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Drenos Subterrâneos -

Envoltórios

6. DRENOS SUBTERRÂNEOS -
ENVOLTÓRIOS

1. Introdução

Envoltório é todo material mineral, sintético ou


vegetal, colocado ao redor do tubo de drenagem, Em solos de baixa ou nula estabilidade estrutural,
com a finalidade de propiciar condições para que o carreamento, pela água, de partículas do solo
o gradiente hidráulico na interfase solo-envoltório para o interior do tubo-dreno pode redundar no
seja mantido baixo. Deve facilitar o fluxo da água, colapso do sistema, o que deve ser evitado com o
do solo para o dreno, permitindo que sua emprego de envoltório apropriado quanto ao tipo
velocidade, nos poros, se mantenha baixa, e que e ao dimensionamento.
a desagregação do solo e o carreamento de
partículas para o interior do dreno sejam mínimos. O emprego de envoltório ao redor do dreno, foi
concebido, durante muitos anos, como material
Diversos tipos de material são colocados ao redor filtrante (10), o que contrasta com os conheci-
de drenos entubados com a finalidade de evitar o mentos atuais, que mostram que a função principal
carreamento de partículas do solo para o seu do envoltório é facilitar o fluxo da água do solo
interior. O carreamento pode causar entupimento para o tubo-dreno.
do dreno ou até mesmo do envoltório, quando este
não é bem selecionado e, com isso, levar o sistema O envoltório não deve atuar como filtro pelo fato
de drenagem ao completo fracasso. de que todo filtro tende a se entupir com o tempo,
o que resulta na elevação do lençol freático e no
Como envoltório pode ser empregado material conseqüente aumento do gradiente hidráulico na
sintético ou manta, material orgânico natural ou interface solo-envoltório. Isto pode provocar erosão
material de origem mineral. interna do solo ou o fenômeno de tubificação (2)
pelo arraste de grande quantidade de finos do solo
São apresentadas formas de, em função do tipo de para o interior do dreno.
solo, prever a necessidade de envoltório e também
a metodologia adotada pelo Serviço de Conservação A tubificação (piping) pode resultar na formação
de Solos dos Estados Unidos, para sua seleção, de cavernas no solo e como conseqüência no
bem como exemplo prático do seu emprego. desalinhamento de drenos e falha da linha afetada.

Solos bem estruturados, com grande poder de A ocorrência deste fenômeno é comum em solos
coesão de suas partículas, como os podzolos e pouco ou não estruturados (6), principalmente
latossolos, podem dispensar o uso de envoltório, naqueles com texturas variando de siltosa grosseira
enquanto que para solos não coesivos, do tipo a areia média.
siltoso, solos com predominância de areia fina e
aqueles com alta incidência de argila expansiva O material colocado ao redor do tubo deve
e/ou grande capacidade de dispersão, o emprego funcionar como "envoltório", devendo sempre
de envoltório é indispensável. possuir condutividade hidráulica muito superior
àquela do solo a ser drenado e área de fluxo, na
Envoltórios de cascalho, brita ou areia grossa interfase solo-envoltório, suficientemente grande
lavada são tecnicamente os mais recomendáveis para que a velocidade da água seja suficien-
para uso na drenagem de qualquer tipo de solo. temente pequena, nessa zona de transição, para

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Drenagem como Instrumento de Dessalinização e
Prevenção da Salinização de Solos

evitar a desagregação e carreamento de partículas Empregando-se a fórmula de Darcy para o fluxo


do solo para o envoltório e tubo-dreno. Dessa de água em um solo saturado tem-se:
forma o envoltório e o tubo condutor não correrão Fluxo no ponto de área A1 -Q1 = Ki1 A1
o risco de se tornarem assoreados e até mesmo Fluxo no ponto de área A2 -Q2 = Ki2 A2
entupidos pelo material carreado.
Q1 = Vazão por metro linear de tubo no ponto de
Um envoltório (8) para ser bastante eficiente deve área A1
preencher três condições fundamentais que são: K = Condutividade hidráulica do horizonte do solo
ser formado de material bastante permeável, propi- em contato com o envoltório
ciar grande área de fluxo para o dreno e ser durável. i1 = Gradiente hidráulico no ponto A1
A1= Área de fluxo por metro de superfície cilíndrica
É desejável que tenha também a vantagem de Q2 = Vazão no ponto A2
facilitar o alinhamento do dreno e melhorar a sua i2 = Gradiente hidráulico no ponto A2
base de apoio. A 2 = Área de fluxo por metro de superfície
cilíndrica
De acordo com o Serviço de Conservação de Solos
dos EE.UU. (11) o uso de envoltório pode propiciar Como Q1 tem que ser igual a Q2 e a condutividade
condições do dreno trabalhar com velocidades hidráulica é a mesma para ambos os pontos, por
mínimas de fluxo da água, não havendo pratica- trata-se de mesmo solo, tem-se:
mente limitação de velocidade quando é empre- i1 A1 = i2 A2
gado envoltório de areia grossa lavada ou cascalho
porque a presença de suspensões na água, possíveis Assumindo-se A1 = 2A2 resulta
de decantar, deverá ser mínima. 2A2 i1 = ia2 A2
i2 = 2i1

