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CIÊNCIA DO AMBIENTE E GESTÃO AMBIENTAL

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE ASFALTO PERMEÁVEL EM ÁREAS URBANAS

Andressa Fernandes – RA: 166313

Gabriel Angelo – RA: 156909

Guilherme Coutinho – RA: 170299

Pedro Damasceno – RA: 166755

Ramon Franchesco – RA: 172269

Denner Souza - RA:171315

SANTOS
2022
1. RESUMO

O período contemporâneo necessitada de ideias que visem a


sustentabilidade, haja vista que impactos ambientais e escassez de recursos
naturais vem se tornando cada vez mais notáveis. Portanto, o presente
trabalho tem por objetivo implantar a utilização de asfalto permeável ou
também conhecido como piso drenante nas áreas urbanas. Através da
elaboração de um protótipo com as camadas necessárias para constituir uma
estrutura de pavimentação, foi possível elaborar estudos que comprovaram a
eficiência significativa da substituição de asfalto convencional para asfalto
drenante. Como resultado, foi comprovado que a utilização de asfalto
permeável com dreno horizontal profundo (DHP) é capaz de evitar enchentes
em áreas urbanas. Além disso, é possível reutilizar a água pluvial
armazenada desse sistema em outras atividades.

PALAVAS-CHAVE: Sustentabilidade, Asfalto permeável, Enchentes, Reutilizar e


água pluvial.
2. INTRODUÇÃO

As redes de drenagem de água da chuva são sistemas que integram


os serviços de saneamento, capazes de receber e transportar líquidos
superficiais por meio de tubulações, compostos de canais conectados entre
si. Elas são um equipamento que facilita o escoamento das águas de chuva.
Depois de captada pelas galerias pluviais, essa água é lançada em cursos
d’água.
O uso do solo sem planejamento e uma ocupação desordenada das
áreas onde ocorrem enchentes, tais como planícies, associados à
impermeabilização do solo, tem causados impactos nas redes de drenagem
(Tucci, 2003). Além disso, a utilização de asfalto e concreto na pavimentação
ocasionam uma impermeabilização do solo acarretando impactos ambientais
haja vista que enchentes e inundações afetam a sustentabilidade das áreas
urbanas.
Vale ressaltar que muitos países enfrentam carência de água potável
frequentemente têm o problema agravado por falta de precipitação, poluição
dos aquíferos e alta densidade populacional. A água é hoje um fator limitante
para o desenvolvimento de diversas regiões no planeta. Nessas condições, a
reutilização da água pluvial surge como um meio de conservação da água e
como alternativas para enfrentar a carência do recurso, tanto para fins
potáveis quanto não potáveis, tornando-se uma alternativa para minimizar a
sua escassez.
Dessa forma, captar água da chuva é um exemplo de prática
sustentável. A reutilização da água nas obras civis também pode ser
considerada. Em algumas atividades, mesmo com impurezas, a água pode
ser reaproveitada.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil é o sexto
país que mais sofre com catástrofes climáticas. Essas catástrofes geram
grandes impactos sociais e econômicos, haja vista que, estudos apontam
mais de mil pessoas morreram vítimas de enchentes em 2011.
Além disso, baixada santista sofre com alagamentos devido a elevação
da maré. Segundo as previsões do Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da
Unisanta (NPH) a elevação da maré acarretou alagamentos na região da
Zona Noroeste.
A utilização do asfalto permeável nas cidades faz com que o
escoamento da água diante das chuvas e marés não se restrinjam apenas ao
sistema de drenagem urbana, ampliando a área permeável e diminuindo o
coeficiente de escoamento superficial de uma bacia (ALESSI, 2006).
Com isso o escoamento pode ocorrer de forma mais lenta e controlada,
permitindo o reabastecimento do lençol freático e diminuindo a vazão nas
galerias e rios, evitando enchentes e inundações causadas pela sobrecarga
do sistema.
Vale salientar que além de ser uma ação sustentável, o
reaproveitamento da água das chuvas é uma condição para a construção de
empreendimentos residenciais e comerciais em muitas cidades brasileiras.
Consequentemente, a utilização de asfalto drenantes é uma solução não
apenas para o reuso do recurso natural, mas também para a prevenção de
enchentes. (TESTOLIN, 2019).

