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Drenagem Sustentável e Revitalização de Rios Urbanos no

V2n1_2021 Âmbito do Comitê da Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré


Sustainable Drainage and Revitalization of Urban Rivers in the Framework
of the Tietê-Jacaré Watershed Committee
Drenaje Sostenible y Revitalización de Ríos Urbanos en el Ámbito del
Comité de la Cuenca Hidrográfica del Tietê-Jacaré

Jozrael Henriques RESUMO


Rezende A degradação dos cursos d’água urbanos da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos
Tietê-Jacaré (UGRHI TJ) reflete um modelo de desenvolvimento que não considera os aspectos
Prof. Dr. da Faculdade de
ecológicos e hidrológicos no planejamento e governança das cidades. Os impactos ambientais
Tecnologia de Jahu do advindos desta estratégia, tais como a poluição hídrica decorrente da inadequação do
Centro Estadual de Educação saneamento, a escassez de água na estação seca e as inundações e alagamentos frequentes no
Tecnológica Paula Souza_ período chuvoso, evidenciam a necessidade de mudança na maneira de gerir as águas urbanas.
É preciso integrar os usos do solo e das águas no âmbito das bacias hidrográficas, com ênfase
Fatec Jahu_CEETEPS
na infiltração de água no solo e na manutenção das funções ecossistêmicas dos cursos d’água.
Dep Meio Ambiente e Este trabalho tem como objetivo apresentar as diretrizes e o termo de referência do programa
Recursos Hídricos de drenagem urbana e revitalização de rios da UGRHI TJ.
jozrael.rezende@fatec.sp.gov. Palavras-chave: Águas Urbanas; Bacia Hidrográfica; Ecohidrologia; Engenharia Natural.
br
ABSTRACT
Érica Rodrigues Tognetti The degradation of urban watercourses at Water Resources Management Unit Tietê-Jacaré
(WRMU TJ) reflects a development model that does not consider ecological and hydrological
Engª. Me. do Departamento
aspects in the planning and governance of cities. The environmental impacts arising from this
de Águas e Energia Elétrica do strategy, such as water pollution resulting from inadequate sanitation, the scarcity of water
Estado de São Paulo_DAEE in the dry season as well as the increasingly frequent inundation and flooding in the rainy
comitetj@yahoo.com.br season, highlight the need for a change in the way of managing urban waters. It is necessary
to integrate the uses of soil and water within the scope of watersheds, with an emphasis on soil
water infiltration and maintenance of ecosystem functions in watercourses. This paper aims to
present the guidelines and the term of reference of the urban drainage and river revitalization
program of WRMU TJ.
Keywords: Urban Waters; Watershed; Eco-Hydrology; Natural Engineering.

RESUMEN
La degradación de los cursos de agua urbanos de la Unidad de Gestión de Recursos Hídricos
Tietê-Jacaré (UGRHI TJ) refleja un modelo de desarrollo que no considera los aspectos ecológicos
e hidrológicos en la planificación y gobernanza de las ciudades. Los impactos ambientales
derivados de esta estrategia, como la contaminación del agua por un saneamiento inadecuado,
la escasez de agua en la estación seca y las frecuentes inundaciones en la época de lluvias,
resaltan la necesidad de un cambio en la forma de gestionar las aguas urbanas. Es necesario
integrar los usos del suelo y de las aguas en el ámbito de las cuencas hidrográficas, con énfasis
en la infiltración de agua en el suelo y en el mantenimiento de las funciones ecosistémicas de
los cursos de agua. Este trabajo tiene como objetivo presentar los lineamientos y el término de
referencia del programa de drenaje urbano y revitalización de ríos de la UGRHI TJ.
Palabras clave: Aguas Urbanas; Cuenca Hidrográfica; Ecohidrología; Ingeniería natural.

