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TRATAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA USO RESIDENCIAL

TREATMENT OF RAINWATER FOR RESIDENTIAL USE

Autores:

Celso Rafael Oliveira Simões1

Cristian José Batista Junior2

Denilson Carlos Oliveira Silva3

Isaac Nascimento de oliveira Junior4

Kleyton Silva oliveira5

Luamaria Lucio Alexandre6

Nicolle Christinne Santana Setti7

Vinicius Nascimento de Jesus8

William Silva Fialho9

RESUMO

Quando falamos de disponibilidade hídrica, o Brasil é altamente privilegiado


dado que o volume médio anual é de 8.130 km³, representando um volume per
capita de 50.810 m³/hab./ano, além de possuir aquíferos. Contudo, apesar
dessa abundância é nítido o desperdício, já que, segundo o Instituto Trata
Brasil, quase 40% da água potável no Brasil é desperdiçada, na qual poderia
abastecer cerca de 60 milhões de brasileiros que se encontram sem
1
Graduando de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: rafael.simoes088@outlook.com
2
Graduando de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: juniornegobom2013@gmail.com
3
Graduando de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: denilson.hcp@gmail.com
4
Graduando de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: ijr_nascimento@hotmail.com
5
Graduando de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: kleyton.oliveira0264@gmail.com
6
Graduanda de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: luamarialucio@hotmail.com
7
Graduanda de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: nichristinne@gmail.com
8
Graduando de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: vinyciusnascimento10@gmail.com
9
Graduando de Eng. Civil, da Instituição UNIFTC de Itabuna, E-mail: williamfialhos@gmail.com
saneamento. Como medida possível para sanar tal problema, é viável e
coerente o uso de águas pluviais, a captura de água da chuva é vista pelo
Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) uma solução que reduzirá o
uso demasiado de água para diversas funções no dia a dia. Neste contexto, o
presente trabalho tem como seu principal objetivo apresentar um sistema de
captação e tratamento de águas pluviais sobretudo visando a diminuição do
desperdício de água potável atribuindo a utilização de águas pluviais em
atividades que não requerem altos padrões de potabilidade.

Palavras-chaves: Águas pluviais, desperdício, captação e tratamento.

ABSTRACT

When we talk about water availability, Brazil is highly privileged given that the
average annual volume is 8,130 km³, representing a per capita volume of
50,810 m³/inhab./year, in addition to having aquifers. However, despite this
abundance, the waste is clear, since, according to the Trata Brasil Institute,
almost 40% of drinking water in Brazil is wasted, which could supply about 60
million Brazilians who are without sanitation. As a possible measure to solve
this problem, the use of rainwater is viable and coherent, the capture of
rainwater is seen by the Millennium Development Goal (MDG) as a solution that
will reduce the use of too much water for several functions on a daily basis. day.
In this context, the present work has as its main objective to present a system of
capture and treatment of rainwater, mainly aiming to reduce the waste of
drinking water, attributing the use of rainwater in activities that do not require
high standards of potability.

Keywords: Rainwater, waste, capture and treatment.

1 INTRODUÇÂO

A água é o elemento mais crítico e importante para a vida humana. É um fator


de produção para diversas atividades, sendo essencial para que ocorra o
desenvolvimento econômico e tecnológico de uma região (GONÇALVES,
2006). Em consonância com Ward e Robinson (1990), apesar de cerca de 75%
da superfície terrestre ser formada por água, apenas uma pequena parcela é
de água potável: em consonância com Ward e Robinson (1990), cerca de
97,4% do total é composto por água salgada, enquanto que quase 2% é de
gelo e neve e apenas 0,67% corresponde a água doce (incluindo águas
subterrâneas e fontes superficiais). Esse cenário é ainda mais grave quando é
levada em consideração a má distribuição espacial e temporal da água doce no
planeta e, ainda, a contaminação crescente dos mananciais. Por conseguinte,
a água hoje é tratada como um recurso finito renovável e um bem econômico.

