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UNIVERSIDADE DE UBERABA – “UNIUBE”

CRISTIANE SOARES DE LIMA - 5132064

FELYPE ALVES COSTA - 5131034

FRANCIS DAYNER F. CARVALHO - 5131741

THIAGO ALEXANDRE DE O. CORRÊA - 5131489

THIAGO DONIZETE DE ARAÚJO - 5120571

PAVIMENTO PERMEÁVEL

(INFRAESTRUTURA URBANA)

UBERLÂNDIA – MG

2018
Sumário
1 – APRESENTAÇÃO ...................................................................................... 3

2 –DESENVOLVIMENTO - “PAVIMENTO PERMEÁVEL”................................ 3

2.1 – DEFINIÇÃO .......................................................................................... 3

2.1.1 - DO PROJETO: ................................................................................ 6

2.1.2 - BASE E SUB-BASE ........................................................................ 8

2.1.3 - CAMADA DE ASSENTAMENTO E REJUNTE ............................... 9

2.1.4 - REVESTIMENTO .......................................................................... 10

2.1.5 - SEQUÊNCIA EXECUTIVA ......................................................... 11

2.2 – NORMAS ............................................................................................ 18

2.3 – LIMITAÇÕES ...................................................................................... 18

2.4 – APLICAÇÃO ....................................................................................... 19

2.5 – TIPOS DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS POROSOS: ...................... 19

2.5.1 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO A COMPOSIÇÃO: .......................... 19

3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 22

4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 23

5 – ANEXO ..................................................................................................... 25
1 – APRESENTAÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido com a finalidade de elaboração e apresentação


do Seminário, relacionado a área de Infraestrutura Urbana, diante de vários fatores
utilizados por projetos, obtendo maiores resultados e combatendo aos impactos
causados ao meio ambiente. Este tem por objetivo apresentar procedimentos de
projeto e execução de obras de pavimentos permeáveis visando sua aplicação como
medidas compensatórias de drenagem urbana com a finalidade de retenção e
amortecimento de picos de enchentes em cidades densamente urbanizadas.

A tendência atual, em uma abordagem sustentável, é buscar a


manutenção de condições próximas à de pré-ocupação a partir de elementos que
permitam a infiltração de água e retardem seu escoamento. Neste contexto, os
pavimentos permeáveis têm se tornado um elemento de papel fundamental para
reduzirem volumes de escoamento superficial e o impacto sobre a qualidade da
água.

Usualmente, os sistemas permeáveis de pavimentação são compostos


por pavimentos porosos (de concreto ou asfalto) ou por blocos de concreto (vazados
ou não).

2 –DESENVOLVIMENTO - “PAVIMENTO PERMEÁVEL”

2.1 – DEFINIÇÃO

Pavimentos permeáveis são definidos como sendo aqueles que possuem


espaços livres em sua estrutura por onde a água pode escoar, podendo infiltrar no
solo ou ser transportada através de sistema auxiliar de drenagem, tendo um
impacto ambiental positivo ao ajudar na prevenção das enchentes, redução das ilhas
de calor, recarga dos aquíferos subterrâneos e manutenção das vazões dos cursos
d'água nas épocas de seca. Ele é dividido em grades que ficam em cima de solos
gramados que além de permitirem a passagem de água, oferecem
mais oxigênio a atmosfera e mais beleza a cidade porque são mais bonitos que o
asfalto.

Este tipo de pavimento busca reduzir o volume de água referente ao


escoamento superficial e, por consequência, reduzir a solicitação do sistema de
drenagem urbana e a probabilidade de grandes enchentes. Como efeitos
complementares, tem-se a melhora da qualidade de água infiltrada por carrear
menor quantidade de poluição difusa.

“Em uma estrutura de pavimento


permeável genérica, o escoamento infiltra
rapidamente na camada de revestimento poroso
de asfalto ou concreto (espessura de 5 a 10 cm,
que serve como um "conduto" rápido para o
escoamento), atravessa um filtro de agregados
de 1,25 cm de diâmetro e espessura de 2,5 cm e
segue para uma câmara ou um reservatório de
pedras mais profundo com agregados de 3,8 a
7,6 cm de diâmetro. A partir desse reservatório, o
escoamento pode ser infiltrado para o subsolo
ou coletado por tubos de drenagem e conduzido
até uma saída (Araújo et. al., 2000).”