Data da Submissão:
12maio2021

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1. INTRODUÇÃO
naturais dos ciclos hidrológico e
Usualmente, os processos ecológico, adotando como conceitos
de urbanização das cidades básicos: a permeabilidade máxima
brasileiras adotam, como práticas, das águas de chuva ao longo do
a impermeabilização do solo, curso d’água e na bacia hidrográfica,
as retificações, canalizações e a manutenção das propriedades
tamponamentos dos cursos d´água naturais dos leitos (sinuosidades)
e a ocupação dos fundos de vale e vegetação ciliar nas margens
por vias e edificações. A adoção (SANCHES, 2007). A ecohidrologia
deste resulta na degradação dos adota o conceito de melhoria da
corpos d’agua receptores das águas resiliência do ecossistema como
residuárias e pluviais, em danos ferramenta de gestão, reforçando
sociais e prejuízos econômicos a adoção de uma abordagem
devidos aos alagamentos e preventiva e holística da bacia, ao
inundações. (SOUZA: CRUZ; TUCCI, invés do enfoque reativo, setorial e
2012). A ocorrência frequente desses segmentado, típico das práticas de
problemas indica a necessidade de gerenciamento dos recursos hídricos
rever os modelos de drenagem e as convencionais (ZALEWSKI, 2010 e
formas de intervenção nos cursos 2002).
d’água urbanos. Os rios urbanos
podem ser provedores de serviços Os processos hidrológicos e ecológicos
ecossistêmicos quantitativos, como são estudados de forma conexa a fim
regulação de cheias, e qualitativos, de encontrar soluções de longo prazo,
como purificação da água para o que integrem os componentes sociais
consumo (JACOBI; FRACALANZA; e a sustentabilidade do ecossistema,
SIVA-SÁNCHEZ, 2015; POSTEL; melhorando a eficiência do uso da
THOMPSON; BARTON, 2005). água. Isso é chamado de objetivo
multifuncional dos cinco elementos
O objetivo da gestão sustentável da para o fortalecimento da capacidade
água, na visão integradora e sistêmica, de suporte de ecossistemas
é regular as interações hidrológicas alterados: água, biodiversidade,
e ecossistêmicas com a sociedade, serviços ecossistêmicos, resiliência e
mantendo o equilíbrio, as funções cultura ou dimensão social (UNESCO,
e a resiliência dos ecossistemas 2018).
fluviais ao mesmo tempo que
protege as pessoas e os bens contra O sucesso dessa abordagem
os alagamentos e as inundações depende de ações não apenas nos
(LEZY-BRUNO; OLIVEIRA, 2007; cursos d’água, mas em toda a bacia
ZALEWSKI, 2010). Esse modelo hidrográfica, por meio da utilização
adota o manejo adaptativo dos do solo, da vegetação e da rede
recursos naturais, reconhecendo as hídrica natural como componentes
mudanças e a dinâmica dos recursos da infraestrutura do sistema de
naturais, com ajustes contínuos drenagem com o potencial de mitigar
conforme a situação se altera, os efeitos adversos da urbanização
sempre considerando o aprendizado (ROLO; GALLARDO; RIBEIRO,
e a interação entre o sistema social e 2017). Essa infraestrutura, chamada
natural (ARAÚJO, 2012). de verde e azul, utiliza estratégias
tais como a infiltração de água, o
Esta abordagem ecohidrológica busca aproveitamento da drenagem natural
mimetizar ou recuperar processos e o incremento de sistemas florestais

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urbanos, capaz de gerar interferência das águas pluviais e servidas, por
positiva no armazenamento hídrico meio de impermeabilização de áreas
das bacias hidrográficas urbanas, no e de sistemas de condutos artificiais,
microclima e na qualidade atmosférica ainda predomina na maior parte
(CORMIER; PELLEGRINO, 2008). das municipalidades brasileiras
(ZANANDREA; SILVEIRA, 2019;
Em relação aos rios urbanos, os TUCCI, 2008).
procedimentos de revitalização
com a disponibilização dos serviços Na tentativa de sanar boa parte
desses ecossistemas para as cidades das deficiências apresentadas
configuram-se como tendências pelos sistemas higienistas, foram
mundiais que fazem parte da desenvolvidos métodos de manejo de
revisão do pensamento humano em águas pluviais planejados em escala
relação à questão ambiental, social e de bacia e introduzindo dispositivos
econômica (LISBOA, 2010). de armazenamento e infiltração
(detenções, retenções, pavimentos
Nesse contexto, esse trabalho tem permeáveis, micro reservatórios,
como objetivo apresentar o termo de valos e trincheiras de infiltração).
referência do programa de drenagem Estes métodos, denominados
sustentável e revitalização de rios Best Management Practices - BMP
urbanos da UGRHI TJ. passaram a ser recomendados
mundialmente a partir da década de
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 70 (URBONAS; STAHRE, 1993).

