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Belém
2019
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1. PROBLEMATIZAÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
A importância da utilização de água de chuva para fins não potáveis pode ser
evidenciada nos problemas apresentados, além disso, esse aproveitamento reduz custos da
população e das companhias de abastecimento de água para garantir o abastecimento e evitar
os usos inadequados de água potável (ZOLET, 2005). A qualidade da água da rede pluvial
depende de vários fatores: frequência e qualidade da limpeza urbana, intensidade da
precipitação e sua distribuição no tempo e no espaço, bem como a época do ano e o tipo de
uso da área urbana (TUCCI & COLLISCHONN, 1998).
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
3.2 Específicos
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O planeta Terra em sua maior parte é constituído por água, entretanto somente uma
pequena porcentagem pode ser utilizada pelo homem. Os oceanos e mares constituem 97,2%
da água presente na Terra e cobrem 71% da superfície terrestre (MOTA, 1997)
de produtos químicos causa a contaminação da água junto com a deterioração dos mananciais
e a redução da qualidade da água disponibilizada para população (TUCCI & BERTONI,
2003).
O intenso crescimento urbano teve início na segunda metade do século XX, ocorrendo
devido à grande tendência da população mundial em buscar nas cidades uma melhor
qualidade de vida (TUCCI, 2010). No Brasil é possível notar tal fato com as políticas
desenvolvimentistas de 1950, com o investimento de indústrias, estimulando o êxodo rural,
que ocorre até os dias atuais no país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a taxa estimada de urbanização no Brasil em 2010 correspondia a 84,36%
e para a região norte do país estima-se 73,53%, tais informações apenas comprovam o fato do
país ser essencialmente urbano.
tornou-se cada vez mais significativa na concepção da drenagem urbana, como resultado de
um reconhecimento político mais amplo da sustentabilidade.
Devido aos impactos constantes aos recursos hídricos pela urbanização descontrolada
das cidades e o eminente risco a escassez completa da água doce de reservatórios superficiais
e subterrâneos, em 2017, a Lei nº 13.501 alterou o art. 2º da Política Nacional de Recursos
Hídricos Lei nº 9.433/97 a fim de incluir como um de seus objetivos o aproveitamento de
águas pluviais.
As águas das chuvas não podem ser deixadas de lado nas discussões sobre a falta de
água, tanto para o desenvolvimento de diversas atividades quanto para o consumo humano.
Na região Nordeste do Brasil, onde há muita escassez de água devido ao clima semiárido, as
águas pluviais são de fundamental importância a fim de suprir as necessidades de água para
uso doméstico e das atividades na agricultura. Nesta região, os rios são intermitentes e grande
parte da água subterrânea disponível possui altos teores de sais e minerais (OLIVEIRA,
2005).
As águas pluviais devem sofrer tratamento, assim como todo o tipo de água antes de
chegar ao consumidor sempre visando a qualidade conforme a Portaria nº 2.914/11 do
Ministério da Saúde, e os principais modos de tratamento são a filtração e cloração
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). O uso da água da chuva é especialmente indicado na área
rural, em chácaras, condomínios e indústrias. Em residências, o alto custo de tratamento
geralmente inviabiliza o aproveitamento econômico da água de chuva para consumo como
bebida. Em indústrias, o elevado consumo e o custo mais elevado do metro cúbico de água
potável geralmente justificam o investimento no tratamento da água da chuva (OLIVEIRA,
2005).
Tendo em vista os custos elevados de tratamento para água de chuva e o fato da coleta
não ser avaliada segundo o padrão potabilidades, a água de chuva não pode ser ingerida.
Mesmo que pareça “limpa”, não há qualidade garantida. Por isso, para beber e cozinhar,
deverá ser utilizada a água fornecida pela rede de abastecimento (IPT, 2015).
Profissional. Em outro estudo, realizado por Ghisi et al. (2007), o setor residencial apresentou
um potencial de economia de água potável de 41%, analisando o uso de água de chuva em
várias cidades da região sudeste do Brasil.
5. METODOLOGIA
A pesquisa será realizada nas áreas dos bairros de Fátima e bairro do Aeroporto
(Distrito de Mosqueiro), ambos localizados no município de Belém, capital do estado do Pará.
Os bairros foram escolhidos devido as suas áreas aproximadas, enquanto o bairro de Fátima
possui uma área total de 0,62 km², o bairro do Aeroporto consiste em uma área total de
0,46km². O bairro de Fátima é uma região bastante urbanizada, onde somente 6,7% de sua
área total possui espaços verdes, enquanto o bairro do Aeroporto apresenta 51,9% de área
verdes em toda a sua extensão. Por conta desse grande contraste urbano, foram selecionados
tais bairros para a realização do estudo.
Através da topografia local a ser obtida será elaborado o Modelo Digital de Elevação
(MDE) por meio do software QGis 2.18.17 com o raster de interpolação. As áreas dos tipos de
superfícies serão adquiridas pelo mesmo software de gis por meio de imagens de satélite do
Google Earth. De acordo com estudo realizado por FLORES, et al. (2012), o erro médio é de
0,99% entre as medidas das dimensões reais dos telhados e as dimensões do Google Earth,
erro o qual é considerado satisfatório, dessa forma os dados de satélite atenderão a
metodologia empregada.
O volume total precipitado se dará pelo produto da área da bacia e a média da precipitação
mensal.
Onde: V: volume total precipitado no bairro (m³); P: precipitação média mensal (mm);
AT: área total do bairro (m²);
A estimativa do volume de água de chuva aproveitado pelas áreas dos telhados dos
bairros de Fátima e Aeroporto será determinada utilizando a formula da NBR 15.527/2007, a
qual leva em consideração a precipitação média mensal, a área de coleta, o coeficiente de
10
V = (P*A*C*µ)/1000
Posteriormente será realizado um estudo supondo que haja captação de água da chuva
por meio dos telhados de ambos os bairros adotando uma precipitação média mensal de 49,53
m³/hab.ano, que equivale ao consumo per capita previsto no Plano Municipal de
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do município de Belém (BELÉM, 2014).
Será analisado o consumo de água potável pela rede de abastecimento de água da RMB e o
quanto cada bairro iria economizar caso utiliza-se o sistema de reaproveitamento de água da
chuva.
5. RESULTADOS ESPERADOS
Ressaltando que esse volume de água captado não é capaz de suprir todas as
necessidades humanas, pois dadas necessidades exigem um padrão de qualidade da água
pressupondo tratamento específico. As águas pluviais são adotadas como fonte secundária de
abastecimento, não devendo ser utilizadas para consumo humano, então caso utilizado tal
sistema amortizaria o volume de água que seria consumido da companhia de abastecimento
público. De acordo com Dornelles (2012), para projetos de abastecimento de água, 50% do
per capta pode ser atendido pelo uso de água de fontes alternativas. Tendo isso em vista, seria
possível abastecer as residências dos bairros estudados.
6. REFERÊNCIAS
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GHISI, E., et. al. Rainwater tank capacity and potential for potable water savings by
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