Desta forma, a capacidade de armazenamento dos pavimentos porosos é


determinada pela profundidade desse reservatório e pelo escoamento perdido por
infiltração para o subsolo. O Sistema revestido com peças intertravadas de concreto
poroso promovem a infiltração da água.

Figura 1 – Estrutura de Pavimento Permeável


Pavimentos permeáveis reduzem o escoamento superficial e, ao mesmo
tempo, retardam a chegada da água ao subleito, reduzindo a erosão. Podem ser
usados como via para pedestres, estacionamentos e vias de tráfego leve de
veículos.

A camada de revestimento dos sistemas permeáveis à base de cimento pode


ser feita tanto com peças pré-moldadas, mais utilizadas, quanto com concreto
poroso moldado in loco.

A seção tipo (Figura 2) do pavimento intertravado permeável consiste no


revestimento, camada de assentamento, base e sub-base, tubulação de drenagem,
também quando necessário e subleito.

Figura 2 – Seção do Pavimento Intertravado

A camada de assentamento possui espessura de 50mm, e tem como principal


função fornecer uma superfície uniforme para assentamento das peças de concreto
pré-moldadas. A base e sub-base devem ser dimensionadas para cada caso, assim
como deve ser verificado a necessidade da tubulação de drenagem.
2.1.1 - DO PROJETO:
A área de contribuição de água para o trecho pavimentado não pode exceder
em cinco vezes a área do pavimento. Para o dimensionamento do sistema devem
ser levantados os dados de precipitação, de tráfego e do subleito.

Analisando o tipo de solo, a capacidade de suporte e o coeficiente de


permeabilidade são usados para dimensionar as camadas de base (base e sub-
base).

São necessários dois dimensionamentos: mecânico, que trata da carga à qual


será submetido o sistema; e hidráulico, que mensura o volume de água a ser
recebido e define os níveis de infiltração:

- Total (toda a água da chuva é direcionada para o subleito);

- Parcial (são instalados tubos de drenagem como complemento);

- Sem infiltração (em que um tubo de drenagem e uma manta impermeável


direcionam a água para um sistema de drenagem auxiliar);

Figura 3 – Níveis de Infiltração


Alguns itens também devem ser checados inicialmente para garantir a
viabilidade da instalação do pavimento permeável, pois, recomenda-se, no mínimo
30m de distância entre córregos, reservatórios de água e pântanos. Recomenda-se
uma declividade do pavimento de no mínimo 1% e no máximo de 5%, caso contrário
a velocidade do escoamento superficial reduz a sua infiltração. Nas áreas no entorno
do pavimento devem ser evitadas declividades superiores a 20%.

Devem ser conhecidos os dados de precipitação do local, sendo


primeiramente definido o período de retorno do projeto, normalmente de 5 a 10 anos
para projetos de micro drenagem, caso dos pavimentos permeáveis. Com este dado
definido e com os valores de precipitação do local se obtém a precipitação que será
utilizada para dimensionar o pavimento permeável.

a- Coeficiente de Permeabilidade
Já o coeficiente de permeabilidade pode ser determinado através dos
métodos de ensaios descritos nas normas brasileiras (NBR 13292 - Solo –
Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga
constante - Método de ensaio) ou (NBR 14545 - Solo - Determinação do coeficiente
de permeabilidade de solos argilosos a carga variável). Na Tabela 1 estão descritos
alguns valores típicos de coeficiente de permeabilidade de solos:

Tabela 1
Quanto mais baixo o coeficiente de permeabilidade, menos permeável é o
solo. Para utilização de pavimentos permeáveis em solos muito pouco permeáveis
pode ser necessário a utilização de tubos de drenagem. Dessa forma evita-se que a
água permaneça muito tempo na estrutura do pavimento podendo ocasionar perda
de suporte.

2.1.2 - BASE E SUB-BASE


Para a base e sub-base utiliza-se brita lavada com Abrasão Los Angeles
menor que 40, determinado de acordo com a norma brasileira (NBR NM 51 –
Agregado graúdo - Ensaio de abrasão “Los Angeles”). É necessário um Índice de
Suporte Califórnia (CBR) de pelo menos 80%, determinado de acordo com a norma
brasileira (NBR 9895 - Solo: Índice de Suporte Califórnia). A capacidade de atuar
como reservatório de água da base e sub-base vai depender do índice de vazios do
agregado, que é determinado de acordo com a Norma Brasileira (NBR NM 45 -
Agregados - Determinação da massa unitária e do volume de vazios) que deve ser
de, no mínimo, 32%. Na Tabela 2 a seguir estão as granulometrias sugeridas para a
base e sub-base.