A elaboração do Termo de Referência No Brasil a recomendação das “BMP”


do “Programa de Drenagem ocorreu principalmente a partir da
Sustentável e Revitalização de primeira década deste século. As
Cursos d’água Urbanos para a maiores diferenças da adoção destas
UGRHI TJ” demandou a capacitação práticas no país, quando comparadas
dos membros das Câmaras Técnicas à aplicação de sistemas tradicionais
de Recursos Naturais, Saneamento de drenagem, dizem respeito à
e Educação Ambiental (CT-RN, implementação de detenções (por
CT-SAN e CT-EA) do Comitê da meio dos chamados “piscinões”),
Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré empregadas como “solução” dos
(CBH TJ) visando à padronização e problemas da abordagem higienista.
nivelamento do conhecimento e das O uso isolado dessa medida, porém,
informações. Isso foi conseguido por tem gerado inúmeros inconvenientes
intermédio de revisão bibliográfica no tocante à veiculação de doenças
a respeito dos principais temas e odor oriundos da retenção da água
relacionados ao estudo. próxima à população (SOUZA; CRUZ;
TUCCI, 2012).
2.1 MANEJO SUSTENTÁVEL E
ADAPTATIVO DAS ÁGUAS PLUVIAIS Ainda na década de 90, a ciência
passou a reconhecer o papel do
Muito embora a gestão sustentável solo e da vegetação no controle
das águas urbanas seja das águas pluviais, ao promover
reconhecida como fundamental a infiltração, a evapotranspiração
para promover qualidade de vida, e o contato da água com plantas e
o modelo higienista de drenagem, microrganismos, estabelecendo as
caracterizado pela evacuação rápida bases científicas para os sistemas

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naturais de drenagem. Neste padronizados;
sentido, as abordagens que mais • Incremento da infiltração e da
avançaram foram a Low Impact recarga do fluxo de base e dos
Development (LID, denominada no aquíferos;
Brasil por Desenvolvimento Urbano • Manutenção das áreas úmidas e
de Baixo Impacto) de origem norte- dos riachos;
americana; a Water Sensitive • Direcionamento controlado do
Urban Design (WSUD) de origem escoamento para áreas vegetadas;
australiana e a Sustainable Drainage • Manejo hídrico o mais próximo
Systems (SuDS) de origem britânica possível da fonte de geração do
(ZANANDREA, SILVEIRA, 2019; excedente de escoamento de modo
SOUZA; CRUZ; TUCCI, 2012). integrado, começando pela residência
e quarteirão (controle distribuído de
A estratégia de manejo sustentável pequena escala);
das águas pluviais e servidas surgiu • Planejamento e implementação
na década de 80 nos EUA a partir dos de sistemas de drenagem que
modelos de desenvolvimento urbano mimetizem os processos hidrológicos
de baixo impacto (Low Impact naturais com conservação preditiva e
Development - LID), que utilizam preventiva dos sistemas de drenagem
o planejamento multidisciplinar visando o aumento de sua eficiência
integrado às práticas de tratamento e longevidade;
e controle em pequena escala, ou • Atuação sistêmica na prevenção
seja, localizadas, para reproduzir da poluição e na educação ambiental;
o comportamento hidrológico • Atratividade e pertencimento com
natural em configurações urbanas paisagismo apropriado e limpeza e
residenciais, comerciais, industriais manutenção rotineiras.
ou mistas, já que o uso das medidas
estruturais propostas não tem 2.2 REVITALIZAÇÃO DE CURSOS
sido capaz de minimizar todos os D’ÁGUA URBANOS
impactos hidrológicos da eventual má
gestão do uso do solo (ZANANDREA, As intervenções em cursos d’agua
SILVEIRA, 2019; USEPA, 2000). para a preservação ou melhoria
das condições ambientais podem
A estratégia de manejo sustentável ser denominadas por diferentes
e adaptativo de águas pluviais com terminologias, implicando em
ênfase na utilização de ecossistemas divergências conceituais. Termos
naturais como infraestrutura está como restauração, reabilitação,
baseada nos seguintes elementos recuperação, renaturalização e
principais (USEPA, 2012): revitalização são amplamente
empregados, sem que haja
• Preservação e recuperação convergência conceitual sobre
da vegetação e manutenção dos escopo e abrangência (BAPTISTA;
caminhos naturais de drenagem e PÁDUA, 2016). Esse trabalho
das características nativas do solo, adotou o termo “revitalização” para
minimizando as áreas impermeáveis qualquer experiência inovadora
e as intervenções no relevo; de intervenção em cursos d’água
• Projetos únicos e específicos, capaz de proporcionar a melhoria do
respeitando as peculiaridades ambiente fluvial e da qualidade da
locais e naturais em toda a bacia, água para usos múltiplos, bem como
em detrimento aos modelos a recuperação de funções ecológicas