3. OBJETIVO

O presente estudo tem por objetivo analisar a viabilidade e eficiência


da utilização do asfalto permeável, com intuito de reduzir as inundações nas
áreas urbanas e destinar a água pluvial para reservatórios que sejam capazes
de armazenar a água para novas utilizações.

4. METODOLOGIA

Através do Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas (NPH- Unisanta),


foram levantados os dados acerca da quantidade e qualidade dos recursos
hídricos da baixada santista, com intuito de obter dados suficientes para
verificar a importância da implantação do asfalto permeável na baixada
santista.
Em seguida, através do software sketchup foi desenvolvido um projeto
(figura 1) de protótipo do mecanismo de estudo. No qual consiste em uma
estrutura composta por 5 camadas, com intuito de produzir uma maquete que
seja capaz de percolar a água pelos vazios, conduzir até o dreno horizontal
profundo (DHP) e armazenada em um reservatório.
Vale ressaltar que o objetivo da maquete é analisar o comportamento
dos materiais, sua capacidade de escoamento e absorção.

Figura 1 MAQUETE 3D - CORTE

FONTE: AUTORES

Figura 2 – MAQUETE 3D
FONTE: AUTORES
Posteriormente, seguindo as especificações criadas em projeto foi
elaborado um protótipo retangular de vidro (figura 3) com dimensões
(40x25x30cm) e estrutura dividida em 5 camadas:

1ª camada: Amostra de solo retirada da zona intermediaria de Santos,


com 5cm de espessura;
2ª camada: Tubulação de PVC (perfurado) de 3/4;
3ª camada: Brita de tamanhos variáveis (espessura 10cm);
4ª camada: Manta geotêxtil gramatura 130g/m²;
5ª camada: Revestimento asfáltico poroso permeável (espessura 5cm);

Figura 3 - Protótipo
FONTE: AUTORES

Apesar de não ser possível visualizar o DHP, o tubo se encontra


revestido por toda camada de brita. Entretanto, a imagem a seguir (figura 4) é
capaz de ilustrar onde está localizada a tubulação.

Figura 4- Corte ilustrativo - Asfalto permeável

FONTE: https://www.inovacivil.com.br/asfalto-permeavel/

Foram introduzidos 2 litros de água 10 vezes com intervalo de 5


minutos cada para testarmos a absorção média, entre o primeiro e o terceiro
despejo tivemos a absorção de 90% da água, entre a quarta e a sétima a
absorção foi de 85%, finalizando do oitavo ao décimo despejo foi de 80%
obtendo uma absorção média nesse estudo de 85%. Para medir a absorção
utilizamos uma balança de precisão junto ao recipiente que recebia a água da
tubulação.
Ao medir a absorção média, foi observado que a constância e o
aumento do volume de água no solo prejudicam o escoamento da água, caso
não seja dimensionado corretamente, haja vista que ele tende a perder a
absorção, ocorrendo um encharcamento do solo, ou seja, o tubo junto ao solo
não escoa por completamente a água.
Para a melhora desse sistema é necessário o aumento de vazios no
dimensionamento, fazendo com que aumente o escoamento de água,
contudo temos que tomar cuidado com o fator de resistência do solo.
Após observação da falta de absorção mudamos a tubulação de ¾
para 1’’ e substituímos o agregado por uma granulometria maior. Despejando
os mesmos 2 litros de água 10 vezes com intervalo de 5 minutos cada para
testarmos a absorção média novamente, entre o primeiro e o quarto despejo
tivemos a absorção de 44,8% da água, entre a quarta e a sétima a absorção
foi de 64%, finalizando do oitavo ao décimo despejo foi de 96%.
Vale ressaltar que foram consultadas as normas NBR 15527
Aproveitamento de água de chuva de coberturas para fins não potáveis, e
NBR 16416 Pavimentos permeáveis de concreto.

5. DESENVOLVIMENTO

Após levantar os dados do NPH- UNISANTA, tais como a tabela a


seguir:

Foi possível notar que as marés altas provocam inundações e


alagamentos em diversos trechos das áreas urbanas. Com isto, é possível
afirmar que a utilização de asfalto permeável auxiliaria de maneira eficiente na
diminuição de transtorno que esses fenômenos naturais acarretam.
Em seguida para testar a veracidade da absorção de água do
pavimento drenante, o sistema elaborado foi constituído de em uma camada
de revestimento asfáltico poroso, abaixo uma camada de brita que possui
uma facilidade em percolar a água, um cano perfurado que tem a função de
destinar a água captada do sistema e encaminhar até um reservatório.
Após finalizado o projeto executivo no software sketchup, foram
iniciados os testes com o protótipo. Com suscetíveis testes para verificar a
alta permeabilidade do piso.
Além disso, o volume inicial inserido no protótipo foi de 2 litros, jogados
em uma velocidade mediana com intuito de observar a capacidade de
absorção e escoamento de cada material composto no sistema.