2. Gradiente hidráulico O que mostra que o gradiente hidráulico aumenta


nas proximidades do dreno e que, aumentando-se
A convergência de fluxo, nas imediações do dreno, o raio efetivo do dreno, diminui-se o gradiente
faz com que haja um aumento do gradiente hidráu- hidráulico nas suas imediações.
lico, conforme ilustrado na figura 01, assumindo-
se: Como Ki=V, sendo V a velocidade de fluxo de
• solo homogêneo uma lâmina de água através da seção "A", tem-se
• lençol freático acima do dreno ao mesmo tempo para a condição pré-fixada que
• dreno trabalhando cheio V2=2V1
• fluxo uniforme ao redor do dreno
3. Área efetiva de fluxo para o dreno

O fluxo da água do solo para o interior do tubo


dreno ocorre pela interface solo-área, perfurada
do tubo ou pela interface solo-envoltório. A área
efetiva de fluxo é obtida em cm2 por metro de
tubo.
Raio A função do envoltório é facilitar a captação e fluxo
da água do solo para o tubo, enquanto que este
Fig. 1 - Desenho esquemático de dreno entubado tem a função principal de conduzir o excesso de
com envoltório de cascalho. água para fora da área a ser drenada.

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Drenos Subterrâneos -
Envoltórios

Quanto maior for a área de fluxo, maior será a satisfatoriamente porque dentro das corrugações o
capacidade de captação de água pelo dreno. solo não é naturalmente compactado. Nesses
intervalos a permeabilidade se mantém alta,
Drenos com área de captação reduzida podem resultando em uma área efetiva de fluxo que em
levar o sistema de drenagem a funcionar de alguns solos pode ser suficiente, o que não aconte-
maneira inadequada ou a um completo fracasso ce com manilhas de argila ou tubos de pvc de
devido à resistência enfrentada pela água para paredes lisas.
atingir o interior do tubo, o que resulta na elevação
do lençol freático. A seguir são mostradas representações esque-
máticas de áreas de fluxo para diversos tipos de
Em solos de boa estabilidade estrutural o emprego tubos e envoltórios, conforme ilustrações constan-
de tubo corrugado, sem envoltório, pode funcionar tes das figuras 2 a 8 a seguir:

Área de fluxo = 0,50% da área externa do tubo ou 15,7 cm2 por metro tubo
Fig. 2 - Manilha de argila sem envoltório

Área de fluxo __ 0,64% = 20,0 cm2 / m de tubo


Fig.3 - Tubo de pvc liso recortado ou perfurado e sem envoltório.

Fig. 4 - Tubo de pvc ou polietileno corrugado sem envoltório


Área de fluxo __ 0,51% = 15,6 cm2 / m de tubo. Neste caso, devido ao tipo de contato do solo com as corrugações
internas, o fluxo é bem mais facilitado que nos casos anteriores, o que se traduz em uma convergência de fluxo
bastante menor que a relação entre áreas total e perfurada. Neste caso o solo não é adensado dentro das corrugações
situadas principalmente na metade inferior do tubo, oque eleva a área efetiva de fluxo para algo ao redor de 20 a
30% da área externa do tubo

Área de fluxo __ 50% - em relação ao diâmetro externo do tubo.


Fig. 5 - Tubo de plástico corrugado com envoltório de material sintético

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Prevenção da Salinização de Solos

Área de fluxo = 100% da área externa do envoltório.


Fig. 6 - Tubo com envoltório de cascalho, brita ou areia grossa lavada

Área efetiva de fluxo = 100% da área externa do envoltório.


Fig. 7 - Tubo corrugado com envoltório de fibra de coco

Área de fluxo = 100% da área externa do envoltório.


Fig. 8 - tubo de pvc liso com esferas de STYROPOR coladas com cola PVA diluída em água a 50% e envoltório
sintético.