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e hidrológicas e a reabilitação das infiltração (REZENDE; PIRES;
funções sociais dos rios e de suas MENDIONDO, 2010; MONTEIRO,
margens (SELLES, 2001; MACHADO 2014).
et al., 2010).
Nessas áreas, as condições de
Os rios são sistemas lineares abertos escoamento e os níveis de água
que participam de grande parte dos em situações de cheia têm de ser
processos hidrológicos ecológicos que adequadamente geridos de modo
ocorrem nas bacias hidrográficas. A a evitar danos, pois as alterações
dinâmica dos rios ocorre ao longo das no uso do solo urbano levam ao
dimensões longitudinal (cabeceiras/ aumento da vazão máxima em até
foz), lateral (calha do rio/margens/ sete vezes (TUCCI, 2006), com
planície aluvial) vertical (superfície/ redução do tempo de concentração,
fundo), temporal anual (enchente/ devido à impermeabilização e aos
cheia/vazante/estiagem) e interanual condutos artificiais e canalização da
(anos secos/anos normais/anos drenagem. A alteração do padrão
chuvosos) (BROOKES, 1996; WARD; de escoamento na zona urbana
STENFORD, 1989 apud BARRELA et provoca ainda redução significativa
al 2001). das vazões de base e do tempo de
concentração da bacia que, somados
O regime de pulsos de um rio, composto às obras de canalização e retificação,
pelas fases de enchente, cheia, eliminam a maioria dos habitats dos
vazante e estiagem, é constituído por ecossistemas fluviais (BRENNER,
um padrão de variabilidade de fases 2016; VIEIRA; WILSON JR., 2005).
em determinados tempo e espaço;
formando um modelo sinusoidal Os modelos convencionais de
resultante da curva fluviométrica gerenciamento das águas urbanas
a partir da introdução de um nível não tratam a prevenção e nem a
de referência, que é normalmente causa destes problemas. Uma vez
a cota de inundação ou nível de ocorrida uma inundação e todas
extravasamento do canal do rio as implicações socioeconômicas
(CASCO, NEIFF e NEIFF, 2005;). decorrentes, o município declara
calamidade pública e recebe
Estes processos, quando naturais, recursos a fundo perdido, com
são desejáveis, já que determinam dispensa de licitação, para a situação
a formação de estruturas e arranjos emergencial. Como as soluções
fluviais característicos. Por outro sustentáveis passam, em sua
lado, junto às margens e nos leitos maioria, por medidas não estruturais,
de cheia majorados pelas mudanças envolvendo restrições à população
no uso do solo, existe quase sempre e interferência nos interesses
a necessidade de proteção dos econômicos de proprietários de áreas
taludes fluviais e do leito frente aos de risco, dificilmente a gestão pública
danos decorrentes das alterações municipal busca este tipo de solução
promovidas no pulso hidrológico (TUCCI, 2003).
dos rios, em particular nas zonas
urbanas, visto que o uso e a ocupação A clássica estratégia de transformação
do solo para fins urbanos interferem de cursos d’água urbanos em canais
significativamente no balanço artificiais retificados com os taludes, e
hídrico, aumentando o escoamento até mesmo o fundo concretados, tem
superficial em detrimento da como objetivos drenar rapidamente

