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Metodologia de Tratamento de Resíduos Industriais Galvânicos

NOME:NEUDISON DOS SANTOS SILVA


EMAIL: neudison27santos@gmail.com
CURSO/PERIODO/TURNO: ENG. AMBIENTAL 10° NOTURNO

Título: Estação de tratamento de efluentes de resíduos de Cromo e Níquel

Resumo: Tratamento de resíduos industriais galvânicos, avaliação dos


impactos ambientais do solo e da água dos arredores dos bairros Santo
Agostinho e Compensa no município de Manaus, Amazonas, Brasil.

1 INTRODUÇÃO

O crescente número de empresas instaladas no Brasil, muitas destas


trabalhando com produtos altamente poluidores como: Cromo, níquel, zinco,
óleos, graxas e celuloses têm causado transtorno sem medidas e sem
controles ao meio ambiente.

A poluição causada por empresas de pequeno, médio e grande porte tem


chamado a atenção de muitos órgãos ambientais, e até mesmo dos
governantes mundiais, pois não é nenhuma novidade que a água é um dos
bens mais preciosos para a humanidade (THOMAZINI; CUNHA, 2012).

O futuro da população mundial está em jogo, uma vez quê, temos somente 3%
de água doce para atender uma população de mais de sete Bilhões de pessoas
no mundo. Não podemos deixar de fora deste número às plantações, animais,
fauna e flora como um todo, pois todos necessitam de água potável para sua
sobrevivência.

Nos Igarapés que cortam a cidade de Manaus, é comum enxergarmos


quantidades excessivas de lixos e outros contaminantes jogados dentro dos
mesmos. Esses contaminantes, certamente jogados por moradores,
comerciantes, pedestres, ou até mesmo indústrias que se localizam no entorno
do igarapé. Essa ação negativa prejudica de forma exponencial as nossas
águas. Outro agravante, é que todos os igarapés se encaminham diretamente
para o Rio negro, este que por sua vez, é usado para fornecer água
diariamente à população. Certamente estes lixos ajudam de forma negativa no
momento do tratamento para que haja a distribuição de forma satisfatória para
a Cidade, pois o trabalho de tratamento para uma boa distribuição requer uma
boa limpeza e despoluição da água que será usada pelos moradores da cidade
(SILVA, 1999).

Por falta de uma legislação, ou até mesmo punição mais rigorosa este cenário
tende a cada dia ficar pior, pois a população com pouca instrução no que diz
respeito à educação ambiental, e leis cheias de brechas e rasuras, tememos
que a situação seja quase irreversível.

O despejo constante de resíduos nos igarapés da cidade de Manaus tem


contaminado de forma desastrosa as águas que cortam a cidade.
Contaminantes estes inerentes de pequenos restaurantes, lanchonetes,
oficinas mecânicas, Açougues, lava jato, residências, e até mesmo indústrias,
pois todos jogam contaminantes químicos diretamente nos ralos, sem nenhuma
preocupação com o impacto que aquele resíduo pode causar. Óleo de cozinha,
graxas, óleo de carros são os mais comuns. Este fato causa a famosa
Eutrofização. Mau cheiro é o aspecto mais comum encontrado na água
eutrofizada (SILVA, 1999).

O termo técnico para esse tipo de poluição é a Eutrofização ou Eutroficação é


causado pelo excesso de nutrientes ( compostos químicos ricos em fósforo e
nitrogênios, normalmente causado pela descarga de efluentes agrícolas,
urbanos e industriais), num corpo de água mais ou menos fechado, o que leva
a proliferação excessiva de algas,que, ao entrarem em decomposição, levam
ao aumento do número de micro-organismo e à consequente deterioração da
qualidade do corpo de água.

Em função, da poluição a que os corpos d’água estão sujeitos, causados por


diferentes fontes de origem urbana, rural e industrial, há a necessidade de
planos de prevenção e recuperação ambiental, a fim de garantir condições de
usos atuais e futuros, para diversos fins. Esses planos, além de medidas de
acompanhamento de suas metas, através de fiscalização, requerem para sua
proposição e efetiva implementação, dados que indiquem o estado do
ambiente aquático. Para esse fim, são estabelecidos programas de
monitoramento da qualidade da água, avaliadas sob os aspectos físicos,
químicos e biológicos (SANTOS e FLORÊNCIO 2001).