Tabela 2
Outras granulometrias de agregados podem ser utilizadas desde que atendido
o critério de índice de vazios mínimo de 32% e ISC de 80%, garantindo assim a
capacidade de armazenar água.

2.1.3 - CAMADA DE ASSENTAMENTO E REJUNTE


Nos pavimentos permeáveis o assentamento das peças pré-moldadas de
concreto é feito utilizando agregado graúdo com dimensão máxima igual a 9,5 mm,
com granulometria recomendada de acordo com a Anexo 1. Um aspecto de grande
importância no agregado da camada de assentamento é que ele tenha dimensão
suficiente para garantir uma superfície uniforme para o assentamento das peças pré-
moldadas de concreto mas que também ocorra um travamento com a camada de
base. Para que isso ocorra os agregados da camada de base e da camada de
assentamento devem atender o seguinte critério:

Anexo 1

Para o material de rejunte das peças pode ser usado o mesmo agregado
utilizado na camada de assentamento, porém é permitido usar agregados mais finos
para garantir o preenchimento das juntas, conforme granulometria recomendada na
Tabela 3.

Tabela 3
A capacidade de infiltração em um pavimento permeável onde a passagem da
água ocorra pelas juntas é determinado pela capacidade de infiltração do agregado
utilizado no material de rejunte. Essa capacidade pode ser estimada considerando a
porcentagem de juntas no pavimento permeável e o coeficiente de permeabilidade
do agregado, sendo recomendado adotar um coeficiente de segurança de 80%
devido a colmatação do rejuntamento ao longo da vida útil do pavimento.

Não é recomendada a utilização de areia ou pó de pedra na camada de


assentamento e no material para rejunte, devido ao baixo coeficiente de
permeabilidade destes materiais.

2.1.4 - REVESTIMENTO
As peças pré-moldadas de concreto que possuem relação
comprimento/espessura menor que 4 são apropriadas para tráfego de veículos e são
utilizadas no pavimento intertravado permeável. Este sistema de revestimento pode
permitir a infiltração de água por aberturas específicas para esse fim, pelas juntas de
assentamento ou através das próprias peças, quando confeccionadas com concreto
poroso (Figura 4).

Figura 4 – Revestimento

As peças de concreto para pavimentação devem atender os requisitos da


(NBR 9781 - Peças de concreto para pavimentação – Especificação), sendo de
concreto convencional ou de concreto poroso. No caso das peças porosas, além da
resistência à compressão também é necessário verificar o coeficiente de
permeabilidade do concreto.

Para estimar este coeficiente pode ser utilizado um permeâmetro de carga


variável conforme equipamento na Figura 5 que permite o ensaio com o corpo de
prova completamente saturado.
Figura 5 - Permeâmetro de Carga Variável

2.1.5 - SEQUÊNCIA EXECUTIVA

a- Preparação do subleito:
O subleito poderá ser constituído pelo solo natural do local ou proveniente de
empréstimo, devendo apresentar índice de suporte Califórnia (CBR) maior que 2% e
expansão volumétrica menor ou igual a 2%. Toda a camada de subleito deve estar
limpa, sem a presença de plantas, raízes e qualquer tipo de matéria orgânica. Antes
da execução da base e sub-base deve ser verificado se o subleito atende a cota e
os caimentos definidos no projeto. Quando existente, a tubulação de drenagem deve
ser feita conforme projeto e direcionada para uma caixa de detenção ou para
sistema de drenagem.
Figura 6 – Fechamento da Tubulação de Drenagem

b- Manta geotêxtil e tubo de drenagem


Quando for especificado em projeto, são instalados manta geotêxtil não tecido
e tubos de drenagem. A manta deve ser posicionada logo acima do subleito, com
sobra nas laterais de 0,3m a 0,6m.