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as águas pluviais, aumentar a área bacia, bem como das decisões de
habitável e ampliar as vias públicas. governança (ESPÍNDOLA; BARBOSA;
Os efeitos decorrentes desse tipo de MENDIONDO, 2005). As estratégias
intervenção são observados até hoje, atuais para o manejo dos rios
ou seja, a abordagem que atribui têm como premissa a integração
aos rios características de canais sistêmica de parâmetros físicos,
estáveis e fixos, com várias obras químicos, biológicos e morfológicos
de defesa contra as cheias (diques, (Tabela 1).
proteção das margens, etc.), na
grande maioria dos casos provou Para a inserção dos princípios,
não ser a melhor solução, ao longo das estratégias e das diretrizes
do tempo, levando inclusive a gastos dos processos de revitalização de
anuais frequentes para a realização cursos d’água urbanos, os objetivos
de novas obras hidráulicas visando a devem ser estruturados de acordo
reparação dos danos, numa espiral com aspectos dos meios físico
interminável de custos crescentes (características hidrodinâmicas,
(SANDER et al., 2012; VERÓL, 2013). morfologia longitudinal, taludes
fluviais, zonas de remanso e
Existem aqueles que, a partir de corredeiras), biótico (ecossistemas
paradigmas já superados, ainda aquáticos, de transição e terrestres)
defendem a alteração dos cursos e antrópico (cultural, político-social e
d’água nas áreas urbanas para econômico) (Tabela 2).
desempenhar a função hidráulica
de drenagem das águas pluviais, ou Segundo Cardoso (2008) o
seja, evitar inundações nas grandes planejamento das intervenções em
e médias cidades brasileiras. Esta cursos d’água urbanos devem ser
função nunca foi cumprida com êxito caracterizadas quanto às condições
e, apesar da insustentabilidade deste geomorfológicas, ambientais,
modelo demonstrada ao longo de sanitárias, hidrológicas/ hidráulicas
décadas de sofrimento social, perdas e de uso e ocupação do solo atuais,
econômicas e degradação ambiental, para que se possa avaliar os
ainda se investiam até a década impactos das alternativas de projeto.
passada centenas de milhões de Os principais itens a serem avaliados
reais por ano no Brasil em projetos em relação ao curso de água e suas
com essa premissa de transferência áreas ribeirinhas são:
rápida do escoamento para jusante
(AMORIM, 2004; SEPÚLVEDA, 2010). • Forma, sinuosidade e perfil
longitudinal do talvegue, do leito e
As diretrizes para o manejo dos das margens (seções transversais);
cursos d’água urbanos devem incluir • Condições de vulnerabilidade e
as esferas física, ecológica e política. inundações e processos de erosão e
As duas primeiras dizem respeito às assoreamento;
orientações e ações ecohidrológicas • Diversidade de habitats;
e hidráulicas que devem ser seguidas • Áreas verdes adjacentes ao corpo
na reconstrução dos hábitats e de água e qualidade da paisagem;
manutenção das características • Proliferação de insetos e condição
morfológicas dos rios. A esfera das áreas ribeirinhas (resíduos
política, deve abranger os processos sólidos);
da mudança de comportamento das • Áreas e equipamentos urbanos e
comunidades que compartilham a de lazer.

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Tabela 1 - Curso d’água urbano degradado e revitalizado: principais
características

Tabela 2 - Objetivos da revitalização de curso d’água urbanos (Adaptado de


COSTA, 2008)

2.3 ENGENHARIA NATURAL / margens e taludes de córregos e


BIOENGENHARIA DE SOLOS rios. Como elementos inertes podem
ser citados as madeiras, as rochas,
A engenharia natural é embasada os solos, os polímeros naturais, os
no uso da vegetação como elemento geossintéticos, as ligas metálicas e
estruturante ativo, combinado a até mesmo o concreto. A engenharia
elementos inertes em obras de natural compreende um conjunto
estabilização e de recomposição de abordagens técnicas para a
de encostas, áreas degradadas, gestão dos sistemas hidrológicos

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e ecológicos, desde as disciplinas tanto maior quanto mais próximo
de caracterização e avaliação dos do natural forem seus componentes
sistemas biofísicos e de uso até, e e funções, e quanto mais
mais especificamente, às diferentes diversificados forem os sistemas
disciplinas de construção e gestão dos integrantes e os seus reguladores.
sistemas hidrológicos e ecológicos O segundo é a constatação que
(DURLO; SUTILI, 2014). qualquer sistema exige uma área
mínima para poder evoluir de
Está fundamentada no princípio uma maneira equilibrada, gerando
da energia mínima, um postulado e amortecendo as perturbações
segundo o qual os sistemas físicos associadas à variabilidade intrínseca
preferem o estado de menor das funções e processos naturais.
energia. Este princípio é aplicado Sua aplicação é multidisciplinar
nas intervenções nos cursos d´água (Tabela 3) (FERNANDES; FREITAS,
urbanos a partir de duas premissas: 2011; EUROPEAN FEDERATION FOR
o da intervenção mínima e o da área SOIL AND WATER BIOENGINEERING
mínima. O primeiro está relacionado - EFBI, 2015).
à estabilidade dos sistemas, que é

Tabela 3 - Grupos profissionais, domínios e competências necessárias às


intervenções da engenharia natural no Brasil (Adaptado de EFBI, 2015)