2 OBJETIVOS

1 Objetivo Geral

Analisar os impactos ambientais nos igarapés que recebem as águas da


Estação de Tratamento de Efluentes da empresa Honda Lock do Brasil,
localizada na Rua: Raimundo nonato de castro, nº 490, que serve de córrego
para levá-la ao Rio negro.

1.2 Objetivo específico

 Identificar possíveis problemas ambientais causados pelo despejo da


água da estação de tratamento de esgoto no igarapé que recebe a água
da ETE;

 Avaliar e propor medidas para diminuição e até mesmo eliminação de


possíveis contaminantes dos solos, igarapés e a biodiversidade como
um todo;

 Monitorar através de análise semestral, possível contaminante pesado,


que podem ser encontrados facilmente em processos galvânicos.

Manaus
2023
3 Justificativa

Diante de exigências de órgãos certificadores como a atual ISO 14.001/2015


Sistema de Gestão Ambiental- muitas empresas realizam de forma eficaz este
trabalho de monitoramento dos seus efluentes. Esse monitoramento tem que
obedecer aos parâmetros exigidos pelo CONAMA. Tal monitoramento obedece
a um cronograma anual, pois este tem que ser ajustado conforme exigências
de órgãos ambientais de cada estado. No caso do Amazonas, é o IPAAM
através de sua L.O, pois é exigido que toda empresa que requer sua licença,
apresente um relatório de monitoramento trimestralmente.

4 REFERÊNCIAL TEÓRICO

A água, essencial ao surgimento e à manutenção da vida em nosso planeta, é


indispensável para o desenvolvimento das diversas atividades humanas e
apresenta, por essa razão, valores econômicos, sociais e culturais.

A superfície da Terra é praticamente constituída por este recurso, estima-se


que seu volume é de 1,35 bilhões de quilômetros cúbicos correspondente a um
percentual de 70%, encontrado principalmente no estado líquido. Porém,

apenas 3% dessa água se encontra disponível para consumo, estando


distribuída entre águas subterrâneas, lagos, rios, atmosfera e etc.(BECHARA,
1992; SETTI, 1994).

O Brasil possui a maior reserva hidrológica do mundo, a qual contribui para a

manutenção da diversidade biológica existente em todo o país. Estima-se que


13% dos recursos hídricos superficiais disponíveis em todo o planeta estão
presentes no território brasileiro, com uma vazão de aproximadamente de 182.

.633 m³/s (ANA, 2002).


De acordo com Tucci et al. (2006), os recursos hídricos superficiais presentes
no Brasil representam 50% do total dos recursos da América do Sul. O autor
descreve ainda que a distribuição desses recursos no País e durante o ano não
é uniforme, destacando-se a presença de extremos: o excesso de água na
região Amazônica e as limitações de disponibilidade hídrica no Nordeste do
país.

Alguns fatores como a falta de planejamento dos espaços urbanos e


industriais, o uso inadequado da água e a poluição, limitam a quantidade desse
recurso disponível para o consumo humano (SOUZA et al., 2010).

Nesse contexto um dos maiores problemas enfrentados

é o da redução da disponibilidade hídrica devido à degradação da qualidade da


água dos rios, lagos e aquíferos.

Alguns países da África e do Oriente Médio enfrentam problemas graves com a


escassez hídrica.

De acordo com os dados da CETESB (2011), 35% da população mundial não


têm acesso à água tratada e 43% não contam com serviços adequados de
saneamento básico, sendo que dez milhões de pessoas morrem anualmente

em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.

Cabe salientar que a escassez de água mundial é agravada em virtude da

desigualdade social e da falta de manejo para os usos sustentáveis dos


recursos naturais. Para Rocha (2007), esta escassez está crescendo a cada
dia, seja pelo aumento da população humana, seja pela extrapolação da
capacidade de suporte decorrente da recepção de altas cargas poluidoras.

A disponibilidade hídrica, bem como a depleção da qualidade das águas de rios


e mananciais, torna-se um dos principais problemas enfrentados pela
sociedade contemporânea (NASCIMENTO et al., 2011).