4. Avaliação da Necessidade de Uniformidade de Distribuição das partículas (U)


Envoltório
É assumida a relação U = d60 / d10, sendo que
Solos de baixa ou nula força de coesão, por d60 corresponde ao diâmetro máximo das partículas
possuírem textura arenosa ou siltosa, como as do solo onde uma peneira deixa passar 60% do
areias quartzosas, regossolos e aluvionais leves, material e d10 o diâmetro máximo das partículas
bem como solos dos tipos vertissolos e solos onde somente 10% do solo passa em uma
aluvionais, que contenham altos teores de argila determinada malha. Assim, a tendência de
expansiva, além dos solos dispersivos do tipo sedimentação, no dreno, de partículas carreadas
bruno não cálcico, necessitam de envoltório como do solo, seria dada pelas seguintes faixas de
forma de minimizar o carreamento de partículas valores:
do solo para o sistema de drenagem.
U 15 - sem tendência a sedimentação
Já tem sido feitas algumas tentativas para avaliar U - 5 a 15 - pouca tendência a sedimentação
a necessidade do emprego de envoltório (4, 11) U 5 - alta tendência a sedimentação
em drenos subterrâneos conforme segue:

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Envoltórios

A relação argila/silte Após meia hora de agitação o conteúdo das


se > 0,5 - baixa possibilidade de sedimentação peneiras é analisado para determinação do peso
dos agregados em cada peneira e avaliação da
Índice de plasticidade (IP) estabilidade estrutural dos agregados.
IP > 12 - sem tendência a sedimentação
IP - 6 - 12 - pouca tendência a sedimentação Teste de desintegração ou dispersão do solo em
IP < 6 - alta tendência a sedimentação água, em repouso

Avaliação da necessidade com base na textura Esse teste dá uma idéia geral da estabilidade
do solo estrutural da amostra e ou da erodibilidade do solo,
de acordo com o grau de desintegração da amostra
A necessidade do emprego de envoltório seria deixada em água por horas ou dias (5). Trata-se de
avaliada com base em dados constantes da tabela um método simples, prático e barato de se avaliar
1, anexa, preparada pelo Serviço de Conservação a necessidade do emprego de envoltório na
de Solos dos Estados Unidos, onde é feita recomen- drenagem de um determinado horizonte de solo.
dação para o emprego de envoltório tomando Para o teste são necessários dois vasilhames (figura
como base a textura do solo. 9) , concêntricos, preferentemente de plástico
transparente. O interno com cerca de 10 cm de
Teste de estabilidade dos agregados do solo, em diâmetro e 5 a 10 cm de altura e o externo, com
água, com agitação cerca de 20 cm de diâmetro e altura semelhante.

Consiste em analisar amostras quebradas a mão e O recipiente interno deverá ter, para entrada da
secas ao ar, empregado conjunto de peneiras água, perfurações pequenas no fundo, situadas
acopladas de 2,0; 1,0; 0,5; 0,25; e 0,01 mm de próximas das paredes deste, conforme figura 9,
malha que é colocado dentro de um recipiente devendo ser colocado no centro do vasilhame maior
com água. A amostra de terra é despejada na e sobre 3 pontos de apoio que permitam que a
peneira superior, de 2,0 mm , sendo o conjunto água, ao ser adicionada lentamente no recipiente
de peneiras agitado mecanicamente sob a água. externo, penetre neste de baix o para cima.

Fig. 9 - Esquema do equipamento e teste

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Drenagem como Instrumento de Dessalinização e
Prevenção da Salinização de Solos

Tabela 1
Avaliação da Necessidade de Envoltório em Função do Tipo de Solo (*)

DESCRIÇÃO DO SOLO NECESSIDADE VELOCIDADE DE FLUXO


DE ENVOLTÓRIO DA ÁGUA NO DRENO
Arenosos com granulometria uniforme
Arenosos cascalhentos

Arenoso-siltosos
Silto-arenosos com granulometria uniforme Sim Sem restrição
Siltosos inorgânicos e areias finas
Solos pulverulentos siltosos ou argilo-arenosos
finos com baixa plasticidade

Micáceos
Solos siltosos
Siltosos Expansivos

Cascalhentos de granulometria não uniforme Sujeito a avaliações Sem restrição quando


Arenoso cascalhento com nenhum ou pouco fino de estabilidade empregado envoltório.
Areno argiloso ou argilo arenoso de granulometria não estrutural in-loco
uniforme

Areno argiloso
Argilo siltoso de granulometria não uniforme Deve ser mínima de
0,30 m/s quando não é
empregado envoltório.
Cascalhento siltoso
Siltoso argilo cascalhento de granulometria
não uniforme

Areno siltoso
Silte arenoso de granulometria não uniforme

Cascalhento argiloso ou argiloso cascalhento Sem restrição para solos


Argilo arenoso cascalhento de granulometria com pouca quantidade de
não uniforme finos