Nos últimos tempos, segundo May (2004), o aumento da demanda por água,
ocasionado não somente pelo crescimento populacional desordenado como
também pelo desperdício da água potável fornecida pelas concessionárias, tem
imposto a necessidade de adotar medidas de conservação da água. Entre os
componentes dos programas de conservação de água, figura-se o de
substituição das fontes, que consiste basicamente em utilizar novas fontes de
recursos hídricos em substituição às existentes (IPARDES, 2001). O
aproveitamento de águas pluviais precipitada na cobertura de residências do
meio urbano se enquadra nessa categoria. Além de proporcionar economia de
água potável, o aproveitamento da água pluvial em residências pode reduzir as
despesas com água potável e contribuir para a diminuição do pico de
inundações, quando aplicada em larga escala, de forma planejada e em uma
bacia hidrográfica (TOMAZ, 2003).

Destarte, o aumento do consumo de água tem feito do reuso uma necessidade


imediata. Essa alternativa deve ser considerada parte de um conjunto de
fatores que abrange o uso racional da água, o qual inclui também, o controle de
perdas, redução do consumo de água e a minimização da geração de efluentes
(MORELLI, 2005). Estudando uma alternativa que melhor atendesse esta
demanda, foi produzido um sistema de captação e reutilização de águas
pluviais com tratamento para uso em residências unifamiliar, enfatizando sua
importância e demonstrando o passo a passo para o esboço do projeto.

2 METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho é baseada em um estudo de caso


referenciado por uma vasta revisão bibliográfica buscando analisar a eficiência
deste sistema alternativo para tratamento de água.
O estudo de caso consiste na aplicação de um sistema de captação e
tratamento de águas pluviais em um projeto residencial unifamiliar, a ser
construído em Itabuna-BA, com 100m² de área de captação e capacidade para
4 moradores.

Figura 1: Planta baixa com tubulação de águas pluviais instalada

Os sistemas de coleta e aproveitamento de água de chuva em edificações são


formados por quatro componentes básicos: áreas de coleta; condutores;
armazenamento e tratamento (MAY, 2004).

O funcionamento do sistema consiste na captação da água da chuva que


escoa sobre o telhado da residência. Através da calha, a água é conduzida
para um filtro autolimpante onde será filtrado as impurezas mais grossas, como
folhas secas, pequenos insetos e demais corpos estranhos presentes. Após
esta etapa, automaticamente a primeira água da chuva será descartada, esse
sistema é conhecido como first-flush e se torna necessário para não afetar a
qualidade da água. A seguir, as próximas águas da chuva serão filtradas
novamente por um filtro de carvão ativado que vai eliminar microrganismos
indesejáveis que ainda estiverem presente na água, além de alterar a cor da
água e eliminar possíveis odores, elevando o nível da qualidade da água.
Posteriormente as águas são direcionadas para uma cisterna subterrânea onde
ficará armazenada e recebendo tratamento através de pastilhas de cloro antes
das águas serem bombeadas para o reservatório elevado para ser distribuída.

Figura 2: Vista do sistema de captação e tratamento instalado

Para o dimensionamento correto do sistema, calculamos o consumo médio de


uma pessoa para as atividades estipuladas, visando garantir o consumo para
dois dias:

Tabela 1: Quadro de consumo


Por conseguinte, sendo 700 litros o volume total do consumo médio para dois
dias, desta família em questão, racionaremos 57% para o a cisterna
subterrânea (400L) e 43% para o reservatório elevado (300L).

Conforme listado na tabela 2, estes serão os materiais utilizados na


implantação do sistema e seus respectivos valores estimados:

Tabela 2: Quadro de materiais e orçamento


3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O acesso à água tratada é considerado como um indicador universal de


desenvolvimento sustentável, por ser fundamental para a melhoria das
condições de saúde e higiene. Entretanto, a escassez de água potável, em
decorrência do aumento da população mundial e da intervenção ativa do
homem nos ambientes urbano e rural, é uma realidade. Nos últimos anos tem-
se agravado continuamente os problemas relacionados à poluição dos
mananciais de abastecimento, principalmente em decorrência de efeitos
antrópicos, como lançamento de efluentes domésticos e industriais e cargas
difusas urbanas e agrícolas, alterando o fluxo de energia e matéria nos
ecossistemas e exigindo medidas tecnológicas apropriadas ao tratamento da
água destinada ao consumo humano (BUZELLI; CUNHASANTINO, 2013;
HOGAN et al., 2014; RAMACHANDRA; BHARATH; BHARATH, 2014; ZHANG
et al., 2013). As características físicas, químicas, biológicas e radiológicas das
águas naturais traduzem os processos que ocorrem no corpo hídrico em
função da alta capacidade de dissolução da água e do transporte pelo
escoamento superficial e subterrâneo. São diversos os atributos de qualidade
de água que afetam sua potabilidade. Belmonte et al. (2007) destacam a
importância de uma avaliação temporal e estatística sobre a qualidade da água
captada para consumo humano. Nesse sentido, Vasconcelos e Souza (2011)
observaram que o aumento populacional comprometeu a qualidade da água.