Consoante a Silva, et al. (2008), a preservação da qualidade das águas é uma


necessidade universal que exige séria atenção por parte das autoridades
sanitárias, particularmente em relação aos mananciais e águas destinadas a
utilização pública, visto que sua contaminação por excretas de origem humana
e animal podem torná-las um veículo na transmissão de patógenos.

Braga et al. (2012) ressalta que a gestão de águas torna-se uma ferramenta

imprescindível para otimizar o uso deste recurso natural finito em benefício de


toda a sociedade. Porém o que se observa são índices significativos de
degradação dos corpos hídricos em todo o mundo. O autor descreve também
que o crescimento populacional, a densidade urbana e a expansão das
atividades primárias são os principais responsáveis pelo aumento acentuado
do consumo de água.

Por sua vez, o desmatamento, a contaminação por esgotos domésticos e


industriais, bem como outras ações antrópicas têm comprometido a oferta dos
recursos hídricos.

Portanto, as políticas de gerenciamento dos recursos hídricos são importantes

instrumentos para a melhoria da qualidade e equilíbrio entre disponibilidade e


consumo da água (HENKES, 2002).

1.2 USOS DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS

A água é um recurso de uso múltiplo e variado, dentre tais usos estão o


abastecimento urbano, irrigação, recreação, balneabilidade, entre outros. Tucci
(2006) evidencia que um manancial deve possuir quantidade e qualidade
adequada para satisfazer suas diversas funcionalidades.

A Resolução CONAMA 357 de março 2005 dispõe sobre a classificação dos


corpos hídricos (TABELA 1), estabelecendo diretrizes ambientais para o
enquadramento dos cursos d’água.
Tabela 1.

Classificação das águas doces e seus destinos, segundo a Resolução CONAMA 357/2005.

Classe Uso Especial

• abastecimento para consumo humano após desinfecção;

• preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,

• preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de


proteção integral.

• abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;

• proteção das comunidades aquáticas;

• recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho;

1- irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se

desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de


película; e

• proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas.

2- abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

• proteção das comunidades aquáticas;

• recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho;

• irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins campos de


esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e

• aquicultura e a atividade de pesca


3- abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou
avançado;

• irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

• pesca amadora;

• recreação de contato secundário; e

• dessedentação de animais

4- navegação; e

• harmonia paisagística.

Fonte: Adaptado da Resolução CONAMA 357/2005.

O enquadramento do corpo hídrico nas classes, segundo o art.2° inciso XX, da

Resolução CONAMA 357/2005, diz respeito ao estabelecimento de padrões a


serem alcançados ou preservados para um determinado corpo hídrico de
acordo com o uso ao qual é destinado.

Para Carvalho e Silva (2006), a utilização dos recursos hídricos por cada setor
pode ser classificado como consuntivo e não consuntivo.

O uso consuntivo trata-se da parcela consumida, como abastecimento e


irrigação, e o não consuntivo é quando a água não é consumida, a exemplo da
pesca e recreação.

Como substância indispensável para a vida, as principais utilidades da água


são para a sobrevivência da população humana e o equilíbrio dos cossistemas,
incluindo-se aí todas as plantas, animais e microrganismos.

A Lei N° 9.433 de 8 de janeiro de 1997, da Política Nacional dos Recursos


Hídricos, estabelece que a gestão dos recursos hídricos deva proporcionar os
usos múltiplos da água em bacias hidrográficas brasileiras, e que em situações
de escassez de água, o uso prioritário dos recursos hídricos deverá ser para o
consumo humano e para a dessedentação de animais.

1.3 IMPACTOS OCASIONADOS PELO CRESCIMENTO URBANO

As características dos recursos naturais alteram conforme os mesmos vêm


sendo utilizados de maneira destrutiva pela humanidade (SOUZA, 2007).

A forma com que o homem utiliza esses recursos, para suprir suas
necessidades, traz impactos significativos ao meio ambiente, onde sua
capacidade de deterioração é superior à sua capacidade de regeneração.