Argiloso orgânico de média a baixa plasticidade

Arenosos com predominância de areia grossa Quando for usado


Arenosos cascalhentosCascalhentos tubo flexível pode
de granulometria não uniforme ser necessário

Cascalhentos uniformes Com tubos de superfície Para solo com apreciável


Arenosos cascalhentos com poucos finos lisa é sempre necessário quantidade de finos
Arenoso uniformes a velocidade mínima
deve ser de 0,30 m/s
Solos inorgânicos
Argila expansiva (fat clay)

Siltosos orgânico de baixa plasticidade


Argiloso siltoso orgânico de baixa plasticidade
Argilo orgânico de média e alta plasticidade
Turfosos

(*) Segundo o U.S. Department of Agriculture - Drainage of Agricultural Land

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Envoltórios

No centro do recipiente interno são colocados técnica de instalação de drenos apropriada para
fragmentos da amostra do solo a ser testado. A este tipo de solo.
seguir adiciona-se água suavemente ao cilindro
Este método, embora prático e simples, necessita
externo, até que esta, após penetrar no cilindro
de repetições com amostras de solo provenientes
interno, através dos furos situados na parte inferior,
de áreas drenadas onde a decantação de partículas,
cubra totalmente a amostra. Anota-se então o
tanto no tubo dreno como no envoltório, tenha sido
tempo e dá-se o teste por iniciado.
quantificada para serem então feitas comparações
quantitativas entre a estabilidade dos agregados
Deve ser observado o comportamento dos
destes solos em água e a decantação ocorrida no
agregados, ao serem inundados e acompanhadas
campo, considerando-se os tipos e dimensão dos
as alterações posteriores até que seja atingido um
envoltórios dos solos estudados.
equilíbrio.

Na tabela 02 são apresentados resultados de


São então feitas leituras das alterações, nos agrega-
análise visando definir a estabilidade estrutural de
dos, provocadas pela água, a qual , deve ter quali-
6 amostras de solo.
dade próxima daquela a ser usada na irrigação.

Considerações
De início, as leituras podem ser feitas a cada 5 a
10 minutos, passando para intervalos de 1,0 hora
Até o momento não existe nenhum método,
e depois para intervalos maiores, que podem ser
consagrado internacionalmente, de avaliação da
superiores a 12 horas, ou a critério do condutor do
necessidade de envoltório em drenos subterrâneos.
teste. O importante é que todas as alterações sejam
anotadas.
Para as 6 amostras de solos estudadas, nenhum
dos métodos ou parâmetros sugeridos foi efetivo
Se a água, ao penetrar no recipiente interno não
na avaliação da necessidade do emprego de
desagregar ou desagregar parcialmente os
envoltório em drenos subterrâneos. Com base no
fragmentos do solo é porque o mesmo possui alta
exposto, acredita-se que não servirão de base para
estabilidade estrutural, o que dispensa o emprego
avaliar a estabilidade estrutural dos solos tropicais
de envoltório como forma de evitar a desagregação
encontrados no Brasil.
e carreamento de partículas para o dreno.
Com relação ao teste de dispersão do solo em água,
Quando a água se mantiver límpida, mesmo que em repouso, considerando a sua praticidade e
ocorra desagregação total da amostra, o solo pode custo, este pode ser muito útil. Há necessidade de
ser considerado como regular ou não problemático maiores estudos visando definir valores quantita-
em termos de drenagem subterrânea podendo, no tivos e assim consagrá-lo como método confiável.
caso dos solos podzólicos, ser dispensado o uso
Em nosso caso é sabido que os latossolos testados
de envoltório como forma de reter finos do solo.
apresentam alta estabilidade estrutural enquanto
Tratando-se de solos com altos teores de argila
que o solo bruno não cálcico é instável em água.
expansiva, o emprego de envoltário é
Quanto ao podzolo testado, o sistema de drenagem
recomendável.
implantado na área há mais de 5 anos, com
envoltório de cascalho, apresenta-se quase que
Para solo que se desagregue, com a formação de
totalmente isento de finos do solo, o que indica
suspensão de partículas, criando turbidez na água
que o emprego de envoltório, como forma de evitar
e posterior decantação do material, fica evidente
a desagregação e carreamento de partículas, é
que o mesmo não possui estabilidade estrutural.
dispensável.
Neste caso é indispensável o uso de envoltório e

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Drenagem como Instrumento de Dessalinização e
Prevenção da Salinização de Solos

