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Esse artigo faz parte da tese de doutoramento do autor em andamento no Programa de Pós-
Graduação em Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo,
Brasil; na área de concentração Urbanismo Moderno e Contemporâneo, sob orientação da
Profa. Dra. Angélica Benatti Alvim, com apoio do Programa Mack pesquisa.
vale, salvo em bordas de grandes rios ou oceânicas (Alencar, 2017; Alvim,
2003; Travassos, 2010; Gorski, 210; Delijaicov, 1998; Santos, 2004).
Portanto algumas questões se impõem: como podemos conciliar
desenvolvimento urbano com conservação das águas? Quais seriam os
parâmetros de Planejamento Urbano e Territorial adequados para promover a
reconciliação entre as cidades e os sistemas naturais “água-vegetação” em
áreas ribeirinhas e de fundo de vale?
O artigo apresenta metodologia para construção de um quadro com parâmetros
de Planejamento territorial para áreas de bordas fluviais e regiões de fundo de
vale urbanas. Apoia-se em revisão bibliográfica no campo dos planos e
projetos de reconversão urbana e revitalização de rios e orlas fluviais, apoiadas
em conceitos de sustentabilidade para a conciliação de demandas urbanas e
ambientais e utiliza avaliações das características urbano ambientais para
elaboração de estratégias de recuperação, requalificação ou restauração de
cursos d’água urbanos (Cengiz, 2016, Schutzer, 2012, Alencar, 2017,
Travassos, 2010; Castañer, 2018). Apoia-se também nos trabalhos do Grupo
de Pesquisa “Urbanismo Contemporâneo: redes, sistemas e processos” da
FAU Mackenzie sobre sustentabilidade em áreas urbanizadas ambientalmente
frágeis.
A metodologia será aplicada em estudo analítico do processo de urbanização
da bacia do Córrego Jaguaré no município de São Paulo, Brasil, cuja escolha
se justifica por ser essa uma bacia situada em área urbana consolidada e
dotada de distintos modelos de urbanização – formal precária e em expansão –
dotada de infraestrutura de saneamento e drenagem distribuída de forma
irregular; por estar integralmente situada no município de São Paulo; por ter
suas cabeceiras e nascentes relativamente protegidas e íntegras e fazer parte
de um programa de despoluição de suas águas da autarquia de gestão das
águas e saneamento de São Paulo; e ainda por ter acesso aos dados de uma
ampla pesquisa multidisciplinar elaborada no ano de 2016 que atende aos
requisitos necessários e fundamentais das características fisiográficas,
urbanísticas e de paisagem dessa bacia.
A metodologia se desenvolve em etapas: a) Construção de um quadro das
unidades ambientais estruturais da bacia hidrográfica nos anos 1930, 1954,
1988, 2004 e 2017, utilizando softwares de geoprocessamento; b) Elaboração
de matriz com dados das legislações urbanísticas e ambientais vigentes em
cada período; c) Elaboração de Matriz Comparativa associando e avaliando os
dados da urbanização com parâmetros legais por períodos, considerando suas
qualidades socioambientais; d) E por fim elaboração de Quadro de Parâmetros
adequados para o Planejamento Territorial.
A área da bacia do Córrego Jaguaré, para efeito dessa pesquisa, foi dividida
em três porções: alta, média e baixa; e será selecionada uma dessas três
áreas para aplicação e validação da metodologia.