6. RESULTADOS
Os resultados foram compilados em gráficos, com as análises
quantitativas de porcentagem de água. Foi possível identificar que menos de
25% do volume total de água foi absorvido pelos componentes do sistema.
Nota-se que foram armazenados no reservatório final cerca de 1,52
litros de água, ou seja, o processo apresenta um resultado eficiente.

V= 2L
V= 1,52L
ÁGUA ANTES DE DESPEJAR NO PROTÓTIPO ÁGUA RETIRADA DO RESERVATÓRIO
FINAL

Foi possível identificar que quanto maior a quantidade de água o


asfalto recebe, mais dificuldade o solo tem de fazer o escoamento dessa água
para a tubulação, contudo obtivemos melhoras consideráveis de absorção de
água quando aumentamos o diâmetro do tubo e a granulometria do agregado.
Através dos dados levantados com a análise do volume contido no
reservatório, foi possível elaborar o gráfico a seguir. Na qual o eixo horizontal
apresenta o tempo em minutos e o eixo vertical apresenta ao lado esquerdo o
percentual de água retido no reservatório final e ao lado direito o volume total
acumulado no reservatório.

Atrelado aos dados levantados anteriormente, é possível afirmar que


este método é capaz de absorve grande parte do fluxo de água das regiões
urbanas e após um tratamento rigoroso e especificado por normas esta água
estará apta para a utilização em outras atividades, tais como cura do
concreto, lavagem de betoneiras entre outras aplicações.
7. CONCLUSÃO

O Asfalto permeável é capaz de absorver grande parte da água, sua


grande vantagem é a capacidade em percolar a água derivada da chuva ou
marés. Entretanto, sua desvantagem se dá devido sua resistência, haja vista
que o pavimento poroso não é indicado em locais de tráfego pesado.
Os ensaios comprovaram a eficiência da utilização deste método em
áreas urbanas, posto que sua capacidade de escoamento facilita na captação
de água. Sendo assim, foi possível verificar que a utilização de pavimento
drenante consegue remanejar a água pluvial que incide nas áreas urbanas
para reservatórios capazes de armazenar o volume de água sem causar
impactos, tais como enchentes nas cidades.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALESSI, Fernando; KOKOT, Pedro Junior; GOMES, Julio. Comparação do


escoamento superficial

gerado por pavimentos permeáveis em blocos de concreto e asfalto poroso. Da


Vinci, Curitiba, v. 3, n.

1, p. 139-156, 2006.

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS NO AUXÍLIO À


DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS. [2018].

Disponível em:

abesnacional.com.br/XP/XP-EasyArtigos/Site/Uploads/Evento40/
TrabalhosCompletosPDF/IX-022.pdf

Acesso em: 08 dez. 2022


ASFALTO DO FUTURO QUE ABSORVE 4 MIL LITROS DE ÁGUA POR MINUTO
PODE PREVENIR ENCHENTES. [2019].

Disponível em:

https://blog.bko.com.br/blog/asfalto-do-futuro-que-absorve-4-mil-litros-de-agua-por-
minuto-pode-prevenir-enchentes/

Acesso em: 08 dez.2022

Jenifer Testolin 2019

3/4 ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS NO AUXÍLIO À


DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS. [2018]. Disponível em:
abesnacional.com.br/XP/XP-EasyArtigos/Site/Uploads/Evento40/TrabalhosCompleto
sPDF/IX-022.pdf

Acesso em: 08 dez. 2022.

REDE DE ÁGUA PLUVIAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA AS CIDADES. [2020].


Disponível em:

https://blog.brkambiental.com.br/rede-de-agua-pluvial/

Acesso em: 08 dez. 2022

Tucci, C. E., & Bertoni, J. C. (2003). Inundações urbanas na América do Sul. Ed. dos

Autores.

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