problema Científico
Como contribuir para o aumento de produtividade e manter o bom
funcionamento da Estação Elevatória do CD1, localizado nos Malaias, no município do
Huambo, província do Huambo?

Objecto da Investigação
 Estação elevatória de água tratada.

Campo da Investigação:
 Abastecimento de Água para consumo.

Objectivo Geral
Construir um plano de Manutenção eficiente e optimizado para a Estação
Elevatória do CD1, localizado nos Malaias, no município do Huambo, província do
Huambo.

Objectivos Específicos
 Fundamentar teoricamente e Caracterizar a Estação Elevatória;
 Realizar um estudo teórico acerca das concepções de Manutenção, e conhecer
suas diferenças, vantagens e desvantagens;
 Indicar modelos de Planeamento e Controlo da Manutenção que aumente a
eficiência e produtividade da Estação Elevatória;
 Implementar um Plano de Manutenção Centrada à Confiabilidade (MCC);

Ideia a Defender
Novos sistemas, práticas e inovações surgem para a aplicação no sector de
manutenção. A manutenção é uma excelente ferramenta de gestão, a sua implementação
prolonga a vida útil dos equipamentos, mantendo assim o sistema eficiente.
Desenvolvendo um modelo de gestão estratégica do mesmo, vai eliminar a
improdutividade, desperdícios e altos custos de produção na Estação Elevatória.

Metodologia de Investigação
Neste projecto os métodos utilizados na pesquisa foram os seguintes:

Métodos de nível teórico

Histórico-lógico: utilizou-se para obtenção de conteúdos sobre evolução


histórica da Manutenção e dos Sistemas de abastecimento de água ao longo dos anos, no
mundo e em Angola.

Indutivo – dedutivo: Para a formulação teórica da Estação Elevatória de água


tratada e a Manutenção Centrada à Confiabilidade, a partir de diferentes estudos
teóricos. Possibilitou a fundamentação e a determinação da proposta desde a
particularidade até ao geral.

Métodos de nível empírico

Análises-documental: Para obter informações sobre o objecto de pesquisa


através da bibliografia que fala sobre a Manutenção de Estação Elevatória de água
tratada, assim como para a análise de outros documentos que trazem informações ao
objecto de pesquisa como documentos normativos, teses de diploma, material de apoio
didáctico e entre outros.

Observação científica: Permitiu constatar na realidade o campo de estudo em


causa, o que tomou-se como centro para o diagnóstico do estado presente.

Métodos matemáticos e estatísticos


Cumpre uma função importante na investigação, contribuíram para determinar a
amostra e processar dados de uma Estação elevatória, e determinar modelos de gestão e
optimização na Manutenção.

CONCEITOS
Sistema de abastecimento de água: consiste no conjunto de obras, equipamentos e
serviços com o objetivo de levar água potável para uso no consumo doméstico,
indústria, serviço público, entre outros. Fonte bibliográfica (autor, ano)
Estação elevatória: É o conjunto de bombas e acessórios que possibilitam a elevação
da cota piezométrica da água transportada nos serviços de abastecimento público.
Recalque: É a elevação de pressão através de bombeamento de uma determinada vazão
de líquido fluindo numa tubulação para que atinja uma determinada altura topográfica.
Manutenção: É o conjunto de ações técnicas e administrativas que tange como um todo
o ramo e área industrial como um sistema único que destina manter ou recolocar um
equipamento, instalação ou maquinário de um determinado sector, ou seja, sua principal
função é manter em ordem o funcionamento dos equipamentos através de intervenções
correctas e oportunas. ABNT (NBR 5462/1994)
Plano de Manutenção: É um sistema de atribuição de tarefas dentro do departamento
de manutenção que coordena: habilidades e o conhecimento dos operadores; trabalho e
disponibilidade de equipamentos, materiais ou ferramentas; dados e história dos
equipamentos.
Manutenção Centrada à Confiabilidade (MCC): Trata-se de uma metodologia que
visa estruturar a melhor estratégia de manutenção. Para isso, o foco será sempre na
segurança e confiabilidade dos ativos da organização.
Eficiência: é a capacidade de um administrador para conseguir produtos mais elevados
em relação aos insumos necessários para obtê-los. A capacidade de “fazer as coisas
direitas”
Optimização: Refere-se ao estudo de problemas em que se busca minimizar ou
maximizar uma função através da escolha sistemática, significa procurar ou arranjar a
melhor maneira de realizar uma actividade.
Falta referência bibliográfica dos conceitos que aparecem no trabalho (autor, ano).

CRONOGRAMA DE INVESTIGAÇÃO
Tarefas Março Abril Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Até a 1ª
1ª sem. de
Sem. Dez
Selecção de X X
temas e tutor
Pesquisa. X X
Elaboração de
Introdução
Elaboração do X X
Anteprojecto
Entrega do X
Anteprojecto 3ª
Sem.
Taller de
apresentação e x. 4ª
DEFESA de sem.
anteprojecto
Elaboração do x
capítulo I
Elaboração do x x
capítulo II
Analise dos x x x
resultados.
Elaboração do
capítulo III
Taller de x X
apresentação
de II e III
Entrega de X
monografia
para pré-defesa
X
Pré-defesa 1ª
Sem

Redação final x
de TFC
Entrega do X
livro de TFC Até a

seman
a
X X
Defesa final 3ª e 4ª 1ª
seman
a semana

ORÇAMENTO
Nº Qtd. Designação Preço Sub total/kz
unitário/kz
1 1
Caixa de folha de
resma A4
2
3 Tinteiros pretos-652
3
3 Tinteiros cooloridos-
652
4
1 Certificado do
ensino médio
5
Custo da viagem a
1 Luanda (ida e volta)
6
4 Internet TV Cabo
7
1 Beca para defesa

8 Outros, para o
trabalho em geral

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Elias, A. (2016). Fonte de abastecimento de água para a cidade do Huambo. Huambo:
Jornal de Angola.

INE. (2016). Estatística Nacional para abastecimento de água. Luanda: Nossa Editora.

Marego, J.A. (2006). Água ideial para consumo. Rio de Janeiro: UFPG.

NUNES & VALLADARES. (2018). Manutenção e sua Confiabilidade. PORTO: CCT.

OLIVEIRA, W.E. (1976). Técnica de Abastecimento de Água. São Pauo: CETESB.

OMS & UNICEF. (2013). Cobertura do Abastecimento de água em Africa. Cairo.

ONU. (s.d). Consumo de água no mundo. McGraw Hill Book.

PNEIA. (2012). Programa Nacional Estratégico para a Água . Luanda: Nossa Editora.

REVISTA DE GESTÃO INDUSTRIAL. (s.d). Manutenção como ferramenta de


Gestão. São Paulo: LTC Editora.

Tundisi, J. G. (2003). Água no século XXI: Enfrentando a Escassez. São Carlos: RiMa,
IIE.

WHO & UNICEF. (2015). Água e Saneamento. New York: McGraw Hill Book.

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