Para Martins (2008), o crescimento da população urbana aconteceu de forma


rápida e desordenada, aumentando consideravelmente a pressão sobre os
fatores naturais. O autor destaca ainda que os problemas ambientais
decorrentes do processo de urbanização têm assumido grande relevância, pois
este implica em uma grande transformação do meio, levando a uma diminuição
da qualidade ambiental.

As transformações ocorridas na economia nacional brasileira, nas últimas


décadas, tiveram como uma das consequências, o aumento caótico do quadro
urbano do país. A série de censos brasileiros mostrou que a população
experimentou sucessivos aumentos em seu contingente, tendo um acréscimo
de quase vinte vezes desde o primeiro recenseamento realizado no Brasil, em
1872 (IBGE, 2010).

Tucci (2008) destaca que o crescimento populacional ocorrido nas últimas


décadas transformou o Brasil num país essencialmente urbano, com 83% de
população residente em áreas urbanas. Para Von Sperling (2005), a forma em

que o homem usa e ocupa o solo tem implicação direta na qualidade da água.

Este êxodo populacional urbano, associado à falta de infraestrutura, resulta na


ocupação de áreas inadequadas, como por exemplo, áreas de proteção de
mananciais, encostas de morros e margens de córregos e rios. Ainda
comprometerá todo trabalho desenvolvido na melhoria das condições sanitárias
da região, aumentando o risco do surgimento de todos os problemas
associados à ocupação inadequada do solo, tais como enchentes,
deslizamento de encostas e poluição (BRANDÃO; LIMA, 2002).

5 Materiais e Métodos
Caracterização do meio físico.

O local de estudo a qual se encontra a área de tratamento e despejo da


água tratada (livre de metais pesado), localiza-se no bairro santo Agostinho na
cidade de Manaus, com coordenadas geográficas de -3.10719, Longitude-
60.0261 3º 6’ 26” Sul, 60º 1’ 34” Oeste. A empresa Honda Lock está localizada
no estado do Amazonas, capital, possui uma área construída de
10625,24m2 ,a figura 1 e 2 mostra a localização da (saída da água do ETE) até
seu principal recebedor no bairro da compensa, obtida por imagens
georreferenciadas e o mapa do município de Manaus.

Figura 1- trajeto percorrido pela água do ETE.


Prancha mapeada

Figura 2- Linhas emissoras dos efluentes.


Figura 3 Fluxo de funcionamento das linhas de banho de Níquel e
cromato.

Método de análises

A análise dos parâmetros Art.1º que dispõe sobre condições, parâmetros,


padrões e diretrizes para gestão de tratamento de efluentes em corpos de água
receptores, alterando parcialmente e complementando a resolução nº 357, de
março de 2005, do Conselho Nacional de Meio Ambiente - (CONAMA 2011).

Art. 2º A disposição de efluentes no solo, mesmo tratados, não está sujeita aos
parâmetros e padrões de lançamento dispostos nesta Resolução, não
podendo, todavia, causar poluição ou contaminação das águas superficiais e
subterrâneas.

Art. 3º Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados


diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento e desde que
obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos na resolução do
CONAMA e em outras normas aplicáveis.

Art. 4º Para efeito desta Resolução adotam-se asseguintes definições, em


complementação àquelas contidas no art. 2º da Resolução CONAMA nº 357,
de 2005:

I - Capacidade de suporte do corpo receptor: valor máximo de determinado


poluente que o corpo hídrico pode receber, sem comprometer a qualidade da
água e seus usos determinados pela classe de enquadramento;

II - Concentração de Efeito Não Observado-CENO: maior concentração do


efluente que não causa efeito deletério estatisticamente significativo na
sobrevivência e reprodução dos organismos, em um determinado tempo de
exposição, nas condições de ensaio;

III - Concentração do Efluente no Corpo Receptor-CECR, expressa em


porcentagem:

a) para corpos receptores confinados por calhas (rio, córregos, etc).

1. CECR = [(vazão do efluente) / (vazão do efluente + vazão de referência do corpo receptor)] x 100.
6 Resultados esperados
Para tanto, este são os resultados esperados para comparativos de parâmetros
exigidos pelo CONAMA.

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