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A engenharia natural trata os habitats diversificados para a fauna
ecossistemas fluviais e ribeirinhos e flora;
como uma rede ecológica que percorre • Reposição de níveis freáticos mais
o território da bacia hidrográfica, elevados nas várzeas,
cuja diversidade deve ser conservada • Sombreamento do leito para
para que o meio fluvial possa manter evitar o aquecimento da água;
sua capacidade de realizar as funções • Utilização das várzeas como
ecossistêmicas em articulação com espaços de acumulação.
os meios de transição (várzeas e
planícies de inundação) e terrestre. 3. MATERIAIS E MÉTODOS
As intervenções nos cursos d’água
urbanos, portanto, devem considerar
3.1 ÁREA DE ESTUDO
minimamente os seguintes tópicos
(DURLO; SUTILI, 2014): A área de estudo abrange a Unidade
de Gerenciamento de Recursos
• Conservação da rugosidade do Hídricos Tietê - Jacaré (UGRHI
leito; TJ). As Unidades Hidrográficas de
• Construção de espaços de Gerenciamento de Recursos Hídricos
retenção hídrica; (UGRHI), criadas pela Lei Estadual
• Controle de águas residuárias e n°. 9.034 de 1994, estabeleceram
pluviais; a base territorial para o sistema
• Cultivo das condições adequadas de gerenciamento dos recursos
para a fauna ictiológica nativa; hídricos, dividindo o território do
• Diminuição da velocidade da estado de São Paulo em 22 sub-
corrente nos regimes torrenciais; bacias hidrográficas. A UGRHI - TJ
• Estabilidade dos taludes é a de n° 13 e possui área total de
fluviais através de recursos vivos, 11.794,17 km².
complementados com materiais
inertes, quando necessários, sem São 34 municípios, com população
alterar carácter da linha de água; superior a 1.570.000 habitantes.
• Garantia de nível mínimo de Os municípios: mais importantes
escoamento adequado (vazão são Bauru, São Carlos, Araraquara
ecológica); e Jaú. Ela é formada pelas bacias
• Limitação da ocupação urbana e hidrográficas dos rios Jacaré-Guaçu,
periurbana; Jacaré-Pepira e Jaú, afluentes
• Manutenção do comprimento da margem direita do rio Tietê e
natural do curso d’água; Lençóis, Bauru e Claro (Sub-bacia 6)
• Maximização da capacidade de afluentes da margem esquerda, além
arejamento natural; de outros cursos d´’agua menores e
• Preservação ou aumento da áreas que drenam para o rio Tietê
diversidade dos biótopos; no trecho situado a jusante da Usina
• Reconstrução da mata ripária; Hidrelétrica de Barra Bonita e a
• Reconstrução de zonas úmidas e montante da Usina Hidrelétrica de
de encharcamento típicas; Ibitinga nos reservatórios de Bariri e
• Recuperação de meandros Ibitinga e suas respectivas áreas de
destruídos por obras de linearização; drenagem (Figura 1).
• Recuperação e reconstrução de

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Figura 1 - Mapa da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Tietê-
Jacaré (UGRHI TJ ou UGRHI 13), com divisão por municípios.

Fonte: Relatório de Situação dos Recursos Hídricos Ano Base 2017 (2018).

3.2 METODOLOGIA drenagem e dos rios urbanos na


UGRHI TJ;
A elaboração do Termo de Referência 2. Prognóstico quanto à evolução
do “Programa de Drenagem da situação da drenagem e dos rios
Sustentável e Revitalização de urbanos na UGRHI TJ, segundo um
Cursos d’água Urbanos para a UGRHI ou mais cenários; e
TJ” foi realizada por intermédio da 3. Plano de Ação, constituído por
capacitação dos membros do CBH um conjunto de metas, ações e
TJ, por meio da disponibilização, investimentos para que a realidade
em maio de 2019, de um material projetada seja alcançada nos
contendo a fundamentação teórica horizontes previstos.
dos temas pertinentes. Durante o ano
de 2019 as Câmaras Técnicas (CTs) Nas reuniões das CTs, foram
de Recursos Naturais, Saneamento definidos os seguintes objetivos para
e Educação Ambiental se reuniram o programa:
para discutir e elaborar uma minuta
do termo de referência, que foi • Realizar o diagnóstico da drenagem
aprovada e publicada na forma de urbana, dos cursos d´água urbanos
Deliberação pelo plenário do CBH e dos fundos de vale das cidades da
TJ. O Termo de Referência aprovado UGRHI TJ;
utilizou o formato dos três módulos • Fornecer bases conceituais,
(SÃO PAULO, 2012): indicar boas práticas e apresentar
diretrizes para subsidiar propostas
1. Diagnóstico da situação da inovadoras de drenagem sustentável