Figura 7 – Manta Geotêxtil

c) Camadas de sub-base e base


A sub-base é espalhada em camadas de 100mm a 150mm e compactada
usando uma placa vibratória ou um rolo compactador. Já a base tem espessura fixa
de 100mm e pode ser executada em uma única camada compactada com placa
vibratória ou rolo compactador.
Figura 8 – Espalhamento de Camadas

d) Assentamento das peças


Antes de iniciar a execução da camada de assentamento devem ser
posicionadas as contenções laterais que garantam a estabilidade horizontal do
sistema. Estas são constituídas de estrutura rígida ou de dispositivos fixados na
base do pavimento, de modo a impedir o seu deslocamento. A camada de
assentamento deve ser espalhada uniformemente com uma espessura suficiente
para que após compactação tenha uma espessura final de 50 mm. O material de
assentamento é então nivelado manualmente por meio de régua metálica, correndo
a régua sobre as mestras ou de modo mecanizado, resultando em uma superfície
sem irregularidades.

Após o nivelamento a camada de assentamento não deve ser submetida ao


tráfego de equipamentos ou pedestres antes da instalação das peças de concreto.
Os espaços deixados pela régua metálica devem ser preenchidos com material de
assentamento.

O assentamento das peças pode ser manual ou mecanizado, e deve ser


executado sem modificar a espessura e uniformidade da camada de assentamento.
A primeira fiada deve ser assentada de acordo com o padrão de assentamento
estabelecido no projeto, respeitando-se o esquadro e o alinhamento previamente
marcados e a peça não deve ser arrastada sobre a camada de assentamento até
sua posição final. Manter as linhas guia na frente da área de assentamento das
peças, verificando-se regularmente o alinhamento longitudinal e transversal e efetuar
os ajustes de alinhamento das peças, mantendo-se a espessura das juntas
uniforme.
Figura 9 - Nivelamento

Figura 10 – Assentamento de Peças

e) Rejuntamento e compactação
Após assentar as peças, o material para rejuntamento é espalhado seco e
deve formar uma camada fina e uniforme. Executa-se, então, a varrição do material
até que as juntas sejam preenchidas a 5mm do topo das peças. A compactação
deve ser feita com placas vibratórias.
Figura 11 - Rejuntamento

Figura 12 - Compactação

f) Manutenção
Ao passar dos anos, a sujeira, poluição e o crescimento da vegetação
entre as juntas, tende a contribuir para a redução da infiltração de águas nos
espaços vazios entre as juntas que foram preenchidas por estes.

Os espaços vazios que auxiliam na percolação da água são preenchidos


de acordo com o ambiente em que está situado, existindo vários fatores que podem
contribuir para a determinada situação, entre eles estão à quantidade de veículos
que trafegam naquela região e dos resíduos que ficam entre as juntas formando
uma barreira ou dificuldade de infiltrar a água.

É importante evitar este tipo de pavimento em setores próximos a fontes de


resíduos que possam contribuir para o processo de colmatação das juntas. (figura
13).

Figura 13 – Juntas colmatadas

Os resíduos podem ser retirados através da varrição com aspiração utilizando


varredeiras mecânicas (Figura 14). Este procedimento deve ser realizado
periodicamente de uma a duas vezes ao ano, conforme o estado das juntas.

Figura 14 – Equipamento de varrição


Alguns equipamentos que são bastante eficazes para, em casos de
colmatação mais severa, faz a remoção até do rejunte e após a retirada é
necessário repor o material que foi retirado com rejunte limpo.

Foram comprovados através de estudos que a taxa de infiltração do


pavimento é melhorada, se retirada regularmente os resíduos das juntas.

A vegetação geralmente aparece entre juntas, (Figura 15), também altera a


taxa de infiltração. A melhor forma de retirar esta vegetação é manualmente.
Retirando esta, desde a raiz com equipamentos apropriados e dessa forma retire a
vegetação inteiramente. Não é recomendada a utilização de herbicidas ou de outras
substâncias que possam contaminar o solo e assim prejudicar o meio ambiente.

Figura 15 – Vegetação entre as juntas do pavimento intertravado

Fazendo a manutenção é possível preservar a taxa de infiltração da água no


pavimento por anos, reduzindo o risco de colmatação da base e reduzindo o
crescimento de vegetação.

Peças de concreto quebradas ou danificadas devido à acomodação do solo


ou da base devem ser retiradas e repostas por peças novas.