Quanto aos vertissolos, crê-se que não haverá Mandacarú, onde a drenagem subterrânea foi
problema quando empregado envoltório de cascalho instalada com condições especiais para o tipo de
fino ou areia grossa lavada, desde que o material solo.
de aterro seja razoavelmente compactado para
diminuir os vazios e assim reduzir a possibilidade 5. Escolha do envoltório
de esboroamento do solo quando umedecido. O
envoltório de cascalho ou areia deve, por medida A escolha do envoltório deve, de uma maneira
de segurança, ser coberto com uma lâmina de geral, ser feita em função do custo final do material
polietileno. Esse tipo de envoltório em vertissolo, colocado no local da obra, custo de instalação e
bem como envoltório sintético de poliester agulhado efetividade do material como envoltório.
está funcionando satisfatóriamente no Projeto
Em casos de drenos onde o envoltório não

Tabela 2 - Análises de Amostras de Solo Visando Definir Estabilidade dos


Agregados
ANÁLISE DE AMOSTRAS DE SOLO - FÍSICA E QUÍMICA
Nr. da Tipo GRANULOMETRIA ANÁLISE QUÍMICA
Amostra de Solo Argila Silte A.Fina A.Grossa Classif. pH Ca+Mg M.O. p g/l K H+AL Estabilidade
Textural H20 me/100ml g/l (%) dos Agregados Índice de Estabilidade dos
em água Plasticidade Agregados em
(com agitação) (IP) água (em repouso)
01 VERTISSOLO 49 18 20 13 Argiloso 8,3 38,7 0,4 3,2 32 0 1,30 27,48 Amostra se desagregou
(Mandacarú) lentamente (quase
3 horas)A água se
manteve límpida.
02 VERTISSOLO 26 11 25 38 F. 8,9 27,6 0,4 4,3 21 0 3,17 27,63 Amostra se desagregou
(Tourão) Arenoso totalmente em
40 minutos. Água
límpida.
03 BRUNO 72 20 05 03 M. 9,1 11,7 0,3 1,9 43 0 0,45 12,34 Amostra se desgregou
NÃO Argiloso cerca de 40% em 1,30
CÁLCICO Argiloso horas ao mesmo tempo
(Juazeiro) em que houve
dispersão. Na próxima
leitura (17 horas após),
a amostra estava toda
desagregada. A água se
tornou totalmente turva
em ambos os
vasilhames devido a
intensa dispersão de
partículas do solo que
se decantaram
formando uma lama.
04 LATOSSOLO 67 09 13 11 M.Argiloso 5,2 0,2 1,6 0,3 4 2,0 2,58 12,82 A amostra se
(Brasilia - Via rompeu parcialmente
Estrutural) em blocos sem que
tenha se evidenciada
uma desagregação.
Água límpida.
05 LATOSSOLO 39 15 17 29 Argiloso 5,6 0,6 1,1 0,4 16 0,7 3,82 13,66 A amostra se rompeu,
(Brasília - Arenoso dividindo-se em blocos
Asa Norte) menores. Água límpida.
06 PODZOLO 18 8 52 15 Franco 5,3 Em contato com a água
(Bebedouro) Arenoso os agregados, secos ao
ar, se desagregaram
rapidamente (menos de
1minuto). Não houve
dispersão. Água límpida.

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Drenos Subterrâneos -
Envoltórios