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e de revitalização de cursos d’água acompanhar a sua implementação e
urbanos; a consecução de suas metas.
• Mobilizar e sensibilizar os gestores
municipais para a efetivação de 4.1 PRODUTOS DO DIAGNÓSTICO:
estratégias e ações do programa;
• Propor medidas estruturais e O diagnóstico deve constituir a base
não estruturais para aprimorar os para a definição das áreas críticas e da
sistemas de drenagem urbana; ordem de prioridade para a execução
• Estabelecer diretrizes para a das atividades do programa. Deve
ocupação de fundos de vale e para o definir os temas críticos da gestão.
manejo dos cursos d’água urbanos; Resultados esperados:
• Elaborar um projeto executivo
piloto de drenagem sustentável e • Análise da legislação de uso do
um de revitalização de cursos d’água solo e outras afins, no âmbito de
urbanos em municípios da UGRHI TJ. cada município;
• Avaliação dos Planos Municipais de
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Drenagem específicos ou do capítulo
referente a drenagem dos Planos
Os módulos de Diagnóstico, Municipais de Saneamento;
Prognóstico e Plano de Ação foram • Identificação, mapeamento e
definidos da seguinte forma: descrição das áreas críticas de
inundação e alagamento em cada
• Diagnóstico: avaliação da município;
situação atual da drenagem urbana • Identificação, mapeamento e
e dos cursos d´água urbanos, suas descrição dos principais cursos
áreas de preservação permanente d’água urbanos e periurbanos e da
e ocupação de fundos de vale das situação das áreas de preservação
cidades da UGRHI TJ; permanente e dos fundos de vale de
• Prognóstico: evolução da situação cada município, indicando inclusive o
atual da drenagem urbana e dos tamponamento de trechos;
cursos d´água urbanos, suas • Apresentação de iniciativas e
áreas de preservação permanente experiências exitosas, parcialmente
e ocupação de fundos de vale das exitosas e fracassadas de drenagem
cidades da UGRHI TJ, apresentando urbana e revitalização de cursos
os cenários espaciais futuros d’água urbanos em municípios da
tendencial (se nada for feito), ideal/ UGRHI TJ;
desejado (sem restrições técnicas • Mapas indicando a localização
e orçamentárias) e possível (com a das áreas críticas de inundação,
aplicação das estratégias e ações do alagamento, corpos d’água
programa), nos horizontes temporais degradados, assoreamento, erosão
de curto (4 anos), médio (8 anos) e fluvial, voçorocas, disposição
longo prazo (12 anos); e inadequada de resíduos, entre outras
• Plano de ação: conjunto de metas, de pelo um curso de água de cada
ações e investimentos de medidas município;
estruturais e não estruturais para que • Quadros, tabelas e gráficos
a realidade projetada para o cenário individuais e detalhados para cada
espacial possível seja alcançada nos um dos temas descritos como
horizontes temporais previstos; e produtos.
um conjunto de indicadores para

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4.2 PRODUTOS DO PROGNÓSTICO:
estratégias de drenagem sustentável
O prognóstico deve caracterizar a e de revitalização de rios;
evolução tendencial da drenagem • Modelos de normas para disciplinar
urbana e dos cursos d´água a drenagem urbana, o uso do solo, o
urbanos e dos fundos de vale das aproveitamento de água de chuva,
cidades da UGRHI TJ e definir as a ocupação de fundos de vale, o
estratégias necessárias à mudança potencial construtivo a aprovação de
deste quadro no curto (4 anos), loteamentos, entre outros, no âmbito
médio (8 anos) e longo prazo (12 dos municípios;
anos). Deve apresentar diretrizes • Estratégias a serem adotadas para
e definir as medidas estruturais e garantir o cumprimento das funções
não estruturais, além da ordem e sociais, hidrológicas e ecológicas dos
da prioridade das etapas para a corpos hídricos urbanos e de suas
elaboração e execução do Plano de margens;
Ação. Resultados esperados: • Definição de metodologia para
estimar o escoamento superficial e
• Compêndio de boas práticas os tempos de concentração e de
de drenagem sustentável e de residência da água pluvial tanto na
revitalização de rios urbanos; área urbana quanto em áreas rurais
• Materiais informativos e da bacia a montante da área urbana
orientativos das principais práticas para os projetos de drenagem
de drenagem sustentável e de urbana;
revitalização de rios urbanos • Caracterização das principais
existentes e passíveis de aplicação estruturas de dissipação de energia;
na UGRHI TJ; detenção, retenção e residência da
• Indicação da localização das água pluvial; e de garantia os usos
principais unidades, elementos e múltiplos da água;
estruturas de drenagem sustentável • Descrição das metodologias para
e de revitalização de rios; implementação e manejo de parques
• Descrição e caracterização lineares ribeirinhos; de recuperação
das medidas estruturais a serem de nascentes e da vegetação ciliar;
aplicadas na UGRHI TJ, definindo as • Descrição das técnicas
infraestruturas CINZA (sistemas de recomendadas para o manejo
drenagem tradicionais, detenções, biotécnico dos cursos d’água urbanos,
retenções, micro reservatórios para visando recuperar taludes fluviais
aproveitamento de água de chuva erodidos, prevenir e controlar o
e outras), VERDE (vegetação e solo assoreamento, a erosão e a poluição
como componentes do sistema de difusa;
drenagem, áreas verdes alagáveis, • Curso de capacitação em
parques lineares, pavimentos “Estratégias de Drenagem
permeáveis, valos e trincheiras de Sustentável”;
infiltração, entre outras) e AZUL • Curso de capacitação em
(sistemas naturais hídricos urbanos “Revitalização/Renaturalização de
e periurbanos como elementos de Rios Urbanos”.
drenagem);
• Estratégias de transição dos 4.3 PRODUTOS DO PLANO DE
modelos sanitaristas/higienistas para AÇÃO:
os modelos ecohidrológicos;
• Instrumentos de gestão e de O plano de ação deve estabelecer o
políticas públicas para fomentar cronograma e a ordem de execução