Quando é retirada dos blocos de concreto para manutenções da base do


pavimento, instalação de tubos de drenagem ou outras intervenções, as peças
podem ser repostas.
2.2 – NORMAS

Entre as normas mais importantes para um sistema de pavimento


impermeável, estão:

 NBR 9.895 (Solo – Índice de Suporte Califórnia - Método de Ensaio);


 NBR 13.292 (Solo - Determinação do Coeficiente de Permeabilidade de Solos
Granulares à Carga Constante - Método de Ensaio);
 NBR 14.545 (Solo - Determinação do Coeficiente de Permeabilidade de Solos
Argilosos aCarga Variável);
 NBR 9.781 (Peças de Concreto para Pavimentação - Especificação);
 NBR NM 51 (Agregado Graúdo – Ensaio de Abrasão “Los Angeles”);
 NBR NM 45 – Agregados – Determinação de massa unitária e do volume de
vazios);

2.3 – LIMITAÇÕES

Existe algumas importantes limitações para o emprego de pavimentos


permeáveis são:

- Quando o solo do subleito apresenta baixa permeabilidade ou o nível do


lençol freático for alto; nesses cenários, o sistema permeável tem a função de um
poço de detenção e deve ser previsto sistema de drenagem com tubos perfurados e
espaçados de 3 a 8m para a condução da água à rede de drenagem. O sistema
deve prever o esgotamento do"poço" em período de 6 a 12 horas;

- Quando a água drenada é contaminada, haverá impacto sobre o lençol


freático;

-A falta de controle na construção (erros na compactação de camadas que


diminuam permeabilidade, por exemplo) e na manutenção (entupimento dos
caminhos de condução da água na estrutura);
A durabilidade dos pavimentos permeáveis é compatível ou menor que os
convencionais, dependendo do caso.

Clima frio pode apresentar desafios especiais quando necessário remover neve. No caso
do Brasil, esta preocupação inexiste.

Pavimento permeável pode não ser adequado quando a declividade do local for
superior a 20 por cento. A chave é assegurar que a drenagem de outras partes de
um site seja interceptada e tratada separadamente no local.

2.4 – APLICAÇÃO

• Áreas industriais;
• Galpões;
• Pátios;
• Ruas com tráfego leve;
• Condomínios e Conjuntos Habitacionais;
• Praças;
• Calçadas;
• Estacionamentos.

2.5 – TIPOS DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS POROSOS:

Os pavimentos permeáveis são usualmente classificados em: de asfalto, de


concreto, pedras britadas ou grama adensada em estruturas de concreto ou de PVC
e bloco em paralelepípedo.

2.5.1 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO A COMPOSIÇÃO:

a) Pavimentos de asfalto poroso

- A camada superior (o revestimento asfáltico) é composta de forma similar às


convencionais, mas com retirada de fração de areia fina (graduação aberta) da
mistura dos agregados do pavimento. É conhecida como "camada porosa de asfalto
(ou atrito)" (CPA). Essa graduação resulta em uma mistura asfáltica que pode conter
de 18% a 25% de vazios, permitindo rápida percolação da água. Além de sua
função, o CPA apresenta outras vantagens como o aumento da aderência pneu-
pavimento e a redução de ruído (Bernucci et. al., 2008).

Figura 16 – Seção de asfalto Figura 17 – Percolação da água

b) Pavimentos de concreto poroso:


A camada superior de concreto poroso é composta a partir de conceito similar
ao do CPA (camada porosa de atrito), com retirada de fração de areia fina da
mistura dos agregados do pavimento. Como resultado consegue-se de 15% a 25%
de3Pavimentos Permeáveis e sua influência sobre a Drenagem de vazios. Como
consequência, também apresenta menor resistência em relação ao concreto comum
e éindicado apenas para locais de tráfego leve ou pouco intenso.

Figura18 – Concreto Poroso


c) Pavimento de blocos de concreto vazado:
Os blocos de concreto vazado são assentados sobre material granular, como
areia, e preenchidos com vegetação rasteira, como grama. Filtros geotêxteis, as
serem colocados sob a camada de areia, são importantes para prevenir o
carreamento de areia fina para as camadas granulares inferiores.

Figura 19 – Bloco de concreto vazado

d) Pavimento de blocos de concreto e paralelepípedos:


A permeabilidade desse tipo de pavimento, que já é menor que a dos demais
tipos de pavimento permeável, diminui com o tempo (ou seja, com a passagem de
tráfego) e chega a metade do valor original após apenas cinco anos de vida em
média (Madrid, 2010). Outro revestimento semirrígido e modular é o composto por
paralelepípedos. As considerações em relação à permeabilidade e o material
granular de assentamento são similares às apresentadas para os blocos de
concreto. A principal diferença é que para os paralelepípedos a permeabilidade do
material em si não pode ser condicionada (natureza da rocha), enquanto para os
blocos é possível utilizar concreto poroso como forma de melhorar o desempenho do
sistema.
Figura 20 – Paralelepípedo
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema de pavimentação permeável é uma medida de controle


compensatória que tem por finalidade principal promover a infiltração e o
armazenamento das águas da chuva. Há diversos benefícios em relação a
infiltração, dentre os quais destacam-se: recarga das águas do subsolo, a redução
do escoamento superficial e a melhoria da qualidade da água. Porém, alguns
conceitos devem ser verificados para garantir que o sistema funcione corretamente e
atenda as funções as quais foi concebido.