funcionou satisfatoriamente (14), o problema foi Para a drenagem de solos com altos teores de
resolvido com a eliminação das partículas finas e argila expansiva admite-se ser fundamental o uso
o conseqüente aumento da condutividade hidráu- de envoltório de brita fina ou areia grossa lavada
lica, o que reforça a importância de trabalhar-se como forma de reduzir o gradiente hidráulico na
com envoltório de material de alta condutividade interface solo-envoltório e assim evitar a
hidráulica. desagregação e o arraste de partículas do solo
para o dreno.
O envoltório pode ser de material sintético ou
natural. Tratando-se de solos de baixíssima estabilidade dos
agregados, como solos dispersíveis, tudo indica que
Como envoltório sintético, podem ser empregados, a drenagem subterrânea pode ser muito problemá-
mantas de nylon, de poliester ou outro material tica; neste caso somente envoltório de brita fina
apropriado. ou areia grossa lavada cobertos com lâmina de
material plástico, poderia ser apropriado.
Como envoltório natural podem ser empregados
fibra de casca de coco, palhas, sabugo de milho, Em solos ricos em ferro e manganês, não é
areia grossa lavada, cascalho, ou brita ou ainda recomendado o emprego de envoltório de fibra de
outros materiais de alta permeabilidade. vidro (15) e também de material orgânico (11) pelo
fato de entupirem-se com facilidade devido à ação
A seleção do tipo de envoltório a ser utilizado vai dos óxidos desses metais, sendo que fibra de vidro
depender do conhecimento de vários fatores, tais não resultou em bom evoltório.
como:
Fibra de vidro mostrou, com o tempo ser um
• Perfil do solo nas imediações do dreno. material não recomendado para uso como
• Disponibilidade de material apropriado nas envoltório porque se degrada facilmente devido a
proximidades da área a ser drenada, incluindo ataques químicos.
custo de transporte e limpeza.
• Tipo de tubo-dreno a ser instalado. Disponibilidade de material
• Características pluviométricas da região.
Muitas vezes não existe material apropriado nas
Tipos de solo imediações da área a ser drenada. Desta forma o
custo do envoltório natural pode ficar muito alto
Nos Estados Unidos (9) existem milhares de devido aos custos de coleta, limpeza e transporte.
hectares de terras drenadas, com resultados Isto pode ser ainda agravado pelas condições
satisfatórios, sem o emprego de qualquer tipo de oferecidas por terrenos baixos e úmidos como as
envoltório. Não são feitas no entanto, referências várzeas, onde geralmente é problemática a
aos tipos de solo. movimentação de máquinas ou equipamentos que
transportem cascalho, areia ou brita. Em situações
Solos com predominância de areia fina são os mais como essas, o emprego de envoltório sintético ou
difíceis de drenados (3), vindo a seguir os solos de material orgânico pode ser bem mais prático e
siltosos. Para estes solos o emprego de envoltório econômico.
é indispensável, sendo mais indicados envoltórios
de cascalho, brita, areia grossa lavada ou material Tipos de dreno
selecionado, segundo método do SCS dos
Estados Unidos, por resultarem em raio hidráulico Para drenos formados por tubos corrugados,
alto. principalmente aqueles que apresentem perfura-

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Drenagem como Instrumento de Dessalinização e
Prevenção da Salinização de Solos

ções em todas as corrugações, o envoltório de solo representativa de uma área ou setor,


sintético apresenta condições satisfatórias, enquan- prepara-se a curva de distribuição granulométrica.
to que não é recomendável o seu uso quando se Calcula-se então os limites granulométricos
trabalha com manilhas de argila ou cimento ou máximo e mínimo que o material deverá ter para
tubo plástico liso perfurado para este fim. ser utilizado como envoltório. O cálculo é feito
tomando-se como base o valor do diâmetro de
O emprego de manilhas em drenagem subterrâneas partículas de solo que corresponde a 50% da massa
é atualmente uma técnica totalmente superada. submetida a análise granulométrica. Este é o
diâmetro em que, teoricamente, uma peneira ou
tamis deixaria passar somente 50% da amostra de
Influência do clima terra preparada para este fim.

É importante considerar as condições climáticas O valor D50 proveniente da curva granulométrica


quando se pretende empregar envoltório orgânico. é então multiplicado pelos números 12 e 58, para
Em regiões temperadas este tipo de material muitas se obter os limites mínimos e máximos de
vezes funciona satisfatoriamente, enquanto que em diâmetro que 50% da massa de solo pode ter
regiões tropicais se deteriora com muita facilidade, para ser uilizada como envoltório.
podendo se transformar em uma massa relativa-
mente impermeável em curto período de tempo, A seguir, toma-se o valor D15 que representa o
o que dificulta o fluxo de água para o dreno e, em diâmetro em que somente 15% do solo passa pelo
conseqüência, pode causar o fracasso do sistema. tamis e multiplica-se por 12 e por 40, obtendo-se
Em sistema de drenagem por tubos corrugados, assim os limites que um envoltório deverá
instalado com envoltório de fibra de coco em solo apresentar em sua fração fina de 15%.
do tipo latossolo arenoso do projeto Bebedouro,
situado no semi-árido, o envoltório se decompos As especificações podem ser representadas da
em proporções estimadas de 90% na parte superior seguinte forma:
e 10% na parte inferior, após 22 meses da D50 envoltório
= 12 a 58 (1)
implantação do sistema (junho/88) embora os D50 solo
drenos continuassem funcionando satisfatoriamente D15 envoltório
= 12 a 40 (1)
. As precipitações da área são da ordem de 410 D15 solo
mm/ano e a umidade relativa de cerca de 65%.