47
das medidas não estruturais e devem ser gerados em escalas
medidas estruturais a serem compatíveis e adequadas ao objeto
executadas nos municípios no curto de estudo utilizando o SIRGAS 2000
(4 anos), médio (8 anos) e longo como DATUM de referência e devem
prazo (12 anos). Estão previstos ser gerados metadados conforme
ainda dois estudos de caso na forma os padrões determinados pela
de projetos executivos pilotos, sendo Secretaria de Infraestrutura e Meio
um de “Drenagem Sustentável” Ambiente do Estado de São Paulo.
e o outro de “Revitalização de
Curso d’água Urbano”. Resultados 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
esperados:
O desenvolvimento de procedimentos
• Roteiro para elaboração de para a revitalização dos cursos d’água
Projetos Executivos de “Drenagem urbanos e para o manejo sustentável
Sustentável” visando a orientação das águas pluviais é necessário para
técnica dos tomadores quanto ao aprimorar os modelos de gestão das
encaminhamento de solicitações ao águas urbanas. É urgente a adoção
CBH TJ; de soluções inspiradas e apoiadas
• Roteiro para elaboração Projetos pela natureza (“Soluções baseadas
Executivos de “Revitalização de Curso na Natureza” – SbN) (UNESCO,
d’água Urbano” visando a orientação 2018). As funções hidrológicas
técnica dos tomadores quanto ao dos ecossistemas naturais, como
encaminhamento de solicitações ao rios, zonas úmidas e planícies de
CBH TJ; inundação, devem fazer parte
• Projeto Executivo Piloto de das estratégias institucionais de
“Drenagem Sustentável” em cidade planejamento e gestão dos recursos
da UGRHI TJ; naturais, em especial dos recursos
• Projeto Executivo Piloto de hídricos. Espera-se, com a realização
“Revitalização de Curso d’água do programa proposto, que os
Urbano” em cidade da UGRHI TJ. municípios da UGRHI TJ possam
incorporar a ecohidrologia e suas
Os projetos executivos pilotos são ferramentas para a regulação das
entendidos como o conjunto dos interações hidrologia-ecossistema
elementos necessários e suficientes e sociedade, pois essa abordagem
à execução completa da obra, de sistêmica do gerenciamento
acordo com as normas pertinentes integrado dos recursos hídricos pode
da Associação Brasileira de Normas contribuir para reverter a degradação
Técnicas – ABNT e deverão com nível de dos sistemas urbanos; melhorando
precisão adequado, para caracterizar o bem estar humano; e harmonizar
a obra ou serviço, ou complexo de o potencial e a capacidade de
obras ou serviços objeto da licitação, suporte dos ecossistemas com as
elaborado com base nas indicações necessidades das pessoas.
dos estudos técnicos preliminares,
que assegurem a viabilidade técnica AGRADECIMENTOS
e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento, e Os autores agradecem à VI Jornada
que possibilite a avaliação do custo de Gestão e Análise Ambiental da
da obra e a definição dos métodos UFSCar.
e do prazo de execução. Todos os
produtos cartográficos do programa

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