A água, sendo um recurso finito e vulnerável, pode representar um obstáculo


ao desenvolvimento socioeconômico de um país e à qualidade de vida do
indivíduo. Há uma intrínseca relação entre o acesso à água de boa qualidade,
adequada infraestrutura de saneamento e saúde humana. A terra contém cerca
de 75% de superfície líquida totalizando 1,4 bilhões de km3 de água, mas o
volume total da água doce é de apenas 40 milhões de km3 que representa 3%
do total, sendo a maior parte na forma de gelo ou oculta no subsolo em
profundidades que dificultam sua exploração. Em 12 condições de uso fácil não
haveria mais que 150 mil km3, pouco mais de 0.01% do total de água do
planeta.
Sabendo disso a população deve sempre buscar melhoria de infraestrutura,
para evitar a poluição das águas, e até mesmo buscar um uso mais consciente.
Tendo em vista que quanto mais contaminada a água estiver mais dinheiro
deverá ser empregado no seu tratamento, já que o tratamento adequado da
água tem como finalidade eliminar principalmente micro-organismos
patológicos à saúde humana. O modo correto de sua realização é fundamental
para que esses micro-organismos sejam eliminados. A água tratada é
importante em vários aspectos a saúde, e é um dos principais alvos do
saneamento básico.

O tratamento e distribuição da água potável coletada de mananciais para fins


domésticos e comerciais é, normalmente, efetuado por uma concessionária
pública ou privada. Essa água chega ao consumidor final com qualidade para
atender os usos mais exigentes, como consumo e assepsia humana.
Entretanto, uma parte da água utilizada por esses usuários não precisa desse
alto grau de qualidade. Certos usos que não exigem a mesma potabilidade que
o consumo (como: irrigação, lavagem de carros, limpeza de pisos, descarga de
bacia sanitária, máquina de lavar roupa) podem utilizar outras fontes de
abastecimento como: aproveitamento das águas pluviais e reutilização direta
ou indireta das águas residuárias (Soares et al., 1997; Silva e Tassi, 2005).

A água da chuva, em sua precipitação, é uma das mais puras fontes de água.
Entretanto, ao atingir a superfície terrestre, há inúmeras oportunidades para
que minerais, bactérias, substâncias orgânicas e outras formas de
contaminação atinjam a água. Ao entrar em contato com telhados, a poeira e a
fuligem que estão acumuladas acabam contaminando às águas e diminuindo
sua limpidez. Ademais, isso não inviabiliza o seu uso, com um processo de
filtragem e tratamento adequado as águas pluviais contribuem ativamente no
processo de diminuição do desperdício de água potável, uma vez que usada
nas atividades adequadas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

6 REFERÊNCIAS

COHIM. Eduardo; GARCIA. Ana; KIPERSTOK. Asher. Captação e


Aproveitamento de Água de Chuva: dimensionamento de reservatórios. IX
Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste. 2007.

MAY, Simone. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água de chuva


para consumo não potável em edificações, São Paulo. Dissertação
(Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento
de Engenharia de Construção Civil. 2004.

VIANA, A.N.C.; CERQUEIRA, R.J. (2005) Captação de água de chuva para


aproveitamento não potável – uma proposta de modelo em residências na
cidade de Itajubá – MG. In: XVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos,
2005, João Pessoa/PB. XVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos.

SITE FLOW SUSTENTÁVEL. Sistema de Captação da Água da Chuva.


Disponível em < http://www.flowsustentavel.com.br/produto-sistemas-de-
captacao-da-agua-dachuva.php>. Acesso em 06 de agosto de 2022.

MAY, S. Caracterização, tratamento e reúso de águas cinzas e


aproveitamento de águas pluviais em edificações. 2008, 222p. Tese de
doutorado - Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária, Escola
Politécnica de São Paulo. São Paulo, 2008.

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