Ao longo dos anos, no gerenciamento da drenagem urbana tem-se procurado


a redução na frequência e na severidade das inundações a jusante das bacias
hidrográficas. Isso, certamente demandou do meio técnico um esforço no sentido de
propor medidas mitigadoras e/ou compensatórias inovadoras, na medida em que
estas possuem enfoque diferente daquelas propostas pelo modelo higienista, pois
atuam diretamente na qualidade da água e na quantidade de escoamento
direcionado à macrodrenagem.

Na engenharia de transportes os revestimentos permeáveis são eficientes no


controle de derrapagem, da aquaplanagem e do spray, na medida em que permitem
a percolação dentro da estrutura do pavimento eliminando a lâmina d’água sobre a
camada superficial, ou seja, do revestimento. O pavimento permeável auxilia ainda
no controle da erosão do solo urbano.
Para, verificar se o pavimento é, efetivamente permeável deve-se determinar
o coeficiente de permeabilidade do pavimento acabado. Valores de coeficiente de
permeabilidade acima de 10-5 m/s atestam que o pavimento irá funcionar de forma
adequada. Para pavimentos permeáveis com juntas alargadas deve-se especificar
largura de juntas com no mínimo 5% de área abertas em relação à área total do
pavimento.

Por fim, cabe ressaltar que a utilização de pavimentos permeáveis ainda é


uma tecnologia nova, porém, é uma tendência moderna na área de drenagem
urbana, auxiliando nas soluções de projetos estruturais que continuam sendo os
mais utilizados no país. Após o estudo técnico adequado, deve-se pensar para as
novas construções a utilização de pavimentos permeáveis, pois ainda que sejam
utilizadas as tecnologias de drenagem tradicionais, como galerias, bocas-de-lobo,
sarjetas entre outras, o pavimento permeável, ajudará na minimização dos impactos
decorrentes de enchentes, garantindo ainda uma melhor qualidade da água.

4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Artigos Científicos ou Periódicos:


ALVES FILHO, A. P.; RIBEIRO, H. Configuração espacial de eventos de
precipitação extrema na região metropolitana de São Paulo: interações entre a ilha
de calor e a penetração da brisa oceânica. INTERFACEHS, 2006.

ARAÚJO, P. R., TUCCI, C. E. M., GOLDEFUM J. A. Avaliação da eficiência


dos pavimentos permeáveis na redução do escoamento superficial. Instituto de
Pesquisas Hidráulicas da UFRG. Porto Alegre, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Peças de concreto


para pavimentação – Especificação. NBR 9781. Rio de Janeiro, 1987.

DAEE/CETESB. Drenagem Urbana: Manual de Projeto. 2ª edição. São Paulo,


1980.
_______________. Solo - Índice de Suporte Califórnia. NBR 9895. RJ, 1987.

_______________. Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de


solos granulares à carga constante -Método de Ensaio. NBR 13292. RJ, 1995.

_______________. Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de


solos argilosos a carga variável. NBR 14545. RJ, 2000.

_______________. Agregado graúdo - Ensaio de abrasão “Los Angeles”.


NBR NM 51. RJ, 2001.

_______________. Agregados. Determinação da massa unitária e do volume


de vazios. NBR NM 45. RJ, 2006.

Internet (Imagens e Fotos)


http://hacksdaengenharia.blogspot.com/2016/10/pavimento-permeavel-
tecnologia-que-pode.html

http://globalpav.pt/produtos/paviston-betao-poroso/

http://piniweb17.pini.com.br/construcao/tecnologia-materiais/prefeitura-de-sao-
paulo-testa-pavimentos-permeaveis-para-regioes-de-156117-1.aspx

http://www.concreserra.com.br/produto/piso-grama
5 – ANEXO

Anexo 1
Anexo 2

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