Seleção do material para envoltório Para solos e envoltórios com partículas distribuídas
com base em análise granulométrica uniformemente, poderá ser utilizada a seguinte
relação:
A seleção do material pode ser feita com base nos D15 envoltório
< 5 (3)
princípios adotados pelo Serviço de Conservação D85 solo
de Solos dos EEUU (11) procedendo-se da seguinte
maneira: Faz-se a análise granulométrica de
amostra representativa do horizonte do solo situado Ainda, segundo a mesma fonte, todos os
na profundidade pretendida para a instalação do envoltórios devem ser formados de material com
sistema de drenagem. O número de amostras a diâmetros inferiores a 1 1/2" sendo, 90% com
serem coletadas vai depender da uniformidade dos diâmetro inferior a 3/4" e não mais que 10% do
solos nos locais dos drenos. material deve passar através da peneira nº 60
(aprox. 0,2 mm).
De posse da análise granulométrica da amostra

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Drenos Subterrâneos -
Envoltórios

Exemplo Prático O método de seleção do tipo de envoltório natural


adotado pelo Serviço de Conservação de Solos dos
A análise granulométrica de uma amostra de solo, EEUU é importante, considerando-se que, com
conforme a figura 10, revelou que 50% de sua fração base nos seus princípios, pode muitas vezes ser
é formada de partículas com diâmetro igual ou selecionado para envoltório, material de jazidas
inferior a 0,0058 mm (D50 < 0,0058), e que a fração situada nas imediações da área a ser drenada.
correspondente aos últimos 15% da amostra tem
diâmetro igual ou inferior a 0,0008 mm. Empre- Quando empregado envoltório natural, deve ser
gando-se as equações (1) e (2) obtêm-se os limites colocada ao redor do dreno (11) uma camada
máximos e mínimos para as frações D50 e D15 do mínima de 3 polegadas, sendo mais recomendado
envoltório, conforme segue: 4 polegadas. Também, segundo o Bureau of
Reclamation (12), uma camada de 3 polegadas
Tomando-se (1) tem-se: de espessura pode funcionar satisfatoriamente,
D50 envoltório = 12 x D50 solo (limite inferior) sendo no entanto, por motivos práticos, mais
D50 envoltório = 58 x D50 solo (limite superior) conveniente colocar 4 polegadas.

Onde: Como a maior parte do fluxo da água para o dreno


D50 envoltório = 12 x 0,0058 = 0,070 mm se dá principalmente pela parte inferior e pelas
D50 envoltório = 58 x 0,0058 = 0,336 mm laterais (10), ou praticamente dobra na metade
inferior do dreno (1), conclui-se que o desempenho
A fração D50 do envoltório tem que se situar entre da porção inferior do envoltório é bem maior que
os valores 0,070 e 0,336 mm de diâmetro das o da parte superior, o que pode resultar em
partículas. economia de material, quando utilizado envoltório
natural, pela redução da espessura do envoltório
Tomando-se (2) tem-se: sobre o dreno. Nas proximidades da área a ser
D15 envoltório = 12 x D15 solo (limite inferior) drenada pode existir material apropriado para
D15 envoltório = 40 x D15 solo (limite superior) envoltório como cascalho, areia grossa ou outro
material grosseiro. O material poderá ser utilizado
Donde: em estado natural, se estiver limpo, ou após lavado
D15 envoltório = 12 x 0,0008 = 0,01 mm ou peneirado, se contiver quantidades prejudiciais
D15 envoltório = 40 x 0,0008 = 0,032 mm de finos do solo.

A fração D15 do envoltório deve situar-se entre os Areia grossa lavada, cascalho ou brita não
valores 0,01 mm e 0,032 mm. apresentam restrições técnicas de uso como
envoltório, por funcionarem adequadamente para
Na Figura 10 é apresentada curva proveniente de qualquer tipo de solo. A existência de qualquer
resultados reais de análise granulométrica de um um destes materiais, a preços competitivos, dispen-
solo denominado delta, onde são plotados os sa a necessidade de serem feitas análises mecânicas.
limites para D50 e D15 de material julgado
apropriado para envoltório. É importante considerar-se que uma adequada
seleção do envoltório deve ser acompanhada de
Considerações uma instalação também adequada. É essencial que
a instalação de drenos, principalmente em solos
Com base no exposto, é de se notar que um solo problemáticos, seja feita em ausência de lençol
siltoso pode teoricamente servir como envoltório freático.
de tubo-dreno instalado em solo argiloso. A deposição de partículas do solo nos tubo-drenos

65
Drenagem como Instrumento de Dessalinização e
Prevenção da Salinização de Solos

Fig. 10 - Exemplo de envelope segundo o U.S.SCS.

geralmente se dá imediatamente depois do aterro 3. Em solos ricos em ferro e manganês, envoltórios


da vala (7) quando não é feita uma ligeira orgânicos são problemáticos devido à formação
compactação do material colocado sobre o dreno. de óxidos que podem levar, em curto período de
tempo, a uma grande redução da permeabilidade
Nos projetos da CODEVASF a compactação tem do envoltório e conseqüente falha do sistema.
sido feita manualmente, em camadas de 40 cm
de aterro, sendo finalizada pela simples passagem 4. Envoltórios sintéticos apresentam melhores
das rodas de patrol ou retro-escavadeira, devendo condições de funcionamento quando são instalados
ser deixada uma pequena elevação para com drenos corrugados com perfurações em todas
compensar o acamamento do solo, o que as corrugações. Para manilhas de barro ou cimento
aparentemente tem dado bons resultados. ou tubo liso perfurado de pvc este tipo de
envoltório não funciona.

6. Conclusões 5. Não havendo disponibilidade, nas proximidades


da área, de material apropriado para envoltório,
1. Em solos bem estruturados, a não utilização de ou em caso do preço do transporte ser muito alto,
envoltório pode dar resultados satisfatórios sendo, ou ainda quando não existam condições de acesso
no entanto, aconselhável o seu uso para facilitar o do material para a área, o emprego de envoltório
fluxo da água do solo para o tubo, o que pode sintético é economicamente bem mais vantajoso.
resultar em aumento do espaçamento entre drenos.
6. Tanto podem funcionar satisfatoriamente
2. O emprego de envoltório orgânico em solos de envoltórios formados de material uniforme, como
clima tropical não é recomendável porque o material aqueles que apresentem gradações compatíveis
se decompõe com facilidade, podendo por em com o tipo de solo considerado.
risco todo o sistema de drenagem.

66
Drenos Subterrâneos -
Envoltórios

7. Envoltório de cascalho, brita ou areia grossa drainage envelopes. In: NATIONAL SYM-
lavada são os que apresentam melhores resultados POSIUM, 3, 1976. Chicago. Proceedings. St.
técnicos, por serem bastante permeáveis e, ao Joseph: American Society of Agricultural
mesmo tempo, poderem aumentar Engineers, 1977 p. 31-33. il.
significativamente o raio efetivo do dreno; por outro
lado envoltório de manta sintética é o tipo 2- BATISTA, Manuel de Jesus. O gradiente
dominantemente utilizado por razões práticas e hidráulico de falha em relação a outros
técnico-econômicas. parâmetros do solo e sua influência na
determinação do diâmetro efetivos dos
drenos. In: CONGRESSO NACIONAL DE
7. Recomendações IRRIGAÇÃO E DRENAGEM, 5., 1980. São
Paulo. Anais. Brasília: ABID, 1980. v. 2 p.16-
• O material colocado ao redor do dreno deve ser 47. il.
sempre concebido como envoltório, por ter a
função de facilitar o fluxo da água do solo para o 3- BROUGHTON, R. S. et al. Tests of filter material
dreno e nunca como filtro. for plastic drain tubes. In: NATIONAL
DRAINAGE SYMPOSIUM, 3, 1976, Chicago.
• Em zona de clima tropical o emprego de Proceedings. St. Joseph: American Society
envoltório orgânico pode comprometer todo o of Agricultural Engineers, 1977. p. 34-39 il.
sistema de drenagem, devendo o assunto ser melhor
e mais especificamente avaliado. 4- DIELEMAN, P. J., TRAFFORD, B.D. Drainage
testing. Rome: FAO, 1984. p. 99-107 (FAO
• Mesmo em solos de alta estabilidade estrutural, Irrigation and Drainage Paper, 28).
o emprego de envoltório ao facilitar o fluxo da
água, do solo para o dreno, melhora a drenagem e 5- FEYEN, J. Drainage of irrigated land. Katho-
pode propiciar um aumento no espaçamento entre liekeUniversiteit Leuven: Center of Irrigation
drenos. Engin., s.d. p. 56-61.

• Pode ser adotado como envoltório material que 6- GULATI, O.P. et al. Control of sediment flow
se enquadre dentro dos critérios adotados pelo SCS into subsurface drains. Journal of the
dos Estados Unidos, desde que o seu emprego seja Irrigation and Drainage Division, Procee-
economicamente mais vantajoso. dings, New York, 96 (IR 4) : 4237/449. Dec.
1970.
• Brita, cascalho ou areia grossa lavada são os
melhores materiais para envoltório de qualquer 7- IRWIN, R.W. Drain problems. Ontario: Ministry
solo, desde que as condições econômicas sejam of Agriculture and Food, May 1977. 3 p.
vantajosas.
8- LUTHIN, James, N.. Drainage of agricultural
• O uso de envoltórios sintéticos é muito prático e land. Madison: American Society of
de baixo custo, além de funcionar satisfatoriamente Agronomy, 1957. 620 p. il. (Ser. Agronomy,
em tubos corrugados para a maioria dos nossos 7).
solos.
9- LUTHIN, James, N. Drainage engineering.
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